segunda-feira, 23 de março de 2015

AVALIAÇÃO DE DILMA ATINGE MÍNIMA HISTÓRICA EM PESQUISA CNT/MDA



A avaliação do governo da presidente Dilma Rousseff atingiu em março deste ano o segundo pior nível histórico, segundo pesquisa CNT/MDA divulgada nesta segunda-feira (23). No total, 64,8% dos entrevistados consideram o governo da petista ruim ou péssimo, contra 10,8% que o avaliam como ótimo ou bom.
Outros 23,6% consideram que o governo Dilma Rousseff é regular e 0,8% não sabem ou não responderam.
O pior índice registrado pela pesquisa foi em setembro de 1999, no segundo mandato do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB). Na época, o governo do tucano foi avaliado positivamente por apenas 8% dos entrevistados e 65% fizeram avaliação negativa de sua gestão.
A pesquisa também mostra que a avaliação pessoal da presidente é a pior da série histórica da CNT/MDA. Entre os entrevistados, 77,7% desaprovam a presidente, contra 18,9% que a aprovam. Outros 3,4% não sabem ou não responderam. A pesquisa começou a ser realizada em julho de 1998.
A última pesquisa CNT/MDA que fez a avaliação do governo Dilma Rousseff foi realizada em setembro de 2014, antes das eleições que reelegeram a petista. Na época, o governo Dilma foi avaliado de forma positiva por 41% dos entrevistados, contra 24% que fizeram avaliação negativa.
A pesquisa realizou 2002 entrevistas entre os dias 16 e 19 de março, logo após os protestos contrários ao governo federal, em 137 municípios de 25 Estados. A margem de erro é de 2,2 pontos percentuais.
SEGUNDO MANDATO
O levantamento aponta que 75,4% dos entrevistados consideram o segundo mandato de Dilma pior que o primeiro, enquanto 2,8% o avaliam como melhor e 16,4% o consideram igual. Outros 4,4% acham não ser possível fazer essa avaliação e 1% não sabem ou não responderam.
Segundo a pesquisa, 84% dos entrevistados consideram que Dilma não cumpre em seu segundo mandato o que prometeu durante a campanha eleitoral. Outros 4,7% consideram que ela cumpre suas promessas, 12,9% avaliam que as promessas são cumpridas parcialmente e 1,4% não sabem ou não responderam.
O levantamento também questionou os eleitores sobre uma eventual disputa para a presidência da República neste momento entre Dilma e senador Aécio Neves (PSDB-MG). O tucano seria eleito com 55,7% dos votos contra 16,6% recebidos por Dilma. Os brancos e nulos somaram 22,3% e 5,4% não sabem ou não responderam.
Entre os entrevistados, 41,6% declararam ter votado em Dilma nas eleições de outubro do ano passado contra 37,8% que votaram em Aécio. Outros 10,8% afirmaram ter votado em branco ou nulo, 8,7% não votaram e 1,1% não lembram ou não responderam.
A pesquisa também perguntou aos eleitores se o governo Aécio Neves estaria melhor que o de Dilma Rousseff neste momento, caso o tucano tivesse sido eleito em outubro.
No total, 38% dos entrevistados consideram que estaria melhor, contra 32,6% que consideram igual e 17,4% que acham que a gestão do tucano seria pior. Os que não responderam ou não sabem somam 1,2%.
Em relação a um eventual pedido de impeachment de Dilma, 59,7% responderam ser favoráveis e 34,7%, contrários. Outros 5,6% não sabem ou não responderam.
PETROBRAS
Em relação às denúncias de corrupção da Petrobras, 68,9% dos entrevistados consideram que Dilma é culpada pelo esquema de desvio de recursos na estatal, contra 23,7% que não têm essa avaliação. Outros 7,4% não sabem ou não responderam. O ex-presidente Lula também é considerado culpado pelas irregularidades na estatal por 67,9% dos entrevistados, contra 23,7% que discordam.
A pesquisa mostra que 75,7% dos entrevistados sabem da lista dos políticos que teriam envolvimento com o escândalo de corrupção na Petrobras. No total, 90,1% dos entrevistados consideram que os citados na lista estão envolvidos nas irregularidades, mas 65,7% acreditam que não serão punidos. Apenas 28,4% dos entrevistados acreditam em punições aos culpados.
Segundo o levantamento, 83,2% dos entrevistados apoiam as manifestações contra o governo realizadas no dia 15 de março e 15,7% são contrários. Mas apenas 3,9% responderam ter participado dos protestos, contra 96,1% que não estiveram presentes.
CRISE
A pesquisa mostra que 53,9% dos entrevistados consideram que a reforma política vai ajudar, pelo menos em parte, para resolver a crise política do país. Outros 33,2% não acreditam na reforma como solução e 12,9% não sabem ou não responderam.
Metade dos entrevistados apontaram a corrupção como maior desafio do governo federal, seguido por saúde (37,1%) e economia (29,3%).
Em relação à crise econômica, 66,9% consideram que as medidas adotadas pelo governo federal não vão solucionar os problemas no campo econômico e 25,2% são otimistas em relação ao resultados das medidas. No total, 92,8% dos entrevistados responderam estar preocupados com a crise na economia do país. O tempo para resolver a crise será de longo prazo (3 a 4 anos) segundo 51% dos entrevistados, enquanto 10,7% acham que será solucionada em um ano.
O levantamento aponta que 82,9% dos entrevistados consideram que Dilma não sabe lidar com a crise, contra 13,8% que pensam o contrário. Outros 3,3% não sabem ou não responderam. DA FOLHA...

REYNALDO-BH: Acordo de leniência (espécie de delação premiada para empresas) que o lulopetismo quer é hiena tomando conta de galinheiro. Estão pensando que nós somos palhaços

Ilustração: roaddahl.com
Ilustração: roaddahl.com
Post do LeitorVamos lá. Não há necessidade de ser lido por quem é honesto intelectualmente, ético ou que saiba um mínimo sobre os poderes republicanos.
Vamos falar de acordos de leniência? São – grosso modo – uma delação premiada para pessoas jurídicas.
Uma empresa que corrompe e participa de corrupção, pode – com o uso de acordos de leniência – ter suas penas diminuídas. E estas são pesadas. Até 20% do faturamento bruto da empresa além da mais que necessária proibição de ser contratada por qualquer órgão público.
Assim como na delação premiada, os acordos de leniência são conduzidos pelo Ministério Público (que não tem ligações de hierarquia com nenhum dos Poderes republicanos, sendo um instrumento da coletividade e busca de Justiça) e do Tribunal de Contas da União (ligado ao Poder Legislativo), pois este tem dados de TODAS as esferas públicas (estado, municípios, União e estatais) e representa os cidadãos que elegem o Congresso.
Dilma acaba de propor uma “lei anticorrupção”. Mais uma: afinal, em 2005, Lula anunciou a mesma intenção. Com pompa e circunstância. Deu no mensalão e petrolão.
A novidade da proposta do lulopetismo dilmista que se desintegra, é que a Controladoria Geral da União (CGU) poderá de MODO AUTÔNOMO (ou seja, SOZINHO) aceitar e assinar acordos de leniência.
Mas o que vem a ser a CGU? É um órgão subordinado À PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA! São advogados que constitucionalmente DEFENDEM o Estado.
Agora defende o Estado dos crimes envolvendo o próprio Estado! Um escárnio!
O controlador Luis Inácio Adams é conhecido por ter NENHUMA qualificação profissional como operador do Direito e defender os que ROUBARAM o Estado no mensalão.
Inverteu os papéis: ao invés de acusar ladrões de cofres públicos, subiu à tribuna do Supremo para defender a quadrilha.
E o que propõe a CGU? Que assine SOZINHA (isolando o Ministério Público) os ditos acordos com PENAS que são no mínimo, risíveis. Devolução do que roubaram e com isso, liberação para CONTINUAR a serem fornecedores do Estado.
Ou seja, o empreiteiro corrupto pode roubar com a certeza de que se for pego, paga somente o que foi roubado a mais. Pagando, continua na atividade criminosa.
Assim, as OAS, Oderbrecht, UTC, Camargo Correia, JD Assssoria, etc. pagariam os subornos desviados ao PT (com o roubo da Petrobras) e estariam livres para continuar a roubar em novos contratos.
Assim, devolvam os 3% do PT e continuem a serem FORNECEDORES. Em qualquer nível.
É impressão minha ou eles continuam acreditando que somos PALHAÇOS?
Não sei. Mas temos por cá, a certeza que eles são mesmo hienas tentando tomar conta do galinheiro.
DO RICARDOSETTI

Maioria dos brasileiro já é favorável ao impeachment de Dilma Rousseff

Três em cada 5 brasileiros já concordam que Dilma deveria deixar a presidência do Brasil a exemplo de Collor em 1992. Quatro em cada 5 brasileiros reprovam sua atuação como presidente.

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Pesquisa CNT/MDA divulgada na tarde de hoje traz um importante dado para a crise política vivida no Brasil: o número de brasileiros favoráveis ao impeachment de Dilma Roussef já é maioria. Realizada entre os dias 16 e 19 de março, portanto, após os protestos do dia 15, o levantamento aponta que 59,7% dos entrevistados concordam que o a chefe do executivo deveria ser legalmente impedida de seguir comandando o país. Mais ainda: que 77,7% não aprova seu desempenho.
Há mais alguns dados levantados resumindo bem a situação atual. Se o segundo turno fosse hoje, 55,7% dos entrevistados dizem que votariam no candidato da oposição, Aécio Neves, contra apenas 16,6% que repetiriam o voto depositado em favor de Dilma Roussef. Em votos válidos, isso representa uma surra de 77% a 23% para o candidato tucano. Para cada brasileiro que pensa que com Aécio “estaria pior” (17,4%), ao menos dois brasileiros acreditam que com ele estaria melhor (38%).
Preocupa, no entanto, a falta de fé do brasileiro na justiça. Para 65,7% das respostas, ninguém será punido ao final de todo esse processo de investigação na Petrobras. Talvez resida aí parte da explicação para o fato de 40,3% dos brasileiros ainda negarem apoio à abertura de um processo de impeachment aos moldes do que derrubou Collor em 1992.

Crise hídrica x Crise energética

Por mais que a mídia bata muito mais na primeira tecla, os brasileiros, de uma forma geral, se mostram mais preocupados com a segunda. Enquanto 53,7% assumem já ter tomado alguma atitude para economizar o consumo de água, nada menos que 59,7% dizem ter feito algo semelhante pela economia de energia. A diferença, no entanto, deve refletir a abrangência de cada drama. Enquanto a seca se concentrou no sudeste brasileiro, o rigoroso ajuste recente nas contas de energia abrangeu toda a nação.
É preciso saber separar o que é verdade do que é versão. Durante a campanha, o PT vendeu ao brasileiro uma enorme e vergonhosa mentira. Quando o ditado diz que esta tem perna curta, tenta explicar que versões que se distanciam dos fatos não se sustentam por muito tempo. No caso, o trabalho do marketing petista não chegou inteiro ao final do terceiro mês. E o brasileiro quer atitudes, mesmo que drásticas, como um complexo pedido de impeachment de Dilma Rousseff.
Cabe ao cidadão mais ativo, justamente o que se dispõe a participar de protestos em casa ou nas ruas, cobrar agora essas atitudes, seja dos demais poderes, seja da oposição. Apoio popular, os números apontam, já há. Uma parcela de especialistas já enxerga uma meia dúzia de caminhos jurídicos para que se chegue ao resultado desejado. Falta vontade, ou até mesmo coragem, política. Que ela venha.
DO IMPLICANTE

“A corrupção fede!”, diz Papa Francisco

Trecho do discurso do PAPA.

Pontífice. “A corrupção fede, a sociedade corrupta fede e um cristão que deixa entrar em si a corrupção não é um cristão: fede”, disse Francisco. “Os migrantes não são pessoas de segunda categoria: são cidadãos, são filhos de Deus, são migrantes como nós, porque todos somos migrantes rumo a outra pátria”.
Referindo-se à passagem sobre a corrupção do discurso do magistrado, o Papa disse que “se nós fechamos a porta aos migrantes, se nós tiramos o trabalho e a dignidade do povo, como se chama isso? Chama-se corrupção e todos nós temos a possibilidade de sermos corruptos, ninguém pode dizer: ‘Eu nunca serei corrupto’. Não – prosseguiu Bergoglio –, é uma tentação, é um deslize para os negócios fáceis, para a delinquência, para os crimes, para a corrupção”. “Quanta corrupção há no mundo! É uma palavra feia – recordou o Papa Francisco. Porque uma coisa corrupta é uma coisa suja! Se nós encontramos um animal morto que está se degradando, que está ‘corroído’ é ruim e também fede. A corrupção fede! A sociedade corrupta fede! Um cristão que deixa entrar em si a corrupção não é cristão, fede!” Ao final do discurso Bergoglio também convidou para “seguir adiante na limpeza da própria alma, ma limpeza da cidade, na limpeza da sociedade para que não haja aquele fedor da corrupção”.

Justiça aceita denúncia contra tesoureiro do PT, Duque e mais 25

Todos são suspeitos de envolvimento em crimes descobertos na Lava Jato.
MPF apresentou denúncia na segunda-feira (16), em Curitiba.

Adriana Justi e Bibiana Dionísio Do G1 PR
Vaccari (Foto: Rede Globo)Vaccari está entre os denunciados pelo MPF
(Foto: Rede Globo)
A Justiça Federal aceitou nesta segunda-feira (23) a denúncia do Ministério Público Federal (MPF) contra o tesoureiro do Partido dos Trabalhadores (PT), João Vaccari Neto, e contra o ex-diretor de Serviços da Petrobras Renato de Souza Duque.
Ambos e mais 25 pessoas - também denunciadas pelo MPF - se tornaram réus diante da Justiça Federal sob a acusação de corrupção, lavagem de dinheiro e formação de quadrilha.

O MPF apresentou a denúncia na segunda-feira (16), dia em que a 10ª fase da Operação Lava Jato foi deflagrada. Foi nesta fase que Duque foi detido pela segunda vez. O pedido de prisão foi motivado por movimentações financeiras realizadas pelo ex-diretor em contas bancárias do exterior.
O doleiro Alberto Youssef - apontado como o líder do esquema de corrupção, desvio e lavagem de dinheiro na Petrobras - o ex-diretor de Abastecimento da estatal Paulo Roberto Costa e o engenheiro Pedro José Barusco Filho, que era gerente-executivo de Serviços e Engenharia e braço direito de Duque, também foram denunciados.

Nesta ação, o juiz Sérgio Moro, responsável pelas ações da Operação Lava Jato em primeira instância, deixou de receber denúncia contra Youssef pelo crime de corrupção, pelo fato do doleiro já responder por este crime em outras ações penais.

"Há aparentemente litispendência com as imputações já pendentes. Concedo ao MPF o prazo de cinco dias para esclarecer o ponto, especificamente se os crimes de corrupção a ele imputados na presente ação penal já não estão abarcados pelas outra denúncia", diz trecho do despacho.
Moro também faz ressalvas quanto aos acusados por intermediação das propinas, que na avaliação do magistrado, "não podem responder, pelos mesmos atos, por crimes de corrupção ativa e passiva como sugere a denúncia".
Os 27 réus são:
-Adir Assad
-Agenor Franklin Magalhães Medeiros
-Alberto Elísio Vilaça Gomes
-Alberto Youssef
-Ângelo Alves Mendes
-Augusto Ribeiro de Mendonça Neto
-Dario Teixeira Alves Júnior
-Francisco Claudio Santos Perdigão
-João Vaccari Neto
-José Aldemário Pinheiro Filho
-José Américo Diniz
-José Humberto Cruvinel Resende
-Julio Gerin de Almeida Camargo
-Lucélio Roberto Von Lehsten Góes
-Luiz Ricardo Sampaio de Almeida
-Mario Frederico Mendonça Góes
-Marcus Vinícius Holanda Teixeira
-Mateus Coutinho de Sá Oliveira
-Paulo Roberto Costa
-Pedro José Barusco Filho
-Renato de Souza Duque
-Renato Vinícios de Siqueira
-Rogério Cunha de Oliveira
-Sérgio Cunha Mendes
-Sonia Mariza Branco
-Vicente Ribeiro de Carvalho
-Waldomiro de Oliveira
A denúncia
Quinze denunciados são de empreiteiras, cinco são operadores, quatro são ligados aos operadores, dois ex-diretores da Petrobras e um ex-gerente. A denúncia envolve desvios de recursos da Petrobras em quatro obras: Refinaria Presidente Getúlio Vargas (Repar), Refinaria de Paulínia (Replan), Gasoduto Pilar/Ipojuca e Gasoduto Urucu Coari. As empresas responsáveis por estas obras são OAS, Mendes Júnior e Setal.
MPF fala sobre a Operação Lava Jato, em Curitiba (Foto: Fernando Castro/G1)MPF fala sobre a Operação Lava Jato, em Curitiba
(Foto: Fernando Castro/G1)
De acordo com a denúncia, Vaccari participava de reuniões com Duque para tratar de pagamentos de propina, que era paga por meio de doações oficiais ao PT. Dessa maneira, os valores chegavam como doação lícita, mas eram oriundas de propina.
O MPF aponta que foram 24 doações em 18 meses, no valor de R$ 4,260 milhões.
O tesoureiro do PT indicava em que contas deveriam ser depositados os recursos de propina, segundo o MPF. "Vaccari tinha consciência de que os pagamentos eram feitos a título de propina", afirmou o procurador do MPF Deltan Dallagnol durante entrevista coletiva nesta tarde, em Curitiba.
Além de Dallagnol, participam da coletiva o procurador do MPF Roberson Henrique Pozzobon e o delegado da Polícia Federal Marcio Anselmo.
Vaccari nega acusações
Em nota, a defesa do tesoureiro do PT afirma que João Vaccari Neto não participou de qualquer esquema de corrupção. De acordo com o texto, "o sr. Vaccari não ocupava o cargo de tesoureiro do PT no período citado pelos procuradores, durante entrevista no dia de hoje, uma vez que ele assumiu essa posição apenas em fevereiro de 2010."
O texto também fala sobre a origem das doações partidárias feitas ao PT. "Ele não recebeu ou solicitou qualquer contribuição de origem ilícita destinada ao PT, pois as doações solicitadas pelo sr. Vaccari foram realizadas por meio de depósitos bancários, com toda a transparência e com a devida prestação de contas às autoridades competentes", diz a nota.
GNEWS_Duque (Foto: GloboNews)Duque voltou a ser preso nesta segunda-feira (16)
(Foto: GloboNews)
Segundo o MPF, as penas para os crimes apontados são: formação de quadrilha, um a três anos; corrupção, dois anos e oito meses a 21 anos e quatro meses; e lavagem de dinheiro, de quatro anos a 16 anos e oito meses. Combinados os crimes, porém, as penas podem ultrapassar 100 anos de prisão.

Duque se cala na CPI
O ex-diretor de Serviços da Petrobras foi até a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), no Congresso Nacional, que apura as denúncias de irregularidades na estatal. Ele se recusou a responder às perguntas dos deputados federais. Já em sua primeira manifestação na CPI o ex-dirigente advertiu aos parlamentares que, por orientação de seus advogados, ele iria exercer o direito constitucional de ficar em silêncio.
Outros presos
O empresário paulista Adir Assad também foi preso. De acordo com o procurador  Pozzobon, Assad aparece como um novo operador do esquema de propina, atuando junto às empresas prestadoras de serviço à Petrobras.
Assad é engenheiro civil e promove shows e eventos no Brasil. Ele trouxe a banda U2, a cantora Amy Winehouse e Beyonce para o país. Ele também era dono das empresas JMS Terraplanagem Ltda., S Terraplanagem Ltda. e Rock Star Merketing.
Adir também já foi alvo em outros escândalos e foi investigado pela CPI do bicheiro Carlos Cachoeira, no Congresso Nacional, como suposto intermediário de propinas envolvendo a empreiteira Delta com o Departamento Nacional de Infraestrutura e Transporte (Dnit).
Também foi preso Lucélio Góes, filho de Mário Góes, apontado pela Polícia Federal como um dos operadores do esquema e que está detido desde fevereiro deste ano.
De acordo com Pozzobon, o pedido de prisão contra Adir Assad foi estruturado após a apreensão de notas fiscais na casa de Mário Góes.
10ª fase
A nova etapa foi batizada de "Que país é esse".
De acordo com os policiais, o nome faz referência a uma frase dita por Duque quando foi preso pela primeira vez, em novembro de 2014.
Ao despachar favorável ao mandado de prisão, o juiz Sérgio Moro, responsável pela Lava Jato em primeira instância, afirmou que o ex-diretor de Serviços da Petrobras "esvaziou" contas na Suíça e enviou € 20 milhões para contas secretas no principado de Mônaco. O dinheiro, que não havia sido declarado à Receita Federal, acabou bloqueado pelas autoridades do país europeu.

“Autoridades estrangeiras comprovaram que Duque recentemente movimentou seus recursos de contas na Suíça titularizados por ele para contas de outros países na Europa. Notadamente, o principado de Mônaco, ao qual recebeu ainda no segundo semestre de 2014 quantia que superava R$ 5 milhões”, disse o procurador.
Arte - Operação Lava Jato - 10ª fase (Foto: Arte/G1)

Reynaldo-BH: Chegou a conta do desastre

REYNALDO ROCHA
A leitura dos jornais e revistas deste domingo tem que ser acompanhado de um ansiolítico e um remédio para azia. Num dos grupos de que faço parte nas redes sociais, depois de ter postado uns dez tópicos sobre a tragédia mais que anunciada, recebi o seguinte post: “E aí, Reynaldo? Feliz?”

Não. Só estaria quem apostou no “quanto pior, melhor”, como fizeram os milicianos do PT, 24 horas por dia, enquanto estiveram na oposição. Além de não ter participado da montagem do desastre, tentei em vão desarmar a bomba que agora explode em nossos colos.
Sucessivas reportagens vêm mostrando que quem votou em Dilma hoje se sente enganado. Os casos exemplares são incontáveis. Na Bahia, o número de funcionários do Estaleiro Paraguaçu despencou de 7.000 para 576. Um empresário que acrescentou 100 apartamentos ao hotel de 30 quartos fechou o estabelecimento por falta de hóspedes. Outro que transformou a padaria em restaurante não chega a servir nem mesmo 10 refeições por dia. E tem a receber R$ 60.000,00 de empreiteiras que abandonaram a cidade.
Em dois meses, 36.000 trabalhadores da construção civil perderam o emprego. A indústria naval, festejada na campanha eleitoral de Dilma como “prova” da valorização da mão de obra nacional e do “Brasil que avança” demitiu 28.000 operários entre janeiro e fevereiro. A alta das contas de energia aumentou de 3% para 20% a imensidão de consumidores inadimplentes.
Se estou no mesmo barco, como poderia estar feliz? Cada dia traz uma nova agonia. E aumenta a sensação de que falhei. Melhor: falhamos. Desta vez, todos nos esforçamos. Mas não conseguimos demonstrar o que era óbvio.
O PT entendeu que ultrapassou a linha do ridículo e desistiu de culpar FHC. Mas continua procurando culpados para o desastre que provocou. Crise internacional? Qual? A que não para de elevar os níveis de emprego e renda dos Estados Unidos? A Irlanda, Portugal e até mesmo a Grécia deixaram a zona de risco. A China  vai crescer de 7% a 8%. O Brasil caminha para uma recessão de 1%.
Profissionais liberais, servidores públicos, empresários, operários — todos estão inquietos com o impacto da crise. Só se sentem confortáveis os mais de 30.000  comissionados, sem concurso, pendurados no gigantesco cabide de empregos federais. Não podem reclamar de nada. Sabem que recebem muito mais do que merecem.
A conselho do fabricante, o poste falou. Nenhum pedido de desculpas. Nenhuma admissão de erro. Nenhuma justificativa para as promessas descumpridas. E nenhum projeto para o país.
Os dois milhões de brasileiros demoraram para chegar às ruas. Mas ainda é tempo. Não estou feliz, mas nunca perderei a esperança.
Neste domingo, li no Globo a seguinte notícia:
Vendedor de doces no calçadão de Belford Roxo, Alberto da Silva, de 61 anos, ajudou a eleger Dilma, mas diz que seria “estúpido” não reconhecer que os preços aumentaram e que a presidente “errou na parte administrativa” e ao falar, durante a campanha, que não ia ter inflação:
— O país se desenvolveu nos últimos anos, mas era melhor Dilma ter sido sincera. Ela não podia prometer o que não ia cumprir. Do jeito que está, dá desânimo, o povo fica angustiado e já é difícil ver tanta desonestidade, tanto roubo… Se eu a encontrasse, falaria para assumir os erros e consertar as coisas.
O vendedor de doces Alberto da Silva não é um coxinha.

“Coxinhas de todo o mundo, uni-vos!” Ou: Depois da Guerra dos Mascates e da Revolta dos Alfaiates, o grito libertador da “Revolução dos Coxinhas”

Algumas revoltas se tornaram famosas no Brasil. Há, por exemplo, a Guerra dos Mascates, que opôs, em 1710 e 1711, senhores de engenho de Olinda e comerciantes portugueses de Recife, chamados, pelos adversários, de “mascates”. Houve a “Revolta dos Alfaiates”, ou Conjuração Baiana, de 1798, um movimento de caráter emancipatório e republicano, influenciado pela Revolução Francesa. O país assistiu, em 1835, até a uma revolta que misturava a luta contra a escravidão com questão religiosa: a Revolta dos Malês, em Salvador, liderada por escravos muçulmanos. Cito apenas três movimentos entre muitos ocorridos no Brasil colonial ou já independente. Em 2015, nem mascates, nem alfaiates, nem malês! Assistimos, nestes dias, à inédita “Revolução dos Coxinhas”.
Não há por que fugir do rótulo. Ao contrário: que seja este um traço a unir os manifestantes. “Eu sou co-xi-nha/ com mui-to or-gu-lho/ com mui-to a-mo-or.”
O coxinha trabalha? Viva o coxinha!
O coxinha estuda? Viva o coxinha!
O coxinha gera os impostos que viram caridade pública? Viva o coxinha!
O coxinha não gosta que lhe batam a carteira? Viva o coxinha!
O coxinha quer pagar menos imposto? Viva o coxinha!
O coxinha é contra a violência? Viva o coxinha!
O coxinha é contra a depredação de patrimônio público? Viva o coxinha!
O coxinha é contra o ataque à propriedade privada? Viva o coxinha!
Os coxinhas, ao longo da história, fizeram a riqueza das nações. Geraram os excedentes que permitiram à humanidade ir além do reino da necessidade. Já os utopistas deram à luz todas as ideias que matam muitos milhões — de direita ou de esquerda. E antes ainda que essa terminologia pudesse ser empregada.
Atenção, meus caros! A Revolução dos Coxinhas — uma revolução sem armas — é hoje majoritária porque expressa a vontade da esmagadora maioria dos brasileiros. Mas ela também é contramajoritária porque é alvo da fúria dos aparelhos ideológicos e de pensamento dominados pelas esquerdas.
Onde é que os manifestantes, os “coxinhas”, mais apanham hoje em dia? Na academia, especialmente nas universidades públicas, que concentram a suposta elite intelectual do país. Também é grande o rancor contra os manifestantes em setores importantes da imprensa. Hoje, até jornalistas se dedicam a uma espécie de “caça às bruxas da direita”, que estariam estimulando os protestos.
E, no entanto, pergunto: que grande ofensa à democracia está nas ruas? Grupelhos sem nenhuma importância, que defendem um governo militar, são vaiados pelos coxinhas em cena aberta. O que as esquerdas não suportam é que muitos milhares, milhões talvez, possam ocupar o espaço público e pedir democracia e moralidade vestindo as cores nacionais, sem portar as tradicionais bandeiras vermelhas das esquerdas, que democráticas nunca foram porque a esquerda, a esquerda de verdade, nunca quis democracia — a menos que alguém me exiba um texto teórico em que um esquerdista autêntico defenda o regime democrático.
É a direta que está na rua? Aqui já se disse: são as pessoas direitas, inclusive as de direita — e com todo o direito de sê-lo, a menos que alguém me cite um fundamento da Constituição e das leis que evidenciem que as ruas são um monopólio das esquerdas.
Os que trabalham cansaram de ser governados por aqueles que só pensam em distribuir o fruto do esforço alheio. Uma distribuição que não busca fazer justiça social, mas alimentar um aparelho partidário que tenta se impor na base do grito e da trapaça — inclusive a eleitoral.
Os coxinhas vão hoje às ruas contra a pregação de intelectuais, contra a pregação dos aparelhos universitários, contra a pregação esquerdista de boa parte da imprensa — que o petismo ainda tem o topete de chamar de “golpista” para justificar o financiamento da pistolagem dos blogs sujos, confessado por um documento da Secom.
Esses tais coxinhas, em suma, formam hoje a maioria do povo brasileiro, mas são tratados como seres desprezíveis, crias do reacionarismo, ignorantes rematados que estariam preocupados apenas em proteger seus privilégios — como se a defesa do mérito e do esforço significasse uma agressão aos direitos humanos.
O dia 12 de abril vem por aí. Outro domingo! É que os coxinhas trabalham e estudam nos demais dias da semana. Não recebem pensão de partido. Não estão no comando de nenhuma ONG ligada à legenda. Não ocupam cargo público por indicação política. Não compõem a diretoria de aparelhos sindicais. Não vivem do leite de pata que alimenta os ditos movimentos sociais.
Dilma pode dar um murro na mesa e ordenar que os petistas façam seus milicianos enfiar a viola no saco, deixando a democracia correr livre, leve e solta, sem hostilidades desnecessárias. Ou pode deixar que os companheiros, mais uma vez, tenham a ideia asnal de promover seu “antiato” antes do ato. Nesse caso, quem sabe estimulem a reunião não de dois milhões de coxinhas, mas de quatro milhões…
O petista André Singer vê na rua a “nova direita” e diz tratar-se de uma “reação” ao lulismo. Entendo: ele não consegue pensar fora da camisa de força da dialética, a dama de honra de todo esquerdista errado. Singer ainda não aprendeu que, para que assim fosse, os que agora se manifestam precisariam ter construído uma “contrautopia” para se opor à do petismo. Ocorre que pessoas saudavelmente conservadoras — e os coxinhas são saudavelmente conservadores — não têm utopia nenhuma que não seja um governo eficiente, honesto e que não encha o seu saco.
O diabo é que o governo do PT não é eficiente, não é honesto e enche o saco! No mundo lulocêntrico de Singer, Lula cria até a sua própria contradição. Que coisa triste!
Não sei quantas pessoas haverá nas ruas no dia 12. Não fiz previsões antes e não farei agora. Uma coisa eu sei: os coxinhas vieram para ficar. Contra a vontade da academia. Contra a vontade da imprensa esquerdizada. Contra a vontade dos que achavam que o assalto ao estado brasileiro coincidia com o fim da história e que nada mais de novo iria acontecer.
Vai acontecer. Já está acontecendo! Pra cima com a viga, coxinhas!
Texto publicado originalmente às 4h43
Por Reinaldo Azevedo - REV VEJA