PAZ AMOR E VIDA NA TERRA
" De tanto ver triunfar as nulidades,
De tanto ver crescer as injustiças,
De tanto ver agigantarem-se os poderes
nas mãos dos maus, o homem chega
a desanimar-se da virtude,
a rir-se da honra,
a ter vergonha de ser honesto".
[Ruy Barbosa]
PF cumpriu mandado de busca contra Antônio Carlos Rodrigues, mas não o prendeu
SÃO PAULO - A Polícia Federal (PF) não conseguiu cumprir o mandado de prisão contra o presidente nacional do PR
e ex-ministro dos Transportes Antônio Carlos Rodrigues na manhã desta
quarta-feira. Até as 13h, o político não havia sido encontrado nos
endereços procurados pelos policiais. Rodrigues é um dos alvos da
operação que prendeu os ex-governadores do Rio Anthony e Rosinha Garotinho.
O ex-ministro é acusado de intermediar propina para seu partido nas
eleições de 2014 e foi citado por delatores da JBS. Segundo a PF, os
agentes cumpriram um mandado de busca e apreensão contra o político a
pedido da Justiça do Rio. Mas os policiais não conseguiiram cumprir o
mandado de prisão ainda. No entanto, a PF disse que isso não significa
que Rodrigues seja considerado foragido.
O GLOBO entrou em contato com o escritório de advocacia que defendeu
Rodrigues em ações de improbidade administrativa, mas os advogados
disseram que não sabiam sobre o mandado de busca e de prisão. Por volta
das 11h, um homem atendeu o telefone do político, mas disse que era um
advogado e que não poderia continuar a conversa.
No diretório municipal do PR em São Paulo ninguém soube dar informações sobre o paradeiro de Rodrigues.
A assessoria do PR informou ao GLOBO que "tem por norma não oferecer
comentários sobre decisões judiciais ou conteúdos que serão objeto de
exame do Poder Judiciário. A área jurídica do partido atuará nos autos."
Antes de se tornar ministro dos Transportes da ex-presidente Dilma
Rousseff, em janeiro de 2015, Rodrigues foi eleito suplente de senador
de Marta Suplicy em 2010. Vereador de São Paulo por três mandatos
consecutivos, ele ocupou a presidência da Casa entre 2007 e 2010, DO O GLOBO
Rosinha
foi levada para a sede da Polícia Federal em Campos dos Goytacaezs, no
Norte Fluminense. Anthony Garotinho estava no Rio de Janeiro quando foi
detido.
Por GloboNews
Os ex-governadores do Estado do Rio de Janeiro Anthony Garotinho e
Rosinha Matheus foram presos na manhã desta quarta-feira (22). Segundo
um agente da Polícia Federal, a prisão teria relação com a delação do
Ricardo Saud, da JBS.
Em depoimento, Ricardo Saud diz que fez os pagamentos para o PR em
troca do apoio do partido à chapa Dilma-Temer, em 2014. Segundo o
empresário, o contato era feito com o senador Antônio Carlos e o repasse
para a sigla foi de R$ 36 milhões entre doação oficial dissimulada, uso
de notas fiscais frias e propina paga em espécie. De acordo com Saud,
ele se encontrou com o senador ou com emissários 'não menos que 10
vezes' em locais marcados ou na própria sede da JBS, em São Paulo.
O ex-governador já tinha sido preso na Operação Chequinho da Polícia
Federal, que investiga um esquema de troca de votos envolvendo o
programa social Cheque Cidadão, na eleição municipal do ano passado.
Rosinha foi levada para a sede da Polícia Federal em Campos dos
Goytacazes, no Norte Fluminense. Garotinho estava no apartamento dele no
Flamengo, na Zona Sul do Rio de Janeiro, quando foi detido. A polícia
ainda não informou se ele vai ser levado para Campos ou se a
ex-governadora Rosinha vem para o Rio.
Suledil Bernardio, que foi secretário de Governo da Prefeitura de
Campos durante a gestão de Rosinha, também é alvo da operação. Os
agentes fizeram buscas na casa do ex-secretário e ele foi levado para a
sede da polícia federal na cidade
A defesa dos ex-governadores Anthony Garotinho e Rosinha Garotinho
informa que só se pronunciará quando tiver acesso aos documentos que
embasaram os mandados de prisão, o que ainda não aconteceu.
A assessoria de imprensa de Garotinho afirmou que nem ele nem nenhum
dos acusados cometeu crime algum e, conforme disse nesta terça (21) no
seu programa de rádio, foi alertado por um agente penitenciário a
respeito de uma reunião entre Sérgio Cabral e Jorge Picciani, durante a
primeira prisão do deputado em Benfica. "Na ocasião, o presidente da
Alerj teria afirmado que iria dar um tiro na cara de Garotinho. Agora, a
ordem de prisão do juiz Glaucenir é para que Garotinho vá com sua
esposa para Benfica, justamente onde estão os presos da Lava Jato. Cabe
frisar que essa a operação à qual Garotinho e Rosinha respondem não tem
relação alguma com a Lava Jato.”, diz a nota.
Operação Chequinho
A primeira prisão de Garotinho foi durante a investigação da Operação
Chequinho, que apuraum esquema de compra de votos em Campos. Segundo o
Ministério Público Estadual, em troca dos votos, a prefeitura oferecia
inscrições fraudulentas no programa Cheque Cidadão, que dá R$ 200 por
mês a cada beneficiário.
A operação começou em setembro de 2016, quando o MPE e a PF viram um
"crescimento desordenado" do Cheque Cidadão. Em apenas dois meses, o
número de inscritos passou de 12 mil para 30 mil. Desde então, a
operação prendeu vereadores, eleitores e outros envolvidos no caso.
Todos já foram soltos.
Justiça revogou prisão do ex-governador em setembro
Em setembro, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) derrubou a prisão domiciliar do ex-governador
do Rio de Janeiro Anthony Garotinho (PR). O político chegou a ser preso
no dia 13 de setembro, após ser condenado na primeira instância da
Justiça Eleitoral a 9 anos, 11 meses e 10 dias de reclusão, além de
multa de R$ 210.825,00. A pena, no entanto, foi transformada em prisão
domiciliar, com uso de tornozeleira eletrônica e outras restrições.
Na decisão, a maioria dos ministros do TSE derrubou essas restrições,
que também incluíam proibição de contato com qualquer outra pessoa,
exceto seus familiares, e de uso celulares, internet ou outros meios de
comunicação.