Crimes apurados envolvem a edição das medidas provisórias 470 e 472 (MP da Crise), beneficiando diretamente empresas do grupo Odebrecht, segundo os procuradores.
força-tarefa da Lava Jato do Ministério Público Federal no Paraná (MPF/PR) apresentou nesta sexta-feira (10) denúncia contra os ex-ministros da Fazenda Guido Mantega e Antonio Palocci e outras nove pessoas.
É a primeira denúncia contra Mantega na Lava Jato em Curitiba. A defesa
dele afirmou que vai se manifestar nos autos quando tomar conhecimento
da denúncia.
A defesa de Palocci também disse que ainda não teve acesso aos autos e
só vai se manifestar depois de conhecer o teor denúncia.
Os crimes apurados envolvem a edição das medidas provisórias 470 e 472
(MP da Crise), beneficiando diretamente empresas do grupo Odebrecht,
entre estas a Braskem, de acordo com o MPF.
O objetivo da manobra, afirmam os procuradores, era permitir que a
Braskem pagasse tributos federais de forma parcelada, com valor de multa
reduzido.
Os denunciados vão responder pelos crimes de corrupção ativa e passiva e lavagem de dinheiro.
Investigação
Segundo a investigação, o empresário Marcelo Odebrecht ofereceu propina
aos ex-ministros com o objetivo de influenciá-los na edição das medidas
provisórias.
O valor oferecido a Mantega foi de R$ 50 milhões. De acordo com os
procuradores, o valor foi pago em conta específica mantida pelo setor de
propinas de empreteira, sob o comando de Fernando Migliaccio e Hilberto
da Silva.
O valor, diz a denúncia, só era utilizado mediante a autorização de
Guido Mantega, sendo que parcela desse valor foi entregue aos
publicitários Mônica Santana e João Santana, além de André Santana, para
serem usados na campanha eleitoral de 2014.
A denúncia tem como base provas fornecidas pelas empresas Odebrecht e
Braskem, no contexto do cumprimento das condições previstas nos acordos
de leniência firmados pelas empresas.
Pagamentos
A propina para Mantega foi lançada na planilha da Odebrecht nomeada
"Planilha Italiano", na subconta "Pós-Itália", de acordo com a
força-tarefa.
Ainda conforme a denúncia, o dinheiro ilegal teve origem em ativos da
Braskem, mantidos ilicitamente no exterior pelo Setor de Operações
Estruturadas.
Por sua vez, os publicitários Mônica Santana e João Santana receberam
R$ 15.150.000,00 a partir do setor de propinas mediante 26 entregas, em
pagamentos que se deram tanto em espécie no Brasil quanto fora do
território nacional, em contas mantidas em paraísos fiscais.DO G1
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