quinta-feira, 14 de dezembro de 2017

Num governo lógico, Luislinda receberia alforria


Luislinda Valois tornou-se ministra de Direitos Humanos de Michel Temer por ser negra, mulher e tucana. Já havia anulado os efeitos de sua feminina negritude ao requerer o direito de acumular uma aposentadoria de desembargadora com o contracheque de ministra. Imaginou-se que permanecia no cargo graças à sua filiação ao PSDB. Mas foi renegada pelo tucanato. Nesta quinta, desfiliou-se da legenda. E anunciou a pretensão de permanecer na Esplanada dos Ministérios.
O apego ao cargo causa espanto. Sobretudo quando se recorda que, sob a alegação de que sua situação, “sem sombra de dúvida, se assemelha ao trabalho escravo”, madame Valois tentou embolsar, noves fora “atrasados” de cerca de R$ 300 mil, uma remuneração mensal de R$ 61,4 mil. Açoitada nas manchetes, a doutora recuou. Deu-se por satisfeita com a maior remuneração permitida por lei na administração pública: o teto de R$ 33,7 mil.
Antes de dar meia volta, a ministra soara assim numa entrevista: “Como é que eu vou comer, como é que eu vou beber, como é que se vai calçar? Eu, como aposentada, podia vestir qualquer roupa, podia calçar uma sandália havaiana e sair pela rua. Mas como ministra de Estado eu não me permito andar dessa forma. Eu tenho uma representatividade.”
Num governo lógico, Luislinda teria sido enviada ao olho da rua no instante em que evocou a escravidão para beliscar um privilégio. Tendo sobrevivido ao inacreditável, teria sido demitida diante da retórica em que se misturaram num caldeirão de desfaçatez a dieta, o guarda-roupa e as havaianas. Tendo resistido ao impensável seria exonerada pela contradição de afeiçoar-se ao cargo que a escravizava.
Um governo lógico já teria dado a Luislinda uma carta de alforria. A ex-tucana continua ministra porque não pode ser lógico o governo presidido por um denunciado criminal, por onde já passaram Geddel Vieira Lima e Romero Jucá e que ainda abriga Eliseu Padilha e Moreira Franco. Num governo assim, Luislinda escravizará o contribuinte pelo tempo que desejar.
Josias de Souza

VALLISNEY MARCA INTERROGATÓRIO DE LULA SOBRE CAÇAS

O juiz Vallisney de Oliveira marcou para 20 de fevereiro o interrogatório de Lula e do filho Luís Claudio na ação penal dos caças.
O interrogatório havia sido marcado inicialmente para 30 de outubro, mas acabou sendo adiado duas vezes.
Também serão ouvidos os lobistas Mauro Marcondes Machado e Cristina Mautoni.
Todos são investigados por supostas irregularidades nas negociações que levaram à compra de 36 caças da Saab e à prorrogação de incentivos fiscais para montadoras.

Fachin, sobre ‘quadrilhão do PMDB’: turma sem foro vai para Curitiba e Brasília

Ao votar no julgamento sobre o desmembramento do quadrilhão do PMDB, Edson Fachin disse que o trecho da denúncia da PGR referente à organização criminosa deverá ser enviado ao juiz Sergio Moro, por ter relação com a Lava Jato.
As acusações relacionadas à obstrução de Justiça deverão ser remetidas à primeira instância do Distrito Federal, uma vez que esse crime teria sido cometido em Brasília por Eduardo Cunha, Geddel Vieira Lima, Henrique Eduardo Alves e outros denunciados sem prerrogativa de foro.

BOLSONARO É RECEPCIONADO EM MANAUS POR UM BONECO DE 12 METROS

Fabiano Maisonnave/Folhapress
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Em visita marcada pela estreia de um boneco de 12 metros, o presidenciável Jair Bolsonaro prometeu dar "carta branca" para a PM matar, em discurso diante de uma pequena, mas fanática multidão no aeroporto de Manaus, nesta quinta-feira (14).
"Se alguns dizem que quero carta branca pra Polícia Militar matar, eu respondo: 'Quero, sim'", disse, no alto de um carro de som, arrancando aplausos e gritos de "mito, mito".
"Policial que não atira em quem atira nele não é policial. Temos obrigação de dar uma retaguarda jurídica a esses bravos homens", completou Bolsonaro, repetindo uma de suas principais promessas de campanha.
Sobre a Amazônia, o presidenciável prometeu mudar a política ambiental e explorar tanto o subsolo quanto o turismo na região."É área mais rica do mundo, cobiçada por muitos países", afirmou.
A saída da porta de desembarque foi marcada por um grande empurra-empurra entre algumas centenas de simpatizantes –o chão terminou repleto de sapatos perdidos, principalmente chinelos.
Enquanto esperavam Bolsonaro, os simpatizantes deram gritos de ordem contra a Rede Globo e hostilizaram o deputado estadual Platiny Soares (DEM).
Além do deputado vaiado, o outro político era o vereador de Manaus humorista Carlos Portta (PSB). Ele tentou colocar uma faixa presidencial em Bolsonaro, mas não foi autorizado a subir no carro de som.
O BONECO
A principal atração foi um boneco inflável do presidenciável instalado no estacionamento do aeroporto. Com dupla face, ele aparece sorridente e vestido com um terno preto.
É a primeira fez que o boneco foi usado. Depois de Manaus, ele começará a circular pelo Brasil, explicou um dos responsáveis pelo boneco, o vice-presidente do Movimento Direita Manaus, Gill Mota, 29.
O administrador de empresas disse que o custo do boneco, de R$ 15 mil, foi rateado por organizações independentes de sete Estados diferentes, que se revezarão no uso
No Facebook, o movimento pró-Bolsonaro tem 22,6 mil seguidores. Mota citou militares da reserva e "pais de família" entre os principais integrantes.
O presidenciável ficará por dois dias no Amazonas. A agenda inclui a participação como convidado de honra da cerimônia de formatura da escola militar de ensino médio Colégio Waldocke Fricke de Lyra, administrada pela PM. DA FOLHA....

Governo Temer entra na fase da carnavalização


Michel Temer e seus aliados devem à plateia uma explicação. Precisam informar por que insistem em prometer o que não vão entregar. O governo não dispunha de votos para aprovar a reforma da Previdência há seis meses. Continua sem votos para prevalecer no plenário da Câmara antes do Natal, como pretendia. Mas jura que os votos cairão do céu até o Carnaval de 2018. Chegou-se ao impensável: conseguiram carnavalizar a mãe de todas as reformas. Por quê?, eis a pergunta que o presidente deveria responder a si mesmo.
A reforma enviada por Temer ao Congresso era ambiciosa. Coisa incompatível com sua impopularidade. Aconselhado a restringir a proposta ao tema quase consensual da idade mínima para a aposentadoria, o presidente deu de ombros. Alegou que sua base congressual era sólida. Enrolado na bandeira da austeridade, armou um campo de batalha, aprovou uma emenda constitucional instituindo um teto de gastos e seguiu em frente. Súbito, explodiu o grampo do Jaburu. E o governo perdeu o nexo.
Temer desperdiçou cinco meses do seu governo-tampão para obter o congelamento das denúncias criminais que a Procuradoria atravessou no seu caminho. Nesse intervalo, trocou a austeridade pela promiscuidade, pois teve de comprar a solidariedade dos deputados. Madou para o beleléu uma obviedade: o que contém os gastos é o ato de não gastar. Espetou no déficit público o custo do fisiologismo que levou as investigações ao freezer.
Além da reforma da Previdência, naufragaram os planos do governo de aprovar neste ano um pacote de medidas fiscais que garantiriam a meta de 2018, que prevê uma cratera nas contas pública de R$ 159 bilhões. E o mesmo governo que dizia que a omissão do Congresso levaria ao Apocalipse agora considera plausível elevar sua previsão de crescimento econômico para o ano que vem. Em vez de 2%, o PIB crescerá 3%, informou o ministro Henrique Meirelles (Fazenda). Prestaria melhor serviço à coletividade se explicasse como fará para fechar as contas e impedir que o teto de gastos suba no telhado.
O economista Mário Henrique Simonsen, muito admirado por Meirelles, gostava de dizer que os brasileiros costumam ser otimistas entre o Natal e o Carnaval. Mas o governo, sob Michel Temer, exagera. Prepara-se para entrar na avenida de 2018 sem samba-enredo. Na comissão de frente, há um denunciado se fingindo de presidente e um presidenciável fantasiado de ministro da Fazenda. Atrás deles, desfila uma ala hipertrofiada da Lava Jato. Skindô-skindô.
Josias de Souza

A CPI moldada para constranger a Lava Jato e blindar Temer


Moreira Franco, Temer e Padilha.Chegou ao fim nesta quinta-feira a CPMI da JBS. Uma comissão parlamentar mista de inquérito criada para constranger os principais investigadores da cúpula política do Brasil e retirar o foco das investigações da Lava Jato contra uma série de autoridades públicas, como o presidente Michel Temer e dois de seus ministros, Moreira Franco e Eliseu Padilha
O relatório, que inicialmente pedia o indiciamento do ex-procurador-geral da República, Rodrigo Janot, e de seu antigo chefe de gabinete, Eduardo Pelella, acabou dando um passo atrás, mas, ainda assim, colocou os procuradores contra a parede. Elaborado pelo peemedebista Carlos Marun – um deputado da tropa de choque do ex-deputado Eduardo Cunha e de Temer – o relatório pediu que o Conselho Superior do Ministério Público investigasse Janot e Pelella. O relator admitiu que faltou materialidade de provas contra os procuradores. “Não fiz apenas uma análise jurídica, mas também comportamental. Em mantendo o indiciamento reconhecendo a materialidade, talvez estivesse cometendo o mesmo erro que foi cometido pelo senhor Janot e pelo senhor Pelella: o açodamento”.
Apesar de a delação da JBS ter revelado o pagamento irregular de 600 milhões de reais a representantes de 28 partidos e de ter citado nominalmente 1.829 políticos que foram eleitos nos últimos anos, nenhum deles aparece como possível responsável pelo recebimento de recursos ilícitos ou de ter cometido qualquer crime. O espírito de corpo, mais uma vez, prevaleceu no relatório de Marun. Além de Temer, Moreira e Padilha, foram poupados no relatório final, apesar de constarem da delação da JBS, nomes como: os ex-presidentes Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Dilma Rousseff (PT), os senadores Aécio Neves (PSDB-MG) e José Serra (PSDB-SP), os governadores Fernando Pimentel (PT-MG) e Reinaldo Azambuja (PSDB-MS), o ex-governador André Puccinelli (PMDB-MS), o deputado Zeca do PT (MS) e o ex-deputados Eduardo Cunha (PMDB-RJ), Rocha Loures (PMDB-PR) e Geddel Vieira (PMDB-BA).
O documento seria votado nesta quarta-feira, porém, com a sessão do Congresso Nacional, os trabalhos foram adiados para a quinta. No mesmo dia, Marun deverá ser empossado na Secretaria de Governo, o ministério responsável pela articulação do Planalto com o Legislativo. A ascensão de Marun é uma espécie de promoção para um defensor que atuou com tanto afinco a favor de Temer. A mudança de sua postura foi também uma tentativa de não fechar portas com alguns deputados que poderiam votar junto com Temer no Congresso.
O fim da CPMI causou desconforto entre representantes da base governista. “Várias pessoas importantes que deveriam ser investigadas não foram ouvidas. As que aqui vieram ficaram caladas”, afirmou o deputado Fernando Francischini (SD-PR), um dos sub-relatores da CPMI. Entre os que se negaram a se manifestar em seus depoimentos estão os irmãos Wesley e Joesley Batista, ex-controladores da JBS. Convidado para depor, Rodrigo Janot recusou o convite.
No relatório, votado nesta quinta com quórum baixo, Marun pede que os órgãos de fiscalização indiciem os envolvidos direta ou indiretamente na delação da JBS. São eles: Os irmãos Batista, o ex-procurador Marcelo Miller (suspeito de intermediar o acordo de delação da JBS), e dos ex-diretores da empresa Ricardo Saud e Francisco de Assis e Silva, o advogado Willer Tomaz e o procurador Ângelo Goulart Vilela. As acusações feitas pela Comissão têm como base o depoimento do ex-executivo da Odebrecht Rodrigo Tacla Durán, que prestou depoimento à distância aos integrantes da CPMI.
A primeira reação ao relatório foi do senador oposicionista Randolfe Rodrigues (REDE-AP), que recentemente trocou ofensas com Marun na CPMI, quando o chamou de “lambe-botas” de Temer. Como resposta, o deputado chamou o senador de “vira-lata da banda podre do Ministério Público”. Randolfe informou que recorrerá ao STF para evitar a “tentativa de intimidação” aos procuradores. “O desfecho da CPI foi absolutamente previsível: fez vista grossa aos negócios sujos dos irmãos Batista, que envolvem membros do governo anterior e do atual, e se dedicou a inverter a relação entre acusados e acusadores, enxovalhando de modo oportunista o instituto da delação premiada e pondo a Lava-Jato no banco dos réus”. DO EL PAIS

LULA DEVE SER MONITORADO PELAS FORÇAS DE SEGURANÇA PARA FRUSTRAR QUALQUER TENTATIVA DE FUGA

quinta-feira, dezembro 14, 2017

A eventual confirmação da condenação Lula, com sua prisão imediata, vai acionar o esquema de monitoramento das forças de segurança, com o objetivo de frustrar qualquer tentativa de fuga do País. As providências são adotadas sempre que há um réu nessas condições, respondendo em liberdade a recurso de sentença que determina sua prisão. Mas a possibilidade de tumulto reforça os procedimentos. A informação é da Coluna Cláudio Humberto, do site Diário do Poder.
Órgãos de inteligência mapearam rotas de fuga para países latino-americanos cujos governantes ofereceram refúgio a Lula.
O recurso de Lula será julgado por três desembargadores do Tribunal Regional Federal da 4ª Região, em Porto Alegre, dia 24 de janeiro.
Lideranças petistas mobilizando filiados e sindicalistas para “invadir” e tocar o terror em Porto Alegre, para pressionar os magistrados.

Tanto Lula quanto seus advogados e adoradores insistem na estratégia pouco inteligente de desqualificar quem vai julgar o ex-presidente. Do site Diário do Poder
DO A.AMORIM