sexta-feira, 11 de maio de 2018

Juíza manda prender acusados de tentativa de homicídio contra empresário em frente ao Instituto Lula

Débora Faitarone, da 1ª Vara do Juri de São Paulo, decretou a prisão preventiva de Manoel Eduardo Marinho, o ‘Maninho do PT’, e seu filho, Leandro Eduardo Marinho, que, na noite de 5 de abril, foram filmados agredindo Carlos Alberto Bettoni, que foi internado com traumatismo craniano

Luiz Vassallo, Fausto Macedo e Julia Affonso
11 Maio 2018 | 17h34 DO ESTADÃO
A Juíza Débora Faitarone, da 1ª Vara do Juri de São Paulo, decretou a prisão preventiva do ex-vereador Manoel Eduardo Marinho, o ‘Maninho do PT’, e seu filho, Leandro Eduardo Marinho, acusados de tentativa de homicídio duplamente qualificado – ‘por motivo torpe e por dificultar a defesa da vítima’ – contra o empresário Carlos Alberto Bettoni, no dia 5 de abril, em frente à sede do Instituto Lula, em São Paulo.
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Na decisão a magistrada também recebeu a denúncia contra Manoel e Leandro. Ela destaca que ‘a vítima permaneceu dias na UTI’.
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“O estado de saúde dela ainda é gravíssimo, não obstante já tenha deixado o hospital. O laudo pericial juntado aos autos acusa traumatismo craniano (ferimento corto contuso na região da cabeça com afundamento parietal posterior a esquerda. Hemorragia em lobo frontal e temporal direitos e traumatismo com fraturas na porção óssea do septo nasal)”, anotou.

Segundo a magistrada, Maninho e seu filho ‘contaram com a impunidade, que não veio e não virá’. “Eles não podem permanecer em liberdade após a prática de um crime doloso contra a vida, praticado de maneira tão covarde”.
“As imagens demonstraram que a vítima, por diversas vezes, pediu para que os réus mantivessem a calma. Ela ergueu o braço, com a palma da mão aberta e implorou para que eles cessassem as agressões. Ela tentou fugir dos réus, mas infelizmente não conseguiu”, afirmou.
No despacho, a juíza ainda avalia que a ‘liberdade dos acusados geraria, na sociedade, uma enorme sensação de impunidade e a impunidade é um convite ao crime’.
“O Brasil é o país com o maior número de homicídios do mundo e isso exige responsabilidade social por parte do Poder Judiciário”, escreveu.
A juíza afirma que, após empurrar o empresário contra o caminhão, ‘mesmo com a vítima caída, com uma poça de sangue que escorria pela sua cabeça em via pública (ela parecia estar convulsionando), os réus afastaram-se do local, demonstrando frieza e total desprezo pela vida humana’.
“A vítima foi socorrida por populares, que gritaram por uma ambulância. Os gritos dos populares são de desespero. As imagens demonstraram, de maneira clara, toda a cena”, narra.
Denúncia. Nesta quinta-feira, 10, o promotor Luiz Eduardo Levit Zilberman denunciou o ex-vereador e seu filho por tentativa de homicídio duplamente qualificado. Segundo o promotor, o crime foi cometido por motivo torpe ‘decorrente de intolerância diante da suposição de que a vítima estivesse no local a protestar contra o ex-presidente da República e seus apoiadores políticos’ e com emprego de meio cruel.
Zilberman pediu o arquivamento do caso em relação ao sindicalista Paulo Cayres, conhecido como ‘Paulão’, que chegou a ser indiciado.

COM A PALAVRA, MANINHO
A reportagem está tentando contato com a defesa de Manoel Eduardo Marinho e Leandro Eduardo Marinho. A reportagem também entrou em contato por meio do celular de Maninho. O espaço está aberto para manifestação.
COM A PALAVRA, OS ADVOGADOS DO EMPRESÁRIO BETTONI
Na opinião dos advogados Daniel Bialski e João Batista Jr, que representam o empresário Carlos Alberto Bettoni, ‘a prisão cautelar decretada, além de muito bem fundamentada, atende os anseios da sociedade e traz segurança para que testemunhas e vítima possam ter tranquilidade para depor em juízo e aguardar o julgamento pelo Tribunal do Júri’.

Militares contestam documento da CIA sobre Geisel

sexta-feira, 11 de maio de 2018

A resposta dos militares veio do Clube Militar, presidido por Gilberto Pimentel, que qualifica a publicação como "inteiramente fantasiosa":
A resposta dos militares à divulgação do documento da CIA de 1974, que contesta a imagem do ex-presidente Ernesto Geisel de defensor da abertura política e o acusa de ter endossado a execução de presos políticos, veio por meio do presidente do Clube Militar, Gilberto Pimentel. Ao comentar o material, agora divulgado pelo pesquisador brasileiro da Fundação Getúlio Vargas, Matias Spektor, o general classificou a publicação como "inteiramente fantasiosa".
Sem citar diretamente o nome do deputado-capitão Jair Bolsonaro (PSL), pré-candidato ao Palácio do Planalto, o general Pimentel disse que a publicação acontece no momento em que ele está em posição privilegiada nas pesquisas eleitorais e que um número expressivo de militares decidiu se candidatar a diversos cargos nas próximas eleições.
Depois de destacar que o documento "não vale um tostão furado", o general Pimentel afirmou à reportagem que os ex-presidentes Ernesto Geisel e João Figueiredo foram "homens de bem" e que os que viveram este tempo "sabem bem que os objetivos que estabeleceram àquela altura do governo militar não abrigavam esse tipo de ação". Segundo ele, "a ordem era restabelecer a plenitude da democracia e devolver o poder aos civis".
Para o presidente do Clube Militar, instituição que costuma ser a voz da categoria, quando o Exército, em particular, e as Forças Armadas são atacadas, declarou que "não se surpreendia" com a divulgação de um documento e que o momento tem a ver com a posição de liderança de Jair Bolsonaro nas pesquisas, sem citar seu nome.
"A oportunidade para mim é clara", comentou. "Temos agora na liderança das pesquisas para as eleições presidenciais um candidato que surgiu do nosso meio e um grupo expressivo de militares que, democraticamente, nesses dias consolidou a intenção de candidatar-se aos mais variados cargos de governo, desde os municipais, passando pelos estaduais até os federais", justificou ele, referindo-se à matéria publicada pelo jornal O Estado de S. Paulo mostrando que pelo menos 71 militares de todos os postos pretendem se candidatar a presidente da República, senador, deputados federal, estadual e vereadores, em 25 Estados e no Distrito Federal. A única exceção é o Acre, mas os militares ainda buscam candidatos no Estado.
O general Pimentel afirmou ainda que, "em relação aos militares, aceitam como fato consumado uma versão cuja fonte e grau de veracidade sequer são colocados em dúvida". Ele criticou a forma como os militares são tratados. "Hoje, quem tem direito a distorcer os fatos são os bandidos em relação à polícia que os combate, e, ontem, os subversivos terroristas que pretenderam implantar no Brasil uma ditadura do proletariado com relação às forças legais que lhes deram combate", completou.
As afirmações do general coincidem com a opinião de militares da ativa, que não podem se pronunciar, mas salientaram que se disseram "perplexos" com a divulgação do texto "somente agora", considerada "completamente extemporânea" por eles. Todos desqualificaram o documento, alegando que eles vão contra fatos "comprovadamente históricos", que visam denegrir a imagem das Forças Armadas, além de tentar prejudicar Bolsonaro e os demais candidatos militares. (Gazeta do Povo).

Eleição presidencial: pesquisa aponta que Bolsonaro é favorito no Estado do Rio, com ou sem Lula


O deputado Jair Bolsonaro é o pré-candidato à Presidência da República que mais se destacou no levantamento feito pelo Instituto Paraná Pesquisas sobre intenção de votos dos eleitores fluminenses. No cenário em que os ouvidos na pesquisa tinham também como opção o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o parlamentar do PSL alcançou 25,1% da preferência, enquanto o petista ficou em segundo lugar, com 21,5% — um empate técnico, levando em consideração a margem de erro de 2,5% para os resultados gerais.
Ao todo, foram ouvidos 1.850 eleitores em 44 municípios do Estado do Rio, divididos em grupos por sexo, faixa etária a partir de 16 anos, grau de escolaridade e nível econômico. As entrevistas aconteceram entre os dias 4 e 9 de maio deste ano, período em que o ex-ministro do Supremo Tribunal Federal Joaquim Barbosa ainda não havia decidido se participaria ou não do pleito em outubro, aparecendo, por isso, nos vários cenários expostos pelo instituto.
Pesquisa com Lula
Na lista de pré-candidatos apresentada com o nome de Lula, a terceira colocação ficou com Marina Silva (Rede), com 9,7% dos votos. Barbosa surgia, então, em quarto lugar, com 9,4%, seguido por Ciro Gomes (PDT), que recebeu 7,0% das indicações — todos tecnicamente empatados. Quando o cenário foi apresentado sem Lula, houve poucas mudanças no quadro. Na migração dos votos de Lula, Marina Silva foi a que mais cresceu entre os primeiros colocados, subindo para 13% (alta de 3,3%). Ciro Gomes alcançou 9,9% (2,9% a mais). Mas o fato é que a situação ficou ainda mais confortável para Bolsonaro, que não só se manteve em primeiro como também teve acréscimo de votos, chegando a 27,4% (alta de 2,3%).
Pesquisa sem Lula
Outro dado relevante é que, na exposição com Lula, o número de eleitores que preferiu não votar em ninguém foi de 11,3% entre os entrevistados. Quando Lula sai da disputa, esse número salta para 17,1%, um aumento de 5,8% entre as pessoas que passariam a não votar em nenhuma das opções oferecidas.
Perfil dos eleitores
Temer x Meirelles 
O presidente Michel Temer também é mencionado nos cenários acima, recebendo 2,2% dos votos quando Lula não aparece na lista e 1,2% com o pré-candidato do PT. O Instituto Paraná Pesquisas também quis saber como seria o desempenho da outra opção do MDB, Henrique Meirelles.
O ex-ministro da Fazenda do atual governo foi colocado, então, no lugar de Temer e numa lista em que o ex-presidente Lula também não foi incluído. Nesse cenário, Meirelles recebeu 1,6% das intenções de votos, ficando empatado com a candidata do PCdoB, Manuela D’Ávila; e à frente apenas de João Amoêdo, fundador do Partido Novo e ex-executivo do Itaú, que fi cou com 1,2% das preferências; Flávio Rocha (PRB), dono da Riachuelo, com 0,7%; e o lanterna da pesquisa, o economista carioca Paulo Rabello de Castro (PSC), ex-presidente do BNDES, que obteve 0,1% dos votos. DO JB

Deu Zebra, a íntegra da conversa de hoje, entre Zanin e Lula

O tête à tête entre o advogado e o presidiário...

Presidente, o Gilmar acaba de votar e...
- Ótimo. Minhas coisa já tá na mala. É só pegá a escova de dente e tô pronto.
- Não, presidente. É que o Gilmar...
- Pode deixá a esteira aí. Eu não ia mesmo usá essa joça.
- Presidente, o Gilmar...
- E manda eles enfiá o frigobar no...
- Presidente...
- Eu já num aguentava mais esse povo berrano "Bom dia!" às dez da manhã, como se eu tivesse conseguido dormí de noite com as arruaça deles.
- Presid...

- Deixa pra avisá a Dilma só depois que eu tivé no jatinho. Vamo direto pro Sindicato com a Gleisi, e eu quero uma foto minha na janela dando uma banana pra Curitiba.
- Pres...
- Manda um zap pro Ciro dizeno que ele pode tirá o cavalinho da chuva. Cadê meus chinelo? E avisa pro Boulo que eu vô sê candidato a presidente e a vice, pra num tê golpe. Nunca confiei em nenhum desses dois.
- Pr...
- Vamo. Tamo esperano o quê?
- Presidente, o Gilmar votou contra.
- É claro que ele votô cont... cumé quié? O Gilmar votô contra?
- O Toffoli também.
- Você num tá quereno dizê que...
- Pra piorar, o Okamoto disse que foi ao sítio a convite da Marisa, e o Gilbertinho afirmou que se lembra perfeitamente de uma conversa que teve com o senhor na manhã do dia 15 de janeiro - mas não sabe o ano, se foi antes ou depois das 111 "visitas" que o senhor fez ao imóvel.
- Então essa sacola na sua mão não é uma 51?
- Não. É um pijama de flanela e umas pantufas, porque os invernos nos próximos doze anos, segundo a Maju, vão ser uma friaca daquelas. DO J.DACIDADE

Situação do PT se tornou simples como o ABC


Josias de Souza

A situação política do PT se complica a cada dia. De tão complicada, vai ficando simples. Simples como o ABC. Existe o Plano A: Lula. Está preso em Curitiba. Existe o Plano B: Jaques Wagner. É investigado num caso que envolve R$ 82 milhões em propinas e caixa dois da Odebrecht e da OAS. Existe o Plano C: Fernando Haddad. Acaba de ser denunciado sob a acusação de uso eleitoral de R$ 2,6 milhões em propinas extraídas da Petrobras pela construtora UTC.
É de dar pena a encrenca em que se meteu o petismo. Não sabe se escolhe um vice para arrastar a bola de ferro do presidenciável preso ou se substitui Lula por um poste antes que a Justiça Eleitoral carimbe em sua biografia o título de ficha-suja. Trata Ciro Gomes com os pés mesmo sabendo que não dispõe de nenhuma boa alternativa à mão.
Se o PT tivesse algo novo a oferecer, já teria aparecido alguém sugerindo que o partido fechasse para balanço pelo menos até a convenção de julho. Os companheiros conseguiram demonstrar que agremiações partidárias também podem falir. O partido da estrela vermelha foi à breca.

Dos 27 diretórios do MDB, 20 rechaçam Alckmin


Ao ensaiar uma tabelinha eleitoral entre o seu MDB e o PSDB de Geraldo Akckmin, Michel Temer deixou no ar uma dúvida à moda de Garrincha: combinou com os russos? Avisado sobre a má repercussão que a ideia tivera entre os “russos” do MDB, o Vicente Feola do Palácio do Planalto encomendou uma pesquisa interna. Constatou que 74% dos diretórios estaduais do partido rechaçam o apoio à candidatura presidencial de Alckmin. Repetindo: dos 27 diretórios da legenda nos Estados, 20 são contrários à aliança nacional com o PSDB.
O resultado da pesquisa feita pelo Planalto foi divulgado na edição desta sexta-feira de O Globo. De acordo com o levantamento, a proposta de apoio a Alckmin sofreria uma derrota vexatória se o MDB reunisse hoje sua convenção nacional. A aliança com o tucano seria refutada por 508 dos 629 votos disponíveis. Esse resultado sepulta o plano de Temer, forçando o presidente a considerar a hipótese de tratar com menos desapreço a candidatura do ex-ministro da Fazenda Henrique Meirelles, que trocou o PSD pelo MDB para disputar o Planalto.
Temer já comunicou aos correligionários que decidiu retirar do jogo a carta da sua reeleição. Em verdade, não foi uma opção. As evidências se encarregaram de retirar do baralho de 2018 um presidente crivado de acusações de corrupção e reprovado por sete em cada dez brasileiros. Resta saber se o MDB se entusiasmará com a opção de apoiar Meirelles, um candidato com 1% nas pesquisas. Um pedaço do partido se equipa para levar à convenção a proposta de que o partido não lance candidato próprio à Presidência, priorizando as eleições para o Legislativo. DO J.DESOUZA

Sensação de superioridade do PSDB enferrujou



Num instante em que o Supremo começa a tirar de dentro do foro os privilegiados com mandato, o procurador-geral de Justiça de São Paulo, Gianpaolo Smanio, deseja devolver o privilégio a quem já não tem nem mandato nem foro. Ele retirou das mãos do promotor Ricardo Castro o inquérito que apura se Geraldo Alckmin cometeu improbidade administrativa no caso dos R$ 10,3 milhões que a Odebrecht diz ter repassado por baixo da mesa para as campanhas do tucano em 2010 e 2014.
O procurador-geral alega que precisa decidir com quem ficará o inquérito contra Alckmin. O doutor Ricardo se considera o “promotor natural” do caso. Enquanto perdurar a fratura no Ministério Público paulista, ficará anestesiada a investigação contra um candidato à Presidência da República. A única apuração disponível depois que o STJ enviou as acusações contra Alckmin para a Justiça Eleitoral, desviando o candidato da Lava Jato.
O chefe do Ministério Público de São Paulo tem a prerrogativa legal de cuidar dos casos cíveis envolvendo o governador do Estado. Mas Alckmin é ex-governador. Certas decisões são tão inexplicáveis que dispensam explicação. O PSDB governou São Paulo de 1995 até o último dia 6 de abril. Em 23 anos meteu-se em escândalos tão graves quanto mal investigados: Siemens, Alston, Odebrecht… Alckmin e seus companheiros de ninho dizem não ter nada a ver com nada. Mas sem pratos limpos, nada pode ser uma palavra que ultrapassa tudo. É por isso que a sensação de superioridade do tucanato enferrujou.
Josias de Souza