Membro do Comitê Executivo do
Movimento Avança Brasil
Bolsa sobe,
dólar cai, mas ainda segue muito alto, no dia seguinte à posse de Jair
Bolsonaro e no dia em que Paulo Guedes assume o Ministério da Economia. O que
isso significa? Nada de anormal em um País que não tem um eficiente órgão
regulador de mercado. O “fenômeno” apenas confirma que poucos e grandes fundos
de investimento transnacionais manipulam os preços dos ativos no Brasil,
conforme a conveniência deles.
O
mercadinho brasileiro é extremamente volátil. Sempre foi... Os especuladores
ditam o ritmo do jogo. Parece piada pronta a lista dos motivos arranjados para
justificar a escalada rentista. A causa não é a ascensão de Paulo Guedes,
prometendo muitas privatizações, menos impostos e menos gastos. Também não é o
favoritismo de Rodrigo Maia para presidir a câmara dos Deputados. Agora, tudo é
otimismo. Até porque o Brasil vai melhorar porque não tem outro jeito... Só
isto...
Ontem,
foram dados alguns recados institucionais importantíssimos. Paulo Guedes pregou
a “desjudicialização” das matérias tributárias e maior clareza destes temas na
Constituição. O ideólogo Guedes focou seu discurso na defesa da democracia
liberal, de centro-direita, em confronto com a social-democracia que governou o
país nos últimos 30 anos. Na economia, a agenda será liberal, fundada nos
seguintes pilares: reforma da Previdência, privatizações, simplificação
tributária, descentralização das receitas da União para os Estados e municípios
e abertura comercial.
Outra
mensagem foi dada pelo General Santos Cruz, que assumiu a Secretaria de
Governo. Ele avisou que fará uma revisão geral de todos os contratos da
administração Federal – o que deve ter causado arrepio a muitos políticos que
mamavam nas tetas estatais. Mais um recado fortíssimo partiu do novo ministro
da Justiça e Segurança. Sérgio Moro prometeu apresentar ao Congresso Nacional,
no mês que vem, um pacote de medidas para combater organizações criminosas, com
regras mais claras.
O recado
mais importante, não podia ser diferente, foi dado pelo Presidente Jair
Bolsonaro, em apenas uma frase em homenagem ao General Eduardo Villas-Bôas,
comandante do Exército. A mensagem de Bolsonaro, curta e objetiva, deve ser
seguida como um mantra pela equipe de governo e pela população: “Hierarquia,
disciplina e respeito é o que fará do Brasil uma grande Nação”.
Eis o
caminho para a pacificação do Brasil. Como bem lembrou Paulo Guedes, “quem
legisla e quem julga tem as maiores aposentadorias, enquanto o cidadão comum
tem as menores”. Esta é a visão oficial para deixar claro que é o povo quem tem
de pressionar a classe dirigente (Executivo, Legislativo e Judiciário) para
reassumir sua responsabilidade institucional: gerir bem a coisa pública, sem
roubalheiras e sem conflitos permanentes, na absurda guerra de todos contra
todos.
Resumindo:
cabe aos segmentos esclarecidos da sociedade cumprir a missão de pressionar os
“poderosos de plantão” para “desjudicializar” a política, a economia e,
principalmente, as relações sociais. Ou seja, o que o Brasil necessita é
Democracia de verdade – sinônimo de Segurança legal, jurídica e individual.
Deixando
ainda mais claro: o Brasil não pode mais ser a Casa da Mãe Joana, onde poucos
mandam, porém a maioria desobedece, gerando e mantendo um ambiente de corrupção
sistêmica, desordem, violência, insegurança e falta de respeito a tudo e a
todos.
Simbolicamente,
Bolsonaro tomou posse como o sujeito que vai botar ordem na zona, para que o
Brasil retome o caminho do progresso e da paz social. Só é bom deixar claro que
o desafio não é do Presidente que assumiu. A responsabilidade é de cada um dos
brasileiros, principalmente dos que têm capacidade para defender e colocar em
prática uma Democracia nunca antes vista em nossa História.
PS – É
impressionante como alguns idiotas da mídia e da academia econômica não
entendem – ou fingem não entender – as entrelinhas ideológicas do raciocínio do
livre pensador liberal Paulo Guedes.
Perguntinha
básica: O que Guedes realmente quis dizer, ao advertir que, se a reforma da
Previdência não for aprovada, a situação chegaria a um limite tal que os
congressistas se veriam obrigados a assumir o seu protagonismo, passando a
controlar o Orçamento e a aprovação de um pacto federativo?
Tentativa
humilde de resposta: Guedes simplesmente defende o óbvio ululante – que cada
segmento de poder dirigente assuma a missão de implantar um Federalismo de
verdade no Brasil, a partir do princípio da liberdade democrática responsável.
Enfim, se
os dirigentes não fizerem diferente, a pressão da dura e triste realidade
forçará as mudanças...