sexta-feira, 10 de agosto de 2018

Record fecha sabatinas com presidenciáveis

A Record fechou com as assessorias dos presidenciáveis uma série de sabatinas que começarão já na semana que vem, sempre às 19h, informa Lauro Jardim.
Oito candidatos confirmaram presença. O primeiro será Jair Bolsonaro, nesta terça, dia 14. Depois, pela ordem, Cabo Daciolo (15), Guilherme Boulos (16), Geraldo Alckmin (20), Ciro Gomes (21), Henrique Meirelles (22), Alvaro Dias (24) e Marina Silva (27).
Há uma data, o dia 23, reservada para “o candidato do PT”. Lula não poderá comparecer, pois continuará preso em outro compromisso.

O jantar de Gilmar com Jacob Barata em Portugal

Na edição 15 de Crusoé, que foi ao ar hoje, Filipe Coutinho conta a história de um animado jantar em Portugal com as presenças de Gilmar Mendes e Jacob Barata Filho, o “rei dos ônibus” no Rio.
Barata foi preso pela Lava Jato e solto por Gilmar três vezes. Padrinho de casamento da filha do empresário, o ministro do STF alega que nunca foi próximo dele.
Clique AQUI para ler a reportagem completa em Crusoé.

MPF denuncia os ex-ministros Guido Mantega e Antonio Palocci na Lava Jato

Crimes apurados envolvem a edição das medidas provisórias 470 e 472 (MP da Crise), beneficiando diretamente empresas do grupo Odebrecht, segundo os procuradores.

 O ex-ministro da Fazenda Guido Mantega foi denunciado (Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil)força-tarefa da Lava Jato do Ministério Público Federal no Paraná (MPF/PR) apresentou nesta sexta-feira (10) denúncia contra os ex-ministros da Fazenda Guido Mantega e Antonio Palocci e outras nove pessoas.

É a primeira denúncia contra Mantega na Lava Jato em Curitiba. A defesa dele afirmou que vai se manifestar nos autos quando tomar conhecimento da denúncia.
A defesa de Palocci também disse que ainda não teve acesso aos autos e só vai se manifestar depois de conhecer o teor denúncia.
Os crimes apurados envolvem a edição das medidas provisórias 470 e 472 (MP da Crise), beneficiando diretamente empresas do grupo Odebrecht, entre estas a Braskem, de acordo com o MPF.
O objetivo da manobra, afirmam os procuradores, era permitir que a Braskem pagasse tributos federais de forma parcelada, com valor de multa reduzido.
Os denunciados vão responder pelos crimes de corrupção ativa e passiva e lavagem de dinheiro.

Investigação

Segundo a investigação, o empresário Marcelo Odebrecht ofereceu propina aos ex-ministros com o objetivo de influenciá-los na edição das medidas provisórias.
O valor oferecido a Mantega foi de R$ 50 milhões. De acordo com os procuradores, o valor foi pago em conta específica mantida pelo setor de propinas de empreteira, sob o comando de Fernando Migliaccio e Hilberto da Silva.
O valor, diz a denúncia, só era utilizado mediante a autorização de Guido Mantega, sendo que parcela desse valor foi entregue aos publicitários Mônica Santana e João Santana, além de André Santana, para serem usados na campanha eleitoral de 2014.
A denúncia tem como base provas fornecidas pelas empresas Odebrecht e Braskem, no contexto do cumprimento das condições previstas nos acordos de leniência firmados pelas empresas.

Pagamentos

A propina para Mantega foi lançada na planilha da Odebrecht nomeada "Planilha Italiano", na subconta "Pós-Itália", de acordo com a força-tarefa.
Ainda conforme a denúncia, o dinheiro ilegal teve origem em ativos da Braskem, mantidos ilicitamente no exterior pelo Setor de Operações Estruturadas.
Por sua vez, os publicitários Mônica Santana e João Santana receberam R$ 15.150.000,00 a partir do setor de propinas mediante 26 entregas, em pagamentos que se deram tanto em espécie no Brasil quanto fora do território nacional, em contas mantidas em paraísos fiscais.DO G1

Mônica Moura volta a afirmar que negociou dinheiro para campanha diretamente com Dilma

Marqueteira disse a Sérgio Moro nesta sexta-feira (10) que, após negociar o valor com a ex-presidente, foi encaminhada por ela ao então ministro Guido Mantega para fazer pagamentos indevidos.

 

Mônica Moura disse ter negociado valores diretamente com Dilma Rousseff (Foto: Marcelo Chello/CJPress/Estadão Conteúdo)

A marqueteira Mônica Moura voltou a afirmar em depoimento ao juiz Sérgio Moro, nesta sexta-feira (10), que negociou valores para campanha de 2014 diretamente com a ex-presidente Dilma Rousseff.
"Pela primeira vez na vida eu negociei diretamente com uma presidente e com candidato, valores. E depois ela me encaminhou a Guido [Mantega, ministro da Fazenda à época] para que eu resolvesse a parte por fora. A parte por dentro, não, foi toda negociada com ela o valor, mas o partido pagou, nota fiscal, o tesoureiro da campanha", disse a marqueteira.
O G1 tenta contato com a ex-presidente Dilma Rousseff.
A empresária relatou que encontrou-se três ou quatro vezes com Guido Mantega, na casa dele, em Brasília, para acertar os pagamentos "por fora" negociados com Dilma. Em um dos encontros, disse ter questionado sobre a origem dos valores.
"Cheguei lá [no Guido] com a negociação fechada e disse: 'Acertei isso com a presidente e ela me disse que o senhor vai dizer como é que vamos fazer'. Aí, mais uma vez: 'Vai ser a Odebrecht'", disse a empresária.
A ação em que Mônica foi ouvida é sobre pagamentos não contabilizados da Odebrecht para o casal de marqueteiros, feitos no Brasil e no exterior.
Mônica Moura e o marido, João Santana, foram responsáveis pelas últimas três campanhas do PT à Presidência da República e são acusados pelos procuradores da Lava Jato de receber dinheiro ilegal do setor de propinas da Odebrecht.
O Ministério Público diz ter identificado nas planilhas da Odebrecht repasses que somam R$ 23,5 milhões, entre 2014 e 2014, quando a Operação Lava Jato já estava em andamento. Mônica e João alegam que receberam apenas parte do valor.DO G1

Flávio Rocha anuncia apoio a Jair Bolsonaro

 
O dono das lojas Riachuelo, Flávio Rocha, que chegou a se colocar como candidato a presidente neste ano, anunciou nesta sexta-feira apoio ao candidato do PSL, Jair Bolsonaro.
A reunião entre os dois aconteceu pela manhã, em São Paulo.
Em momentos diferentes da campanha, os dois chegaram cada um a dizer que o outro não estaria suficientemente à direita para receber apoio do outro. 
Além de Flávio Rocha, estiveram na reunião com Bolsonaro nomes do agronegócio como Nabhan Garcia, presidente da UDR; Paulinho Vilela, produtor rural e candidato a deputado federal pelo Paraná; e seu filho, Eduardo Bolsonaro, também candidato a deputado federal por São Paulo.
As informações preliminares são do jornal Gazeta do Povo.

Disputa voto a voto pelo 2º lugar

10.08.2018 | 13h05

A disputa pelo segundo lugar na corrida presidencial segue acirrada, segundo a 12ª sondagem realizada pelo Instituto de Pesquisas Sociais Políticas e Econômicas (Ipespe) e divulgada nesta sexta-feira, 10, pela corretora XP. Na pesquisa espontânea, depois de Jair Bolsonaro, que aparece na liderança, com 17% das intenções de voto, e de Lula, com 15%, vêm Alckmin e Ciro, com 3%, Alvaro Dias, com 2%, e Marina, com 1%.
Nos cenários sem candidato do PT e com Haddad no lugar de Lula, Marina vem logo atrás de Bolsonaro, com 12% das intenções de voto, seguida por Alckmin, com 10%, Ciro Gomes, com 8% a 9%, Alvaro Dias, com 4% a 5%, Manuela D’Ávila, com 3%, e Henrique Meirelles, com 2% a 3%. Haddad, quando incluído na sondagem, aparece com 3% das preferências. A pesquisa, que ouviu 1.000 pessoas em todo o país, foi registrada no TSE sob o número BR-08988/2018. A margem de erro é de 3,2 pontos percentuais. / J.F.

Bolsonaro segue na frente na corrida eleitoral


O presidenciável Jair Bolsonaro manteve-se na liderança na corrida eleitoral, segundo a 12ª sondagem realizada pelo Instituto de Pesquisas Sociais Políticas e Econômicas (Ipespe) e divulgada nesta sexta-feira, 10, pela corretora XP. De acordo com o levantamento, feito por telefone, JB manteve o patamar da sondagem anterior, com 17% das intenções de voto espontâneas, enquanto Lula subiu de 13% para 15%.
No cenário sem candidato do PT e no que o petista Fernando Haddad participa da disputa, o presidenciável do PSL alcança 23% das preferências em ambos, um ponto percentual acima do obtido no último levantamento. A pesquisa, que ouviu 1.000 pessoas em todo o país, foi registrada no TSE sob o número BR-08988/2018. A margem de erro é de 3,2 pontos percentuais. / J.F.

ANÁLISE: Só Bolsonaro teve estratégia durante primeiro debate nas eleições 2018

Mesmo veteranos em eleições presidenciais como Marina Silva, Ciro Gomes e Geraldo Alckmin não conseguiram superar a superficialidade nos temas tratados

Com os candidatos disputando migalhas de tempo para falar, é quase um devaneio achar ser possível aprofundar discussões nesse tipo de debate a ponto de mudar o voto de algum eleitor. Mesmo veteranos em eleições presidenciais como Marina Silva, Ciro Gomes e Geraldo Alckmin não conseguiram superar a superficialidade nos temas tratados.
Apenas um candidato mostrou ter uma tática definida para usar no debate da Band. Jair Bolsonaro aproveitou a ocasião para exibir um figurino diferente. Sem gritar (muito), fugindo de provocações e fazendo observações ponderadas, Bolsonaro foi para o programa claramente tentando transmitir o recado que não é um desequilibrado, sem condições de governar o País.
O candidato do PSL foi até mais longe, fazendo surpreendente tabelinhas com o senador Alvaro Dias, elogiando sua preocupação em abrir "a caixa preta" do BNDES, e com Cabo Daciolo, do Patriota. Bolsonaro parece, inclusive, já estar mirando numa potencial aliança para o segundo turno. Chegou ainda a trocar ideias de forma civilizada e bem humorada com Ciro Gomes, outro candidato famoso pelo pavio curto.
Em vantagem nas pesquisas nos cenários em que Lula não é incluído, Bolsonaro saiu do debate sem desgastar esse patrimônio. Uma recompensa para o único candidato que parece ter entendido que tipo de vantagem poderia tirar desse modelo de discussão.
Não é pouca coisa, considerando o elevado número de eleitores indecisos que não sabem sequer se votarão em alguém. Mas Bolsonaro sabe que ainda precisa melhorar muito sua imagem. Ele é constantemente acusado de ser racista, machista e homofóbico, como Guilherme Boulos, do PSOL, lhe jogou na cara logo na abertura do debate.
Para os outros candidatos, sobrou a lição de que precisam chegar aos debates com algum tipo de plano. Falar por falar se torna mero ruído para quem está do outro lado da tela acompanhando o programa. Sempre é bom lembrar que a corrida presidencial é curta. Faltam menos de dois meses para a eleição. Chances desperdiçadas não reaparecerão.

Pesquisa XP/Ipespe aponta Bolsonaro liderando corrida presidencial


O último levantamento da corrida presidencial do Brasil nas eleições de 2018 coloca o candidato do PSL à Presidência, Jair Bolsonaro, com folga na liderança.


A pesquisa produzida pela XP Investimentos foi divulgada na manhã desta sexta-feira (10).
Segue abaixo o posicionamento dos presidenciáveis:
  1. Jair Bolsonaro | 23%
  2. Marina Silva | 12%
  3. Geraldo Alckmin | 10%
  4. Ciro Gomes | 8%
  5. Alvaro Dias | 4%
  6. Manuela D’Ávila | 3%
  7. Fernando Haddad | 3%
  8. Henrique Meirelles | 2%
  9. Guilherme Boulos | 0%
  10. Não sabe ou não respondeu | 6%
  11. Brancos/Nulos | 28%
Foto; Reprodução/Pesquisa XP
Com informações de Infomoney DO RENOVA

Debate inaugural não produzirá virada de votos

Nenhum dos quatro principais presidenciáveis —Bolsonaro, Marina, Ciro e Alckmin— protagonizou nada parecido com um tropeço no primeiro debate presidencial de 2018. Por isso, é improvável que o evento resulte numa virada de votos. Serviu apenas para consolidar posições. O canibalismo esteve no limite do aceitável. Os contendores se deram conta de que, a essa altura, a plateia quer mais soluções do que sangue.

Veja fotos do debate de 1º turno da Band entre presidenciáveis31 fotos

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9.ago.2018 - Oito candidatos à Presidência da República participaram do primeiro debate das eleições deste ano. O encontro foi promovido pela Band, em São Paulo VEJA MAIS > Imagem: Nelson Almeida/AFP
O debate (íntegra disponível aqui) escancarou uma peculiaridade da atual campanha: todos desejam encarnar a mudança. A temática foi ditada pela rua, de baixo para cima. Incluiu uma agenda tão óbvia quanto urgente —do desemprego à roubalheira, passando pela ruína fiscal e a precariedade dos serviços públicos.
A má notícia é que os oito debatedores inundaram o estúdio da TV Bandeirantes com ideias que não deram água para alcançar a canela —em parte por conta do engessamento das regras, em parte pela aridez das propostas. Seja como for, a esperança que os candidatos foram capazes de inspirar nas três horas e doze minutos em que estiveram no ar cabe numa caixa de fósforos.
A noite produziu duas vítimas: Michel Temer e Lula, ambos ausentes. O primeiro apanhou indefeso. O segundo foi ignorado. Temer não contou nem com a solidariedade do seu ex-ministro Henrique Meirelles. O presidenciável cenográfico do PT teve um consolo.
O condenado mais ilustre da Lava Jato assistiu pelo televisor instalado em sua cela especial à saudação do companheiro Boulos, do PSOL: “Boa noite, presidente Lula. Deveria estar aqui. Mas está preso injustamente em Curitiba, enquanto o Temer está solto lá em Brasília”.
Bolsonaro apresentou-se em versão ligth. Não explodiu nem mesmo quando Boulos, no comecinho do debate, dirigiu-lhe uma pergunta dura de roer, com prefácio desairoso: “O Brasil todo sabe que você é racista, machista, homofóbico”, disse o rival do PSOL.
Boulos prosseguiu: “Você, em 27 anos como deputado, ficou dez anos no partido do Paulo Maluf, recebeu auxílio moradia tendo casa, comprou cinco imóveis, fez da política um negócio em família, tem um monte de filhos no mesmo esquema que você.” Sapecou: “Quem é a Wal, Bolsonaro?”
E o capitão, contendo-se dentro dos sapatos: “Eu pensei que viesse discutir política nacional aqui.” Bolsonaro negou que Walderice, a Wal, seja funcionária fantasma em Angra dos Reis. Estava em férias quando a reportagem da Folha a procurou, disse. “No tocante a patrimônio, o Ministério Público já revirou minha vida de perna para o ar.” Os filhos? “Tenho moral para indicar e o povo vota neles.”
Para não ser acusado de ter virado um ex-Bolsonaro, o capitão devolveu a provocação. Expressando-se num idioma muito parecido com o português, afirmou: “Me orgulho da minha honestidade e não dos atos de invadir propriedade privada dos outros, que trabalhou e suou muito para conseguir aquele patrimônio. E vai uns desocupados invadir e levar terror na cidade.”
Líder do movimento dos sem teto, Boulos não se deu por achado: “A Wal é funcionária fantasma do gabinete dele. Junto com o marido dela, Edenilson, tem a responsabilidade de cuidar dos cachorros do Bolsonaro numa das casas dele em Angra dos Reis. O problema não é a Wal. Ela é vítima de políticos como o Bolsonaro, que vendem essa ideia de que vão acabar com a bandalheira e é (sic) farinha do mesmo saco. Bolsonaro representa a velha política corrupta… Recebeu auxílio moradia tendo casa. Você não tem vergonha?”
Sem elevar o timbre de voz, Bolsonaro encurtou a conversa: “Teria vergonha se estivesse invadindo casa dos outros. Auxílio moradia está previsto em lei. Se é imoral, é outra história. Não vim aqui para bater boca com um cidadão desqualificado como esse aí”, encerrou, devolvendo a palavra ao mediador do debate antes do encerramento do tempo a que tinha direito para a tréplica.
Depois desse teste de nervos, Bolsonaro fez o que se esperava dele: pregou para convertidos. Em meio a respostas superficiais, encaixou a retórica que lhe rende votos. Coisas como a liberação das armas, restrição aos direitos humanos de bandidos, castração química de estupradores e disseminação de escolas militares pelo país… Tudo isso, mais o fim do fisiologismo. “O único que tem moral para cumprir essa missão é Jair Bolsonaro”, declarou.
Marina e Ciro, segunda e terceiro colocado nas pesquisas sem Lula, poderiam ter duelado entre si. Mas preferiram alvejar Alckmin, o quarto colocado. Em certos momentos, ficou a impressão de que a dupla receia que o rival tucano decole quando puder ocupar o latifúndio que obteve no horário eleitoral.
Num embate direto com Alckmin sobre educação, Marina sugeriu ao telespectador que levasse o pé atrás ao ouvir do tucano a promessa de que dará prioridade ao ensino fundamental. “Tome muito cuidado, porque às vezes se faz um discurso oco da prioridade à educação, mas o condomínio já está cheio de Lobo Mau querendo comer o dinheiro da vovozinha”. O lobo da metáfora de Marina é o centrão, grupo partidário que encostou seu histórico de corrupção na candidatura de Alckmin. A vovozinha é o Tesouro Nacional.
Noutro ponto do debate, a candidata da Rede ironizou a promessa de Alckmin de governar com os melhores quadros dos partidos políticos e da sociedade. “Costumo dizer que a forma como se ganha determina a forma como se governa”, declarou Marina. “E fica muito difícil acreditar que quem se junta com aqueles que estão em graves casos de corrupção possa de fato ter critérios que sejam levados a sério na hora da composição do governo. Nós teremos critério. […] Quando se ganha com quem não tem compromisso com a ética, contamina o governo e todas as promessas caem no vazio.”
Alckmin viu-se compelido a adicionar à réplica uma pimenta que não orna com seu apelido de ''picolé de chuchu''. Apontou para o passado petista de Marina: “Nunca fui do PT nem ministro do PT. Quero deixar bem claro que somos de uma outra linhagem.” Alckmin também realçou que Marina aliou-se ao PV na campanha atual, esquecendo-se de que abandonara a legenda em 2010 sob a alegação de que não era compatível com seus valores.
Ciro alvejou Alckmin numa “nota de rodapé” sobre reforma tributária. O candidato tucano dissera que seu plano de reformulação do sistema tributário incluirá a tributação dos dividendos das empresas. E Ciro: “Fui ministro da Fazenda, ajudei no Plano Real, sob a liderança de Itamar Franco. O presidente Itamar cobrava 35% de alíquota dos ricos no Imposto de Renda e eu tributava lucros e dividendos. Foi só o PSDB assumir [no governo FHC], revogou tudo isso. Só para a gente ter clareza da história do Brasil. Não é nada pessoal. Quero preservar a antiga amizade que tenho com o governador Geraldo Alckmin.”
No primeiro bloco, Boulos enxergara nos candidatos postados no palco montado pela Band “50 tons de Temer.” No bloco seguinte, Ciro cuidou de grudar Alckmin e o tucanato no presidente radioativo. Lembrou que o PSDB, comandado por Alckmin, votou a favor da reforma trabalhista de Temer. Indagou: “Se for eleito, pretende manter?”
Alckmin classificou a reforma na CLT como “um avanço.” E Ciro: “Essa reforma trabalhista que o PSDB aprovou, proposta pelo Michel Temer, introduziu no mundo do trabalho brasileiro muita insegurança e medo do futuro. Essa selvageria nunca fez país nenhum prosperar. […] É um erro grave, vou ter que corrigir isso.” Alckmin não arredou o pé: “Mantenho a posição. A reforma trabalhista foi necessária.”
No pelotão que frequenta o rodapé das pesquisas, Álvaro Dias agarrou-se ao seu slogan da “refundação da República”, prometeu “institucionalizar” a Lava Jato e reiterou o compromisso de nomear Sergio Moro para o cargo de ministro da Justiça. Absteve-se de esclarecer se já combinou com o juiz do petrolão. Ainda assim, seu desempenho foi menos sofrível que o de Meirelles.
O ex-ministro da Fazenda atravessou o debate como se estivesse atormentado por uma dúvida: não sabia se priorizava a desvinculação com Temer ou a vinculação com Lula, a quem serviu como presidente do Banco Central. A certa altura, sentiu a necessidade de esclarecer que não participou do ruinoso governo de Dilma.
Num debate que pode ser definido como chocho, o Cabo Dacilo, desconhecido candidato do insignificante partido Patriota, injetou comédia no tédio. Falando sempre em nome de Deus, para glória do Senhor Jesus, o cabo atingiu o ápice do humor ao supervalorizar o hipotético esquerdismo de Ciro. “O senhor é um dos fundadores do Foro de São Paulo. Pode falar aqui, para a população brasileira, sobre o Plano Ursal [União das Repúblicas Socialistas da América Latina]. Tem algo a dizer para a nação brasileira?”
Ciro tentou desligar seu inquisidor da tomada: “Meu estimado cabo, eu tive muito prazer de conhecê-lo hoje. E pelo visto o amigo também não me conhece. Não sei o que é isso, não fui fundador do Foro de São Paulo e acho que está respondido.”
Daciolo manteve a língua em riste: “Sabe, sim. Estamos falando aqui de um plano que se chama Nova Ordem Mundial: conexão de toda a América do Sul, tirando todas as fronteiras e fazendo uma única nação. Poucos ouviram falar disso e será pouco divulgado. Quero deixar bem claro que, no nosso governo, o comunismo não vai ter vez. A nação brasileira, no nosso governo, será a primeira economia mundial. Para honra e glória do senhor Jesus Cristo.”
Sob risos, Ciro arrematou: “A democracia é uma delícia…, mas ela tem certos custos.” Por sorte, parte da audiência não precisou arcar com todos os “custos”, pois já havia se retirado, para encontrar o travesseiro.
Josias de Souza
10/08/2018 03:55