PAZ AMOR E VIDA NA TERRA
" De tanto ver triunfar as nulidades,
De tanto ver crescer as injustiças,
De tanto ver agigantarem-se os poderes
nas mãos dos maus, o homem chega
a desanimar-se da virtude,
a rir-se da honra,
a ter vergonha de ser honesto".
[Ruy Barbosa]
Partido Progressista do Paraná
Nota Oficial
Por decisão da maioria de seus membros, a Executiva Estadual do Partido
Progressista do Paraná, comunica aos filiados, militantes,
simpatizantes e população em geral, apoiar a tramitação e aprovação do
processo de impeachment da presidente da República, na Câmara dos
Deputados. Informa também haver tomado tal posicionamento em defesa dos
interesses da Nação e da sociedade brasileira, já que se trata, neste
momento da única alternati... Ver mais
Pedro Venceslau, Elisabeth Lopes e Ana Fernandes - O Estado de S.Paulo
08 Abril 2016 | 19h 15 - Atualizado: 08 Abril 2016 | 19h 19
Cúpula do partido se reuniu em São Paulo para dar uma demonstração de unidade
A uma semana da votação decisiva sobre o
impeachment da presidente Dilma Rousseff na Câmara dos Deputados, a
cúpula do PSDB se reuniu nesta sexta-feira, 8, em São Paulo, para dar
uma demonstração de unidade, sepultar a tese de novas eleições e blindar
o vice-presidente Michel Temer (PMDB).
O encontro ocorreu em um momento de turbulência interna
do partido. O governador Geraldo Alckmin enfrenta um racha sem
precedentes em São Paulo devido ao apoio que deu ao empresário João
Doria nas prévias da capital e os tucanos divergem sobre a participação
em um eventual ministério de Temer. O
senador Aécio Neves (MG), presidente do PSDB, o ex-presidente Fernando
Henrique Cardoso, os senadores Aloysio Nunes e José Serra, os
governador Beto Richa (PR) e Pedro Taques e uma comitiva de
parlamentares tucanos se reuniram no Palácio dos Bandeirantes, sede do
governo paulista. Eleições. Durante o encontro, os tucanos
decidiram retirar de uma vez por todas a proposta de novas eleições do
horizonte e selar o apoio a “solução Temer”. No fim de 2015, às
vésperas do recesso do parlamentar, as principais lideranças do PSDB no
Congresso anunciaram que a melhor saída para a crise política seria a
realização de novas eleições, e não apenas o impeachment da presidente
Dilma Rousseff.
Embora os discursos já demonstrassem uma nova mudança
retórica, a posição partidária não havia mudado oficialmente até a
reunião desta sexta-feira. “O PSDB reafirma o seu compromisso absoluto
com a interrupção do mandato da presidente Dilma pela via constitucional
do impeachment: 100% do partido apoia o afastamento", afirmou Aécio em entrevista coletiva após a reunião na sede do governo paulista. Em seguida, o senador fez uma ponderação: “O PSDB não é beneficiário dessa solução”.
Em sua fala, Alckmin ressaltou que o momento é “unidade” em
benefício do povo brasileiro. “O quadro político é de extrema gravidade e
precisa ser aliviado. A população brasileira quer mudança. Nós temos
lado: o lado da mudança”.
Motivo de divergência interna, o debate sobre a participação
do PSDB com cargos em um eventual governo Temer foi adiada para depois
da votação do impedimento. Defensor da participação, José Serra não
participou da entrevista coletiva aos lados das lideranças tucanas.
Sobre a tese de realizar novas eleições gerais, que hoje é
defendida por parte do PMDB e ventilada por setores do governo, o PSDB
foi unânime. O secretário geral do partido, deputado Silvio Torres (SP),
classificou como “absurda” a proposta. “Não há a menor chance de
realizar eleições gerais”, afirmou ele aos jornalistas.
Terminada a reunião, Aécio seguiu com uma comitiva de
deputados para um evento organizado pela Força Sindical que teve com um
dos objetivos centrais dar apoio ao vice-presidente Michel Temer, que é
alvo de um pedido de impeachment na Câmara. "O impeachment não era a
primeira opção de muitos de nós tucanos. Sempre achamos que novas
eleições a partir do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) talvez
fosse o caminho que legitimasse de forma mais adequada um novo
governo.Mas hoje, há uma convergência em razão da necessidade de essa
mudança acontecer rapidamente. Não se sabe o que acontecerá no TSE nem
quando. O impeachment está nas nossas mãos", disse Aécio. DO ESTADÃO
Sem
qualquer freio moral e com dinheiro do Orçamento, o Planalto volta a
comprar apoio parlamentar num último esforço para livrar a presidente do
impeachment. Dois parlamentares do PSB teriam recebido oferta de R$ 2 milhões em troca do voto pró-Dilma
Marcelo Rocha e Mel Bleil Gallo ISTOÉ
No
derradeiro esforço para tentar salvar o mandato da presidente Dilma
Rousseff, o governo reeditou nos últimos dias, sem qualquer pudor, uma
prática já condenada pelo Supremo: a de usar dinheiro público para
comprar apoio político no Congresso. De maneira escancarada, o Planalto
passou a negociar emendas e cargos, e até dinheiro, com deputados que se
dispuserem a votar contra o impeachment da petista. O modo de operar
remete ao escândalo do mensalão, o esquema de compra de votos durante o
primeiro mandato do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Com uma
diferença fundamental. O mensalão clássico consistiu no pagamento de
parlamentares a partir do desvio de verbas públicas e da lavagem de
dinheiro por meio de agências de publicidade. Agora, o dinheiro
negociado com os deputados de forma escancarada vem direto do Orçamento –
ou seja, do seu e dos nossos impostos. “São práticas terríveis e o PT
repete tudo de novo”, lamentou o ex-deputado Roberto Jefferson, o
principal delator do mensalão, em entrevista a ISTOÉ.
INDIGNAÇÃO
No Congresso, oposição protesta contra o balcão de negócios promovido pelo governo De
tão ostensivos, o assédio aos parlamentares e as propostas indecentes
formuladas por emissários do Planalto fizeram corar de vergonha
parlamentares que nunca se notabilizaram propriamente pela probidade ou
por suas reputações ilibadas, como o deputado Paulo Maluf e o
ex-presidente Fernando Collor. Há outro componente agravante no feirão a
céu aberto promovido pelo governo: ele mostra que o PT vira as costas
para a sociedade no momento em que o País vive uma crise
político-econômica sem precedentes na história recente. Enquanto a
presidente Dilma determina o contigenciamento de verbas para a Educação,
e paralisa programas como o financiamento estudantil no exterior, uma
das bandeiras do segundo mandato de Dilma, R$ 50 bilhões em emendas são
oferecidas para quem se dignar a votar contra o impeachment. O governo
também não parece se preocupar com a existência de quatro surtos de
doenças no País, como a gripe H1N1, que já fez 47 vítimas só este ano.
Enquanto diretores do instituto Butantã reclamam de falta de recursos
federais para a produção de vacinas contra o zika vírus, por exemplo, o
critério de escolha do futuro ministro da Saúde e do presidente da
Funasa (Fundação Nacional de Saúde) se orienta pelo número de votos
contra o afastamento da presidente que os aspirantes às vagas são
capazes de oferecer. Ou seja, no vale-tudo para se manter no poder, o
Planalto não se constrange em comprometer o presente e o futuro do País.
Na
quarta-feira 6, ao mesmo tempo em que o deputado Jovair Arantes
(PTB-GO) lia as 128 páginas do relatório que concluiu pela
admissibilidade do pedido de impeachment contra a presidente, os
defensores do Planalto tentavam conquistar votos pró-Dilma nos
corredores da Câmara. Às claras. Assim se deu, por exemplo, quando o
deputado André Abon (PP-AP) abordou o colega Sílvio Costa (PTdoB-PE),
vice-líder do governo. “Tudo certo?”, perguntou Costa. “Falta assinar”,
disse Abdon. “Então, está tudo resolvido”, afirmou o vice-líder. Costa é
dos encarregados de negociar, no varejo, votos para tentar derrubar, no
plenário, o pedido de impeachment da presidente. ISTOÉ perguntou a
Costa se o assunto com Abdon era o voto contra o afastamento da chefe do
Executivo. O parlamentar não titubeou. “É claro”, respondeu sem
detalhar, no entanto, o que fora negociado. O pernambucano é quem anota
as adesões e dissidências num papelzinho que carrega no bolso do paletó.
“Posso ver o placar?”, indagou a reportagem. “Tá de brincadeira, meu
líder?!” Em meio ao balcão de negócios que tomou conta dos corredores do
poder em Brasília, há suspeitas de práticas nada republicanas. Ao longo
da semana, circulou a informação de que os deputados Heitor Schuch e
José Stédille, ambos do PSB do Rio Grande do Sul, teriam sido abordados
por aliados do Palácio do Planalto com oferta de dinheiro para apoiar a
presidente. A bancada do PSB se reuniu para cobrar explicações. Eles
negaram. Um deputado de um partido da base aliada, no entanto, assegurou
à ISTOÉ que a oferta foi feita. O valor: R$ 2 milhões pelo voto
pró-Dilma.
Na
nova modalidade do mensalão, o principal operador não tem cargo, ao
contrário de José Dirceu, ex-ministro da Casa Civil, e Delúbio Soares,
então tesoureiro do PT. Atua como um agente estranho ao Estado, mas em
nome do Estado, e fazendo promessas de algo que, ao menos oficialmente,
não poderia entregar. Esse papel é exercido pelo ex-presidente Lula, com
as ajudas providenciais de Jaques Wagner e do ministro Ricardo
Berzoíni.. Após ter sua nomeação para a Casa Civil barrada pelo ministro
Gilmar Mendes, do STF, o petista transformou uma suíte de um hotel de
luxo em Brasília numa espécie de QG do mensalão do impeachment. Durante
as conversas, não se perde um minuto de prosa para discutir políticas
públicas ou projetos para o andamento do País. No local, onde ele tem
recebido uma romaria de políticos, o samba é de uma nota só: os votos
pró-Dilma. O toma la, da cá, que nos governos anteriores era promovido
com uma roupagem mais republicana, agora é embalado pelo mais puro
pragmatismo político. Quem oferece mais votos sai com a promessa de um
cargo num escalão mais alto. Daqueles com caneta, verba e tinta. Ou com
uma emenda mais polpuda. Sem disfarçar, o ex-presidente Lula fala e age
em nome do governo. Claro que nem tudo é escancarado. Duas precauções
foram tomadas para evitar o flagrante das negociatas. Primeiro as
câmeras do corredor do ex-presidente foram cobertas, impedindo o
registro de quem circula no local – uma medida preventiva de quem possui
experiência no assunto. Ainda está fresco na memória do PT as cenas
filmadas dentro do quarto de um outro hotel em Brasília do ex-ministro
José Dirceu negociando cargos com integrantes do alto escalão da
República, antes de ser preso no escândalo do Petrolão. Outra medida
adotada foi reservar as madrugadas para a intensificação das
negociações. É o período onde o fluxo de parlamentares e ministros é
mais intenso.
Nem
sempre o fechamento do negócio é celebrado nas dependências do hotel
localizado às margens do lago Paranoá em Brasília. Para obter o apoio do
ministro dos Portos, Helder Barbalho (PMDB-PA), e de seu pai, o senador
Jader Barbalho (PMDB-PA), Lula precisou alterar a rotina. Teve de
visitar o paraense em sua própria residência, no dia seguinte à decisão
do PMDB de deixar o governo. O esforço, ao menos para o PT, foi válido.
Em jogo, estavam não apenas o eventual voto do senador, mas o de duas
deputadas peemedebistas: sua esposa, Simone Morgado, e sua ex-mulher,
Elcione Barbalho. O acordo foi fechado. A contrapartida oferecida pelo
PT à família Barbalho é generosa: neste ano, Helder administrará um
orçamento de aproximadamente R$ 3,2 bilhões para obras portuárias no
Pará, estado do qual ele é pré-candidato a governador. Além disso, Jader
conseguiu emplacar a indicação de seu antigo rival e hoje
correligionário, o ex-senador e até então secretário-executivo da pasta
comandada por Helder, Luiz Otávio Campos, para o comando da Agência
Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq). Graças ao regalo obtido,
Barbalho se tornou um dos mais ativos articuladores dentro do PMDB a
favor de Dilma. Atua afinado com outro governista de carteirinha: o
líder na Câmara, Leonardo Picciani. Sua sede desmedida por cargos lhe
rendeu a alcunha de “rei do fisiologismo”.
Outro
cacique do Senado que se dobrou às promessas de Lula foi o presidente
nacional do Partido Progressista, Ciro Nogueira. Recentemente, ele foi
alçado à condição de articulador oficial e, em incontáveis reuniões,
levou ofertas a diversos aliados e indecisos. A negociação rendeu frutos
ao governo: ele conseguiu postergar a decisão da bancada do partido -
que conta com 51 deputados e seis senadores - sobre aderir ou não ao
impeachment. Ciro é um dos mercadores pelo PP no balcão de negócios. Na
Câmara, o PP conta com os préstimos de Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), que já
se posicionou declaradamente contra o impeachment. Exercem papel
idêntico, só que pelo PR, o ministro de Transportes, Antonio Carlos
Rodrigues, e o ex-ministro e hoje deputado Alfredo Nascimento (PR-AM).
São responsáveis pelo corpo-a-corpo com os parlamentares. Na retaguarda
encontra-se o mensaleiro Valdemar Costa Neto, hoje de tornozeleira por
estar na condicional, a quem cabe abençoar as decisões. Pelo PSD, quem
arregimenta a tropa governista é o ministro das Cidades, Gilberto
Kassab. Como o ex-prefeito de São Paulo não costuma dar um passo sequer
sem combinar com seu padrinho político, o senador tucano José Serra,
cabe a pergunta: de que lado estaria Serra neste momento? No PT, o mais
aguerrido na busca por votos para Dilma é o líder do governo na Câmara,
José Guimarães (PT-CE). Além de cargos no governo, também estão em
negociação a ocupação do comando de comissões estratégicas na Casa e
relatorias importantes. Segundo um empresário que esteve na capital
federal na última semana, a investida petista têm sido feita
prioritariamente sobre deputados cuja base eleitoral fica localizada no
interior do País. O Planalto dispõe de levantamentos mostrando que esses
parlamentares são menos expostos às pressões do eleitorado. Por estarem
mais presos às conveniências paroquiais, ficam mais suscetíveis às
benesses do poder. Para estes, uma emenda ou cargo possuem um peso
decisivo numa futura eleição.
As
indecorosas pressões, no entanto, ainda não têm sido suficientes para
reverter o placar ainda favorável ao impeachment. Pior: podem configurar
mais um crime praticado por este governo – ou por representantes dele.
Para o cientista político Bolívar Lamounier, Lula adota uma prática
criminosa passível de prisão. Na última quarta-feira 7, Lamounier enviou
ao procurador-¬geral da República, Rodrigo Janot, um ofício em que
sugere a prisão preventiva do ex¬-presidente por “orquestrar e conduzir”
a compra de votos de deputados federais. “Que se trata de uma prática
criminosa, não há dúvida”, afirmou. Para o estudioso, a investida de
Lula é mais danosa ao erário do que as ações dos coronéis que
transformaram municípios do interior do País em feudos
eleitorais.“Justiça seja feita, por execráveis que fossem suas ações de
aliciamento eleitoral, eles as praticavam com recursos próprios, não com
cargos e verbas públicas, como ocorre atualmente nas dependências do
hotel brasiliense”.
O
afastamento da presidente ainda é o cenário mais provável. A oposição,
no entanto, mantém a mobilização temendo eventuais baixas. Na
quinta-feira 7, o mapa do impeachment produzido pelos parlamentares de
oposição André Moura (PSC-SE) e Mendonça Filho (DEM-PE) contabilizava
353 votos pró-impeachment, 131 favoráveis ao governo e 29 indecisos –
onze a mais do que o necessário. Já na Comissão Especial que decidirá
nesta semana se o processo deve ou não seguir para o Plenário, o cálculo
é de que a oposição tenha 38 votos - quatro a mais. Horas antes de
fechar o relatório diário, Moura se reuniu com o vice-presidente Michel
Temer (PMDB), em Brasília, a quem constantemente abastece com
atualizações sobre a radiografia do voto. “O que nós observamos é que
quando algum indeciso decide votar com o governo, é porque ele foi
cooptado. Eles mesmos admitem isso. Mas quando eles apoiam o
impeachment, é ideológico”, afirmou o líder do PSC.
Uma
das principais baixas sofridas pelo governo, nos últimos dias, foi o
afastamento do Partido Republicano Brasileiro (PRB). A sigla tem
declarado apoio crescente ao impeachment e esteve em peso no ato que
anunciou a adesão majoritária da bancada evangélica à causa, na última
quarta-feira 6. Entre os representantes, estavam João Campos (PRB-GO),
Rosângela Gomes (PRB-RJ) e Tia Eron (PRB-BA). O presidente nacional da
sigla, Marcos Pereira (PRB-SP), conta que nem a oferta de dois
ministérios de Dilma, intermediada pelo senador Ciro Nogueira (PP-PI),
foi capaz de devolver o partido à base. “Ficaríamos muito
desmoralizados. Além disso, nós fizemos uma pesquisa em São Paulo e mais
de 70% dos eleitores criticaram nosso apoio ao governo”, explicou
Pereira. Outro problema enfrentado pelo Planalto, além da debandada de
aliados às vésperas da votação em plenário, é o que se pode chamar de
overbooking de cargos. É que entre os próprios parlamentares soube-se
que o governo estava oferecendo um mesmo cargo para vários políticos.
Como Dilma prometeu honrar os compromissos apenas depois da votação do
impeachment na Câmara, o clima de desconfiança paira no ar. Dos dois
lados do balcão. “Tem gente vendendo terreno no céu. Prometem o que não
podem entregar”, afirmou à ISTOÉ um parlamentar que pediu para não ser
identificado. Em meio às negociatas e traficâncias do poder, resta saber
quem vai trair quem. Que a vítima da traição não seja o povo
brasileiro.
Fotos:
Nilson Bastian/Câmara dos Deputados, Pedro Ladeira/Folhapress; Sérgio
Lima/Folhapress, Igo Estrela/FramePhoto/Folhapress; Lula Marques/Agência
PT; Beto Barata /Fotoarena/Folhapress 09.04.2016 DO R.DEMOCRATICA