sexta-feira, 9 de maio de 2014

Jarbas abre dissidência pró-Campos no PMDB

Por Vera Magalhães
08/05/14 10:42
Jarbas Vasconcelos (esq), que comanda dissidência de senadores e deputados do PMDB pró-Eduardo Campos (dir). (Foto: Governo de Pernambuco/Divulgação)
Jarbas Vasconcelos (esq), que comanda dissidência de senadores e deputados do PMDB pró-Eduardo Campos (dir). (Foto: Governo de Pernambuco/Divulgação)
O senador Jarbas Vasconcelos (PE), antes o principal adversário e hoje aliado de Presidência, Eduardo Campos, organiza uma dissidência  formal no PMDB em prol do candidato do PSB à Presidência da República.
Jarbas promoveu na noite desta quarta-feira (7) em seu apartamento, em Brasília, um jantar com seis deputados federais e cinco senadores peemedebistas que devem declarar voto no ex-governador de Pernambuco, enquanto a direção do partido deve oficializar a aliança em torno da reeleição da presidente Dilma Rousseff (PT).
“Nossa ideia é organizar um grupo que tenha compromisso com a história do partido e com a ética e formalizar uma dissidência organizada, com manifesto e mostrando a cara”, disse o senador à coluna.
Estavam no jantar os senadores Pedro Simon (RS), Luís Henrique (SC), Waldemir Moka (MS) e Ricardo Ferraço (ES) e os deputados federais Raul Henry (PE), Darcísio Perondi (RS), Osmar Terra (RS), Danilo Forte (CE), Nelson Tradd (MS) e Geraldo Resende (MS).
O grupo espera chegar a 11 deputados federais. Dos 5 senadores presentes ao jantar, apenas Luís Henrique ainda não definiu apoio a Campos, por questões da política catarinense, mas ainda está estudando.
Os dissidentes devem acompanhar o presidenciável do PSB em visitas aos Estados. O grupo ainda espera atrair a declaração de apoio do líder do PMDB no Senado e pré-candidato do partido ao governo do Ceará, Eunício Oliveira, que enfrenta problemas com o PT para a composição de alianças no Estado.
Jarbas promoverá novo jantar dos rebeldes, desta vez com a presença de Eduardo Campos, na próxima quarta-feira, dia 14.
DA FOLHA-SP

PSB de São Paulo lança manifesto para pressionar Campos a optar por Alckmin

O PSB de São Paulo dará um xeque-mate no seu presidenciável, Eduardo Campos. Em manifesto datado de 30 de abril e subscrito por mais de 270 filiados —entre eles prefeitos, vice-prefeitos, deputados federais e estaduais— o partido reivindica liberação para se dissociar no Estado do projeto político da Rede de Marina Silva, apoiando o tucano Geraldo Alckmin, candidato à reeleição para o governo paulista.
O texto anota que o lançamento de um candidato a governador escolhido pela Rede ou mesmo a opção por uma candidatura própria do PSB, “sem expressão, sem tempo de televisão, sem recursos e contrariando a militância partidária, coloca em risco o projeto nacional”, que é a eleição de Eduardo Campos. Realça que o PPS, presidido por Roberto Freire, “também já se manifestou contrário a essa proposta.”
O manifesto foi articulado pelo prefeito de Campinas, Jonas Donizetti, que é vice-presidente do diretório do PSB de São Paulo. Ele foi auxiliado por outros dois prefeitos da legenda: Valdomiro Lopes, de São José do Rio Preto, e Vinicius Camarinha, de Marília. Une-os o fato de terem sido eleitos, na campanha municipal de 2012, com o apoio de Alckmin e do PSDB.
Os correligionários de Campos sustentam no documento que, antes da chegada de Marina Silva e da turma da Rede, o PSB paulista traçara uma estratégia autorizada pelo diretório nacional. Aceitou convite de Alckmin para participar da administração tucana. Assumiu a Secretaria de Turismo do Estado. Algo que “possibilitou o apoio recíproco em diversas e importantes cidades paulistas, onde o PSB foi vitorioso” em 2012.
Sem subterfúgios, o documento recorda que, “em consonância com a direção nacional”, a seção paulista do PSB equipou-se para minar a candidatura presidencial tucana. Diz o texto, sem meias palavras: “Visando a atrair os votos do PSDB paulista, que não são simpáticos à candidatura de Aécio Neves à Presidência da República, o PSB-SP estreitou as relações com o governador e com todo o governo paulista.”
Com rara sinceridade, o documento realça que a tática eleitoral de invadir a seara de Aécio foi empregada em outras praças onde o PSB está coligado com o PSDB. “Tal estratégia foi a mesma adotada pela direção nacional do PSB nos Estados de Minas Gerais, Paraná, Alagoas, Pará, entre outros.” O texto acrescenta: “Aliás, esse era o indicativo tomado pela Executiva nacional do PSB:
 onde houvesse real possibilidade de vitória, lançaríamos candidato a governador. Onde não houvesse, não coligaríamos com PT e usaríamos como estratégia a divisão dos votos do outro concorrente”. Leia-se Aécio Neves.
Sobreveio a aliança com Marina Silva. E o presidente do PSB paulista, o deputado federal Márcio França, informou à Executiva estadual, no início de 2014, que a Rede defendia o lançamento de candidaturas próprias aos governos de São Paulo e de outros Estados. “Mesmo contrariando sua estratégia inicial, o PSB-SP aquiesceu”, diz o manifesto. A legenda indicou como candidato ao Palácio dos Bandeirantes o próprio Márcio França.
Estabeleceu-se, porém, um conflito, resumido assim no manifesto: “Para nosso espanto e indignação, temos assistido, pela mídia e pelas redes sociais, a um verdadeiro massacre e um total desrespeito ao PSB e ao nome e história de vida do deputado Márcio França. Fomos surpreendidos pela informação de que a Rede-SP, além de vetar o nome do companheiro, apresentou nomes que consideramos inconsistentes para a relevância do cargo [de governador]. O veto ao nome do partido é inadmissível.”
Para dissolver o impasse, o PSB paulista sugere que a Rede de Marina apoie em São Paulo a candidatura que quiser. Menciona-se no manifesto o nome do filósofo e Vladimir Safatle, do PSOL. Em contrapartida, o PSB ficaria “liberado para seguir sua estratégia anteriormente traçada, de apoio à candidatura de Geraldo Alckimin”. Segundo o documento, Alckmin “oferece” para o PSB e PPS “a vaga de vice-governador e, possivelmente, a vaga de senador”. O texto informa que o próprio porta-voz da Rede em São Paulo, Célio Turino, apoiaria a solução de apartar os projetos políticos dos dois grupos.
Entre os signatários do manifesto estão todos os 30 prefeitos e os 45 vice-prefeitos do PSB no Estado de São Paulo, além dos quatro deputados estaduais e de três dos cinco deputados federais eleitos pela legenda no Estado —deixaram de assinar apenas a deputada Luiza Erundina, amiga de Marina, e Márcio França. Embora não tenha acomodado o jamegão na peça, França é um entusiasta da aliança com Alckmin. Ele é a primeira opção do partido para compor a chapa reeleitoral do governador tucano, na posição de vice.
Nos próximos dias, Jonas Donizette, o prefeito de Campinas, entregará o manifesto ao presidenciável. Lê-se no final do texto que o partido espera “contar com a habitual sabedoria e bom senso do companheiro Eduardo Campos e da Executiva Nacional do PSB”.
Os correligionários de Campos têm pressa para se livrar do enrosco. A um mês das convenções, diz o documento, o PSB paulista ainda não reuniu “com os candidatos da chapa nacional” seus cerca de 250 candidatos a deputado federal e estadual, além de seus prefeitos e vereadores “Estamos vivendo um impasse que poderá nos levar a um prejuízo irreparável”.
 Vai abaixo a íntegra do manifesto que será entregue a Campos.

São Paulo, 30 de abril de 2014.
Manifesto Paulista pela vitória de Eduardo/Marina
Nós, prefeitos, vice-prefeitos, deputados federais, deputados estaduais, vereadores, ex-prefeitos, ex-deputados e pré-candidatos 2014, todos do estado de São Paulo, mas, antes e acima de tudo, militantes do PSB, nos sentimos na obrigação de tornar pública e oficial nossa posição em relação às eleições 2014, em nosso Estado:
1. O PSB/SP, seguindo orientação da direção nacional, disputou, com candidatura própria, o governo do estado nas três últimas eleições.
2. Autorizado pela direção nacional, aceitou convite para participar do governo do PSDB, assumindo a Secretaria de Estado de Turismo. Naturalmente, esta parceria ampliou a relação PSB/PSDB, no Estado de São Paulo, o que possibilitou o apoio recíproco em diversas e importantes cidades paulistas, onde o PSB foi vitorioso: Campinas, São José do Rio Preto, entre outras.
3. Também, em consonância com a direção acional, recebeu diversas pré-candidaturas oriundas de dissidências do PSDB e aliados, tanto para deputado federal, quanto para estadual. Visando a atrair os votos do PSDB paulista, que não são simpáticos à candidatura de Aécio Neves à Presidência da República, o PSB/SP estreitou as relações com o governador e com todo o governo paulista. Tal estratégia foi a mesma adotada pela direção nacional do PSB nos estados de MG, PR, AL, PA, entre outros. Aliás, esse era o indicativo tomado pela executiva nacional do PSB:
- onde houvesse real possibilidade de vitória, lançaríamos candidato a governador. Onde não houvesse, não coligaríamos com PT e usaríamos como estratégia a divisão dos votos do outro concorrente.
4. Vale ressaltar que, desde a primeira hora, o PSB-SP foi um forte defensor-incentivador da saída do partido do governo Dilma e do lançamento da candidatura de Eduardo Campos à Presidência da República.
5. Ainda, em atendimento à direção nacional, O PSB-SP acolheu prontamente a Rede, compartilhando desde sua sede-física até cargos de direção do partido, mantendo reuniões constantes visando à integração e ao engajamento dos militantes.
6. No início deste ano, o Presidente do PSB-SP informou à sua Executiva que a Rede Nacional defendia, como estratégia em São Paulo e em outros Estados, o lançamento de candidaturas próprias aos governos.
7. Mesmo contrariando sua estratégia inicial, o PSB-SP aquiesceu a ideia e indicou o nome do deputado federal Márcio França para disputar a vaga de candidato ao governo de São Paulo.
8. Para nós, a indicação era e é inconteste, já que se trata do nome do presidente do PSB em São Paulo, o deputado federal Márcio França, que além de preencher os requisitos de formação, fidelidade partidária e trajetória política, ainda tem o mérito de ser o principal responsável pela reconstrução do PSB no Estado e pelo sucesso da última eleição que resultou na maior bancada socialista na Câmara dos Deputados.
9. Entretanto, para nosso espanto e indignação, temos assistido, pela mídia e pelas redes sociais, a um verdadeiro massacre e um total desrespeito ao PSB e ao nome e história de vida do deputado Márcio França. Fomos surpreendidos pela informação de que a Rede-SP, além de vetar o nome do companheiro, apresentou nomes que consideramos inconsistentes para a relevância do cargo. O veto ao nome do partido é inadmissível.
10. Defendemos que o lançamento de uma candidatura com a conformação defendida pela Rede ou uma candidatura em conflito com a Rede (sem expressão, sem tempo de televisão, sem recursos e contrariando a nossa militância partidária) coloca em risco o projeto nacional. O PPS também já se manifestou contrário a essa proposta.
11. Ressaltamos que estamos a um mês das convenções, o PSB-SP não reuniu ainda seus candidatos Federal/Estadual (250 líderes Políticos) com os candidatos da chapa presidencial, nem seus prefeitos, vereadores, enfim, estamos vivendo um impasse que poderá nos levar a um prejuízo irreparável.
12. Da mesma forma, impossível imaginar uma campanha para o governo de São Paulo enfrentando o conflito diário e o desgaste que essa situação trará, tanto para o candidato a governador, como para a candidatura presidencial.
13. Assim, tendo em vista a importância do estado de São Paulo para a eleição de Eduardo Campos/Marina, defendemos que:
• A Rede-SP tenha autonomia para apoiar a candidatura de Wladimir Safatle-PSOL (ou outro candidato qualquer) para o governo do Estado de São Paulo;
• O PSB-SP fique liberado para seguir sua estratégia anteriormente traçada: de apoio à candidatura de Geraldo Alckimin ao Governo do estado de São Paulo. O PSDB oferece para PSB/PPS, a vaga de vice-governador e, possivelmente, a vaga de senador.
• Esta decisão teria o apoio do PPS e do coordenador da Rede-SP —companheiro Célio Turino— e principalmente preservaria todas nossas forças políticas na defesa da candidatura presidencial de Eduardo Campos/Marina Silva, que é o nosso principal objetivo nessa eleição.
14. Certos de contar com a habitual sabedoria e bom senso do companheiro Eduardo Campos e da Executiva Nacional do PSB, bem como com a compreensão da Rede/Nacional, para que alcancemos nosso principal objetivo que é a vitória de Eduardo Campos/Marina Silva, subscrevemos: (seguem as assinaturas)
DO JOSIAS DE SOUSA

Dirceu e Agnelo Queiroz debocham da Justiça: filha de mensaleiro fura fila de visita em carro oficial, com placa fria, cedido pelo governo do DF

 

Carro com placa fria do governo Agnelo conduz a filha de Dirceu: furando a fila e a lei (Sérgio Lima/Folhapress)
Carro com placa fria do governo Agnelo conduz a filha de Dirceu: furando a fila e a lei (Sérgio Lima/Folhapress)
É impressionante. Escrevi ontem aqui que os petistas se consideram aristocratas até quando estão em cana, certo? Pois é… Reportagem de Matheus Leitão e Sérgio Lima, da Folha, informa que Joana Saragoça, filha de José Dirceu, furou anteontem a fila de visitas da Papuda. E não o fez de qualquer maneira, não! Ela teve acesso ao presídio num carro do governo do Distrito Federal, com placa fria, que é empregado em operações sigilosas. Ao volante, Wilson Borges, um servidor da Subsecretaria do Sistema Prisional (Sesipe).
É um escárnio. É um deboche. Os companheiros são favoráveis à igualdade desde que eles possam ser, claro!, desiguais. Os familiares dos demais presos passam até duas horas na fila.
Se o evento, em si, já apela ao universo surrealista das repúblicas bananeiras, a desculpa arranjada pelo governo do DF é de corar as catedrais. Inicialmente, disse ignorar o privilégio. Depois, afirmou que Joana ajudava em uma “investigação interna” (PASMEM!) porque havia a informação de que José Dirceu pudesse entrar em greve de fome por não ter obtido, até agora, a licença para trabalhar fora do presídio. Segundo o governo do DF, se isso acontecesse, poderia haver um prejuízo ao sistema penitenciário. Que prejuízo? Não está claro! Alguém aí imagina a Papuda rebelada por causa de uma greve de fome de Dirceu?
Entenderam? A ilegalidade só teria sido cometida em nome do bem coletivo! Que gente batuta! Vou lembrar de novo o Artigo 37 da Lei de Execução Penal:
Art. 37. A prestação de trabalho externo, a ser autorizada pela direção do estabelecimento, dependerá de aptidão, disciplina e responsabilidade, além do cumprimento mínimo de 1/6 (um sexto) da pena.
Para que o preso ganhe a licença para trabalhar fora, que não é automática, é preciso ter disciplina e responsabilidade. Vocês acham que José Dirceu se enquadra nos pré-requisitos?
Por Reinaldo Azevedo

Números do Datafolha, acreditem, acenam com uma possível derrota de Dilma

A presidente Dilma: números ruins e uma Copa do Mundo no meio do caminho
A presidente Dilma: números ruins e uma Copa do Mundo no meio do caminho
É claro que é muito cedo! É claro que a campanha ainda não começou. É claro que a gente não viu quase nada em matéria de jogo bruto. Falo, no entanto, dos números de agora e de uma tendência esboçada. Sim, leitores: o PT, que nunca contou com isto, está sendo assombrado por um vulto estranho: o fantasma da derrota. Vamos ver.
No dia 29 de abril, escrevi aqui, a propósito de outra pesquisa, que os números evoluíam contra a possibilidade de Dilma Rousseff, do PT, vencer a eleição presidencial no primeiro turno, feito que nem Lula nem ela própria lograram em 2002, 2006 e 2010, em circunstâncias muito mais favoráveis ao PT. E, agora, conhecidos os dados da mais recente pesquisa Datafolha, o que há um ano seria considerado mera torcida se mostra uma possibilidade plausível — e, mais um pouco, vira uma tendência: Dilma perder a disputa. Se a eleição fosse hoje, segundo o Datafolha, no cenário mais provável, a petista teria 37% dos votos. Seus adversários, somados, teriam 38%, a saber:
Aécio Neves (PSDB): 20%
Eduardo Campos (PSB): 11%
Pastor Everado (PSC): 3%
Outros nomes: 4%
Em relação ao levantamento de abril, Dilma oscilou um ponto para baixo; Campos, dois para cima, e Aécio cresceu quatro. Mas o que chama mais a atenção nessa pesquisa é o resultado do segundo turno: em abril, a petista vencia o tucano por 50% a 31%, com 19 pontos de diferença; agora, ganharia por 47% a 36% — a diferença caiu oito pontos em um mês. Numa lógica puramente aritmética, numa disputa entre dois, uma distância de 11 pontos, como essa vale, na verdade, 5,5. Campos também chegou mais perto de Dilma: no mês passado, ela o venceria por 51% a 27%; hoje, por 49% a 32%. Os 24 pontos que os separavam são agora 17.
A presidente é também a candidata mais rejeitada: 35% não votariam nela de jeito nenhum — 33% asseguram o mesmo sobre Campos, e 31% sobre Aécio. Estão na mesma faixa, mas os números são bem piores para ela. Por quê? Afirmam conhecer muito bem a petista 52% dos entrevistados — mas só 17% dizem o mesmo sobre Aécio, e 7% sobre Campos. “Conhecem um pouco” a presidente 34% dos entrevistados — 25% e 18% quando indagados sobre o tucano e o peessebista, respectivamente. Apenas ouviram falar de Dilma 13%, número que engorda bastante em relação ao senador mineiro (36%) e ao ex-governador de Pernambuco (35%). Agora atenção para isto: apenas 1% dos entrevistados não sabem quem é Dilma, mas 22% nunca ouviram falar de Aécio e 40% não têm ideia de quem é Campos. Esses índices confirmam o que já escrevi aqui: muita gente rejeita Aécio e Campos porque não sabe quem são eles; muita gente rejeita Dilma Rousseff porque sabe quem é ela.
Não adiantou
Atenção! O levantamento do Datafolha foi feito ontem e anteontem, um período, convenham, favorável a Dilma. Ela ocupou no dia 30 a rede nacional de radio e televisão para anunciar bondades — aumento no Bolsa Família e revisão da tabela do IR — e demonizar a oposição. No fim de semana, foi estrela do noticiário porque, no seu encontro nacional, o PT procurou sepultar o “volta Lula” e bateu o martelo: a candidata do PT é mesmo ela. Saiu por aí a inaugurar obras. O resultado certamente está longe do esperado.
O “volta Lula”
A turma do “volta Lula” vai se assanhar de novo. Quando ele aparece como candidato do PT, obtém 49% das intenções de voto, contra 17% de Aécio e 9% de Campos. Os demais candidatos somam 6 pontos, e o ex-presidente venceria no primeiro turno. Sua rejeição também é a menor: 19%. O Datafolha quis saber ainda quem pode fazer as mudanças necessárias no país: Lula lidera, com 38%; em segundo lugar, está Aécio, com 19%; Dilma aparece em terceiro, com 15%, seguida por Campos, com 10%. Mas voltamos, nesse ponto, à questão do conhecimento. Cem por cento dos eleitores sabem quem é Lula. Muito menos gente conhece o tucano e o peessebista.
Os números e as circunstâncias são, convenham, péssimos para Dilma. No plano delirante do petismo, a esta altura, o Brasil estaria abraçado ao PT, numa catarse apoteótica, e a Copa do Mundo seria o grande momento da consagração. Agora, a presidente põe a mão na cabeça: “Santo Deus! E ainda há a Copa do Mundo!”. Aquela mesma em cuja abertura ela não vai discursar. Ou o Itaquerão explodirá numa vaia como nunca antes na história “destepaiz”…
Por Reinaldo Azevedo-Rev Veja