terça-feira, 5 de dezembro de 2017

PERÍCIA DA PROPINA DE LULA ESTÁ PRONTA


Lula pediu uma perícia das planilhas da Odebrecht.
E se deu muito mal.
Os peritos da PF descobriram que as planilhas foram atualizadas pela última vez em 25 de novembro de 2013. Depois da Lava Jato, portanto, elas jamais foram mexidas.
Isso comprova que não houve nenhuma manobra para adulterar documentos e incluir dados sobre os repasses de propina para Lula, descobertos apenas em 2016.
Diz a BandNews:
“Os peritos conseguiram apenas identificar o dia e horário da última alteração, que foi em 25 de novembro de 2013. O arquivo foi criado em 2 de agosto de 2010. As alterações teriam ocorrido nesse intervalo de tempo. Não foi localizado no arquivo nenhum endereço de IP do equipamento utilizado para fazer as alterações.
O que se sabe é que a planilha foi criada em um computador cujo usuário do pacote office era denominado ‘luciat’ e que a última alteração foi feita em um PC cujo usuário do office era Hilberto M. Alves da Silva Filho.
Nos sistemas de propina intitulados Drousys e MyWebDay constam milhares de documentos que comprovariam o pagamento de propina a agentes públicos e políticos. Entre os materiais está uma planilha que indicaria valores repassados ao ex-presidente Lula e ao ex-ministro Antonio Palocci.”

URGENTE: TSE TAMBÉM LIVRA BOLSONARO

Por 5 a 2, o TSE também absolveu Jair Bolsonaro da acusação de fazer campanha antecipada.
Napoleão Maia, relator, votou pela rejeição da representação do Ministério Público Eleitoral. Ele foi seguido por Admar Gonzaga, Tarcício Vieira, Jorge Mussi e Luiz Fux.
Divergiram do relator Rosa Weber e Gilmar Mendes, que disse: “Não podemos deixar a sensação de que vale tudo.”

Irmão de Geddel reivindica tratamento de Aécio

Josias de Souza

Vai começar tudo de novo. Acusado de envolvimento no caso dos R$ 51 milhões encontrados no bunker residencial de Salvador, o deputado Lúcio Vieira Lima (PMDB-BA), irmão do ex-ministro Geddel Vieira Lima, disse a amigos que reivindicará o mesmo tratamento dispensado pelo Supremo Tribunal Federal ao senador Aécio Neves (PSDB-MG). A Procuradoria-Geral da República incluiu na denúncia contra o deputado um pedido de recolhimento domiciliar noturno. Se a Suprema Corte concordar, avalia Lúcio, a medida só poderá ser implementada se for avalizada pelo plenário da Câmara.
Pela Constituição o Supremo só pode mandar prender um parlamentar em caso de flagrante de crime inafiançável. Ainda assim, o artigo 53 da Constituição prevê que a prisão só pode ser mantida se o Legislativo autorizar. Mas o recolhimento domiciliar noturno é uma das sanções cautelas diferentes da prisão que estão enumeradas no artigo 319 do Código de Processo Penal. Chegou a ser imposta ao tucano Aécio Neves. Esse mesmo artigo permite o afastamento das funções públicas, como havia decido o Supremo em relação a ex-deputado Eduardo Cunha, em 2016.
Foi graças a esse afastamento de Cunha do mandato parlamentar e da presidência da Câmara que partidos aliados do ex-todo poderoso do PMDB ajuizaram no Supremo uma ação que acabou sendo utilizada para aliviar a barra de Aécio. Na peça, os parceiros de Cunha alegaram que, a exemplo do que já ocorre com a prisão em flagrante, também as sanções cautelares contra parlamentares teriam de ser submetidas em 24 horas à Câmara ou ao Senado. As Casas legislativas poderiam referendar ou derrubar as decisões do Supremo.
Numa sessão tumultuada, o Supremo concedeu a Aécio o que sonegara a Cunha. Por 6 votos a 5, os ministros da Corte decidiram que, a exemplo do que ocorre com as prisões em flagrante, também as sanções cautelares diferentes do encarceramento deveriam ser submetidas ao Legisaltivo num prazo de 24 horas. Nas pegadas dessa decisão, o plenário do Senado derrubou sanções que a 1ª Turma do Supremo havia imposto a Aécio Neves, entre elas a suspensão do mandato e o recolhimento noturno. Lúcio Vieira Lima não parece ver sentido em ser tratado como um sub-Aécio.
No Supremo, o caso do bunker milionário de Salvador é relatado pelo ministro Edson Fachin, o mesmo relator da Lava Jato. Ele foi voto vencido no caso de Aécio Neves. Ele pode decidir sobre Lúcio Vieira Lima monocraticamente (sozinho) ou pode submeter a encrenca ao plenário da 2ª Turma da Corte.

Denúncia deixou Geddel mais perto da delação


Num instante em que o Planalto cultiva a fábula segundo a qual a recuperação da economia pode fazer de Michel Temer um candidato à reeleição, ganhou as manchetes a denúncia contra o ex-ministro Geddel Vieira Lima. Refere-se aos R$ 51 milhões que a Polícia Federal encontrou num apartamento de Salvador. Companheiro de 30 anos de Temer, Geddel foi acusado de associação criminosa e lavagem de dinheiro. Amigos do ex-ministro avaliam que ele ficou mais próximo de uma delação.
Geddel não foi à berlinda sozinho. A Procuradoria-Geral da República denunciou junto com ele, entre outras pessoas, o irmão Lúcio Vieira Lima (PMDB-BA), deputado federal, e a mãe de ambos Marluce Vieira Lima. Geddel está preso preventivamente na penitenciária da Papuda, em Brasília. A equipe da procuradora-geral Raquel Dodge pegará em lanças para obter o recolhimento domiciliar de Lúcio e de Marluce. Um interlocutor freqüente de Geddel, amigo da família, avalia que o ex-ministro de Temer fará o que for necessário para poupar a mãe, que ficou viúva recentemente, de constrangimentos criminais.
Assim, não é certo que Temer consiga realizar o sonho de se tornar um candidato à própria sucessão. Mas Geddel ainda pode realizar os pesadelos do presidente. Nada impede que, a caminho do céu hipotético que criou para si mesmo, Temer seja devorado por um amigo antropófago a caminho do inferno.

Josias de Souza
05/12/2017 05:31

PSD de Meirelles resiste à reforma da Previdência e a maioria prefere adiar

Ao comentar a dubiedade do compromisso do tucanato com a reforma da Previdência, Henrique Meirelles ironizou: “Não quero ter a pretensão de entender o PSDB.” A frase revela que o nariz do ministro da Fazenda é capaz de quase tudo. Brilha, espirra, coça, mete-se onde não é chamado… Só não consegue farejar o cheiro de queimado que exala do seu partido, o PSD. A grossa maioria da bancada federal da legenda não se dispõe a aprovar a reforma da Previdência. Num comportamento que desafia o entendimento de Meirelles, os deputados do PSD preferem adiar a encrenca para depois das eleições de 2018.
Além da pasta da Fazenda, o PSD controla o Ministério da Ciência e Tecnologia, onde dá as cartas o seu presidente licenciado, Gilberto Kassab. A legenda ocupa na Câmara 38 poltronas. Em privado, os correligionários de Meirelles estimam que apenas oito dos seus deputados se dispõem a votar a favor das mexidas previdenciárias. O flagelo é omitido ou negado em público para não constranger o titular da Fazenda.
Ocorre com o PSD de Meirelles e Kassab um fenômeno que se reproduz em todas as legendas governistas. Muitos deputados até teriam a disposição de arrostar o desgaste de votar a favor da reforma se tivessem a certeza de que a proposta seria aprovada. Como a perspectiva é a de que o Planalto não consiga colecionar os 308 votos de que necessita, os aliados não querem se desgastar com o eleitorado em vão.
Ironicamente, Meirelles é um ex-tucano. Em 2002, elegeu-se pelo PSDB como o deputado mais votado do Estado de Goiás. Convidado por Lula para presidir o Banco Central já no primeiro governo do PT, Meirelles não hesitou em renunciar ao mandato que acabara de conquistar. Desfiliou-se do PSDB. Posteriormente, fez baldeação no PMDB antes de chegar ao PSD, legenda que nasceu de uma costela do DEM de Rodrigo Maia, o presidente da Câmara. Ao criticar seu ex-ninho e silenciar sobre o PSD, Meirelles comporta-se como um sujeito que toca corneta sob um telhado de vidro.
Josias de Souza