sexta-feira, 11 de maio de 2018
A resposta dos militares
veio do Clube Militar, presidido por Gilberto Pimentel, que qualifica a
publicação como "inteiramente fantasiosa":
A resposta dos
militares à divulgação do documento da CIA de 1974, que contesta a
imagem do ex-presidente Ernesto Geisel de defensor da abertura política e
o acusa de ter endossado a execução de presos políticos, veio por meio
do presidente do Clube Militar, Gilberto Pimentel. Ao comentar o
material, agora divulgado pelo pesquisador brasileiro da Fundação
Getúlio Vargas, Matias Spektor, o general classificou a publicação como
"inteiramente fantasiosa".
Sem citar diretamente
o nome do deputado-capitão Jair Bolsonaro (PSL), pré-candidato ao
Palácio do Planalto, o general Pimentel disse que a publicação acontece
no momento em que ele está em posição privilegiada nas pesquisas
eleitorais e que um número expressivo de militares decidiu se candidatar
a diversos cargos nas próximas eleições.
Depois de destacar
que o documento "não vale um tostão furado", o general Pimentel afirmou à
reportagem que os ex-presidentes Ernesto Geisel e João Figueiredo foram
"homens de bem" e que os que viveram este tempo "sabem bem que os
objetivos que estabeleceram àquela altura do governo militar não
abrigavam esse tipo de ação". Segundo ele, "a ordem era restabelecer a
plenitude da democracia e devolver o poder aos civis".
Para o presidente do
Clube Militar, instituição que costuma ser a voz da categoria, quando o
Exército, em particular, e as Forças Armadas são atacadas, declarou que
"não se surpreendia" com a divulgação de um documento e que o momento
tem a ver com a posição de liderança de Jair Bolsonaro nas pesquisas,
sem citar seu nome.
"A oportunidade para
mim é clara", comentou. "Temos agora na liderança das pesquisas para as
eleições presidenciais um candidato que surgiu do nosso meio e um grupo
expressivo de militares que, democraticamente, nesses dias consolidou a
intenção de candidatar-se aos mais variados cargos de governo, desde os
municipais, passando pelos estaduais até os federais", justificou ele,
referindo-se à matéria publicada pelo jornal O Estado de S. Paulo
mostrando que pelo menos 71 militares de todos os postos pretendem se
candidatar a presidente da República, senador, deputados federal,
estadual e vereadores, em 25 Estados e no Distrito Federal. A única
exceção é o Acre, mas os militares ainda buscam candidatos no Estado.
O general Pimentel
afirmou ainda que, "em relação aos militares, aceitam como fato
consumado uma versão cuja fonte e grau de veracidade sequer são
colocados em dúvida". Ele criticou a forma como os militares são
tratados. "Hoje, quem tem direito a distorcer os fatos são os bandidos
em relação à polícia que os combate, e, ontem, os subversivos
terroristas que pretenderam implantar no Brasil uma ditadura do
proletariado com relação às forças legais que lhes deram combate",
completou.
As afirmações do
general coincidem com a opinião de militares da ativa, que não podem se
pronunciar, mas salientaram que se disseram "perplexos" com a divulgação
do texto "somente agora", considerada "completamente extemporânea" por
eles. Todos desqualificaram o documento, alegando que eles vão contra
fatos "comprovadamente históricos", que visam denegrir a imagem das
Forças Armadas, além de tentar prejudicar Bolsonaro e os demais
candidatos militares. (Gazeta do Povo).
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