PAZ AMOR E VIDA NA TERRA
" De tanto ver triunfar as nulidades,
De tanto ver crescer as injustiças,
De tanto ver agigantarem-se os poderes
nas mãos dos maus, o homem chega
a desanimar-se da virtude,
a rir-se da honra,
a ter vergonha de ser honesto".
[Ruy Barbosa]
O Presidente eleito Jair Bolsonaro e o vice Antônio Mourão deveriam
promover uma “prensa, prensa, prensa” nos dirigentes e conselheiros de 138
empresas ditas “estatais” (na verdade, de economia mista), exigindo que se
responda a uma perguntinha básica: os princípios de governança corporativa são
realmente aplicados nestas companhias?
A resposta tende a ser assustadora. Ainda mais nas maiores e mais importantes
empresas, onde ocorrem ululantes falhas de dever de diligência e fortes
indícios de crimes de improbidade administrativa exaustivamente denunciados,
oficialmente, por investidores minoritários, em manifestações e atas de
assembléias de acionistas.
Bolsonaro e Mourão terão muita “Caixa-Preta” para abrir, mesmo que tal
choque de transparência desagrade e apavore alguns “deuses” do mercado. O
passado recente não pode ser deixado para trás, em sofisticadas “queimas-de-arquivo”
para esconder problemas estruturais e crimes societários nas “estatais”.
Exemplo: Na Lava Jato, o juiz Sérgio Moro salvou a Petrobrás naquela
visão de que “a empresa foi vítima”. Se isto realmente ocorreu, a empresa tem
obrigação de processar quase a totalidade de diretores, conselheiros de
administração e fiscal que foram omissos sobre denúncias oficiais de
investidores que alertaram, durante 11 anos, sobre corrupção e crimes
societários na petrolífera. Por que isto não ocorre contra os “peixes-grandes”?
Justiça se faça. A Petrobrás desenvolve 10 ações anticorrupção”.
Um grupo interno de trabalho tem feito um esforço investigatório louvável. O
fato é propagandeado no site da empresa, onde também existe um link de acesso à
ouvidoria e ao canal independente de denúncias. Algo de bom também acontece no
BNDES. O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e o
Tribunal de Contas da União (TCU) apresentam no próximo dia 27, às 9h30, na
sede do TCU, em Brasília, o resultado da Audiência Publica promovida pelas duas
instituições em agosto último, com contribuições da sociedade para ampliar
ainda mais a transparência na divulgação das operações do Banco. Portal da Transparência do BNDES (www.bndes.gov.br/transparencia). Vide o Portal da Transparência do BNDES (www.bndes.gov.br/transparencia).
Apesar
dos esforços, Jair Bolsonaro e Antônio Mourão ainda precisam saber muita coisa,
um pouco além das versões oficiais lindamente maquiadas pelos dirigentes de
estatais – muitos lutando para permanecer no cargo... O “Mecanismo” não quer
mudanças. Por isso, Bolsonaro e Mourão marcariam golaços se promovessem uma
radical dança das cadeiras no comando e conselhos das empresas de economia
mista.
Recomenda-se
que Bolsonaro e Mourão ouçam investidores minoritários, organizados em diversas
associações. Também é fundamental que escutem o que têm a dizer os aposentados
e pensionistas dos maiores fundos de pensão. Tais entidades foram “aparelhadas”
politicamente e foram induzidas a praticar “investimentos” temerários que já
comprometem a saúda financeira dos fundos.
O
dinheiro público não pode mais financiar a incompetência ou a roubalheira no
regime Capimunismo Rentista brasileiro. O Tesouro Nacional revela que as “estatais”
pagaram o equivalente a R$ 5,498 bilhões em dividendos em 2017. No entanto, atingiu
R$ 14,840 bilhões o valor gasto pela União com subvenções (repasses para o
pagamento de despesas com pessoal, custeio ou investimentos) dessas empresas
dependentes do Tesouro.
Bolsonaro
e Mourão, não dá mais para engolir “pizzas podres”. É fácil constatar
“desgovernança corporativa”, principalmente em estatais pretensamente
estratégicas e nas empresas de capital misto controladas pela União Federal,
BNDES e fundos de pensão dos empregados de “estatais”. Eis o Brasil velho que
vocês venceram a eleição para remodelar e colocar na trilha de um Capitalismo
Democrático.
Bolsonaro
e Mourão, não hesitem na abertura das “caixas-Pretas”. Do contrário, o êxito do
novo governo já começa comprometido. Não basta governança corporativa no papel
e nas propagandas falsificadas. É preciso governança na prática, de verdade. Tem
muita falcatrua que alguns notórios bandidos do mercado desejam esconder.
Bolsonaro
e Mourão, não caiam no canto ou no encanto das sereias. Elas são prostitutas
disfarçadas de freirinhas virgens... Depende da canetada de vocês se as
piranhas continuarão devorando nossa carne... Escancarem as “Caixas-Pretas” e
teremos surpresas inacreditáveis... Só tomem cuidado com as facadas-amigas,
sobretudo pelas costas...