quinta-feira, 23 de maio de 2019

As redes e as ruas forçaram recuo sobre criação de ministérios

quarta-feira, 22 de maio de 2019

Presidente da Câmara, Rodrigo Maia, vai pagar a maior fatura, mas vai sobrar também para o presidente do Senado Davi Alcolumbre, o líder do governo Fernando Bezerra e o ministro Onyx Lorenzoni, que, vergonhosamente, negociaram a recriação da pasta:

O recuo na criação do Ministério das Cidades tem um grupo visível de vencedores: os militantes alinhados ao governo que ameaçam ir às ruas e atacaram o acordo nas redes sociais desde o dia em que ele foi firmado, há duas semanas. O campo dos derrotados, por sua vez, é amplo, mas tem um quarteto na linha de frente: os presidentes da Câmara, Rodrigo Maia, e do Senado, Davi Alcolumbre, o líder do governo Fernando Bezerra e o ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, que negociaram a recriação da pasta.
Dos quatro, Maia é quem deve pagar a maior fatura. A recriação do ministério foi apontada inicialmente como resultado de uma pressão do Centrão. Só que os líderes dos principais partidos deste grupo negaram ter dado aval à negociação e jogaram a responsabilidade pela conversa no colo do presidente da Casa. Não à toa, argumentaram, o principal cotado para assumir a pasta era o ex-ministro Alexandre Baldy, amigo de Maia. Ao final, a imagem que ficou era de que o presidente da Câmara estava usando o parlamento para emplacar um aliado no Executivo.
Ao recuar do acordo, o Congresso parece admitir ter caído em uma armadilha ao tentar emparedar o presidente da República. Bolsonaro deixou claro desde o primeiro momento que os termos da negociação foram levados a ele já prontos e, em entrevista, fez questão de dizer que exigiria que o nome do ministro fosse indicado pela Frente dos Municípios.

Se o presidente preserva assim a imagem de que não aceita o fisiologismo, por outro lado mina ainda mais a frágil articulação política de seu governo. Em Brasília, o respeito aos acordos firmados entre líderes é central para o andamento da pauta congressual.
Se não quiser passar os próximos anos vendo suas propostas caminharem aos soluços, algo parecido com um diálogo sério e transparente precisará ser institucionalizado entre Executivo e Legislativo. A menos que o presidente já tenha optado por apostar todas as fichas na pressão permanente como método de governo. E é bom lembrar que esta pode funcionar em temas populares, mas dificilmente será efetiva em temas áridos e complexos como as reformas econômicas. (O Globo). DO O.TAMBOSI

MAIS DE 350 CIDADES EM TODO O BRASIL JÁ CONFIRMARAM MANIFESTAÇÕES PRÓ-BOLSONARO EM 26/05, SEGUNDO O 'MOVIMENTO AVANÇA BRASIL'. SAIBA QUAIS SÃO AS PAUTAS PRINCIPAIS.



quinta-feira, maio 23, 2019

Em sua página no Facebook, conforme o print acima, a postagem do Presidente Jair Bolsonaro em relação à iniciativa popular da manifestação marcada para o próximo domingo, dia 26 de maio de 2019.
Segundo o Movimento Avança Brasil, uma das organizações populares que articula as manifestações em apoio ao Presidente Jair Bolsonaro, anunciou que até, ontem, quarta-feira (dia 22/05/2019), mais de 350 cidades em praticamente todos os Estados do Brasil confirmaram a realização de eventos, incluindo passeatas, em apoio ao Governo Bolsonaro e, principalmente, às reformas propostas e encaminhadas ao Congresso Nacional.

O site do jornal O Estado de S. Paulo publicou um matéria sobre essas manifestações e que inclusive foi recomendada no site do Movimento Avança Brasil. Faço a transcrição a parte inicial desta matéria do Estadão com link ao final para que os leitores possam ler no original que contém uma série de links.

Transcrevo também o texto que realmente oferece informações a respeito dos temas que serão enfocados nessas manifestações. Além disso, clicando aqui os leitores irão diretamente à relação das cidades e locais onde ocorrerão manifestações.

Seque a matéria do Estadão que expõe os temas que serão as bandeiras dessa manifestação que tem capilaridade nacional. Leiam:

Os atos favoráveis ao governo Jair Bolsonaro marcados para o próximo domingo, 26, têm causado divergência entre partidos, integrantes do PSL e apoiadores do presidente. Três assuntos, no entanto, são unânimes para a maior parte das pessoas que vão sair às ruas: a aprovação da reforma da Previdência, do pacote anticrime do ministro Sérgio Moro e a votação da medida provisória 870, que trata da reforma administrativa e perde a validade em 3 de junho. Caso a MP caduque, o governo seria obrigado a recriar até dez ministérios. 
Alguns grupos defendem ainda o enfrentamento ao Centrão e também a criação da CPI da Lava Toga, para investigar o que qualificam como ativismo por parte de integrantes do poder Judiciário. O presidente anunciou que não vai e orientou ministros a não participarem dos atos. A manifestação também dividiu o PSL, que não vai apoiá-lo institucionalmente. Entenda, abaixo, algumas das reivindicações dos grupos: 
Aprovação da Reforma da Previdência
Uma das principais bandeiras do governo, a reforma da Previdência é vista por setores da economia como necessária para "destravar" o País, atrair investimentos internacionais e reduzir o déficit nas contas públicas. A proposta de emenda à Constituição (PEC) que trata da mudança nas regras de aposentadoria está na Comissão Especial na Câmara dos Deputados. Antes, passou pela Comissão de Constituição e Justiça da mesma Casa. A estimativa do governo é de economizar R$ 1 trilhão com a mudança. Entenda o que muda com a reforma da Previdência. 
O ministro Sérgio Moro, da Justiça e Segurança Pública, apresentou no início de fevereiro um projeto de lei para fortalecer o combate à corrupção, aos crimes violentos e à criminalidade organizada. A proposta altera leis e o Código Penal. Até o momento, o projeto está na Câmara e não foi votado. Não passou por nenhuma comissão ainda. 
Aprovação da medida provisória 870
A medida provisória 870, da reforma administrativa, diminuiu o número de ministérios de 29 para 22. Ela é válida até 3 de junho e, se não for votada, perde a validade. A medida colocou o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) na alçada do ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, mas deputados querem enviá-lo de volta para o Ministério da Economia.
A comissão de deputados e senadores que analisa a medida provisória da reforma ministerial decidiu por essa mudança. O grupo também decidiu pela transferência da Fundação Nacional do Índio (Funai) para o Ministério da Justiça. 
Críticas ao 'Centrão'
A atuação do chamado 'Centrão' - grupo formado por cerca de 230 deputados de diversos partidos que não se alinham nem à oposição nem ao governo - tem causado desconforto em alguns segmentos da sociedade. Um dos grupos descontentes é o Movimento Avança Brasil (MAB). CEO do movimento, Eduardo Platon diz que o MAB vai manifestar para repudiar o comportamento de "bloqueio de pautas" do Centrão.
"Esses políticos atuam como negociadores, não estão comprometidos com as agendas. Virou um balcão de negócios", afirma. "Esse pessoal do Centrão funciona quando aperta o calo deles. Quando não aperta, recuam nas pautas. Então, a gente procura manter sempre uma vigilância", afirmou o responsável pelo grupo fundado em fevereiro de 2015 que foi atuante no impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff e na eleição. 
CPI Lava Toga 
Segundo alguns dos organizadores dos protestos, uma parcela do Judiciário nacional atua de maneira política e não técnica. Eles apoiam a criação da CPI da Lava Toga, para investigar eventuais abusos. Em março, senadores protocolaram um requerimento para criar a comissão parlamentar de inquérito para investigar o "ativismo judicial" em tribunais superiores.
O documento, que conta com 29 assinaturas, foi a segunda tentativa de emplacar a comissão no Senado. O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), disse, à época, que a medida não faria bem para o Brasil. "Topo fazer um diálogo em relação à reforma e ao aprimoramento da questão do Judiciário. Não vejo neste momento uma CPI do Judiciário e dos tribunais superiores. Não vai fazer bem para o Brasil", afirmou.

Alcolumbre também citou o regimento interno do Senado que proíbe esse tipo de CPI. O artigo 146 prevê que CPIs sobre matérias pertinentes à Câmara dos Deputados, às atribuições do Poder Judiciário e aos Estados não serão admitidas. "Seria um conflito que nós criaríamos contra o regimento interno do Senado num momento decisivo da história do Brasil", afirmou.