domingo, 4 de novembro de 2018

Desta água beberei

domingo, 4 de novembro de 2018

Gente ligada aos alvos da Lava Jato já proclama que ele “perseguia Lula” para evitar que derrotasse Bolsonaro. Quem prendeu Lula foi o TRF-4, mas não faz mal: o pau é nele. Coluna dominical de Carlos Brickmann:

Para Bolsonaro, foi ótimo: Sérgio Moro é um homem respeitado, de alto nível, e agrega prestígio a ele – que, embora eleito com esplêndida votação, ainda enfrenta problemas de credibilidade, e bem nos setores em que Moro é totalmente aceito. Para o futuro Governo Bolsonaro, Moro é muito bom: estudioso, eficiente, habituado a trabalhar com a Polícia Federal. E, chefiando um superministério, tem tudo para estender a Lava Jato a setores que nunca pôde investigar. Outra vantagem: com Moro ministro, morrem os pesadelos de caça às bruxas (que já incluíram em listas de comunistas a ser boicotados o jornalista Reinaldo Azevedo e até, creia!, Delfim Netto).
Mas, para Sérgio Moro, a coisa não é tão boa. Gente ligada aos alvos da Lava Jato já proclama que ele “perseguia Lula” para evitar que derrotasse Bolsonaro; quer acusá-lo naquele tal conselho da ONU de usar a toga com fins partidários; e o responsabiliza por, em duas ocasiões – a liberação da delação premiada de Palocci, dias antes da eleição, e a famosa gravação de Lula com Dilma, aquela do Bessias, em que ficava claro que seria nomeado ministro para ter foro privilegiado – antes do impeachment, para favorecer Bolsonaro. Quem prendeu Lula foi o TRF-4, mas não faz mal: o pau é nele.

Acusa-se também Moro de ter dito que jamais entraria na política. Isso ele disse – mas acha que, como Adib Jatene, é um ministro técnico que não vai disputar votos, ou mudou de ideia. Quem jamais nunca mudou de ideia?
Estranho vingador
Há também quem acuse Moro de mover uma cruzada contra Lula. Mas é esquisito: dentro de dez dias, Lula deve ser ouvido no processo sobre o sítio de Atibaia. Um vingador perderia a chance de condenar seu alvo mais uma vez? Ao aceitar o convite do presidente eleito, deixa de ser juiz. E o caso fica com uma juíza substituta, até que o novo titular seja escolhido.
Sem choradeira
Ao deixar a Magistratura para ser ministro, Moro não viola lei nenhuma.

Retrato futuro
O perfil do Governo Bolsonaro já começa a ser traçado: três ministros fortes, Sérgio Moro (Justiça), Paulo Guedes (Economia) e general Augusto Heleno, que comandou as tropas brasileiras no Haiti (Defesa). Os três controlam totalmente a área e escolhem os auxiliares que quiserem, sem que ninguém, nem Bolsonaro, se intrometa.
Os três são competentes – mas nenhum jamais negociou com políticos profissionais tipo Renan Calheiros.
Prioridades
Outros setores que estão na agenda presidencial: a defesa da propriedade privada, de crítica ao avanço dos costumes, apoio aos inovadores e empreendedores, força ao agronegócio e à exploração (responsável, dizem) das riquezas naturais. Para a Agricultura, estão em pauta duas mulheres notáveis: a senadora Ana Amélia (PP), vice de Alckmin, e a deputada Tereza Cristina (DEM), presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária.
Adeus
O Ministério do Trabalho, há anos sem função, deve ser extinto ou reduzido a secretaria, subordinada a Guedes. Para, como hoje, exercer só o trabalho de informar uma vez por mês o número de empregos com carteira assinada, ao custo de R$ 2 bilhões por ano, virar secretaria é bom demais.
Sem fantasia
É normal que o mercado tenha recebido bem a derrota do PT. É previsível que a escolha de Paulo Guedes, com bom trânsito na área da Economia, estimule estudos sobre investimentos. Mas as notícias que surgem nas redes sociais, sobre bilhões de dólares que virão para o país graças à eleição de Bolsonaro, não são bem assim. Os investimentos foram mesmo anunciados, mas já estavam na pauta ou virão (se vierem) bem mais tarde. Ninguém decide em poucos dias investir milhões de dólares, por mais que goste de Bolsonaro ou tenha apreciado sua vitória. Dilma também escolheu um ministro com prestígio no mercado e os dólares não vieram.
A literata
Dilma, depois de se mudar para Minas acreditando que seria facilmente eleita para o Senado, resolveu ficar no Rio Grande do Sul. Seu plano atual, diz O Globo, é escrever um livro de memórias. Este prestativo colunista sugere um título para o livro de memórias de Dilma: Vaga Lembrança.
Los Hermanos
O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, disse que é preciso dar novo impulso à ALBA – Aliança Bolivariana dos Povos da Nossa América, organização regional fundada por Fidel Castro e Hugo Chávez. Quais são as nações que funcionarão como contraponto à derrota do PT no Brasil?
Por ordem alfabética: Antígua y Barbuda, Bolívia, Cuba, Dominica, Granada, Nicarágua, San Cristóbal y Nevis, Santa Lucia, San Vicente y Granadinas, Suriname, Venezuela.
Ah, agora vai. Es nosotros en la fita! DO O.TAMBOSI

A semana de treinos nas articulações de Bolsonaro

domingo, 4 de novembro de 2018

Edição do Alerta Total – www.alertatotal.net
Por Jorge Serrão - serrao@alertatotal.net
O Presidente eleito Jair Bolsonaro tem encontro marcado, na terça-feira, com José Dias Toffoli, presidente do Supremo Tribunal Federal. A reunião deve marcar o começo de uma parceria impensável tempos atrás. Toffoli quer paz, e deseja o apoio do futuro titular do Palácio do Planalto para seu audacioso projeto avançado de informatização do Judiciário, para dar agilidade aos processos, de verdade.
Já Bolsonaro deseja que o Supremo não atrapalhe as medidas duras que seu governo terá de tomar para destravar a economia e melhorar a segurança pública. Com Toffoli, o namoro pode evoluir para um surpreendente casamento – qie vai deixar a petelândia mais pt da vida do que já está... Afinal, o Brasil não tem mais condições de suportar brigas idiotas entre os poderes, por mero gosto e vaidade pessoal de seus integrantes.
Na quarta-feira, às 16 horas, Bolsonaro tem encontro marcado com o Presidente Michel Temer. A conversa entre ambos terá foco nas questões econômicas. Tanto que foi o futuro Superministro da Economia, Paulo Guedes, quem indicou os nomes que farão parte da equipe de transição. A intenção é deixar o terreno preparado para um “Pacotão” de medidas que Bolsonaro pretende anunciar no comecinho do mandato.
Na transição, também se deseja um acordo político que permita a aprovação de algumas medidas saneadoras ainda este ano, para atenuar os efeitos do rombo previsto de R$ 300 bilhões nas contas públicas, a partir de 2019. Um detalhe importante que Bolsonaro terá de tomar cuidado, para não se desgastar inutilmente e antes do tempo, é que Michel Temer não deseja terminar o governo como “supervilão”. Assim, todas as negociações exigirão muita serenidade e menos críticas destrutivas.
Bolsonaro retorna ao Rio de Janeiro na quinta-feira. Deve anunciar novos nomes que vão compor seu time de (provavelmente) 17 ministérios. Até agora, já ficou claro que o governo, hegemonicamente, será tocado pelo Presidente e seus três “Superministérios”: Economia (com Paulo Guedes), Defesa (com Augusto Heleno) e Justiça (com Sérgio Moro). O jeito como os “superpoderosos” vão jogar (Deus queira entrosados,,,) definirá o futuro imediato de Bolsonaro – que tem prazo curto para ser bem sucedido. É sempre bom lembrar que o eleitorado dele deseja “milagres de curto prazo”...
Além de ser o “técnico” que dirigirá o trio de personalidades fortíssimas (Guedes, Heleno e Moro), Bolsonaro também deve dar uma acelerada no aprofundamento do entrosamento com seu vice, General Antônio Hamilton Mourão. É desejável que se defina, sem demora, o papel que ele terá na atuação junto com o “dream team”. O certo é que Mourão terá papel relevante. Não será peça figurativa – até porque isto seria um desperdício de sua capacidade, sobretudo gerencial. O jogo de cintura de Mourão será fundamental para o sucesso do governo. Especula-se que ele cuidaria do PPI (Programa de Parceria em Investimentos).    
O maior desafio do governo Bolsonaro, no curto e médio prazos, será romper com o “Capitalismo de Quadrilha”. O famoso “Mecanismo” do Crime Institucionalizado conta com a estrutura arcaica do Estado Capimunista-Rentista para pegar Bolsonaro na primeira curva em que tiver chance. A máquina estatal (reacionária e que não deseja mudanças estruturais ou reformas) já se prepara para provocar sabotagens.
Já no curtíssimo prazo, o desafio pessoal de Bolsonaro é cuidar da saúde e da segurança. Dia 12 de dezembro – faltando poucas semanas para a posse -, estaria prevista uma nova cirurgia para Bolsonaro se livrar da incômoda bolsa de colostomia... Com certeza e sem ironia, o Presidente eleito já está de saco cheio das conseqüências pós-facada...
Recuperado rapidamente, como confiam seus médicos, Bolsonaro ficará em ponto de bala para comprovar sua competência como “treinador” do “dream team”, certamente tirando o máximo proveito do “auxiliar técnico” Mourão. O que se espera dos “craques”? Austeridade, Transparência, Honestidade e que entregue o prometido na campanha.
Por falar em futebol, uma curiosidade. Bolsonaro é Palmeirense e Botafoguense. Porém, seus “superministros” são rubro-negros. Mourão, Guedes e Heleno são flamenguistas roxos. Moro torce pelo Atlético Paranaense... Os corinthianos não precisam ficar chateados... O fato de nenhum deles torcer pelo Íbis ou pelo Tabajara FC já é um avanço impressioante no Brasil de tanto gol contra...

Por enquanto, Bolsonaro segue dando gargalhada... Seu Palmeiras segue mais líder que nunca do Brasileirão...