quinta-feira, 3 de janeiro de 2019

É preciso “desjudicializar” a política e a economia


quinta-feira, 3 de janeiro de 2019


Edição do Alerta Total – www.alertatotal.net
Por Jorge Serrão - serrao@alertatotal.net
Membro do Comitê Executivo do
Movimento Avança Brasil
Bolsa sobe, dólar cai, mas ainda segue muito alto, no dia seguinte à posse de Jair Bolsonaro e no dia em que Paulo Guedes assume o Ministério da Economia. O que isso significa? Nada de anormal em um País que não tem um eficiente órgão regulador de mercado. O “fenômeno” apenas confirma que poucos e grandes fundos de investimento transnacionais manipulam os preços dos ativos no Brasil, conforme a conveniência deles.
O mercadinho brasileiro é extremamente volátil. Sempre foi... Os especuladores ditam o ritmo do jogo. Parece piada pronta a lista dos motivos arranjados para justificar a escalada rentista. A causa não é a ascensão de Paulo Guedes, prometendo muitas privatizações, menos impostos e menos gastos. Também não é o favoritismo de Rodrigo Maia para presidir a câmara dos Deputados. Agora, tudo é otimismo. Até porque o Brasil vai melhorar porque não tem outro jeito... Só isto...
Ontem, foram dados alguns recados institucionais importantíssimos. Paulo Guedes pregou a “desjudicialização” das matérias tributárias e maior clareza destes temas na Constituição. O ideólogo Guedes focou seu discurso na defesa da democracia liberal, de centro-direita, em confronto com a social-democracia que governou o país nos últimos 30 anos. Na economia, a agenda será liberal, fundada nos seguintes pilares: reforma da Previdência, privatizações, simplificação tributária, descentralização das receitas da União para os Estados e municípios e abertura comercial.
Outra mensagem foi dada pelo General Santos Cruz, que assumiu a Secretaria de Governo. Ele avisou que fará uma revisão geral de todos os contratos da administração Federal – o que deve ter causado arrepio a muitos políticos que mamavam nas tetas estatais. Mais um recado fortíssimo partiu do novo ministro da Justiça e Segurança. Sérgio Moro prometeu apresentar ao Congresso Nacional, no mês que vem, um pacote de medidas para combater organizações criminosas, com regras mais claras.
O recado mais importante, não podia ser diferente, foi dado pelo Presidente Jair Bolsonaro, em apenas uma frase em homenagem ao General Eduardo Villas-Bôas, comandante do Exército. A mensagem de Bolsonaro, curta e objetiva, deve ser seguida como um mantra pela equipe de governo e pela população: “Hierarquia, disciplina e respeito é o que fará do Brasil uma grande Nação”.
Eis o caminho para a pacificação do Brasil. Como bem lembrou Paulo Guedes, “quem legisla e quem julga tem as maiores aposentadorias, enquanto o cidadão comum tem as menores”. Esta é a visão oficial para deixar claro que é o povo quem tem de pressionar a classe dirigente (Executivo, Legislativo e Judiciário) para reassumir sua responsabilidade institucional: gerir bem a coisa pública, sem roubalheiras e sem conflitos permanentes, na absurda guerra de todos contra todos.
Resumindo: cabe aos segmentos esclarecidos da sociedade cumprir a missão de pressionar os “poderosos de plantão” para “desjudicializar” a política, a economia e, principalmente, as relações sociais. Ou seja, o que o Brasil necessita é Democracia de verdade – sinônimo de Segurança legal, jurídica e individual.
Deixando ainda mais claro: o Brasil não pode mais ser a Casa da Mãe Joana, onde poucos mandam, porém a maioria desobedece, gerando e mantendo um ambiente de corrupção sistêmica, desordem, violência, insegurança e falta de respeito a tudo e a todos.
Simbolicamente, Bolsonaro tomou posse como o sujeito que vai botar ordem na zona, para que o Brasil retome o caminho do progresso e da paz social. Só é bom deixar claro que o desafio não é do Presidente que assumiu. A responsabilidade é de cada um dos brasileiros, principalmente dos que têm capacidade para defender e colocar em prática uma Democracia nunca antes vista em nossa História.
PS – É impressionante como alguns idiotas da mídia e da academia econômica não entendem – ou fingem não entender – as entrelinhas ideológicas do raciocínio do livre pensador liberal Paulo Guedes.
Perguntinha básica: O que Guedes realmente quis dizer, ao advertir que, se a reforma da Previdência não for aprovada, a situação chegaria a um limite tal que os congressistas se veriam obrigados a assumir o seu protagonismo, passando a controlar o Orçamento e a aprovação de um pacto federativo?
Tentativa humilde de resposta: Guedes simplesmente defende o óbvio ululante – que cada segmento de poder dirigente assuma a missão de implantar um Federalismo de verdade no Brasil, a partir do princípio da liberdade democrática responsável.
Enfim, se os dirigentes não fizerem diferente, a pressão da dura e triste realidade forçará as mudanças...  

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