quinta-feira, 18 de outubro de 2018

A prepotência petista

quinta-feira, 18 de outubro de 2018



A título de arregimentar apoio fora do curral lulopetista, Haddad agora quer fazer o País acreditar que nada tem a ver nem com o PT nem com Lula
O Estado de S.Paulo


As análises estatísticas do primeiro turno da eleição presidencial mostram aquilo que todos já sabem: o PT continua a reinar soberano nos remotos grotões do País, onde eleitores sustentados pelo assistencialismo do Bolsa Família idolatram o chefão petista Lula da Silva. Foi basicamente esse clientelismo que impulsionou a transferência de votos de Lula para seu preposto na eleição, Fernando Haddad, levando o ex-prefeito paulistano para o segundo turno contra Jair Bolsonaro (PSL).

Superada a primeira etapa da campanha, e a título de arregimentar apoio fora do curral lulopetista, Haddad agora quer fazer o País acreditar que nada tem a ver nem com o PT nem com Lula. Mais do que isso: pretende identificar-se como um candidato sem partido, preocupado unicamente com a democracia brasileira, que, segundo seu discurso, estaria ameaçada pelo seu oponente – um ex-capitão que faz apologia da ditadura e da tortura.

Assim, a candidatura de Haddad seria nada menos que a salvação da democracia – condição que, se verdadeira fosse, tornaria praticamente obrigatório o voto no PT no segundo turno para aqueles que prezam as liberdades democráticas. Na narrativa elaborada pelos estrategistas do PT, aqueles que rejeitam esse axioma lulopetista, recusando-se a declarar voto em Haddad ainda que considerem Bolsonaro realmente uma ameaça à estabilidade do País, são desde logo qualificados como cúmplices do ex-capitão.

A isso se dá o nome de “coação moral”, como corretamente salientou o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso em entrevista ao Estado. FHC relatou que vem sendo pressionado a “tomar posições”, isto é, a declarar voto em Haddad para, desse modo, reafirmar sua defesa da democracia contra o avanço do autoritarismo. Não fazê-lo, depreende-se, seria renunciar a essa defesa, permitindo que Bolsonaro e sua agenda retrógrada e fortemente iliberal prevaleçam. O ex-presidente rejeita categoricamente essa associação. “Não preciso provar que sou democrático”, declarou, como se isso fosse necessário.

A artimanha eleitoreira petista está obrigando democratas acima de qualquer suspeita a vir a público para dizer que não votar em Haddad no segundo turno está longe de ser uma declaração de apoio a Bolsonaro, muito menos uma demonstração de desapreço pela democracia.

O PT talvez tivesse melhor sorte na colheita de votos fora de seu reduto se fosse honesto e reconhecesse que, sob sua gestão, o Brasil mergulhou na maior crise econômica, política e moral de sua história. Ganharia simpatia se admitisse que não deveria ter elevado ao panteão dos “guerreiros do povo brasileiro” um magote de criminosos. Teria alguma chance de sucesso se seu discurso em defesa da democracia não fosse seletivo, poupando ditaduras companheiras como a da Venezuela. Poderia se redimir caso passasse a respeitar a opinião daqueles que não são petistas e caso confessasse que errou ao nunca considerar legítimo nenhum governo que não fosse o seu.

Como se vê, apenas retirar o vermelho e apagar Lula da propaganda eleitoral não é o bastante para convencer os verdadeiros democratas de que vale a pena apoiar Haddad nessa suposta luta em defesa da democracia. Em seu desabafo, Fernando Henrique Cardoso – cujo legado ao País sempre foi tratado como “herança maldita” pelo mesmo PT que agora demanda seu apoio – deu voz a muitos dos que estão cansados da retórica malandra e arrogante do lulopetismo. “Com que autoridade moral o PT diz: ou me apoia ou é de direita? Cresçam e apareçam. (...) Agora é o momento de coação moral... Ah, vá para o inferno. Não preciso ser coagido moralmente por ninguém. Não estou vendendo a alma ao diabo”, disse o ex-presidente.

Por ter sistematicamente desrespeitado aqueles que não aceitaram sua busca por hegemonia, por ter jogado brasileiros contra brasileiros e por ter empobrecido a política por meio da corrupção e do populismo rasteiro, o PT colhe agora os frutos amargos – na forma de um repúdio generalizado ao partido em quase todo o País e da desmoralização de sua tentativa de vestir o figurino democrático, que nunca lhe caiu bem. DO R.DEMOCRÁTICA


16 Outubro 2018

“Quem tem o apoio de milhões de brasileiros não precisa pagar”, diz estrategista digital de Bolsonaro

Marcos Carvalho, dono da AM4, garantiu a O Antagonista que a campanha de Jair Bolsonaro por WhatsApp não usa recursos privados.
“Quem tem o apoio de milhões de brasileiros não precisa pagar”, diz. Segundo ele, o PSL já tem 300 mil filiados, que atuam voluntariamente na replicação do conteúdo digital.
“Não temos necessidade de gastar um centavo com impulsionamento.” Ele também rejeita a acusação da Folha de que “uma das ferramentas usadas pela campanha de Bolsonaro é a geração de números estrangeiros automaticamente por sites como TextNow, e que “funcionários e voluntários dispõem de dezenas de números assim, que usam para administrar grupos ou participar deles”.
“A informação é falsa. O engajamento do eleitorado de Jair Bolsonaro nas redes sociais não é recente, tampouco surpreendente. É diretamente proporcional ao seu desempenho nas urnas – em primeiro turno, foram mais de 49 milhões de votos”, diz.

“Não existe nenhum contrato ou pagamento para impulsionamento de conteúdo no Whatsapp”

O dono da Havan soltou uma nota desmentindo a reportagem da Folha de S. Paulo sobre a compra clandestina de mensagens do WhatsApp para a campanha de Jair Bolsonaro.
Leia aqui:
“A Havan Lojas de Departamentos Ltda. e Luciano Hang, por meio da Nichel, Leal & Varasquim Advogados, vem a público esclarecer o que segue.
O jornal Folha de São Paulo traz hoje em sua manchete de capa matéria afirmando que “empresas bancam disparo de mensagens anti-PT nas redes”. O texto também foi reproduzido na internet sob o título “empresários bancam campanha contra o PT pelo WhatsApp”.
Na parte que menciona a Havan e Luciano Hang, a matéria é falsa. Infelizmente, na mesma proporção em que o periódico assume sua posição ideológica, ele se distancia da verdade.
No afã de produzir conteúdo impactante, a Folha simplesmente desconsiderou os princípios que norteiam um jornalismo sério. A matéria não contém nenhum indício ou prova da afirmação, é um simples boato (mentiroso).
Foi esclarecido ao jornal que a afirmação era inverídica tanto pelas empresas que teriam realizado a veiculação no Whatsapp quanto pelo Luciano. No entanto, a Folha simplesmente ignorou os fatos para publicar um rumor, sem se preocupar em buscar a verdade.
Essa conduta irresponsável levou a publicação da notícia falsa (Fake News) com claro viés ideológico, contendo acusações infundadas contra a Havan e Luciano Hang.
Por isso, a Havan e Luciano Hang esclarecem que não existe nenhum contrato ou pagamento para impulsionamento de conteúdo no Whatsapp, tampouco qualquer ato ilegal. Jamais houve doação não declarada.
Esclarece-se, ainda, que a Folha de São Paulo será processada judicialmente em razão da matéria falsa veiculada hoje.”

Prioridades para Bolsonaro - I: Baixar Juros

quinta-feira, 18 de outubro de 2018


Edição do Alerta Total – www.alertatotal.net
Por Jorge Serrão - serrao@alertatotal.net
Pergunta que não quer calar: Jair Bolsonaro, seu vice Antônio Mourão e o guru econômico Paulo Guedes vão trabalhar para abaixar os juros reais na economia brasileira? Será que a futura gestão de Bolsonaro também acabará refém da ditadura dos bancos e sua política de lucros obtidos de modo improdutivo? Bolsonaro vai romper com o Capimunismo rentista? Ou acabará engolido pelo “Sistema”? O PT sempre criticou os banqueiros, porém sempre os teve como aliados...
Todo novo Presidente da República do Brasil, nos últimos 40 anos, tem se debatido com o incômodo fato do Brasil praticar as maiores taxas de juros do planeta terra. Até a tão mal falada inflação já foi controlada. Mas os juros não abaixam. Os apresentadores dos nossos telejornais já entrevistaram dezenas ou centenas de empresários, economistas, trabalhadores, sindicalistas e, claro, políticos que argumentam que um dos maiores entraves ao crescimento da economia brasileira é a absurda taxa de juros no Brasil.
Uma das características dos países desenvolvidos que conseguem crescer e manter os juros em níveis aceitáveis é uma forte presença do cooperativismo de crédito na economia. O Brasil tem este atalho para abaixar os juros e facilitar o crédito. Basta ampliar um modelo que já usado aqui, porém é sabotado pelo poderio dos grandes bancos sobre os governos.
O relatório anual da European Association of Co-Operative Banks, com sede em Bruxelas (Bélgica) mostra que é preponderante o papel dos bancos cooperativos no continente europeu. As cooperativas de crédito atingem 224 milhões de clientes, 68 milhões de associados, com uma participação de mercado de cerca de 20% do mercado de depósitos.
Entre os 50 maiores sistemas bancários do mundo, 6 são bancos cooperativos, representados por: Credit Agricole, Rabobank, Natixis, Norinchukin Bank, Dz Bank e Credit Mutuel. Na América do Norte, EUA e Canadá, o setor produtivo dispõe de 7.093 cooperativas de crédito que juntas têm mais de 110 milhões de cooperados, com mais de US$ 1,4 trilhões de dólares de ativos financeiros e com mais de 950 bilhões de dólares na carteira de empréstimos.
Na Ásia, continente que apresenta os maiores crescimentos nos indicadores sociais e econômicos, dados referentes a 21 países demonstram que 24.552 cooperativas de crédito, com aproximadamente 44 milhões de cooperados têm 184 bilhões de dólares de ativos financeiros e com mais de 120 bilhões de dólares na carteira de empréstimos.
Tais informações comprovam, friamente, que é através de incentivo ao cooperativismo de crédito que os países irrigam a economia com crédito barato e abundante. Assim, as taxas de juros praticadas são aceitáveis.
Em vários dos países onde o cooperativismo de crédito é forte, a taxa de juros é próxima de 0% ao ano. E no caso do Japão, a taxa de juros anual é negativa.
No Brasil, existe uma falta de incentivo e apoio dos governos que, apesar de criticarem os Bancos no discurso, sempre colocam banqueiros ou como Ministros da Fazenda ou como Presidentes do Banco Central. Ou seja, os ditadores da política econômica são os bancos. Os servidores ocultos dos banqueiros sabotam alternativas como o cooperativismo financeiro.
Uma Cooperativa de Crédito é uma associação de pessoas, que nela ingressam voluntariamente (se tornando sócias) e que passam a fazer suas movimentações financeiras através dela, e não mais com os bancos tradicionais. Estes sócios passam a ser os DONOS da cooperativa, juntamente com centenas ou milhares de outras pessoas.  
Apesar da sabotagem, as cooperativas de crédito vêm apoiando a duras penas as atividades econômicas e com um bom crescimento. Empréstimos para empresas, a participação das cooperativas de crédito passou de menos de 1% em 2.005 para mais de 8% em 2.017. Já nos empréstimos para pessoas físicas, as cooperativas passaram de 5,2% (em 2005) para 6,5% (em 2017).
O próximo governo pode e deve enfrentar definitivamente o problema estrutural dos juros criminosos praticados pelas instituições bancárias no Brasil. E no mundo todo já está comprovado que o cooperativismo de crédito é o meio mais eficiente de fazer o crédito barato chegar até a ponta da cadeia econômica, no micro e pequeno negócio, que no Brasil não consegue folego para sair da informalidade.
Jair Bolsonaro e Antônio Mourão precisam colocar mais cooperativismo de crédito em seu programa de governo. Paulo Guedes e sua equipe não podem ignorar a capacidade e a importância estratégica real da Instituição Financeira Cooperativa como financiadora do desenvolvimento econômico. O Liberalismo que Paulo Guedes defende combina, exatamente, com o Cooperativismo de Crédito. Que tal Bolsonaro, Mourão e Guedes falarem mais do tema no final de campanha e na transição de governo?

Trump liga para Bolsonaro - imperdível


A 13ª Câmara Extraordinária Cível do Tribunal de Justiça de São Paulo extinguiu o processo que condenou o coronel do Exército Carlos Alberto Brilhante Ustra (falecido em 2015) a pagar indenização de R$ 100 mil à família do jornalista Luiz Eduardo Merlino, morto nas dependências do DOI-CODI em 1971.
Os desembargadores entenderam que o pedido de indenização feito pela família de Merlino está prescrito, já que foi feito em 2010, mais de 20 anos depois da Constituição de 1988, que reconheceu a anistia dos crimes praticados no regime militar. 
Em 2006, Ustra negou qualquer violação de direitos humanos: "Excessos em toda guerra existem, podem ter existido, mas a prática de tortura como eles falam não ocorreu. Eu efetivamente não cometi excesso contra ninguém".

O fim do torpor

quinta-feira, 18 de outubro de 2018

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Editorial do Estadão
O impeachment da presidente Dilma Rousseff será visto como o ponto final de um período iniciado com a chegada ao poder de Luiz Inácio Lula da Silva, em 2003, em que a consciência crítica da Nação ficou anestesiada.

A partir de agora, será preciso entender como foi possível que tantos tenham se deixado enganar por um político que jamais se preocupou senão consigo mesmo, com sua imagem e com seu projeto de poder; por um demagogo que explorou de forma inescrupulosa a imensa pobreza nacional para se colocar moralmente acima das instituições republicanas; por um líder cuja aversão à democracia implodiu seu próprio partido, transformando-o em sinônimo de corrupção e de inépcia.

De alguém, enfim, cuja arrogância chegou a ponto de humilhar os brasileiros honestos, elegendo o que ele mesmo chamava de “postes” – nulidades políticas e administrativas que ele alçava aos mais altos cargos eletivos apenas para demonstrar o tamanho, e a estupidez, de seu carisma.
Muito antes de Dilma ser apeada da Presidência já estava claro o mal que o lulopetismo causou ao País. Com exceção dos que ou perderam a capacidade de pensar ou tinham alguma boquinha estatal, os cidadãos reservaram ao PT e a Lula o mais profundo desprezo e indignação.

Mas o fato é que a maioria dos brasileiros passou uma década a acreditar nas lorotas que o ex-metalúrgico contou para os eleitores daqui. Fomos acompanhados por incautos no exterior.

Raros foram os que se deram conta de seus planos para sequestrar a democracia e desmoralizar o debate político, bem ao estilo do gangsterismo sindical que ele tão bem representa. Lula construiu meticulosamente a fraude segundo a qual seu partido tinha vindo à luz para moralizar os costumes políticos e liderar uma revolução social contra a miséria no País.
Quando o ex-retirante nordestino chegou ao poder, criou-se uma atmosfera de otimismo no País. Lá estava um autêntico representante da classe trabalhadora, um político capaz de falar e entender a linguagem popular e, portanto, de interpretar as verdadeiras aspirações da gente simples.

Lula alimentava a fábula de que era a encarnação do próprio povo, e sua vontade seria a vontade das massas.

O mundo estendeu um tapete vermelho para Lula. Era o homem que garantia ter encontrado a fórmula mágica para acabar com a fome no Brasil e, por que não?, no mundo: bastava, como ele mesmo dizia, ter “vontade política”.

Simples assim. Nem o fracasso de seu programa Fome Zero nem as óbvias limitações do Bolsa Família arranharam o mito. Em cada viagem ao exterior, o chefão petista foi recebido como grande líder do mundo emergente, mesmo que seus grandiosos projetos fossem apenas expressão de megalomania, mesmo que os sintomas da corrupção endêmica de seu governo já estivessem suficientemente claros, mesmo diante da retórica debochada que menosprezava qualquer manifestação de oposição.

Embalados pela onda de simpatia internacional, seus acólitos chegaram a lançar seu nome para o Nobel da Paz e para a Secretaria-Geral da ONU.

Nunca antes na história deste país um charlatão foi tão longe. Quando tinha influência real e podia liderar a tão desejada mudança de paradigma na política e na administração pública, preferiu os truques populistas.

Enquanto isso, seus comparsas tentavam reduzir o Congresso a um mero puxadinho do gabinete presidencial, por meio da cooptação de parlamentares, convidados a participar do assalto aos cofres de estatais. A intenção era óbvia: deixar o caminho livre para a perpetuação do PT no poder.

O processo de destruição da democracia foi interrompido por um erro de Lula: julgando-se um kingmaker, escolheu a desconhecida Dilma Rousseff para suceder-lhe na Presidência e esquentar o lugar para sua volta triunfal quatro anos depois.

Pois Dilma não apenas contrariou seu criador, ao insistir em concorrer à reeleição, como o enterrou de vez, ao provar-se a maior incompetente que já passou pelo Palácio do Planalto.

Assim, embora a história já tenha reservado a Dilma um lugar de destaque por ser a responsável pela mais profunda crise econômica que este país já enfrentou, será justo lembrar dela no futuro porque, com seu fracasso retumbante, ajudou a desmascarar Lula e o PT.

Eis seu grande legado, pelo qual todo brasileiro de bem será eternamente grato. DO R.DEMOCRÁTICA