PAZ AMOR E VIDA NA TERRA
" De tanto ver triunfar as nulidades,
De tanto ver crescer as injustiças,
De tanto ver agigantarem-se os poderes
nas mãos dos maus, o homem chega
a desanimar-se da virtude,
a rir-se da honra,
a ter vergonha de ser honesto".
[Ruy Barbosa]
Líder do 'NasRuas' desmascara carta do presidente do STF e amigo da família Lula
Por: Felipe Moura Brasil
Lula e Lewandowski: amizade antiga
Tuitei no dia 24:
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Quatro dias depois, o presidente do STF e amigo da família Lula, Ricardo Lewandowski, embarcou dissimuladamente na babaquice:
Carla Zambelli, porta-voz e líder do movimento NasRuas, reagiu à
tentativa vitimista e obscura de Lewandowski de intimidar os críticos
dos ministros do STF, misturando-os com supostos vândalos não
identificados. Eis a nota certeira de Zambelli (com grifos meus): O presidente do Supremo Tribunal Federal
(STF), ministro Ricardo Lewandowski, divulgou ontem, 28, uma nota em
que afirma ter mantido, desde a semana passada, contato com autoridades
da área de segurança para “coibir, reprimir e prevenir ameaças, coações e
violências perpetradas contra Ministros da Corte, a pretexto de
manifestar suposto inconformismo com decisões por eles proferidas.”. A
nota também afirma que os “responsáveis, diretos e indiretos, por tais
ações criminosas estão sendo devidamente investigados”. O caráter generalista, e
portanto persecutório da nota, que não discrimina manifestações
legítimas de insatisfação com as decisões da Corte de outras
possivelmente ilegítimas, vem causando danos à imagem de movimentos
democráticos que se opõem ao governo Dilma Rousseff. Em reportagem de hoje no jornal Estado
de São Paulo (“Atos contra ministros estão sendo investigados, afirma
presidente do STF”), o movimento NasRuas foi citado como potencial alvo
das investidas do ministro Lewandowski. O movimento NasRuas, externando o
sentimento de apreensão da sociedade brasileira com a decisão do
ministro Teori Zavascki de retirar processos envolvendo Lula da
competência de juízo de primeiro grau, sob comando do juiz Sérgio Moro,
lançou um boneco inflável na Avenida Paulista como uma sátira à decisão
do ministro Teori. A nota do ministro Lewandowski foi divulgada
justamente um dia após o lançamento do boneco inflável, que foi
amplamente divulgado pela imprensa de todo o país. Por um lado, o movimento NasRuas
não compactua com quaisquer atos de ameaças, coações ou violências
contra qualquer cidadão que seja. O boneco inflável satirizando
o ministro Teori é tão legítimo quanto as charges críticas a
autoridades que são publicadas em quaisquer jornais e revistas. Por
outro, NÃO NOS DEIXAREMOS INTIMIDAR por ameaças de autoridades, veladas
ou não, sempre que os interesses do nosso país estiverem em jogo. Carla Zambelli Porta-voz e líder do movimento NasRuas
Partido avisa que ministros vão ter que deixar os cargos
Por Júnia Gama, Simone Iglesias e Cristiane Jungblut O Globo
BRASÍLIA.
A reunião que confirmou o rompimento do PMDB, o maior partido de
sustentação da base aliada, com o governo, começou em clima de euforia
entre aqueles que defendem o desembarque, nesta terça-feira amplamente
majoritários no partido. Os políticos mais alinhados ao governo ou
aqueles que ainda tinham dúvidas sobre o momento adequado para dar este
passo, não compareceram. O rompimento foi aprovado em três minutos Figuras
emblemáticas do rompimento, como o presidente da Câmara, Eduardo Cunha
(PMDB-RJ), o vice-presidente do PMDB, senador Romero Jucá (RR) e o
deputado Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE) chegaram ao local da reunião do
Diretório Nacional, na Câmara, estampando sorrisos no rosto. Jarbas
resumiu o espírito do encontro desta tarde, dizendo que há mais de 15
anos não via o partido tão unificado: —
Lula, Dilma e o PT conseguiram unificar quase que na totalidade o
partido contra o governo. Na minha história, não vi nenhum ato tão
próximo da unanimidade no PMDB como este — afirmou. Jucá
colocou uma única moção em votação, liderada pelo diretório do PMDB da
Bahia, pedindo o rompimento e a entrega imediata de todos os cargos
ocupados pelo partido. Aprovada por ampla maioria dos peemedebistas,
todos levantaram e gritaram: “Brasil pra frente, Temr presidente” e
“Fora, PT”. Segundo Jucá, a saída dos agora seis ministros do PMDB do governo será ditada pela "consciência" de cada um. Filha
do ex-presidente José Sarney (PMDB-AP), a ex-governadora do Maranhão,
Roseana Sarney, afirmou que veio à reunião para acompanhar a decisão do
PMDB pelo desembarque. Sarney foi procurado pelo ex-presidente Lula para
tentar evitar o rompimento. — O timing de saída está certo. Estou aqui acompanhando a decisão que o partido for tomar — disse 29/03/2016
E como o procurador-geral justifica seu
exotismo? Ora, apesar de reconhecer os vícios da nomeação, diz que ela
deve ser mantida “para evitar maiores danos à atuação governamental, uma
vez que a pasta ministerial se encontra desprovida de seu titular, em
momento de conhecida e profunda turbulência política e econômica que o
país atravessa”
Por: Reinaldo Azevedo
Rodrigo
Janot, procurador-geral da República, resolveu assombrar o mundo com
uma leitura da ordem legal que só não é única porque repete, para
escândalo do bom senso, a momice decidida pelo Supremo, em 2010, no caso
Cesare Battisti, quando, diga-se, o advogado do terrorista era Roberto
Barroso, hoje na Corte. É estupefaciente! Vamos com calma. Explico tudo
direitinho.
O ministro
Gilmar Mendes, como se sabe, concedeu uma liminar a mandado de segurança
impetrado pela oposição e suspendeu a nomeação de Lula. O governo
recorreu. Bem, com Gilmar ficaram as ações individuais e os mandados de
segurança contra o ato de Dilma. Agora vamos falar de outras ações.
Há duas
Arguições de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPFs) — uma do
PSDB e outra do PSB — também contra a posse. O relator é Teori Zavascki.
Nesse tipo de ação, a Procuradoria-Geral da República é chamada a se
pronunciar. E eis que Janot deu o triplo salto carpado da falácia
argumentativa e propôs o inusitado no conteúdo e o quase inusitado no
método. Vamos ver.
O
procurador-geral admite que, ao nomear Lula para o Ministério da Casa
Civil, Dilma incorreu em desvio de finalidade. Janot escreve: “A
nomeação e a posse apressadas do ex-presidente teriam como efeitos
concretos e imediatos a interrupção das investigações (…) e a remessa
das respectivas peças de informação ao STF e à PGR”. Ou por outra: para o
procurador-geral, Dilma só nomeou Lula para tirá-lo da alçada de Sergio
Moro.
Calma! Ele vai ainda mais longe: “O acervo probatório e elementos que se
tornaram notórios desde a nomeação e posse do ex-presidente permitem
concluir que a nomeação foi praticada com intenção de afetar competência
de juízo de primeiro grau. Há danos objetivos à persecução penal, pela
necessidade de interromper investigações em curso, pelo tempo para
remessa das peças de informação e para análise delas por parte dos novos
sujeitos processuais e pelos ritos mais demorados de investigações e
ações relativas a pessoas com foro por prerrogativa de função”.
Ora,
justamente por esses elementos todos, o que pediram o PSDB e o PSB? Que a
nomeação de Lula fosse declarada uma agressão a um preceito fundamental
— e tornada, portanto, sem efeito.
Eis que Janot faz uma ginástica fabulosa e agride a lei e o bom senso duas vezes: 1) diante das evidências fáticas do desvio de finalidade, o procurador-geral defende que Lula seja empossado ministro, sim!; 2) para não parecer que está fazendo um
servicinho ao Planalto, opina, no entanto, que o foro para investigá-lo
continue a ser a 13ª Vara Federal de Curitiba.
Trata-se de
uma sandice tanto em um caso como em outro. Ora, se Dilma fez o que o
próprio Janot diz que fez, incorreu no desvio de finalidade e ainda
agrediu a probidade administrativa, como é que se vai nomear um ministro
assim?
Se, no
entanto, Lula for nomeado, como é que poderia sê-lo sem o foro especial,
que vem junto com o cargo? A agressão ao preceito fundamental que a
nomeação enseja não anula o foro especial do ex-presidente — até porque
este pertence ao cargo, não a ele —, mas a própria nomeação.
Trata-se de uma das peças mais esdrúxulas jamais redigidas pela Procuradoria-Geral da República.
E como Janot
justifica seu exotismo? Ora, apesar de reconhecer os vícios da
nomeação, diz que ela deve ser mantida “para evitar maiores danos à
atuação governamental, uma vez que a pasta ministerial se encontra
desprovida de seu titular, em momento de conhecida e profunda
turbulência política e econômica que o país atravessa”.
Como? Então a
tal turbulência justificaria uma nomeação que agride a Constituição e a
lei? Mais: então a presidente da República teria a divina condição de
quem pode, no uso de uma prerrogativa — nomear um ministro —, fazê-lo ao
arrepio da ordem legal?
Não se
espantem! O Brasil já viu de tudo. Lembram-se de Cesare Battisti, o
terrorista? O Supremo decidiu, por maioria, que o refúgio que lhe foi
concedido no Brasil era ILEGAL. Mas decidiu também que cabia ao
presidente decidir se o terrorista ficaria ou não no Brasil. E bateu o
martelo: sim. Vale dizer: o Supremo de então decidiu, na prática, que,
no Brasil, um presidente da República pode agir ao arrepio da lei.
Janot,
agora, vem com a mesma tese. Sim, a nomeação de Lula, segundo ele
admite, fere a ordem legal. Se, no entanto, ele defende a posse, defende
também que Dilma está acima da lei.
Bem, como
sabem os leitores, Janot nunca me enganou. O Lula que ele agora quer ver
ministro é aquele que, nas gravações, diz que, não fosse o PT, e o
atual procurador-geral teria chegado em terceiro lugar na eleição entre
seus pares. E, portanto, procurador-geral não seria.