PAZ AMOR E VIDA NA TERRA
" De tanto ver triunfar as nulidades,
De tanto ver crescer as injustiças,
De tanto ver agigantarem-se os poderes
nas mãos dos maus, o homem chega
a desanimar-se da virtude,
a rir-se da honra,
a ter vergonha de ser honesto".
[Ruy Barbosa]
Temperatura alta – Azedou a relação entre o Palácio do
Planalto e a cúpula do Exército brasileiro. Sem que a presidente Dilma Rousseff
fosse consultada, o Exército destacou os melhores e mais preparados oficiais da
inteligência para dar proteção diuturna ao ministro Joaquim
Barbosa, relator do processo do Mensalão do PT (Ação Penal 470).
Ao criar o esquema que dá garantia de vida a Joaquim Barbosa, que tem ojeriza
a esse tipo de situação, o Exército, que se valeu de militares cedidos à Agência
Brasileira de Inteligência, acabou passando por cima da Presidência da
República, do Ministério da Justiça e da cúpula da Polícia Federal, que por
questões óbvias não foram consultados, mas a quem, por dever de ofício, caberia
a decisão.
Outros dois ministros do Supremo, Ricardo Lewandowski e José Antônio Dias
Toffolli, reconhecidamente ligados ao Partido dos Trabalhadores e a alguns dos
seus mais altos dirigentes, também contam com escolta, mas da Polícia Federal. O
esquema criado para o ministro-relator não se limite à proteção física, mas
inclui também monitoramento constante de ambientes e do sistema telefônico
utilizado pelo magistrado.
A proteção ao ministro Joaquim Barbosa foi uma decisão tomada pelo alto
comando do Exército e pelo general José Elito, do Gabinete de Segurança
Institucional da Presidência da República. Esse episódio, que tem como palco a
necessária proteção a Joaquim Barbosa, deve aumentar a tensão entre Dilma e os
militares, que ganhou reforço extra com a criação da Comissão da Verdade, que
investigará apenas os crimes cometidos por agentes do Estado durante a ditadura,
deixando de fora os protagonizados pelos terroristas que chegaram ao poder no
vácuo de um discurso fácil, repetitivo e mentiroso.
Do ucho.info
Caso se
arrisque a assistir na tribuna do Maracanã ao jogo entre a Argentina e a
Alemanha, Dilma Rousseff dificilmente escapará de manifestações de
hostilidade nascidas da indignação com a farra dos estádios
superfaturados, com o legado de araque, com as obras de mobilidade
urbana que não desceram do palanque, com a demasia de tapeações
bilionárias que envolvem a Copa da Roubalheira e outras vigarices. A
paciência já era pouca. Acabou de vez depois do Massacre do Mineirão.
A vaia de espantar Nelson Rodrigues é tão previsível quanto a mudança
das estações do ano. E ninguém se surpreenderá se a presidente for
obrigada a ouvir de novo o que foi berrado em coro por dezenas de
milhares de torcedores no dia da estreia da Seleção. Prefiro a vaia, que
dispensa palavras para avisar a um embusteiro que o limite do cinismo
foi ultrapassado. Mas não é fácil submeter a regras de etiqueta gritos
há tanto tempo aprisionados na garganta.
Se o coro do Itaquerão for reprisado no Maracanã, os farsantes no
poder retomarão a lengalenga que tenta transformar a mulher de maus
bofes que chefia o mais desastroso dos governos numa indefesa mãe e avó
ofendida por bárbaros a serviço da elite golpista. Antes que a chanchada
recomece, a coluna recorda outros sete episódios
exemplares: em todos, a seita lulopetista agride o Brasil decente com
insultos muito mais chocantes que a expressão endereçada a Dilma no
Itaquerão. Confira: Jornalista americano punido por contar a verdade – maio de 2004
Colérico com a reportagem em que Larry Rohter, correspondente no Rio do The New York Times, informou
que o presidente do Brasil é um apreciador de bebidas alcoólicas, Lula
ordenou que fosse cancelado o visto temporário do jornalista
norte-americano. A repercussão da represália aconselhou o chefe de
governo a cancelar o cancelamento. Companheira inventa a dança da pizza pornográfica ─ junho de 2006
Para comemorar a absolvição do mensaleiro João Magno pelo plenário da
Câmara, a deputada federal Angela Guadagnin (PT-SP) criou a versão
pornográfica da “dança da pizza”. Não conseguiu reeleger-se. Ex-prefeita
de São José dos Campos, teve de conformar-se com o emprego de
vereadora.
Marta Suplicy quer saber se Kassab é casado e tem filhos ─ outubro de 2008
Assustada com o crescimento de Gilberto Kassab nas pesquisas sobre a
disputa pela prefeitura de São Paulo, Marta Suplicy lançou uma peça
eleitoral com perguntas de fundo sexual ao adversário. Dois exemplos: “É
casado?” Tem filhos?”. O golpe baixo tornou inevitável o naufrágio nas
urnas da atual ministra da Cultura.
Lula promove Madre Superiora a “homem incomum” – 17 de junho de 2009
Em meio a denúncias envolvendo pagamento de horas extras durante o
recesso parlamentar, atos secretos com nomeações de parentes e outras
obscenidades produzidas pelo Senado, Lula vestiu o manto de protetor dos
culpados e absolveu o presidente da Casa do Espanto com uma frase
famosa: “Eu penso que Sarney tem história suficiente no Brasil para que
não seja tratado como se fosse uma pessoa comum”.
Neta patrocinada – junho de 2010
Em 2011, a Oi resolveu doar R$ 300 mil para a montagem da peça A
Megera Domada, de William Shakespeare, numa versão protagonizada pela
neta de Lula, então com 15 anos. O vídeo abaixo inspirou a pergunta
feita aos leitores da coluna no post de agosto daquele ano: a Oi apostou na neta ou investiu no avô?
Lula, Haddad e Maluf celebram o noivado no jardim – junho de 2012
Apadrinhado por Lula, o noivado eleitoral entre o PP de Paulo Maluf e
o PT do candidato a prefeito Fernando Haddad foi celebrado no jardim da
mansão do procurado pela Interpol. Como dote, Haddad ganhou 1 minuto e
35 segundos no tempo de propaganda na TV.
Marilena Chaui odeia a classe a que pertence ─ maio de 2013
Depois de berrar no meio de um debate sobre os 10 anos do governo do
PT que odiava a classe média, a filósofa Marilena Chauí foi ovacionada
pela plateia amestrada e pelos companheiros de palco.
Merval Pereira, O Globo
O governo petista
chegou à conclusão de que é preciso estatizar o futebol brasileiro para
que ele volte a ser competitivo, uma ideia estapafúrdia que o coloca em
pé de igualdade com o governo da Nigéria, onde o presidente John
Goodluck demitiu todos os dirigentes da CBF de lá devido à eliminação da
sua seleção nas oitavas de final do Mundial.
Em consequência, a
Fifa suspendeu a Federação de Futebol da Nigéria de todas as suas
atividades, proibindo-a de participar de competições internacionais e
até mesmo de organizar campeonatos locais.
Mas,
apesar de saber que a Fifa proíbe qualquer ingerência estatal no
futebol, para mantê-lo como uma atividade privada, o ministro do
Esporte, Aldo Rebelo, defendeu ontem “a volta da presença do Estado”
brasileiro na organização do futebol, o que é expressamente proibido
pela Lei Pelé.
Mas não foi só. Um site ligado à campanha da
presidente, de nome “Muda Mais”, pediu uma completa reformulação na CBF —
no que estamos de acordo —, e a própria presidente Dilma, em entrevista
a Christiane Amanpour, da CNN, pronunciou-se sobre a necessidade de
manter no Brasil os seus principais jogadores — no que tem razão —, mas
atribuiu essa tarefa não ao mercado futebolístico, mas à ação do
governo:
“O Brasil não pode mais ser apenas exportador de
jogadores. Exportar jogadores significa que estamos abrindo mão de nossa
principal atração, que pode ajudar a lotar os estádios. Até porque,
qual é a maior atração que os estádios no Brasil podem oferecer? Deixar a
torcida ver os craques. Há anos, muitos jogadores brasileiros têm ido
jogar fora, então renovar o futebol no Brasil depende da iniciativa de
um país que é tão apaixonado por futebol”.