sábado, 13 de maio de 2017

BOMBA: o amante de Gleisi



Cenários rocambolescos costumam testemunhar cenas picantes (mesmo que recheadas de pecado), de amor. É o caso do Gstaad Palace, nos Alpes suíços. Ali, onde o calor dos corpos costuma afastar o frio, Gleisi Hoffmann, a senadora dos olhos verdes do PT, entregou seu coração ao amante. Era sexo selvagem. Ela arranhava, mordia, fazia escorrer filetes de sangue do peito de Alexandre Romano. Depois, para saciar a sede, vinhos e champanhes finíssimos.
Embora contasse, em outros roteiros, com figuras expressivas como as estrelas Brigit Bardot, Madonna e Paris Hilton, o desenho não é de uma cena de Hollywood. Real, repetiu-se em diferentes oportunidades. E Paulo Bernardo, o marido traído, ficava em Brasília, seja como ministro do Planejamento, seja ocupando a cadeira principal do Ministério das Comunicações, enquanto sua estrela predileta flutuava em na realização de suas fantasias eróticas.
O certo é que, como em todo romance de alcova, os ingredientes são explosivos. A Operação Lava Jato trouxe à tona um triângulo amoroso protagonizado por três personagens até então conhecidos como sendo do núcleo duro do PT. Alexandre Romano e Gleisi Hoffmann tiveram suas máscaras rasgadas. E Paulo Bernardo, o rosto banhado em lágrimas.
No rastro do advogado Alexandre Correa Romano, a Polícia Federal encontrou um flat que era utilizado para guardar dinheiro e encontros clandestinos e amorosos. Segundo documentos da Operação Lava Jato, o flat fica na rua Jorge Chamas, 334, apartamento 44, em São Paulo. Romano recebia hóspedes ilustres que deixavam malas de dinheiro “esquecidas após a hospedagem”.
Segundo relatório de inteligência da Polícia Federal, o porteiro do flat entregou o vídeo do sistema de TV, onde Romano aparece chegando e deixando o flat 15 minutos depois, com uma mala que, revelou em delação premiada, estava cheia de dinheiro de propina.
Alexandre Romano foi preso na 18ª fase da Lava Jato, batizada de “Pixuleco ll”, e pediu o beneficio da delação premiada. No depoimento, as confissões causaram espanto nas autoridades. Ele revelou seu romance clandestino com a senadora petista Gleisi Hoffmann. A delação, que está sob sigilo, indica também o esquema de propina envolvendo o ex-ministro Paulo Bernardo.
Alexandre Romano foi denunciado por Milton Pascowitch, preso também na Operação Pixuleco. O esquema revela a atuação de Paulo Bernardo, Vaccari, Antonio Palocci e José Dirceu.
Logo após sua prisão, Romano descreveu em seu depoimento, todo o esquema de corrupção na área de Tecnologia da Informação (TI). Os elementos colhidos levaram a PF a preparar a Operação tendo como alvo Antonio Palocci e Guido Mantega.
Recorde-se que em delação premiada, Marcelo Odebrecht, presidente da empreiteira que leva seu nome, na sua mente fértil criou codinomes para planilhas de propinas pagas pelo grupo. E quando se referia a senadora Gleisi Hoffmann, a chamava de “amante”.
 Em acordo de delação homologado no STF em fevereiro, uma cascata de informações veio à tona envolvendo poder, muito dinheiro e esse triângulo amoroso com sérias crises de ciúme da senadora petista. Romano chegou a dizer: “(…) me arranhou o rosto e rasgou a minha camisa em Assunção (..) era ciúme da minha ex-assessora que é casada e nunca prestei atenção(..) proibiu que eu contratasse jovens e mulheres com menos de 30 anos”.
O depoimento detalhadíssimo é impressionante. O amante, portanto, tem nome, sobrenome e o coração tão “vermelho-petista” como o da loira paranaense. Advogado de 41 anos, nascido em Campinas, ex-vereador de Americana, interior paulista, Romano é amante do luxo e conhecido como um  “bon-vivant”.
Ele dividia com a sua amante gostos excêntricos, como vinhos muito caros, joias e viagens a Portugal, Uruguai e outros países. Até hospedagem em icônico resort na Suíça. Além, é óbvio, da estreita amizade com o ‘amigo’ Lula. Em 2006, o “cara” segundo o presidente do EUA Barack Obama, foi presenteado no aniversário com relógio de R$ 90 mil, da marca suíça Frack Muller.
Tudo isso está documentado. São provas que incluem até recibo de 8 diárias na suíte ‘luxo’ do ‘The Gstaad Palace Hotel’, na região de Gstaad, Alpes suíços, onde o ‘casal’ festejava o dinheiro público em farras íntimas.
Nessa disputada e caríssima suíte, passaram figuras como Brigitte Bardot, Paris Hilton, Madonna, Ronald Reagan e até o casal Trump.
A viagem à Suíça envolvia sexo, romantismo e, obviamente, idas a bancos locais, onde jorrava dinheiro do caixa 2. Tudo acabou quando Alexandre foi preso e passou a curtir o cárcere em Curitiba.
Entregou em delação premiada detalhes precisos da arrecadação de propinas que abasteceram os ex-ministros Paulo Bernardo e Aviação Civil, Carlos Gabas, ambos do sujo e mafioso dos governos Lula e Dilma.
O ‘Amante’ concordou em devolver aos cofres R$ 6 milhões na delação com os procuradores. Para isso, vendeu dois apartamentos em Miami, cada um por R$ 3 milhões. A delação de Alexandre Romano ainda esta sendo mantida em sigilo em face dos desdobramentos da Operação Pixuleco.

Comitês se unem para enganar TSE, diz marqueteiro do PT em delação premiada



João Santana, o marqueteiro das campanhas eleitorais do PT, disse em depoimento à Lava Jato que as tesourarias de candidatos rivais promovem acordos subterrâneos para enganar o Tribunal Superior Eleitoral. Combinam os valores que irão declarar na prestação de contas oficial. Com isso, dão aparência de normalidade à contabilidade. E se esbaldam no caixa dois, “uma prática generalizada.”
Santana insinuou que esse tipo de acerto foi feito na campanha de 2014 entre os comitês da petista Dilma Rousseff e do tucano Aécio Neves (veja no vídeo acima, a partir de 12min57s). “O oponente direto também é obrigado. Quando se declara um preço, ele não pode se afastar tanto desse preço, para não ter disparidade, desconfiança. E o que acontece? Existe um acordo informal entre as campanhas. Mesmo campanhas que vão se digladiar, arrancar sangue. Os coordenadores financeiros conversam entre si. ‘Olha, o meu preço vai ser esse’. E o outro chega perto ou passa.”
O marqueteiro acrescentou: “Existia esse tipo de acordo. Não só entre essas campanhas [presidenciais], como campanhas de governadores, de prefeitos. Os tesoureiros de campanha conversavam entre si. Isso eu sei porque conversavam. Todos vão me desmentir, mas é verdade.”
Durante o depoimento, Santana vangloriou-se de ter conseguido puxar para o alto a escrituração do valor que cobrou do comitê de Dilma: coisa de R$ 70 milhões, noves fora a verba que transitou por baixo da mesa, no caixa dois —uma parte depositada pela Odebrecht em conta secreta na Suíça.
O procurador da República que interrogava João Santana enxergou nas declarações do delator uma tentativa de tratar como normal algo que é criminoso. Lembrou ao depoente que, se os marqueteiros não admitissem receber dinheiro sujo no exterior, as campanhas seriam “mais limpas, honestas e democráticas.” Disse mais: “Financiamento em caixa dois torna a campanha desigual, principalmente quando é reeleição e o candidato já está no poder.”
O marqueteiro não deu o braço a torcer: “…Torna desigual, mas essa que se chama de violar a democracia, todos violam. Pequenos e grandes. Cada um à sua maneira. E se associam para violar. É uma prática generalizada o caixa dois.” O procurador insistiu: “[…] O senhor tem que ter essa consciência de que praticou uma ilicitude e faz parte de uma engrenagem muito nociva.”
E João Santana se enquadrou: “Sem dúvida alguma. E me arrependo profundamente. Inclusive pelo sofrimento pessoal, o sofrimento político, moral, familiar e empresarial que eu estou sofrendo. Isso sem dúvida. Eu não me isento disso. O senhor tem toda razão nesse aspecto.”
– Pressionando aqui, você chega a todos os vídeos que compõem a delação de João Santana e de Mônica Moura, sua mulher e sócia. J.DESOUZA