PAZ AMOR E VIDA NA TERRA " De tanto ver triunfar as nulidades, De tanto ver crescer as injustiças, De tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar-se da virtude, a rir-se da honra, a ter vergonha de ser honesto". [Ruy Barbosa]
quarta-feira, 30 de abril de 2014
Escalado para exaltar a Copa do Brasil Maravilha, Gilberto Carvalho foi expulso do país habitado por gente farta de vigarices
Na chegada à sede do Sindicato dos Bancários do Rio de Janeiro, cenário da etapa carioca dos “Diálogos Governo-Sociedade Civil Copa 2014″, o sorriso confiante e a voz de orador da turma avisaram que o ministro Gilberto Carvalho estava em casa ─ e cercado por amigos de fé. Decerto imaginou que passaria as duas horas seguintes saboreando aplausos e carícias verbais da plateia amestrada, formada por integrantes dos “movimentos sociais”. Todos estavam ali para aprender que a Copa da Roubalheira, vista de perto, é outra soberba evidência de que o Brasil vai tão bem que, se melhorar, estraga.
Quebrou a cara, informa o vídeo acima. Já na entrada do auditório o sorriso morreu, esganado pela inscrição na faixa pendurada atrás da mesa no palco: NÂO VAI TER COPA. A voz começou a claudicar com as primeiras manifestações de hostilidade. E a autoconfiança foi dissolvida pela pancadaria sonora. Durante 15 minutos, a caixa preta ambulante lutou bravamente para sobreviver a vaias, apupos, risos debochados, apartes desmoralizantes, gargalhadas irônicas e cobranças de promessas ainda estacionadas no palanque.
Enfim rendido ao som da fúria, interrompeu o falatório, deu o encontro por findo, prometeu voltar em agosto e caiu fora da zona conflagrada. Até capitular, o camelô de embustes esforçou-se para vender à freguesia o conto da Copa. Jurou que a mina de dinheiro da Fifa, vista de perto, é uma usina de empregos para nativos. Lembrou que já trabalhou em favela, celebrou o Minha Casa, Minha Vida, culpou a oposição pelo atraso nas obras, pediu paciência aos presentes, fez o diabo. Nada funcionou.
Gilberto Carvalho preparou-se para uma festiva noitada no Brasil Maravilha. Só depois de consumado o fiasco descobriu que estava no Brasil real. É um país habitado por gente farta de vigarices. E é cada vez mais populoso.
DO A.NUNES
Zé Dirceu mora num flat na Papuda.
Nesta
terça-feira, uma comissão de deputados federais de diferentes partidos fez uma
visita ao mais influente detento da Penitenciária da Papuda, no Distrito
Federal, o ex-ministro José Dirceu. O objetivo do grupo, formado
majoritariamente por aliados do petista, era tentar atestar que o petista não
detém regalias na cadeia e pressionar a Justiça a liberá-lo para trabalhar fora
da Papuda durante o dia. Mas não foi o que ocorreu. Ao chegar ao presídio, os
parlamentares encontraram o detento 95.413 em uma cela privilegiada, eufórico
diante de uma televisão de plasma que exibia a vitória do Real Madrid sobre o
Bayern de Munique pela Liga dos Campeões da Europa.
“Estou
assistindo ao Real dar uma surra no Bayern”, disse o mensaleiro, sorridente, ao
receber a comitiva em sua cela – o time espanhol goleou o rival alemão por 4 a
0.
Segundo relato
do deputado Arnaldo Jordy (PPS-PA), a cela do petista é a maior do complexo,
equipada com micro-ondas, chuveiro quente, televisão e uma cama diferente das
demais. Dirceu foi colocado em um espaço de 23 m² no Centro de Internamento e
Reeducação (CIR), cujas celas têm padrão de 15 m² e reúnem até quatro detentos.
O local servia de cantina, mas passou por uma reforma para receber o
ex-ministro.
“A cela do
Dirceu é completamente diferente das outras que a gente viu, não há dúvidas.
Vimos pessoas com deficiência física que deveriam ficar separadas porque os
presos pegam parte da cadeira de rodas para fazer armas. Mas elas seguem
misturadas, dormem em colchões piores e tomam banho em chuveiro frio”, afirmou
a deputada Mara Gabrilli (PSDB-SP), que é cadeirante.
Os deputados de
oposição reclamaram que o coordenador-geral da Sesipe (Subsecretaria do Sistema
Penitenciário), João Feitosa, impôs uma série de restrições durante a visita:
"Ele queria nos mostrar a cantina, as melhores celas e que seguíssemos o
roteiro definido por ele. Disse ainda que não poderíamos ir a outros setores
por falta de acessibilidade para a deputada Mara", disse Jordy. Após a
insistência, foram liberados três dos cinco parlamentares para visitar outras
alas da penitenciária – inclusive a própria Mara Gabrilli, que negou ter enfrentado
dificuldades durante o trajeto.
Além de Jordy e
Mara Gabrilli, integraram a comitiva os deputados Nilmário Miranda (PT-MG),
Luiza Erundina (PSB-SP) e Jean Wyllys (PSOL-RJ).
Podólogo – No
mês passado, VEJA revelou uma série de mordomias de Dirceu na Papuda. O petista
passa a maior parte do dia no interior de uma biblioteca onde poucos detentos
têm autorização para entrar. Lá, ele gasta o tempo em animadas conversas,
especialmente com seus companheiros do mensalão, e lê em ritmo frenético para transformar
os livros em redações, o que lhe pode garantir dias a menos na cadeia. O
ex-ministro só interrompe as sessões de leitura para receber visitas –
incluindo um podólogo –, muitas delas fora do horário regulamentar e sem
registro oficial algum, e para fazer suas refeições, especialmente preparadas
para ele e os comparsas.
Comandada pelo
PT, a Comissão de Direitos Humanos da Câmara aprovou a diligência até a Papuda
com o objetivo de negar a existência de benefícios aos condenados no julgamento
do mensalão e, dessa forma, evitar sanções aos mensaleiros. Além de pressionar
pela liberação do trabalho externo para Dirceu, petistas temem que seus
companheiros sejam transferidos para uma penitenciária com regime mais duro.
Dirceu está sendo
investigado pela Justiça por ter usado um celular dentro da cadeia do
secretário da Indústria, Comércio e Mineração do governo da Bahia, James
Correia, no dia 6 de janeiro. O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF),
Joaquim Barbosa, cobrou investigações sobre essa e outras regalias de Dirceu e
aguarda um parecer para decidir sobre a autorização para ele trabalhar em um
escritório de advocacia. (Veja)
DO CELEAKS
Pressionado, Renan recua e já aceita CPI mista
Em
reunião com líderes do PSDB e do DEM, o presidente do Senado, Renan
Calheiros (PMDB-AL), assumiu o compromisso de pedir a todos os partidos
que indiquem os seus representantes na CPI mista da Petrobras, que será
integrada por 13 senadores e 13 deputados. Mais cedo, Renan solicitara
aos líderes partidários que fizessem “imediatamente” apenas as
indicações para a CPI do Senado, sem a presença de deputados.
Após rebelião dos deputados, que não admitiram ser excluídos da investigação, Renan recebeu em seu gabinete os líderes do PSDB e do DEM na Câmara e no Senado. Em conversa de uma hora e meia, testemunhada por Eduardo Braga (PMDB-AM), líder de Dilma Rousseff no Senado, Renan concordou em levantar os obstáculos que atravessara no caminho da comissão mista.
À tarde, falando do microfone do plenário, Renan dissera o seguinte: “A oposição sempre deixou clara sua preferência pela CPI mista, mas sua instalação não poderá acontecer por iniciativa do presidente do Senado. A decisão de uma CPI se sobrepor à outra tem que ser política.” Ele marcara para terça-feira (6) uma reunião para discutir o tema com todos os líderes.
Na conversa noturna, Renan declarou que usará o encontro de terça para informar aos líderes sobre sua decisão de estender à CPI mista a mesma solicitação de indicações que fizera para a CPI do Senado. Na prática, Renan transferirá para os partidos a incumbência de definir qual das duas CPIs vai funcionar.
O governo prefere a comissão do Senado, mais fácil de ser controlada. A oposição prefere a CPI mista porque sua composição incluirá governistas dissidentes. Na Câmara, excetuando-se o PT, há dissidentes em todas as legendas governistas. Juntando-se à oposição, esses dissidentes podem produzir maiorias eventuais na CPI.
Estiveram com Renan, além de Eduardo Braga, os senadores José Agripino Maia (DEM-RN) e Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP), além dos deputados Mendonça Filho (DEM-PE), Antonio Imbassahy (PSDB-BA) e Nilson Leitão (PSDB-MT).
DO JDESOUSA
Após rebelião dos deputados, que não admitiram ser excluídos da investigação, Renan recebeu em seu gabinete os líderes do PSDB e do DEM na Câmara e no Senado. Em conversa de uma hora e meia, testemunhada por Eduardo Braga (PMDB-AM), líder de Dilma Rousseff no Senado, Renan concordou em levantar os obstáculos que atravessara no caminho da comissão mista.
À tarde, falando do microfone do plenário, Renan dissera o seguinte: “A oposição sempre deixou clara sua preferência pela CPI mista, mas sua instalação não poderá acontecer por iniciativa do presidente do Senado. A decisão de uma CPI se sobrepor à outra tem que ser política.” Ele marcara para terça-feira (6) uma reunião para discutir o tema com todos os líderes.
Na conversa noturna, Renan declarou que usará o encontro de terça para informar aos líderes sobre sua decisão de estender à CPI mista a mesma solicitação de indicações que fizera para a CPI do Senado. Na prática, Renan transferirá para os partidos a incumbência de definir qual das duas CPIs vai funcionar.
O governo prefere a comissão do Senado, mais fácil de ser controlada. A oposição prefere a CPI mista porque sua composição incluirá governistas dissidentes. Na Câmara, excetuando-se o PT, há dissidentes em todas as legendas governistas. Juntando-se à oposição, esses dissidentes podem produzir maiorias eventuais na CPI.
Estiveram com Renan, além de Eduardo Braga, os senadores José Agripino Maia (DEM-RN) e Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP), além dos deputados Mendonça Filho (DEM-PE), Antonio Imbassahy (PSDB-BA) e Nilson Leitão (PSDB-MT).
DO JDESOUSA
Assinar:
Postagens (Atom)