segunda-feira, 21 de julho de 2014

Entrevista, José Manual Cardoso de Mello - Constituinte ou desordem

É muito atual esta charge de Henfil.
Nesta imperdível entrevista feita com o professor Cardoso de Mello pelos repórteres Célia de Gouvêa Franco e Vanessa Jurgenfeld, fica claro que somente uma nova Constituinte evitará a desordem no Brasil. 
Disse o professor aos dois repórteres: "Os códigos de processo não são atualizados. O lobby dos advogados não deixa passar. Porque quanto mais demora o processo, mais eles ganham". É preciso conhecimento, autoridade e coragem para falar tão francamente. Outra frase do mestre:
"O debate atual no país é uma vergonha. De péssimo nível. O grande problema brasileiro é uma desordem político-institucional"
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É extremamente duro o diagnóstico sobre o Brasil do economista João Manuel Cardoso de Mello, que ganhou proeminência nacional ao participar, na década de 1980, da elaboração do Plano Cruzado, a primeira de uma série de tentativas de derrubar a inflação. Para ele, o país vive uma fase de desordem político-institucional e a única saída para resolver a situação é a convocação de uma Constituinte com critérios muito rígidos - ninguém que ocupa um cargo público poderia, por exemplo, ser eleito. Além disso, já se partiria do princípio de acabar com a possibilidade de releição para o Executivo. E vereadores, deputados e senadores só poderiam tentar ser reeleitos uma única vez.
Professor da presidente Dilma Rousseff quando ela iniciou sua pós-graduação em economia na Unicamp, João Manuel - ninguém o trata pelo sobrenome - não culpou, em uma rara entrevista à imprensa, o atual governo pela situação de desordem. Disse que, depois de décadas em que os principais problemas do Brasil não foram atacados seriamente, acabou se criando um clima de insatisfação, de mau humor com o Brasil que pode ser até uma ameaça à democracia, na medida em que abre espaço tanto para políticos "salvadores da pátria" quanto para os saudosistas dos tempos da ditadura. "As pessoas estão enojadas. Você conversa aqui com meus funcionários [da Facamp], desde o jardineiro até o professor, eles têm nojo", especificou.
João Manuel apresentou ao Valor, no seu escritório na Facamp, a universidade que criou há 15 anos, uma lista detalhada de indícios da desordem institucional - e de consequências dessas circunstâncias. Ele fumou dez cigarros ao longo da conversa e de um almoço, que contou também com a presença do economista Luiz Gonzaga Belluzzo, amigo desde os 10 anos e sócio de João Manuel na Facamp, hoje reconhecida como uma das melhores instituições de ensino superior privada do país.
De certa forma, sua fonte de inspiração para o lançamento da proposta da Constituinte são as palavras ditas por Ulysses Guimarães, ex-presidente da Câmara dos Deputados e da Assembleia Constituinte de 1988. Segundo João Manuel, antes de iniciar a campanha das Diretas Já, de 1984, que tentaria pressionar o governo militar a permitir a escolha dos governantes pela escolha das urnas, o "dr. Ulysses" fez uma consulta a um grupo de amigos, reunidos na casa dele. Pelo que João Manuel se lembra, apenas ele apoiou a proposta do amigo. Os outros disseram que não haveria apoio popular. "Dr. Ulysses" ouviu todas as opiniões, mas depois afirmou: "Eu não quero saber se vai dar certo ou errado. O meu dever é fazer" a campanha, que acabou mobilizando centenas de milhares de brasileiros em manifestações nas grandes cidades.
Muito discreto sobre seu relacionamento com a presidente, ele disse que "ela é minha amiga, foi minha aluna e eu gosto dela". Na sua avaliação sobre a situação da educação no Brasil, foi muito crítico sobre as universidades de forma geral e particularmente ácido sobre as instituições de ensino privadas. A seguir, os principais trechos da sua entrevista:
Valor: Viemos aqui fazer uma entrevista sobre economia...
João Manuel Cardoso de Mello: Não vou falar de economia. Não quero falar de economia propriamente dita e nem de eleição.
Valor: Vamos falar sobre a Copa?
João Manuel: Também não. Quero falar que o debate atual no país é uma vergonha. De péssimo nível. E que o grande problema brasileiro, ao contrário do que as pessoas pensam, é uma desordem político-institucional.
Valor: Em que sentido?
João Manuel: No sentido de que isso aqui é uma desordem. Uma desordem. Desordem político-institucional. Nosso sistema tem 30 partidos. A política se transformou num negócio. O partido da presidente tem 20% do Legislativo, logo a presidente é refém de partidos de aluguel. Esse é o problema. São 39 ministérios necessários para acomodar os anões, para não dizer os ladrões. Uma campanha para presidente da República custa R$ 700 milhões. Portanto, se estabelecem aqui relações espúrias e incestuosas entre os financiadores da campanha e o Executivo. E aí vem o problema do financiamento público das campanhas.
Valor: Qual outro sintoma dessa desordem?
João Manuel: O Supremo Tribunal legisla. E não pode! Sei disso porque nasci numa família de professores de direito. Meu pai, meu avô, meu bisavô. Isso é uma verdadeira barbaridade! E o Tribunal de Contas... Meu pai foi presidente do Tribunal de Contas.
Valor: De qual?
João Manuel: Do Tribunal de Contas do Estado de São Paulo. Meu pai [João de Deus Cardoso de Mello], quando era moço, deu trombada numa árvore e ficou míope, tinha medo de guiar. Não gostava muito de motorista e nem nós tínhamos muito dinheiro. Ele tomava o ônibus no Jardim Paulistano, descia na praça da República, atravessava o viaduto do Chá e ia até a rua do Ouvidor, onde era o Tribunal de Contas. Tudo a pé. O presidente do Tribunal de Contas não tinha carro. Mas hoje o Tribunal de Contas interrompe obra. Para quê? Pode funcionar isso? Eles interromperam várias obras do governo federal. Não estou dizendo que o governo federal funciona, que é uma maravilha. Longe disso. Mas não pode. Isso aqui está tudo errado. O próprio Ministério Público tem poderes exorbitantes. Como é que um país pode funcionar assim? Além disso, os códigos de processo não são atualizados.
Valor: Por que não?
João Manuel: Porque o lobby dos advogados não deixa passar. Porque quanto mais demora o processo, mais eles ganham. Então, o Código do Processo Civil e o do Processo Penal especialmente são absurdos, são muito velhos. A lei de execuções penais é um absurdo, certo? Então, como é que o país vai funcionar? E ainda anotei na minha lista que a Receita Federal quer estabelecer a política fiscal no Brasil. A Receita Federal tem poder... Alguém manda na Polícia Federal? Não manda nada. Então, você tem setores autônomos. Isso é o que estou chamando de desordem completa.
CLIQUE AQUI para ler toda a entrevista.
DO POLIBIOBRAGA

Nenhuma mulher reconheceu a presidencia de Dilma como uma vitória FEMININA....

Nenhuma mulher reconheceu a presidencia de Dilma como uma vitória FEMININA,porque não foi, e muito pelo contrário. Dilma se elegeu a reboque e no rastro de um homem. A presidencia desta mulher nada mais é do que o atestado abominável e inequívoco de " MULHER OBJETO"- ESCRAVA E SUBMISSA MARIONETE de um homem - LULA .
Enfim,temos na presidencia uma mulher que foi e continua sendo USADA por um homem, nA FORMA MAIS COVARDE de prostituição : a prostituição moral. Fora isto, Dilma lê discursos escritos por homens, numa prostituição mental ; professa a ideologia comunista que inferioriza e despreza a mulher; apoia ditadores que massacram a mulher e usam-na como escudos humanos, ou embrulham-lhe em BURKAS
A presidencia da Dilma, NÃO REPRESENTA nenhuma mulher BRASILEIRA que trabalha, estuda, esforça,conquista espaços,impõe respeito,tém idéias, produz opiniões próprias, vence na vida, ajuda no sustento de sua família....
DO GRAÇANOPAISDASMARAVILHAS

Aécio já é o favorito para vencer as eleições, dizem especialistas

Para o cientista político Fábio Ostermann, empate técnico veio muito antes do que ele imaginava; diretor da Nomura Securities vê Aécio crescer nos próprios tropeços de Dilma
Por Lara RizérioArthur Ordones  
SÃO PAULO - O cenário que se desenhou nas últimas duas pesquisas Datafolha e Sensus não apresentaram boas notícias para Dilma Rousseff. Apesar de, no primeiro turno, ela e seus adversários ainda apresentarem movimentos ainda dentro da intenção de voto, quando colocado num cenário de segundo turno a diferença entre a presidente atual e os seus principais adversários caiu drasticamente.
O Datafolha mostra bem essa dinâmica: se em fevereiro a simulação do 2º turno colocava Dilma com 54% das intenções de voto contra 27% de Aécio Neves (PSDB), na pesquisa divulgada semana passada esse placar mudou para 44% x 40% - considerando a margem de erro de dois pontos percentuais, caracteriza-se como um "empate técnico". No cenário contra Campos, Dilma aparece com 45% ante 38% do governador pernambucano, enquanto o número era de 55% contra 23% em fevereiro. O quadro se repetiu no Sensus divulgado no final de semana, que apontou empate técnico entre Dilma e Aécio por 36,3% a 36,2% no segundo turno.
Fábio Ostermann, cientista político pela norte-americana Universidade de Georgetown e pela alemã International Academy for Leadership, afirmou que o empate técnico do segundo turno veio muito antes do que ele imaginava, porque o candidato do PSDB ainda é desconhecido por quase 25% do eleitorado. “A força de Aécio vem ainda sendo intensificada pela incapacidade de Eduardo Campos, o outro candidato da oposição, que segue preso na mesma taxa de intenção de voto no primeiro turno de um ano atrás", diz Ostermann, ressaltando que Campos está quase empatado com o Pastor Everaldo (PSC), levando em conta a margem de erro.
Aécio Neves já é o favorito para vencer a eleição presidencial (Fotomontagem/InfoMoney)
Aécio Neves já é o favorito para vencer a eleição presidencial (Fotomontagem/InfoMoney)
Já para o diretor executivo e chefe de pesquisas para mercados emergentes das Américas na Nomura Securities, Tony Volpon, Aécio é favorito dada a incapacidade de Dilma de dar uma sinalização aos agentes econômicos. E isso contribui para a piora dos cenários econômicos, um dos grandes motivos para a maior rejeição da atual presidente. Segundo modelo da Nomura, Dilma tem 60% de chances de perder as eleições para qualquer adversário, e no seu cenário político o tucano é o favorito. "Acho que a nova pesquisa Datafolha vai em linha com a nossa visão", afirma Volpon em entrevista ao InfoMoney.
Para Ostermann, só um fato muito catastrófico mudaria o fato que vai ter um segundo turno entre a atual presidente, Dilma Rousseff, e Aécio Neves. Em relação ao resultado final das eleições, o Aécio está caminhando para confirmar o favoritismo, mas o cenário ainda é incerto, pois a candidata do PT tem mais que o dobro do tempo de televisão. “No entanto, por conta da força das redes sociais, o impacto do tempo de televisão vai diminuir muito em relação às eleições passadas, afinal, as pessoas não procuram mais esse tipo de informação na TV sendo que já é bombardeada diariamente por esse assunto na internet todos os dias”, explicou o cientista.
Dilma tá mal? Devia estar piorPor isso, tanto para a Nomura quanto para Ostermann, a presidente deveria estar ainda pior nas pesquisas. “Ela está levando uma surra que ainda não está totalmente refletida no resultado das pesquisas, pois, se estivesse, ela já estaria perdendo do Aécio”, disse Ostermann.
Para o cientista político, também tem que ser levado em consideração o fato de que faz quatro anos que a Dilma está em campanha, enquanto o Aécio começou para valer duas semanas atrás. Para ele, como boa parte do eleitorado brasileiro não faz sinapses aprofundadas na hora de decidir o voto, mas sim faz sua escolha baseada no reconhecimento de quem já está lá, isso tenderia a prejudicar a oposição. Contudo, hoje existe uma sensação generalizada de que o governo atual não é bom, e por isso a queda de aprovação de seu governo é consistente, com desgaste mesmo dentro do seu eleitorado, afirma Ostermann.
“Essa é a maior oportunidade da oposição dada pelo PT nos últimos 12 anos. Isso vai quebrar o que é muito difícil de ser quebrado no Brasil, que é o favoritismo de quem está no poder”, concluiu o cientista.
Após a pesquisa Sensus, que mostrou uma distância mínima entre Dilma e Aécio, o diretor da Sensus, Ricardo Guedes, destacou ainda a avaliação positiva do governo Dilma Rousseff, que recuou de 34,2% em junho para 32,4% agora. Segundo Guedes, este patamar de aprovação torna muito difícil a reeleição de Dilma. Outro ponto de preocupação da candidatura Dilma é o seu elevado nível de rejeição junto aos eleitores: 42,4%.
DO INFOMONEY