segunda-feira, 17 de novembro de 2014

Graça admite só agora escândalo que VEJA revelou em fevereiro e que ela própria negou em março. Vá pra casa, minha senhora!

É… Quando Dilma Rousseff vai demitir Graça Foster? Ou quando Graça Foster vai se demitir? Quando essa gente vai ter um pouco de bom senso? Por que escrevo essas coisas?
Em fevereiro, a VEJA denunciou que a empresa holandesa SBM havia pagado propina para funcionários e intermediários da Petrobras. A revista, claro!, apanhou da canalhada. No fim de março, Graça anunciou com solenidade que a empresa havia feito uma investigação interna e não havia encontrado nada de errado.
Na semana passada, o Ministério Público da Holanda aplicou uma multa de US$ 240 milhões à SBM por propinas pagas mundo afora, inclusive… no Brasil, em negócios com a Petrobras!
E eis que acontecem, então, milagres. O ministro Jorge Hage, da Corregedoria-Geral da União, revela que há, sim, uma investigação em curso. É mesmo? E, mais surpreendente, Graça Foster revela hoje que a Petrobras, de fato, tinha conhecimento do pagamento de propina desde meados do ano.
É? Alguém foi punido? Algum funcionário foi preventivamente afastado? Providências foram tomadas? É razoável que a confirmação oficial da roubalheira parta do Ministério Público da Holanda? Disse:
“Passadas algumas semanas, alguns meses [da investigação interna da Petrobras], eu fui informada de que havia, sim, pagamentos de propina para empregado ou ex-empregado de Petrobras. Imediatamente, e imediatamente é “imediatamente”, é que informamos a SBM de que ela não participaria de licitação conosco enquanto não fosse identificada a origem, o nome de pessoas que estão se deixando subornar na Petrobras. E é isso que aconteceu, tivemos uma licitação recente, para plataformas nos campos de Libra e Tartaruga Verde, e a SBM não participou.”
É pouco e errado, minha senhora! Quem estava informado sobre tudo isso? A Petrobras não é patrimônio seu, mas do povo brasileiro.
Esta senhora falou ainda outra coisa estranha. Disse não haver nenhuma “informação avassaladora” que justifique rompimento de contrato com empreiteiras. Epa! Eu também me oponho a que se paralisem todas as obras ou a que se rompam todos os contratos. Mas daí a dizer que não existem “informações avassaladoras” vai uma distância imensa.
Graça não considera “avassalador” que um mero estafeta do PT, como Pedro Barusco, aceite devolver R$ 252 milhões? Ela não considera “avassalador” que uma única empresa, a Toyo Setal, confesse ter pagado pelo menos R$ 154 milhões a dois diretores?
Graça, ouça um bom conselho, eu lhe dou de graça, como dizia Chico Buarque: vá para casa,  peça demissão, facilite a vida da presidente. Seu tempo acabou.
Por Reinaldo Azevedo - Rev Veja

Ex-gerente da estatal vai devolver R$ 259 milhões roubados


Ex-gerente Pedro Barusco, ligado ao PT, pede delação premiada e aceita devolver R$ 259 milhões surrupiados
Publicado: 17 de novembro de 2014 às 18:19 - Atualizado às 18:51 
 Pedro Barusco
O ex-gerente-executivo da Diretoria de Serviços da Petrobras fechou acordo de delação 
premiada em que se compromete a devolver cerca de US$ 100 milhões
O ex-gerente-executivo da Diretoria de Serviços da Petrobras Pedro Barusco fechou acordo de delação premiada em que se compromete a devolver cerca de US$ 100 milhões (equivalente a mais de R$ 259 milhões) e contar o que sabe sobre o esquema de corrupção e propina na estatal. O novo delator da Lava Jato é considerado peça-chave para a força-tarefa da Polícia Federal e da Procuradoria da República porque deverá revelar o esquema que era controlado pelo ex-diretor da área Renato Duque, nome indicado pelo PT e que foi preso na sexta-feira, na sétima fase da operação, batizada de Juízo Final.
O acordo evitou que Barusco fosse o 26º nome da lista de prisões decretadas pelo juiz federal Sérgio Moro, que conduz as ações da Lava Jato. O valor de restituição, a título de indenização, caso seja homologado pela Justiça, será o maior já obtido em um acordo com servidor da Petrobrás.
O ex-diretor de Abastecimento Paulo Roberto Costa, delator da Lava Jato, e sua família vão pagar cerca de R$ 70 milhões. Barusco, convertendo em reais, terá que desembolsar R$ 252 milhões. Desse valor, US$ 20 milhões já haviam sido bloqueados na Suíça, onde ele mantinha uma conta. Barusco foi apontado como braço direito de Duque na cobrança de propina pelos executivos da Toyo Setal Julio Gerin de Almeida Camargo e Augusto Ribeiro de Mendonça Neto, que fecharam acordo de delação com o MPF no dia 22 de outubro.
“Por meio desses depoimentos resta clara também a participação de Pedro Barusco, Renato Duque, ex-gerente executivo e ex-diretor da área de serviços da Petrobras, em diversos fatos criminosos investigados ou conexos com esta operação”, escreveram os procuradores da Lava Jato no parecer de pedido de prisão de Duque. As delações dos executivos da Toyo foram decisivas para deflagração da nova etapa da Lava Jato e para abertura de novas frentes de apuração.
No pedido de prisão dos executivos do esquema, os procuradores da força-tarefa registram que os dois “narram com riqueza de detalhes todo o esquema de cartelização, corrupção, desvio de dinheiro, pagamento da corrupção no exterior, manutenção de dinheiro ilegalmente no exterior, lavagem de ativos”. Para eles, foram dados os elementos necessários para enquadrar criminalmente os acusados da lava Jato, inclusive os executivos e dirigentes da Petrobras, “por formação de organização criminosa voltada a prática de crimes contra a administração pública”.

Propinas

“Regra do jogo conhecida por todos”. É assim que definiu o executivo Julio Camargo, em sua delação premiada, o esquema que cobrava propina em troca de contratos bilionários da Petrobras. O executivo da Toyo operacionalizava pagamentos de propina por meio de três empresas abertas por ele (Treviso, Piemonte e Auguri), em especial aos ex-dirigentes da Petrobras ligados ao PT – Duque e Barusco.
Ele e outro executivo do grupo apontaram por exemplo as obras da Refinaria Presidente Getúlio Vargas (Repar), no Paraná. Para ganhar as obras, participando dentro do Consórcio Interpar – controlado pela Mendes Júnior -, teve que pagar R$ 12 milhões em propina. Um contrato de consultoria foi firmado pelo consórcio com a empresa Auguri Empreendimento e Assessoria Comercial, usada pelo delator para movimentar a propina.
“Houve solicitação de pagamento de vantagem indevida por Renato Duque e Pedro Barusco do valor aproximado de R$ 12 milhões”, revelou o executivo. “O valor foi pago mediante transferências feitas no exterior”, apontou Camargo, indicando a conta de onde saiu, no Credit Suisse, a offshore que controlava a conta, a Drenos, e qual contrato da Auguri, no valor de R$ 40 milhões de comissionamento, respaldou a movimentação da propina.
Nas obras da Refinaria Revap (em São José dos Campos-SP), em 2007, fechado pelo valor de R$ 1 bilhão, a Toyo participou do consórcio que era controlado pela Camargo Corrêa. Ele cita o vice-presidente do grupo, Eduardo Hermelino Leite, preso em Curutiba (PR), como controlador do contrato. Segundo ele, em 2008 a Camargo Corrêa fez um contrato com a Treviso para repassar R$ 23 milhões de comissão para ele.
“Dessa comissão, repassou em propina para a Diretoria de Engenharia e Serviços o valor de R$ 6 milhões, sendo pago a maioria no exterior e parte em reais no Brasil”, afirmou Camargo. Ele apontou ainda a conta no Credite Suisse de onde saiu o dinheiro da propina dos dirigentes ligados ao PT nas transferências feitas no exterior. Ao todo, os executivos apontaram nove obras da Petrobras alvo de propina. Indicou ainda suas empresas usadas para movimentar o dinheiro: Treviso, Piemonte e Auguri. E as contas no exterior, como do banco Winterbothan, no Uruguai, e nos bancos Credite Suisse e Cramer, na Suíça.
“Os pagamentos foram feitos através de contas que os executivos da Toyo mantinham no exterior “para contas indicadas por Duque ou Barusco no exterior, ou em reais no Brasil disponibilizados por (Alberto) Youssef”, afirma o MPF. Os depoimentos de Barusco estão sendo tomados em sigilo e ainda não foram acordados com a Polícia Federal e o Ministério Publico Federal. Depois de fechado o acordo, ele será submetido à Justiça para ser homologado. Para terem direito ao benefício da redução de pena, o que eles dizem devem ser comprovado.(AE) DO DIARIONOPODER

É a hora do povo ir para as ruas mobilizar e pressionar pelo fim imediato da corrupção e da impunidade.

A Justiça, o MPF e a Polícia Federal cumprem o seu papel de defensores e executores da lei e neste sentido precisam ser prestigiados ad nauseam pelo povo na rua, pela mídia e pelos representantes parlamentares que ainda possuem amplo acesso às tribunas das Casas Legislativas.
. As investigações, prisões e processos precisam chegar agora aos agentes políticos, o que inclui os governos Lula e Dilma, chefes incontestes de toda a organização criminosa que saqueou a Petrobrás.
. É sobre isto que o editor fala nos eu comentário de hoje, intitulado: É a hora do povo ir para as ruas mobilizar e pressionar pelo fim imediato da corrupção e da impunidade.


DO POLIBIOBRAGA

Desça do palanque, Dilma!

A presidente perdeu uma rara oportunidade de ficar calada.
Ricardo Noblat
Na Austrália, do outro lado do mundo, sob o efeito do fuso horário, talvez, como se ainda estivesse em cima de um palanque, certamente, a presidente Dilma Rousseff concedeu sua primeira entrevista coletiva sobre o arrastão de donos e executivos de empreiteiras que marcou na semana passada mais uma etapa das investigações sobre a roubalheira na Petrobras. Perdeu uma rara oportunidade de ficar calada.
Dilma foi vítima da síndrome do terceiro turno que não acomete apenas a oposição. Disse um monte de bobagens, invenções e falsas verdades para uma plateia de jornalistas que se deu por feliz em anotar o que ouviu.
E assim procedeu como se ignorasse que o distinto público conhece cada vez melhor os vícios e espertezas dos seus representantes. Vai ver que ela ignora mesmo.
Vamos ao que disse.
Teve o atrevimento de afirmar de cara lavada que “pela primeira vez na História do Brasil” um governo investiga a corrupção. E não satisfeita, culpou governos passados pela corrupção que acontece hoje na Petrobras.
Stop!
O governo dela não investiga coisa alguma. Polícia Federal e Ministério Público investigam. Os dois são órgãos do Estado, não do governo.
Corrupção existe em toda parte e o tempo inteiro. Mas enquanto não se descobrir que houve corrupção na Petrobras em governos anteriores aos do PT, vale o que está sendo escancarado pelas investigações: o PT privatizou, sim, a Petrobras. Apropriou-se, sim, dela.
Corrompeu-a, sim. E usou-a, sim, para corromper. Depois de Lula, Dilma é a figura mais importante da Era PT.
Adiante.
Para Dilma, o escândalo cuja paternidade ela atribui a outros governos e cuja decifração reivindica para o seu, “poderá mudar o país para sempre. Em que sentido? No sentido de que vai acabar com a impunidade”.
Stop!
Sinto muito, Dilma, mas o escândalo que poderá mudar o país para sempre, e que acabou com a impunidade, foi o do mensalão. Quer tirar de Lula a primazia?
Dizer que “essa questão da Petrobras “já tem um certo tempo” e que “nada disso é tão estranho para nós” é uma revelação digna de nota.
Primeiro porque o governo dela se comportou como se nada soubesse quando estourou o escândalo. Segundo por que o máximo que ela insinuou a respeito foi que havia demitido Paulo Roberto Costa, ex-diretor da empresa, réu confesso.
Ora, ora, ora.
“Paulinho”, como Lula o chamava, saiu da Petrobras coberto de elogios pelo Conselho de Administração da empresa presidido por Dilma até ela se eleger presidente da República.
Foi um dos 400 convidados de Dilma para o casamento da filha dela. E ao depor na CPI da Petrobras, contou com a proteção da tropa do governo. Dilma nada fez para que não fosse assim.
Adiante, pois.
O escândalo da Petrobras não dará ensejo à revisão dos contratos do governo com as principais empreiteiras do país, avisou Dilma. Muito menos a uma devassa na Petrobras.
“Não dá para demonizar todas as empreiteiras. São grandes empresas”, observou Dilma. “E se A, B ou C praticaram malfeitos, atos de corrupção, pagarão por isso”.
Stop!
Quer dizer: mesmo que reste provado que as nove maiores empreiteiras do país corromperam e se deixaram corromper, os contratos que elas têm com o governo fora da Petrobras não serão revistos.
Não parece razoável que empresas envolvidas com corrupção num determinado lugar possam ter se envolvido com corrupção em outros?
Por fim: se a Petrobras não pede uma devassa é só porque Dilma prefere que seja assim.
Dilma Rousseff (Foto: André Coelho / Agência O Globo)Dilma Rousseff (Imagem: André Coelho / Agência O Globo)
 

Dilma já era! Será sem nunca ter sido...

Edição do Alerta Total – www.alertatotal.net
Por Jorge Serrão - serrao@alertatotal.net
Os jornalões, como o Estadão, já escancaram na primeira página e em editoriais a tese sabida pela maioria dos brasileiros com um mínimo de bom senso. É impossível que o Presidente Lula da Silva e a Presidenta Dilma Rousseff não tenham sabido dos escândalos na Petrobras. Duas razões simples justificam a tese: nada se decide naquela empresa sem o aval do controlador majoritário, a União Federal, comandada pelo titular do Palácio do Planalto (ou controlada pela governança do crime organizado?). Assim, Lula e Dilma ficam na inevitabilidade de serem denunciados por responsabilidade.
A situação de Dilma é ainda mais grave. Ela foi "presidente" do Conselho de Administração da Petrobras, durante a gestão presidencial de Luiz Inácio Lula da Silva, o eterno Presidentro. Se insistir na tese inacreditável de que não sabia de nada, assina o atestado de que pecou por incompetência gerencial e tem responsabilidade solidária, com a diretoria da empresa, pelos desmandos de corrupção. Só por milagre Dilma escapará de processos movidos nos Estados Unidos. Uma chefe de Estado acionada civil e criminalmente não tem condições morais de permanecer no cargo. Seu impeachment é inevitável pelo Petrolão.
Se não cair pelas maracutaias na Petrobras, Dilma tem enormes chances de sofrer impedimento ao ser denunciada por crime de responsabilidade (na verdade, irresponsabilidade) por descumprir a Lei de Responsabilidade Fiscal. A base governista terá imensa dificuldade, mesmo sendo maioria no Congresso, para aprovar uma ilegal mudança das regras do jogo na Lei de Diretrizes Orçamentárias. Será temerário autorizar o governo a usar sua "contabilidade criativa" para esconder um rombo nas despesas federais. Se isto ocorrer, o Congresso terá cometido um GOLPE - no pior estilo do socialismo bolivariano.
Os mesmos parlamentares que podem dar o golpe estão apertadinhos. Uns 70 deles temem que seus nada santos nomes apareçam nas delações premiadas e acordos de leniência da Operação Lava Jato. Os executivos de empreiteiras presos pelo juiz Sérgio Fernando Moro, o Homem de Gelo da 13a Vara Federal, vão dedurar seus colaboradores políticos na corrupção bilionária. Exatamente diante do risco de o parlamento ter de passar por uma faxina imediata é que Dilma Rousseff pode aproveitar o momento de tensão e medo para propor aos "companheiros do Congresso" uma salvação golpista, no melhor estilo bolivariana. Eles salvam ela de cair por irresponsabilidade fiscal e o governo (não se sabe como) fará de tudo para salvá-los de futuras punições judiciais.
Nesse cenário absolutamente imoral, Dilma perdeu completamente as condições mínimas de governabilidade. A incapacidade de lidar com a crise econômica que seu desgoverno criou será  a tampa do caixão. Dilma já era! Seu segundo mandato já acaba antes mesmo de começar. A ingovernabilidade é um fato objetivo. Só um golpe em estilo bolivariano pode salvar a cúpula da República Sindicalista de acabar sem direitos políticos ou, na pior hipótese para a nazicomunopetralhada, até na cadeia.
Dilma entrará para a História como a Presidenta Porcina. Aquela que foi sem nunca ter sido.
Prato indigesto do momento
Mas tem a turma da AJA querendo comer o fígado de molusco...

FOTOS E VÍDEOS ESPANTOSOS: mais de 4 mil aparelhos no maior cemitério de aviões do mundo


O enorme cemitério de aviões proximo a Tucson, Arizona: não é muito fácil de distinguir com foto deste tamanho, mas observe à esquerda os bombardeiros B-52 com asas cortadas, no chão, para observação dos satélites russos (Foto: USAF)
Publicado originalmente a 9 de abril de 2012
Campeões-de-audiênciaÉ um espanto, algo quase inacreditável: mais de 4 mil aviões aposentados espalhados num imenso terreno no deserto do Arizona, perto da cidade de Tucson e ao lado da base Davis-Montham da Força Aérea dos Estados Unidos (USAF) — o maior cemitério de aviões do mundo.

Só nesta foto, cerca de 200 aviões de combate que fariam o sonho de forças aéreas mundo afora. O ar seco do deserto contribui para sua não deterioração  (Foto: USAF)
Sob a guarda do 309º Grupo de Manutenção e Regeneração da USAF, lá estão eles — alguns modelos que, às centenas sob o ar seco do deserto, que contribui poderosamente para a conservação dos equipamentos, ainda são o sonho da maior parte das forças aéreas do mundo.
É o caso dos F14 Tomcat ou, principalmente, dos F15 Eagle, dos colossais bombardeiros B-52 de oito turbinas aposentados, sem contar helicópteros de ataque, de transporte e de resgate de todos os tipos, protótipos de aviões que não chegaram a entrar em serviços e gigantes aéreos de transporte como os C5A Galaxy.

Area destinada a caças do cemitério da Força Aérea no Arizona (Foto: USAF)
Há centenas de B-52 ali estacionados, sendo que 300 deles têm suas asas cortadas (veja bem à esquerda na foto principal) devido às negociações sobre redução de armas estratégicas com a antiga União Soviética (e, agora, com a Rússia) — as asas cortadas podem ser vistas por satélites de observação russos.
Neste capítulo, o cemitério abriga mísseis inativos, como o Titan, de alcance intercontinental.
Agora,  vídeo, feito durante uma excursão de turistas visitantes do adjacente Pima Air & Space Museum:



DO RICARDOSETTI-REV VEJA

Construtora recebeu aditivo de R$139,8 milhões da Petrobras por usina já concluída.

RIO - As investigações do esquema de corrupção na Petrobras pela Polícia Federal, na Operação Lava-Jato, revelaram a prática reiterada da estatal de reajustar contratos no meio das obras, fazendo disparar o custo final de grandes projetos, como a refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco, e o Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj), alvos de auditorias do Tribunal de Contas da União (TCU). Documentos obtidos pelo GLOBO mostram que a estatal também pagou suplementos a contratos de obra já concluída. É o caso da Termoaçu, termelétrica da Petrobras que fica no interior do Rio Grande do Norte. No final do ano passado, a Petrobras autorizou o pagamento de um valor extra de R$ 139,8 milhões à construtora Camargo Corrêa a título de compensação por despesas adicionais como subcontratações durante as obras da Termoaçu, cinco anos depois da inauguração. A construtora, uma das acusadas pelas investigações da Lava-Jato de participar de cartel e do esquema de pagamento de propinas na Petrobras, já havia recebido pelo menos R$ 690 milhões pela obra.
A Petrobras arcou com a maior parte do investimento porque detinha 77% da usina. A outra sócia era a Neoenergia, dona do restante das ações. Em setembro de 2008, o então presidente Lula inaugurou a Termoaçu ao lado da atual presidente da Petrobras, Maria das Graças Foster, que na época era diretora de Gás e Energia da estatal, à frente da área responsável pelo empreendimento. Construída para produzir 323 MW a partir da queima de gás natural e vapor para injeção em poços de petróleo na costa potiguar, a usina foi apresentada com custo total de R$ 735 milhões.
A inauguração foi por videoconferência numa universidade de Mossoró, a 125 quilômetros da usina e onde Lula tinha compromisso com a então governadora do RN, Wilma de Faria. Se tivesse ido pessoalmente à Termoaçu, Lula poderia ter visto o que observaram executivos da área de auditoria interna e controladoria da térmica, indicados pela Neoenergia: a usina tinha várias falhas de construção.