domingo, 5 de novembro de 2017

Sobral recebe outdoor em apoio ao presidenciável Jair Bolsonaro

Na peça, está escrito: “Eu apoio político honesto. E você?”
 
query_builder

O prefeito de Sobral, Ivo Gomes (PDT), já deve ter recebido pelo Whatsapp a foto de outdoor em apoio ao presidenciável Jair Bolsonaro. A peça, que foi colocada no município, tem a seguinte mensagem: “”Eu apoio político honesto. E você?”.
A inauguração simbólica do outdoor está marcada para hoje (4), às 15, no Arco N. Sra de Fátima, na Av. Dr. Guarany, no Centro. A ação é uma homenagem do grupo BolSobral.
E como ficam os FGs nessa festa toda. Será que vão mandar tirar o outdoor, será que vão fazer um com presidenciável Ciro Gomes (PDT)? O que será, que será? DO CEARANEWS

Bolsonaro ironiza “apelo emocionante” da imprensa

Jair Bolsonaro disparou vídeo para sua lista de contatos de WhatsApp neste domingo para comentar as matérias de capa de duas revistas distruídas no fim de semana:
“Ontem foi a Veja [que destacou o título ‘A política que assusta’, com as imagens de Lula e Bolsonaro], hoje [é] a IstoÉ.”
O deputado leu o título “Começou cedo a enganação eleitoral” e mostrou as imagens de Lula, Ciro Gomes, Marina Silva e dele mesmo.
“Todos [foram colocados] no mesmo saco. E aqui dentro [da edição] um apelo emocionante para que PSDB e PMDB se unam para salvar o Brasil. Mais uma revista que entra para a coletânea do fake news. Eles aceitam qualquer um, menos Jair Bolsonaro. É bom ‘Jair’ se acostumando porque a população brasileira acordou, de há muito, [sobre] quem são esses políticos tradicionais e o que eles representam para a grande mídia brasileira.”

Querida, encolhi a base aliada (3)

A Folha destaca que um terço da base governista mudou de lado.
Michel Temer perdeu 116 votos da aprovação do teto de gastos no ano passado (367) para o enterro da segunda denúncia de Rodrigo Janot (251).
Metade das cadeiras perdidas “vem das bancadas de PSDB (32 a menos), que tem quatro ministérios, PMDB (8 a menos), PSD (9 a menos), que controla Fazenda e Comunicações, e DEM (8 a menos), do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (RJ)
A outra metade da erosão é devida principalmente a duas legendas que já abandonaram o Planalto, o PSB (18 deputados a menos) e PPS (7 a menos) – embora este mantenha a Defesa.”

A força eleitoral de Jair Bolsonaro

Jair Bolsonaro faz V de vitória
Entenda por que o Deputado Jair Bolsonaro é um candidato muito mais forte do que as pesquisas fazem parecer e saiba o que esperar de sua candidatura.
Jair Bolsonaro? Lula? Ciro Gomes? João Dória? Geraldo Alckmin? Luciano Huck? Marina Silva? Daqui a exatamente um ano, em novembro de 2018, saberemos quem governará o Brasil entre janeiro de 2019 e dezembro de 2022. Durante os próximos 12 meses, no entanto, a disputa permanecerá aberta e com um resultado mais ou menos incerto.
Talvez seja pela ansiedade causada por essa incerteza que especulações de todos os tipos comecem a se alastrar e a ganhar força, conforme o período eleitoral vai se aproximando. Talvez seja por isso também que previsões e pesquisas (científicas e não tão científicas) estejam recebendo tanta atenção e espaço no debate público — seja nos veículos de mídia tradicionais, seja nas redes sociais.
Força eleitoral Bolsonaro

Essa situação conturbada pede cautela e também que análises críticas dessas pesquisas sejam realizadas esporadicamente, pois, ainda que descartemos os possíveis problemas éticos envolvendo grandes institutos de pesquisa, inúmeros problemas de ordem teórica e metodológica permanecem. Afinal, mesmo as pesquisas mais sólidas e confiáveis do ponto de vista metodológico possuem limitações quase intransponíveis, das quais a maior é a impossibilidade de abarcar uma porção de variáveis que não podem ser quantificadas e examinadas em pesquisas desse tipo.
As metodologias utilizadas pelo IBOPE e pelo Datafolha, por exemplo, são extremamente problemáticas e não podem jamais ser encaradas como um processo simples e objetivo de coleta, organização e apresentação de dados. Para que possam ser corretamente compreendidas, as pesquisas desses institutos deverão ser vistas como o que de fato são: complexas estruturas estatísticas montadas para refletir leituras particulares da realidade, que, por sua vez, são sempre orientadas por um conjunto de pressupostos conceituais, que, das duas uma, ou refletem alguma convenção subjetiva ou expressam o resultado de uma análise objetiva das intenções, decisões e ações humanas não quantificáveis — no caso dos grandes institutos de pesquisa, infelizmente, a primeira opção sempre prevalece.


Na prática, isso significa que toda pesquisa eleitoral deve ser interpretada com base nesse conjunto de pressupostos subjacentes e que sua validade dependerá sempre da validade destes últimos.
Foi essa constatação que me permitiu perceber, com um ano de antecedência, que a metodologia das pesquisas eleitorais americanas não era capaz de representar adequadamente as intenções dos eleitores, já que refletia o consenso subjetivo do establishment acadêmico e midiático americano, que não compreendia (na verdade, sequer enxergava) o eleitor que estava na mira de Donald Trump. Essa falha minou, desde as bases, a capacidade preditiva das pesquisas e levou todos os analistas que nelas se apoiaram a erros vergonhosos. Por meio de alguns ajustes e correções qualitativos, no entanto, foi possível prever corretamente o resultado das eleições em 48 dos 50 estados americanos.


Há uma enorme possibilidade de que isso venha a se repetir no Brasil, uma vez que mesmo as pesquisas que utilizam metodologias capazes de contornar alguns desses problemas terão, inevitavelmente, uma margem de erro factual maior do que aquela dada por cálculos estatísticos.
Assim, nem mesmo pesquisas como as do Data Poder360 — de longe, as que possuem a metodologia mais adequada para o contexto brasileiro — podem substituir uma análise qualitativa, capaz de realizar os ajuste necessários e dar conta das nuances e das oscilações comuns a uma situação política instável e caótica como a que temos no Brasil.
Para preencher essa lacuna, o Senso Incomum trará, esporadicamente, análises complementares, realizando os ajustes necessários, abordando problemas que são ignorados pelo establishment midiático e lançando luz sobre certos aspectos da disputa presidencial que ainda está se desenhando em nosso país.
Nesta primeira análise o objetivo é compreender o potencial de voto e a força eleitoral do Deputado Jair Messias Bolsonaro para além daquilo que as pesquisas quantitativas revelam.Bolsonaro presidente
Segundo a pesquisa mais recente d0 Data Poder360, o percentual de intenções de voto obtido pelo deputado carioca oscila entre 20% a 27%, a depender do cenário. A pesquisa revela ainda que ele possui um potencial de voto superior ao de todos os seus adversários, incluindo Luciano Huck, e que a rejeição a seu nome tem diminuído mês após mês. No entanto, uma análise qualitativa simples basta para revelar que a força eleitoral de Bolsonaro é ainda maior do que as pesquisas quantitativas são capazes de captar. Senão vejamos.
A grande mídia raramente dá qualquer espaço ao Deputado Jair Bolsonaro e, quando o faz, sempre o apresenta da maneira mais negativa possível. Não é exagero dizer que o grande público só o conhece por meio de um filtro que distorce a sua imagem, demoniza a sua personalidade e, é claro, omite todas as suas qualidades e virtudes, além de maximizar e até fabricar defeitos.
De algum modo, o reflexo disso pode ser visto nas pesquisas eleitorais. Podemos ficar impressionados ao constatar que o candidato que representa tudo o que o establishment repudia tem algo entre 20% e 27% das intenções de voto mesmo antes de dar início à sua campanha, mas isso é pouco perto do que ele teria se nossos jornalistas estivessem mais interessados em fazer jornalismo do que em empreender uma verdadeira guerra contra ele e contra tudo o que ele representa.
Na Globo, na Folha de São Paulo e no Estadão, quem quer que pense como o Deputado Jair Bolsonaro – ou seja, a quase totalidade do eleitorado nacional, de acordo com pesquisas encomendadas por esses mesmos veículos – é considerado um extremista de direita, indigno de ser ouvido e merecedor de todos os ataques.
Esse é, aliás, um dos motivos pelos quais durante muitos anos a democracia brasileira foi reduzida à costumeira disputa em família entre candidatos de esquerda, na qual tudo o que é concedido ao povo brasileiro é o direito de votar, de quatro em quatro anos, em candidatos que representam o contrário de tudo aquilo em que ele acredita.
É por isso, também, que temos apontado que o maior problema brasileiro, junto com os problemas culturais diagnosticados pelo Professor Olavo de Carvalho e com o morticínio causado pelas políticas de segurança pública dos últimos 20 anos, é a crise de representatividade.
Nunca houve uma situação em que o abismo entre as elites e a realidade da vida popular fosse tão profundo. Qualquer político, jornalista ou intelectual que ouse, mesmo que de modo tímido, dar voz aos valores, às crenças e aos anseios populares acaba sendo classificado como uma figura excêntrica, quando não como um inimigo de tudo o que há de bom e virtuoso no mundo.
Apesar disso, a maioria absoluta das pessoas que vivem no Brasil é conservadora, cristã, tem valores tradicionais e preza pela ordem. Por isso mesmo, sempre esteve desprovida de uma verdadeira representação política e sempre foi marginalizada e excluída do espaço público. Porém, isso está começando a mudar e, gradualmente, as pessoas vão se dando conta dessa mudança — e aqui voltamos às pesquisas.
Ao analisarmos a divisão demográfica das intenções de votos, três dados referentes ao eleitorado do Deputado Jair Bolsonaro saltam aos olhos: até o momento, (1) quanto maior a renda de uma pessoa, maior sua propensão a votar nele; (2) do mesmo modo, quanto maior o seu nível de instrução, maior sua propensão a escolhê-lo como candidato; por fim, os dados revelam ainda que (3) quanto mais jovem, independentemente da renda e do nível educacional, maior é a identificação com ele.
Isso causa um certo estranhamento, não? Afinal, fatores centrais como o binômio identidade-voto tornam natural a expectativa de que o apelo eleitoral do Deputado Jair Bolsonaro seja ainda maior entre as camadas populares do que entre os grupos que ele já conquistou — ele pensa, fala e age como um brasileiro médio; ele pensa, fala e age de um modo que qualquer pessoa simples pode compreender e se identificar; e, além disso, ele apresenta uma candidatura sui generis no contexto brasileiro e oferece a perspectiva de que esse eleitorado finalmente encontre uma representação política efetiva.
Portanto, ao olhar para esses dados, uma hipótese se impõe: a explicação para a atual composição do eleitorado do Deputado Jair Bolsonaro está na forma e nos meios utilizados pelos eleitores para obter informações.
Aqueles que se informam pela internet (jovens, pessoas mais instruídas e com renda maior) conhecem um Bolsonaro ainda inacessível àqueles que se informam pela grande mídia, sobretudo pela televisão, e que só o conhecem — quando conhecem — através do filtro da imprensa, aquele mesmo que distorce sua imagem, demoniza sua personalidade e omite todas as suas qualidades e virtudes.
Se essa hipótese se confirmar e a candidatura do deputado não for barrada pelo ativismo judicial dos ministros do STF, veremos que ele tem muito espaço para crescer e que, através de uma campanha inteligente e com a estratégia certa para furar o filtro da grande mídia, ele poderá consolidar um piso eleitoral superior a 35% ainda no primeiro turno, um montante que poderá ser facilmente ampliado, colocando-o em condições de sair do primeiro turno com mais de 40% dos votos e de chegar ao segundo turno como o candidato a ser batido — havendo, inclusive, chances reais de vitória no primeiro turno.
Essa hipótese vai na contramão da aposta do establishment midiático e acadêmico, que tem defendido a tese de que o Brasil busca um candidato de centro e apostado que alguém com esse perfil não teria dificuldade para desidratar a candidatura de Bolsonaro e barrar seu crescimento. Tudo indica que o establishment erra justamente por não compreender o que torna um candidato como Bolsonaro atraente, não apenas para aqueles que já o apóiam, como para o brasileiro médio de modo geral.
Seja por cegueira ideológica ou por limitações epistemológicas, aqueles que têm apostado no triunfo de um candidato de centro e subestimado a candidatura de Bolsonaro apoiam-se em uma série de pressupostos equivocados como, por exemplo, a idéia de que (1) a preocupação prioritária do eleitorado brasileiro é com a economia; (2) o eleitor brasileiro tende a escolher candidatos moderados; (3) as declarações de Bolsonaro incomodam o brasileiro médio tanto quanto incomodam o próprio establishment; (4) candidatos de centro e centro-esquerda são alternativas viáveis à candidatura Bolsonaro; e (5) Bolsonaro não será capaz de montar uma campanha organizada e eficiente. Há outros pressupostos equivocados, mas esses são os mais notórios e mais notáveis, uma vez que revelam mais sobre a bolha em que vivem nossos analistas e especialistas do que sobre a realidade política e eleitoral do Brasil.
O fato é que o establishment não compreende o fenômeno Bolsonaro porque também não compreende o Brasil real, que se tornou impermeável para as classes dominantes e incompreensível para a visão fantasmagórica dos analistas as orientam. E uma das consequências imediatas dessa ordem de coisas é que os ataques empreendidos pelo establishment contra Bolsonaro não apenas não surtirão efeito, como impulsionarão seu crescimento e ampliarão suas chances de se tornar o novo presidente da república.
Com quase doze meses pela frente,  muita coisa ainda pode acontecer, mas seja qual for o desfecho que nos aguarda, Bolsonaro já é uma força política e eleitoral que não pode ser ignorada, cujo impacto provavelmente mudará o cenário político brasileiro para sempre. Reconhecer isso não é torcida, é abrir os olhos para um dado objetivo da realidade e perceber para onde as coisas estão se encaminhando. O que fazer com esse dado fica a critério de cada um de nós. DO S.INCOMUM

'Não tem sentido candidato com denúncia concorrer', diz ministro Fux


BRASILIA, DF, BRASIL, 13-08-2014, 14h00: O ministro Luiz Fux. Sessão plenária do STF, sob a presidência do Ministro Ricardo Lewandowski, que foi eleito para ocupar a presidência do tribunal após a aposentadoria do ministro Joaquim Barbosa. (Foto: Pedro Ladeira/Folhapress, PODER)
O ministro Luiz Fux diz que a decisão do STF (Supremo Tribunal Federal) de dar a última palavra ao Congresso em medidas cautelares contra parlamentares, como no caso do afastamento do senador Aécio Neves do mandato, já está tendo efeito "deletério" no país.
Para ele, a questão ainda voltará a ser debatida na corte, já que é "sensível" e a votação foi "muito dividida".
Segundo ele, "há uma sombra, uma nuvem" de informações que indicam que o Supremo revisará a decisão de permitir a prisão de um condenado que já foi julgado em segunda instância, o que também alimentaria o descrédito do Judiciário.
Ao ser questionado sobre a possibilidade de Lula ser candidato a presidente em 2018 mesmo se condenado em segunda instância, Fux respondeu: "Pode um candidato denunciado concorrer, ser eleito, à luz dos valores republicanos, do princípio da moralidade das eleições, previstos na Constituição? Eu não estou concluindo. Mas são perguntas que vão se colocar", disse ele, que presidirá o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) de fevereiro a agosto de 2018.
Folha - É público que há um racha hoje no STF, que se dividiria entre ministros "que prendem" e os "que soltam". O mais recente capítulo é o embate entre Luís Roberto Barroso e Gilmar Mendes. O bom juiz não é o que faz Justiça, independentemente de encarcerar ou não o acusado?
Luiz Fux - Se você pesquisar as cortes supremas do mundo, os resultados [dos julgamentos] quase nunca são unânimes. São sempre por maioria.
É diferente das cortes estaduais, em que os magistrados se formaram mais ou menos na mesma universidade, têm a mesma linha ideológica.
O Supremo recebe colegas de todos os Estados, com formações absolutamente diferentes. O ministro Gilmar Mendes tem a formação da escola germânica. O ministro Barroso tem a formação da escola anglo-saxônica. E eu sou mais anglo-saxônico.
E essas ideologias às vezes se chocam. O professor e jurista uruguaio Eduardo Couture dizia que, no Judiciário brasileiro, um homem se enamora de uma ideia, outro se enamora de outra. E discutem com grande cultura e estupidez. É uma característica dos nossos tribunais.
Esses momentos já ocorreram antes. Mas são tão raros que chamam a atenção. Tenho certeza de que, em breve espaço de tempo, a corte vai ter passado por cima disso.
Por outro lado, às vezes esses episódios são necessários para que a corte se volte para dentro dela e verifique essa metodologia de julgamento.
Ela deveria mudar?
No meu modo de ver, se o relator lê o seu voto e o outro colega está de acordo, não precisa fazer digressão nenhuma. Basta dizer que está de acordo.
Eu tenho esse projeto [de mudar a metodologia de votação no STF], ou como vice-presidente [do Supremo, cargo que assume em 2018] ou como presidente [em 2020].
Primeiro faríamos um debate abstrato, na antessala do plenário, sobre temas que vamos julgar. Não havendo divergências, passamos o mais rápido possível. O rendimento será maior. E os atritos públicos diminuiriam. A Suprema Corte americana faz isso.
O ministro Barroso diz que há uma operação abafa em andamento. Já o ministro Gilmar Mendes afirma que juízes fazem populismo com prisões.
São visões diferentes de membros de um tribunal com formações diferentes.
O STF está em constante vigília em relação a essas operações, não só pela gravidade dos fatos mas também pela legitimidade do tribunal, que advém da confiança que o público tem no Supremo.
Surgirão casos em que a prova será frágil e casos em que as provas serão robustas. Num, haverá prisão. No outro, absolvição. Não pode haver tendência preconcebida sobre liberdade. E o Supremo não deve fazer pesquisa de opinião pública para decidir. Eu não posso julgar uma pessoa ouvindo a sociedade.
Delações e vazamentos são questionados na Lava Jato. É preciso, também nesses tópicos, haver mudanças?
O melhor é o critério legal, de se levantar o sigilo de uma delação apenas depois de oferecida a denúncia [pelo Ministério Público Federal].
O vazamento é maléfico porque denigre a imagem e a honra do acusado. Depois o procedimento não vai adiante mas a honra é irresgatável. É preciso vigiar para que não haja essa degradação gratuita da honra alheia.
Mas eles têm sido comuns.
Ultimamente eu tenho observado que não. Mas, num período antecedente, nós nos incomodamos muito com isso. O processo entrava sigiloso no gabinete do ministro e de repente a delação vazava.
O Supremo vai julgar ainda a delação da JBS.
Vamos julgar. Mas já adotamos uma providência: tão logo eles [delatores da JBS] começaram a ter atitudes extravagantes, eu até usei a frase de que deveriam trocar o exílio nova-iorquino para o da Papuda. Começou a ficar evidenciado que eram líderes de uma grande cadeia de corrupção. Já não se justificavam mais aqueles benefícios.
Mas eles já não eram criminosos, e mesmo assim receberam até o perdão judicial?
Eles eram vistos como colaboradores. Quando vídeos [da delação] vazaram, nós vimos que o espectro de atuação deles não tinha limites.
E a maneira como depuseram representou uma afronta. Falaram com muito descompromisso com o país, de uma forma super inadequada, jocosa. Tratavam fatos gravíssimos com a maior indiferença. Chocaram a sociedade toda.
Ainda assim a delação foi mantida.
Foi mantida mas nós dissemos "se futuramente houver vícios, ela vai ser avaliada".
Às vezes você afasta completamente a delação, mas o que ela continha se comprova por outros elementos probatórios. Aí a delação é de somenos importância.
E se houver uma contaminação das provas caso se confirme, por exemplo, que o ex-procurador Marcelo Miller orientou a delação?
É a teoria da árvore envenenada. Mas eu particularmente entendo que você não consegue comprovar [crimes] senão através de indícios surgidos dessa prova originária. Então teria que preservá-la.
As delações precisariam de novas regras? Há quem defenda, por exemplo, que preso não possa delatar.
O delator preso não é diferente do delator solto. Ele não pode mentir. O que podemos afirmar, no plano biopsicológico, é que o delator preso talvez tenha mais estímulo para delatar. Mas não é porque está preso que não pode.
A regra tem dado certo, a delação é um instrumento super eficiente. E várias foram feitas por quem está solto.
Essa regra [de impedir que um preso delate] não passa pelo crivo do Supremo. Não passa. O preso pode delatar.
Houve abusos na Lava Jato?
Eu ainda não peguei nenhum caso de abuso. Já indeferi alguns pedidos [de investigadores]. A obrigação do ministro é controlar eventuais excessos. O MP, na dúvida, promove as medidas em prol da sociedade. Já os juízes têm um comedimento de respeitar os homens da acusação ainda infundada.
Agora, chegando a essa doutrina de presunção da inocência que às vezes o Supremo aplica: essa eu não aceito.
Às vezes o sujeito é denunciado, é condenado em primeiro grau, é condenado no juízo de apelação [segunda instância], a condenação é confirmada no STJ -e ele entra inocente no Supremo?
Ou seja, o senhor é a favor da manutenção da possibilidade de prisão depois da condenação em segunda instância.
Sou favorável. Isso ocorre no mundo inteiro.
O STF deve julgar em breve se mantém essa regra ou se volta a permitir a prisão apenas depois do trânsito em julgado. Qual deve ser o resultado?
Há juízes que vão mudar de opinião. O ministro Gilmar já se manifestou nesse sentido. O ministro Alexandre de Moraes tem mantido as condenações de segunda instância -informando que, enquanto a regra não muda, ele se submete à colegialidade.
Há aí uma sobra, uma nuvem dizendo que vai haver uma modificação dessa regra.
E não seria bom. Traria a ideia de impunidade, que gera descrédito. E, quando não acredita no Judiciário, o desejo do povo é o de fazer justiça pelas próprias mãos.
Será uma decisão muito delicada. Como foi a decisão recente [no caso de Aécio Neves, em que o Supremo decidiu que o Congresso tem a última palavra sobre medidas cautelares aplicadas a parlamentares]. Qual é o efeito deletério dessa concepção, de que qualquer medida [do Judiciário] o Parlamento pode sustar? Veja os reflexos.
Quais foram eles?
Já temos exemplo de dois Estados em que, depois da nossa decisão, deputados estaduais foram soltos pelas Assembleias Legislativas.
Você veja como isso já se vulgarizou.
Mas a decisão do STF não obedeceu ao princípio da separação entre os poderes?
Quando se reformulou a Constituição, se estabeleceu que, antes da denúncia [contra o parlamentar], a bola está com o Judiciário. Depois da denúncia, o Parlamento pode suspender a ação penal.
Então tudo o que ocorre antes, para instruir a denúncia [como, por exemplo, o afastamento do mandato], o Parlamento não se mete.
Para instruir uma denúncia, eu [juiz] às vezes preciso de medidas urgentes, mais enérgicas. São medidas antecedentes, que o Parlamento delegou para o Judiciário.
E por que o tribunal fez isso [afastou Aécio do mandato]?
Decisões mais graves já haviam ocorrido. O [ex-senador] Delcídio Amaral foi preso, o [ex-deputado] Eduardo Cunha foi afastado da Câmara. E o Parlamento não se manifestou. Então o Judiciário partiu da premissa de que estava no caminho certo.
Quando surgiu o caso de Aécio, o Supremo agiu como vinha agindo. E houve a reação. Muito embora essa questão possa voltar a qualquer hora. Porque é uma questão muito sensível e a deliberação foi muito dividida.
O tema gerou mais um ensaio de crise institucional.
Essa competência do Supremo de julgar os parlamentares torna muito difícil a harmonia entre os poderes. É um dos inconvenientes da manutenção do foro privilegiado.
Há uma questão pulsante hoje que é a candidatura de Lula à Presidência em 2018. Qual é a chance de o STF dar uma liminar permitindo que ele participe da campanha, ainda que condenado em segunda instância?
Abstratamente, eu entendo que algumas questões vão ser colocadas: a primeira, a da Lei da Ficha Limpa [que diz que condenados em segunda instância são inelegíveis].
A segunda é decorrente da Constituição. Ela estabelece que, quando o presidente tem contra si uma denúncia recebida, ele tem que ser afastado do cargo.
Ora, se o presidente é afastado, não tem muito sentido que um candidato que já tem uma denúncia recebida concorra ao cargo. Ele se elege, assume e depois é afastado?
E pode um candidato denunciado concorrer, ser eleito, à luz dos valores republicanos, do princípio da moralidade das eleições, previstos na Constituição? Eu não estou concluindo. Mas são perguntas que vão se colocar.

POR QUE OS ESBIRROS DE FHC NAS REDAÇÕES DA GRANDE MÍDIA ESTÃO DESESPERADOS?

domingo, novembro 05, 2017

Coberto de razão está o deputado presidenciável Jair Messias Bolsonaro. Não poderia de jeito nenhum deixar passar em brancas nuvens a ofensiva dos esbirros de Fernando Henrique Cardoso que operam nas redações da grande mídia.
A alusão ao famigerado FHC não é de Bolsorano, já que ele, no vídeo, se atém à profusão de fake news reverberada à farta pelos principais veículos de comunicação da mainstream media brazuca neste final de semana. (Esse link FHC-jornalistas é de minha autoria). A começar pela revista Veja que bóia nas bancas e supermercados. Um desperdício de papel, enquanto que em seu site ainda tem a cara e a coragem de cobrar pelos acessos, embora nenhum brasileiro com mais de um neurônio lê essa porcaria.
Mas não foi apenas a Veja a revelar o desespero que tomou conta do establishment tupiniquim. A ex-famosa Organizações Globo, há muito perfilada à diversidade bundalelê também está eriçada. Pelo mesmo caminho seguem todos os demais grandes veículos de mídia brasileiros que neste final de semana malham o deputado Bolsonaro. Se a malhação estivesse fundamentada na verdade, tudo bem. Mas é fake news!
Como já afirmei aqui no blog repete-se no Brasil o que aconteceu no ano passado nos Estados Unidos, quando Donald Trump foi implacavelmente atacado por toda a grande mídia com raríssimas exceções. Quando abriram as urnas ouviu-se aquele oh! de estupefação e choradeira da bandalha comunista que viceja em torno do Partido Democrata. Aqui no Brasil o equivalente é o PSDB do FHC.
E, a exemplo de Trump, o deputado Bolsonaro já se tornou o Judas da campanha presidencial de 2018, embora estejamos a 1 ano do pleito. Já dá para imaginar o que virá por aí.
Todavia, quanto mais batem em Bolsonaro mais ele cresce na preferência do eleitorado brasileiro. Donald Trump esteve até o final da campanha em segundo lugar. Todos os institutos de pesquisa afirmavam que Hillary Clinton seria a vencedora.
Escorraçado pelos andróides das redações Mr. Trump passou a se comunicar com seus eleitores no corpo a corpo e pelas redes sociais. Da mesma forma que faz agora o deputado Jair Bolsonaro, como neste vídeo em que detona os filhotes de FHC.
O derradeiro golpe para esfacelar a civilização ocidental seria a derrota de Donald Trump. Não conseguiram. Agora o establishment tentará de todas as formas remediar sua derrota na Terra de Tio Sam mantendo o Brasil cativo do deletério poder globalístico, ou seja, venezuelizar o nosso país. O embaixador da peste globalista no Brasil, o chefete dos comunistas, é o Fernando Henrique Cardoso. Lula é apenas um estafeta em frangalhos.
Como se sabe o tucano, símbolo do PSDB do FHC, é uma ave que sofre de incontinência intestinal. Portanto, façam estoque de papel higiênico...DO A.AMORIM

Salve-se quem puder! - ELIANE CANTANHÊDE

domingo, novembro 05, 2017

ESTADÃO - 05/11
Com ministros num tiroteio, Temer se refugia no Jaburu e Meirelles se lança para 2018

Convalescendo de uma cirurgia e de duas denúncias da PGR, o presidente Michel Temer estava até ontem cego, surdo e principalmente mudo, enquanto seu Ministério parece mais fora de controle do que a PM do Rio de Janeiro. Afora os ex-ministros que foram presos e os atuais, que estão na mira da Lava Jato, há os que falam demais, os que pedem demais, os que sonham demais. E cada um diz e faz o que quer.
Torquato Jardim não deve à Justiça, a nenhum partido, não tem papas na língua e, cá entre nós, não revela nenhuma novidade quando diz que o governador Pezão não tem controle sobre a PM do Rio, que a PM tem relações para lá de perigosas com o crime organizado e que, se há luz no fim do túnel, é com um novo presidente e um novo governador.
Nada que ninguém já não soubesse, mas atraiu a fúria de todas as forças políticas do Rio contra o ministro da Justiça: o governador, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM), o presidente da Assembleia, Jorge Picciani (PMDB), toda a área de segurança, esquerda, centro e direita. Só faltaram Sérgio Cabral e Fernandinho Beira-Mar. Cabral, deprimido pela perda de uma cinemateca tão bacana. Beira-Mar, ocupado com o controle do Comando Vermelho a partir das penitenciárias.
O problema de Torquato Jardim não é ter falado uma mentira, mas verdades que ministros não podem dizer. Mexeu com os brios das autoridades do Rio, que entraram com uma interpelação judicial para emparedar o boquirroto: se ele não prova o que disse, cai em injúria, calúnia e difamação; se provar, cai em prevaricação, por não ter feito nada para combater o que sabia. Para alívio do ministro, a Justiça brasileira é lenta. Isso pode demorar um, dois, mil anos. Até lá, Inês é morta, Temer já passou a faixa e o Rio vai continuar com seus problemas.
Para Luislinda Valois, “a emenda é pior do que o soneto”. Temer precisava de uma mulher, de um negro e de alguém do meio jurídico para a pasta dos Direitos Humanos. Solícito, o PSDB providenciou Valois, que é três em um e tem outra vantagem: nunca abre a boca numa reunião. Mas, flagrada tentando driblar o teto salarial do funcionalismo, desandou a falar o quanto adora roupas, maquiagens e perfumes!
Aloysio Nunes Ferreira estava quieto no canto dele, a política externa, quando a procuradora Raquel Dodge pediu ao Supremo, em pleno feriado de Finados, para continuar as investigações sobre suas relações com a Odebrecht. Culpado ou inocente, bom não é ter um chanceler que, fora do País, defende o Brasil; dentro, se defende na Justiça. E ele é só um tucano a mais no ninho dos bicudos do PMDB.
Para encerrar a semana, o rebuliço do governo foi com a entrevista em que o ministro Henrique Meirelles admite que é “presidenciável”. Como no caso de Torquato Jardim, não há nenhuma surpresa nisso. Mas, entre todo mundo saber e o ministro dizer, vai uma enorme diferença. Até porque o jardim do Torquato só tem espinhos – crime organizado, combate à corrupção, penitenciárias em chamas... –, mas o de Meirelles distribui flores – juros e inflação caem, PIB e empregos sobem. Cuidado com o vespeiro, ministro!
Com tanta bala perdida, Temer refugiou-se no Jaburu, de costas para Jardim, Valois, Nunes Ferreira e Meirelles, sonhando com a reforma da Previdência. Aliás, o mais surpreendente nas contas da ministra dos Direitos Humanos não é ela querer receber o salário de R$ 30.934,70, mas já embolsar R$ 30.471,10 como desembargadora aposentada. O teto de aposentadoria do INSS é de... R$ 5.578! Mas como votar a reforma e corrigir esses privilégios, se o governo troca tiros, o Congresso só planeja o próximo feriado e o ministro da Fazenda se lança para 2018? Se ele já está nessa, imaginem os deputados e senadores...DO P.TEMPO

FHC defende que PSDB saia do governo Temer

Josias de Souza

Fernando Henrique Cardoso, grão-mestre do tucanato, quer ver o seu partido longe de Michel Temer. Em artigo veiculado neste domingo, FHC anotou que os tucanos precisam “passar a limpo o passado recente”, aprofundar o “mea-culpa”, pacificar suas “facções internas” e descer do muro para encarar o seu dilema: Ou o PSDB desembarca do governo em dezembro ou se cofundirá com o PMDB, tornando-se definitivamente um ator coadjuvante na disputa presidencial de 2018, disse.
“É hora de decidir e não se estiolar em não decisões”, anotou FHC na parte final do artigo, veiculado no Globo e no Estadão. “É hora também de juntar as facções internas e centrar fogo nos adversários externos.” Sem renegar o apoio dado à gestão Temer após o impeachment de Dilma Rousseff —“A transição política exigia repor em marcha o governo federal…”—, FHC desce do muro para se juntar à parcela antigovernista do ninho.
“Politicamente, há um ponto crítico e alguma decisão deverá ser tomada: ou o PSDB desembarca do governo na Convenção de dezembro próximo, e reafirma que continuará votando pelas reformas, ou sua confusão com o peemedebismo dominante o tornará coadjuvante na briga sucessória.”
FHC talvez não tenha notado. Mas a posição subalterna do PSDB já é algo consolidado. O partido escreve uma página melancólica de sua história. Saiu da eleição presidencial de 2014 como maior força política da oposição. Aécio Neves parecia fadado a virar presidente na sucessão seguinte.
Hoje, o PSDB não chega a ser nem coadjuvante. Perdeu o posto para os partidos arcaicos do centrão. Virou figurante de um governo dominado pela banda podre do PMDB, que se divide em duas alas: quem tem mandato está ao lado do presidente. Quem já não dispõe de foro privilegiado está atrás das grades.
Para FHC, os grandes partidos brasileiros chegam à antessala da sucessão presidencial arrastando suas bolas de ferro. Ele escreveu a certa altura: “Não nos enganemos: por mais que as estruturas de poder continuem ativas, as marcas do que aconteceu nos últimos anos serão grilhões nos pés dos partidos e candidaturas.”
Acrescentou: “Nem o PT se livrará dos muitos malfeitos que cometeu e das ilusões que enterrou, nem o PMDB sacudirá a poeira de haver formado parte não só da onda petista como de seus descaminhos, nem o PSDB deixará de pagar por ter dado as mãos ao governo Temer e de tê-las chamuscado por inquéritos.”
Defensor do afastamento de Dilma e do apoio a Temer nas pegadas do impeachment, FHC disse que há argumentos para justificar os dois gestos. Mas se absteve de enumerá-los. Virou a página: “Daqui por diante, o capítulo é o futuro. É diante dele que os partidos terão que se posicionar.”
Anotou que “o PT está com a sorte colada à de Lula”. Quanto ao destino de Lula, disse estar “nas mãos da Justiça.” Condenado por Sergio Moro a 9 anos e meio de cadeia, Lula aguarda o julgamento do recurso que interpôs no TRF da 4ª Região, em Porto Alegre. Se a sentença de Moro for confirmada, o pajé do petismo vira um ficha-suja. Pior: pode ser preso.
“Não torço pela desgraça alheia”, escreveu FHC. “Não sou juiz, não quero e não devo opinar na matéria. Melhor é supor que Lula dispute as próximas eleições.” O líder máximo dos tucanos dá de ombros para as pesquisas que acomodam Lula na liderança da corrida sucessória: “Suas chances de vitória não são grandes.”
Atrasando o relógio, FHC realçou: “Derrotei Lula duas vezes […]. Por que ganhei? Porque Lula e seu partido se isolaram no que imaginavam ser a classe trabalhadora, com seus porta-vozes intelectuais. Quando Lula ganhou minha sucessão [em 2002] foi porque ele e seu partido, com a Carta aos Brasileiros e outras ações mais, se aproximaram da classe média e saíram do gueto, alargando sua base de apoio original. Desenhada a vitória e alcançado o poder, o establishment se juntou aos vitoriosos, sem temor de ser prejudicado.”
Na opinião de FHC, Lula e o PT “voltaram para suas trincheiras originais.” De resto, chegam a 2018 com o discurso embaralhado: “Tentarão relembrar os dias gloriosos da bonança econômica para que o eleitorado se esqueça dos escândalos de corrupção, das desventuras a que levaram a sociedade e da recessão que produziram na economia. São competidores, portanto, derrotáveis.”
Ironicamente, FHC expôs a fragilidade do PSDB ao discorrer sobre as opções a Lula. Não citou nem o governador paulista Geraldo Alckmin, nem a criatura dele, o prefeito paulistano João doria. Escreveu que a eventual derrota de Lula depende “de saber que partidos e líderes formarão os ‘outros lados’.”
Acrescentou que do lado oposto ao de Lula “poderão estar os que ‘jogam por fora’ dos grandes partidos, como Marina e, em sentido menos autêntico e mais costumeiro, candidaturas ‘iradas’, tipo Ciro Gomes. Só que no momento desponta outra candidatura ainda mais ‘irada’ e mais definida no espectro político, a de Bolsonaro.”
De Bolsonaro, afirmou FHC, “sabemos que é ‘linha-dura’ contra a desordem e a bandidagem, mas pouco se sabe —ao contrário de Marina— sobre o tipo de sociedade de seus sonhos (e meus pesadelos…).” O articulista mencionou até a hipótese de surgir um aventureiro, que chamou de “easy rider”. Mas não se dignou a citar o nome dos tucanos, que aparecem nas pesquisas com um mísero dígito.
FHC tampouco citou o ministro Henrique Meirelles, que sonha em reeditar sua trajetória, migrando da pasta da Fazenda para o Palácio do Planalto. Incluiu o partido de Meirelles, o PSD, entre as legendas do pelotão retardatário, que não dispõem de pilotos capazes de subir ao pódio.
Eis o que escreveu FHC: “O PMDB faz tempo que maneja o Congresso e sabe imiscuir-se na máquina pública, mas não parece ser um time pronto para disputar a pole position. O DEM, o PSB ou o PSD e os demais não têm nomes fortes para a cabeça de chapa, embora possam pesar se ingressarem em um conglomerado que seja ‘centrista’, mas olhe à esquerda, por mais que tal ginástica custe a alguns deles.”
“E o PSDB?”, perguntou FHC a si mesmo. “Pode apresentar algum nome competitivo. Mas precisa passar a limpo o passado recente. Deveria prosseguir no mea-culpa apresentado na televisão sob os auspícios de Tasso Jereissati, sem deixar de dar a consideração a quem quase o levou à Presidência.”
Quer dizer: Além de não mencionar o nome de Alckmin, um presidenciável com contas a ajustar na Lava Jato, o grão-mestre do PSDB pede que a legenda tenha “consideração” com o Aécio Neves, um personagem que trocou a biografia de ex-presidenciável por um prontuário que inclui nove inquéritos e R$ 2 milhões repassados pela JBS por baixo da mesa. Nesse ritmo, o PSDB acabará passando seus desacertos recentes a sujo, não a limpo.