terça-feira, 6 de dezembro de 2011

A alegria de Silvio

Os milhões que a Caixa Econômica Federal deu por ações do quebrado Banco PanAmericano foram usados para pagar dívidas de empresas do apresentador
ANGELA PINHO

Em janeiro deste ano, logo depois de concluir a venda de sua parte no Banco PanAmericano, o apresentador Silvio Santos fez seu resumo particular do caso: disse que não teve "nem lucro nem prejuízo" com o escândalo que revelou um rombo de R$ 4,3 bilhões escondido em balanços maquiados. O desfecho neutro do caso certamente não se aplica à Caixa Econômica Federal, banco público que meses antes de o escândalo vir à tona pagou R$ 739 milhões por 36% das ações do PanAmericano, com base em uma contabilidade que não informava o prejuízo bilionário.
Quanto a Silvio Santos, se não lucrou com o episódio, certamente foi beneficiado, ao aproveitar o negócio com a Caixa para pagar dívidas milionárias de suas empresas. Essa é a conclusão que se pode extrair de documentos a que ÉPOCA teve acesso e que constam das apurações sobre o caso feitas pela Polícia Federal, pelo Banco Central e por uma auditoria interna do PanAmericano.
Até pouco tempo atrás não se sabia o destino da bolada paga pela Caixa ao banco de Silvio Santos. Em setembro, ele foi indagado pela Polícia Federal se os recursos foram para o PanAmericano. "Respondeu que acredita que sim", registrou o escrivão. Três dias depois, a mesma pergunta foi repetida a seu irmão, Henrique Abravanel, sócio minoritário da holding e ex-integrante do Conselho de Administração do PanAmericano. A resposta: "Tem certeza que os valores foram aportados no banco".
As declarações dos irmãos estão tão erradas quanto os demonstrativos de contabilidade maquiados. Elas foram desmentidas em depoimento prestado no início de outubro por um personagem-chave das tratativas com a Caixa. Trata-se de Wadico Waldir Bucchi, presidente do Banco Central entre 1989 e 1990 e representante oficial de Silvio Santos na negociação. Ele afirmou ao delegado Milton Fornazari Júnior que a holding do empresário não transferiu ao PanAmericano o dinheiro recebido no negócio. A maior parte dos valores, disse ele, foi usada para pagar dívidas do Baú da Felicidade e da construtora Sisan, que na época faziam parte do Grupo Silvio Santos – o Baú foi vendido em junho deste ano para o Magazine Luiza. Alberto Toron, advogado de Silvio e de seu irmão, diz que o uso do pagamento da Caixa foi feito de forma transparente e negou qualquer ilegalidade no uso dos recursos para saldar dívidas do grupo.
Um documento que integra a investigação do Banco Central sobre o caso corrobora as afirmações de Bucchi e mostra com precisão o destino dos recursos. Um total de R$ 129 milhões foi para o bolso dos acionistas da holding – Silvio Santos é o majoritário. Outra fatia (R$ 277 milhões) foi paga diretamente ao Bradesco e ao Itaú para quitar dívidas do conglomerado do empresário com os dois bancos, como previa o contrato assinado com a Caixa. Outros R$ 226 milhões foram transferidos para o Baú da Felicidade pagar suas dívidas. Quantias menos vultosas, com a mesma finalidade, foram destinadas à Sisan e à Jequiti Cosméticos, também de Silvio. A Jequiti e o Baú, com o SBT, foram citados no depoimento de Henrique Abravanel como empresas do grupo que davam prejuízo.
O uso do PanAmericano para o pagamento de dívidas do Grupo Silvio Santos se explica porque, segundo os balanços fraudados, o banco salvava a contabilidade do conglomerado. "O lucro dissimulado do Banco PanAmericano era altíssimo e influía no resultado geral do grupo Silvio Santos, o que refletia no bônus distribuído a todos os diretores do Banco PanAmericano", disse Silvio à Polícia Federal. O bônus a que ele se refere era uma forte preocupação dos diretores do banco, como mostram e-mails captados pelas investigações. Num deles, menos de um mês antes de o contrato com a Caixa ser assinado, o então presidente do banco, Rafael Palladino, narra a Luiz Sandoval, na ocasião presidente do grupo, a "última pendência" que conseguira resolver antes de vender parte do banco: o pagamento de bônus aos executivos do banco.
Diz que chegou a um acordo pelo qual, após a venda, seria mantida por dois anos a fórmula usada no Grupo Silvio Santos. Mas pede que o pagamento dos anos anteriores seja feito de imediato, para não prejudicar a venda. "Você dando o.k., comunicarei a eles e fechamos o negócio, pois esta é a última pendência que ainda não conseguimos resolver", diz. Conclui reclamando dos "caras" da Caixa: "Muito chatos", "se atêm a tudo que é picuinha", "não enchergando (sic) um palmo à frente do nariz as oportunidades que temos juntos".
O pagamento do bônus – calculado com base num resultado inflado – é um dos indícios que podem provar que executivos do PanAmericano se beneficiaram da fraude no balanço contábil. Por enquanto, nove pessoas já foram indiciadas pela Polícia Federal nas investigações sobre o caso, incluindo os dirigentes do banco. Não há nenhuma acusação a Silvio Santos ou a seus parentes. Ele também não tem mais relação com o banco desde janeiro, quando vendeu sua parte ao BTG Pactual.
Na transação, além de se livrar de um banco quebrado, ele preservou suas empresas, que deixaram de garantir o empréstimo feito pelo FGC (Fundo Garantidor de Crédito) quando se pensava que o buraco era de "apenas" R$ 2,5 bilhões. O FGC reúne recursos de bancos privados, que servem como uma espécie de "seguro" para evitar falências que desestabilizem o sistema financeiro.
Embora não conste da lista de indiciados pela Polícia Federal, o nome de Henrique Abravanel apareceu em um relatório de inteligência financeira feito pelo Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), ligado ao Ministério da Fazenda. O conselho é comunicado pelos bancos sempre que alguma transação financeira envolve pelo menos R$ 100 mil em espécie, regular ou não.
Em um informe sobre os envolvidos no caso do PanAmericano, o Coaf listou 31 movimentações do tipo realizadas por Henrique Abravanel numa conta de Silvio Santos no banco Itaú entre 2003 e 2010. São 29 saques de R$ 100 mil e um de R$ 130 mil, todos em espécie. Há ainda um depósito de R$ 100 mil atribuído a ele e dois saques do próprio Silvio Santos no mesmo valor. No total, foram movimentados dessa forma R$ 3,23 milhões, não se sabe ainda por quê. Toron diz que Henrique "foi ouvido pela Polícia Federal, que não o indiciou por crime algum, considerando regulares suas atividades".
Além da responsabilidade dos diretores do PanAmericano pelas fraudes no banco, a PF também investiga a natureza das ligações políticas da cúpula do banco. Nas mensagens captadas, fica clara a importância que os diretores dão a isso. Em uma delas, de janeiro de 2009, Guilherme Stoliar, sobrinho de Silvio Santos e então integrante do Conselho de Administração do PanAmericano, escreve a Rafael Palladino. Stoliar diz ter relatado a Silvio Santos as tratativas para vender o banco e dito a ele que "provavelmente" teriam "a ajuda dos "amigos"" na venda. "Disse a Silvio quem eram os amigos, e ele ficou de boca aberta, como qualquer um ficaria", afirma. Stoliar hoje preside o grupo, em substituição a Luiz Sandoval. Palladino deixou a presidência do banco após a descoberta das fraudes.
Ainda não está claro quem são os "amigos" que teriam ajudado na venda de ações do PanAmericano para a Caixa. O vice-presidente de Finanças da Caixa, Márcio Percival, disse à PF que a motivação do negócio foi técnica e que a Caixa foi enganada por uma fraude tão bem feita que driblou duas auditorias externas. A apuração da PF, porém, mostrou que os dirigentes do PanAmericano se preocupavam em manter contatos políticos. As apurações resultaram na abertura de duas novas linhas de investigação. Uma verifica acusações de doações disfarçadas ao PT e outra a possível prática de corrupção no governo de Alagoas e o pagamento a campanhas eleitorais do PSDB.
ÉPOCA - 03/12/2011
DO BLOG LILICARABINA

Delúbio Soares empina o nariz para o Supremo Tribunal Federal: “Fiz, sim, e daí?”

Delúbio Soares, o tesoureiro do mensalão, obedecendo, parece, à orientação de seu advogado, o petista Luiz Eduardo Greenhalgh — que gosta de pegar causas de heróis —, resolveu que a melhor defesa é o ataque. Já chego lá. Vamos lembrar antes algumas coisinhas.
Os petistas tentaram negar, inicialmente, a existência do mensalão. Numa entrevista ao programa “Roda Viva”, o então presidente da legenda, José Genoino, foi inequívoco: tudo mentira! Não admitiu nem mesmo o crime eleitoral. Encerrou sua performance lembrando a sua condição de ex-preso político e chorou. Todos ficaram comovidos, claro! No dia 17 de julho de 2005, numa entrevista ao Fantástico, Lula lançou a grande linha de defesa dos petistas, inventada por Márcio Thomaz Bastos: tratava-se de crime eleitoral, e todo mundo faz o mesmo. Surgiram, no entanto, evidências de compra até de partidos, com porteira fechada. A situação se agravava. No dia 12 de setembro, Lula se viu obrigado a fazer um pronunciamento oficial. Pediu desculpas à nação. É aquele filme em que, curiosamente, ele fica falando e olhando para o alto (observem), sei lá por quê. Vale a pena rever o Apedeuta admitindo a prática de atos “inaceitáveis”. Volto em seguida.

Voltei
Lula foi recuperando aos poucos sua popularidade. À medida que o tempo passava, começou um processo de revisão da história. Para tanto, entrou em campo o time da “Academia”, os petistas universitários. Liderados por Marilena Chaui, alguns “professores” inventaram a farsa de que a crise do mensalão era só uma tentativa de golpe das oposições, com o auxílio da “mídia”. No terreno da propaganda, Franklin Martins, ministro da Comunicação Social, mobilizou uma súcia de ex-jornalistas para difamar a imprensa que tem vergonha na cara. Os petistas se sentiram fortalecidos. E passaram a repetir em coro: “O mensalão nunca existiu”. As desculpas de Lula ficaram para trás. O Babalorixá de Banânia recorreu àquele expediente quando sua reputação estava indo para o ralo. Recuperado, voltou a demonstrar o temperamento agressivo de sempre. Ao deixar a Presidência, anunciou que uma de suas intenções era descobrir o que de fato aconteceu naquele período, sugerindo que tudo não passou de uma tramóia das… oposições!
Dias de hoje
Chegamos, assim, aos dias de hoje. Orientado por Greenhalgh, o advogado do terrorista Cesare Battisti, Delúbio Soares não só nega a existência do mensalão como canta o seu “Non, je ne regrette rien”. Ele não se arrepende de nada! Ao contrário, sente orgulho do que fez. Leiam o que informa Fabio Guibu na Folha Online. Volto em seguida.
*
O ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares, acusado de ser um dos mentores do mensalão, disse ontem à noite em Recife (PE) que não se arrepende de nada do que fez e afirmou que não vai deixar de fazer política, seja qual for a decisão do STF (Supremo Tribunal Federal) sobre o caso. Segundo ele, ninguém enriqueceu e o ocorrido foi um “processo político”. “Vou falar em alto e bom som: não me arrependo de nada, dos cinco anos de isolamento, nada”, declarou Delúbio. “Parei de passear, de fazer as coisas, mas valeu muito e está valendo”, disse ele, referindo-se aos nove anos consecutivos do PT no comando do governo federal e do avanço do partido nos Estados e municípios.
Em debate sobre sua defesa no processo, realizado à noite no Sindicato dos Servidores Públicos Federais de Pernambuco, Delúbio repetiu que o mensalão não existiu. Segundo ele, os R$ 55 milhões captados foram distribuídos a políticos do PT e partidos aliados para pagar dívidas de campanha. Delúbio é apontado pelo Ministério Público como o operador do esquema, denunciado pela Folha em 2005. Se condenado, pode pegar até 111 anos de prisão pelos supostos crimes de formação de quadrilha, corrupção ativa e lavagem de dinheiro.
“Delúbio Soares não enriqueceu, os parentes de Delúbio Soares não enriqueceram. Meus pais continuam vivendo da mesma maneira que viviam antes”, afirmou. “E não conheço nenhuma pessoa que pegou esses recursos e botou no bolso”, disse. “Isso eu falo com tranquilidade. Não teve enriquecimento com ninguém, foi um processo da política.” No debate, promovido por dez diretórios municipais do PT no Estado, o ex-tesoureiro distribuiu às cerca de cem pessoas presentes uma cartilha com 77 páginas intitulada “A defesa de Delúbio Soares no STF” e um CD para a navegação automática no site e twitter do petista.
Ao lado dele, o advogado do partido Luiz Eduardo Greenhalgh defendeu o adiamento do julgamento, que deverá ocorrer no próximo ano. “Seria mais conveniente que o processo fosse julgado em ano não eleitoral, para que haja distanciamento das paixões políticas”, disse. Greenhalgh disse que recomendou a Delúbio que divulgue no país sua versão sobre o mensalão, porque considera sua única chance “escancarar o processo”. “O STF é isento, mas a opinião pública já está formada antecipadamente”, disse. Para o advogado, mostrar o processo e formar o que chamou de “massa crítica”, representa uma oportunidade de “consertar o impacto de um julgamento antecipado”. Delúbio disse que ao longo do processo foram feitas “matérias distorcidas” e que não concederá mais entrevistas até o final do caso.
O processo do mensalão, segundo Greenhalgh, tem cerca de 500 mil páginas em 400 volumes. Ele estima que o julgamento levará cerca de 30 dias para ser concluído. “A ação ganhou um caráter midiático, e o Brasil vai parar para ver”, declarou.
Encerro
Está tudo dito aí. Ainda que fosse verdade que ninguém enriqueceu, pergunta-se: crime que não enriquece ninguém — que serve para o fortalecimento de um partido e para que este ponha em prática um projeto de poder — deixa de ser crime? Eles não têm nenhum pudor e, por isso, não têm também limites. Tudo lhes é permitido.
Caberá ao Supremo definir que futuro espera o Brasil: se Delúbio e a turma forem absolvidos, fica combinado o compromisso preferencial das instituições brasileiras com o crime. É simples assim.
Por Reinaldo Azevedo
REV VEJA

Justiça nega o habeas corpus para Valério e ex-sócios

  Hoje em DiaPreso na sexta-feira (2), o ex-provedor de arcas espúrias Marcos Valério esperava ganhar o meio-fio nesta terça (6). Deu chabu.
O Tribunal de Justiça da Bahia negou o pedido de habeas corpus ajuizado pelo advogado Marcelo Leonardo, defensor de Valério.
Deve-se a decisão ao desembargador Jefferson Alves de Assis. Para ele, a prisão é necessária para proteger as provas do crime –falsificação de títulos de terras.
Foram negados também os pedidos de liberdade formulados em favor dos ex-sócios de Valério, presos pela Polícia Civil da Bahia junto com outras 15 pessoas.
Valério e Cia. foram ao xilindró sob a acusação de falsificar escrituras de sete fazendas dadas como garantia de uma dívida fiscal da época do mensalão.
DO BLOG JOSIAS DE SOUZA

O PCC de terno


Bandido do PCC: a cor vermelha também é um simbolo comum na facção. Idem ao PT, PC do B, FARC, Comando Vermelho e outras do gênero socialista totalitário... - Foto: Cifraclub.com

Por Helio Penafiel
São intrigantes as coincidências do PT no governo, com o PCC dos presídios.
- Tal qual o PCC das cadeias, todos membros do PT contribuem com um percentual de seus ganhos para o partido ou facção.
- O PT explora as empresas de ônibus e empresários no ABC paulista e em outras cidades. Comprovado por CPI.
- O PCC explora as Vans de transporte público da grande São Paulo. Comprovado pela polícia.
- O PCC assalta bancos e empresas, agindo em quadrilhas organizadas.
- O PT assalta os cofres públicos do Estado com uma quadrilha organizada formada por amigos e membros do governo Lula, conforme comprovado pela CPI.
- Ambos utilizam os recursos roubados para enriquecimento pessoal e fortalecimento de suas organizações. Comprovado por CPI.
- Tanto o PT como o PCC são fundamentados na ideologia comunista, ou de “esquerda”. Ambos possuem relações com as FARC, que têm fortes laços com Hugo Chávez, o grande amigo de Lula.
- Tanto o PT como o PCC, eliminariam seus inimigos. Vide Celso Daniel e as testemunhas do caso, Toninho do PT, e aquele presidente do sindicato, morto pelo sindicalista Zezé em Santo André, entre outros tantos.
- O PCC odeia os policiais. O PT odeia os militares, o que no fundo é o mesmo...
São tantas as coincidências entre as duas organizações que se poderia considerar o PCC como um PT carcerário; e o PT do governo Lula, como um PCC Estatal ou Chapa Branca. É ou não é?
O Brasil não merece isso.
Publicado em 07/08/2007 pelo(a) Wiki Repórter Cesar, São Paulo - SP
http://www.brasilwiki.com.br/noticia.php?id_noticia=1844
DO BLOG LILICARABINA

A DELETÉRIA LIGAÇÃO DO PT COM OS CRIMINOSOS

O Reinaldo Azevedo puxou do bau uma matéria publicada na Veja online de 2006. Lembram daqueles ataques do PCC durante a campanha eleitoral. Vale a pena ver de novo e também ouvir a gravação. Como diz o Reinaldo, os fatos falam por si só. Tem razão. Não precisa acrescentar mais nada. E isto prova o que já disse várias vezes aqui no blog: a insegurança pública que hoje assola todo o território brasileiro é fruto desse odioso contubérnio do PT com os criminosos. É que os comunistas do PT acham que os bandidos são bandidos porque são vítimas do capitalismo, o que é uma fabulosa e histriônica mentira! Embora muitos dos prezados leitores já tenham lido no blog do Reinaldo Azevedo, transcrevo o post para registro aqui no blog:
O hoje assessor do Ministério da Defesa José Genoino recorreu à Justiça para tentar tirar do ar estes textos publicados por VEJA e reproduzidos na VEJA Online. Foram publicados na edição de 16 de agosto de 2006. A Justiça, obviamente, negou o pedido. Dona Maria Rita Kehl deve achar que esta lembrança só poderia mesmo partir de alguém “de direita”, não é mesmo? Na campanha eleitoral de 2006, o PSDB não levou ao ar essas gravações. Bem, é dispensável dizer que eu as teria levado, sim! Até porque havia um Lula do outro lado acusando o governo de São Paulo de não cuidar direito da segurança pública. Aos textos.
*
Desde o primeiro ataque massivo do PCC em São Paulo, espalhou-se a notícia da existência de gravações telefônicas que revelariam uma suposta ligação da máfia dos presídios com políticos do PT. VEJA teve acesso a uma série de diálogos entre membros da organização criminosa, interceptados pela polícia, contendo referências ao PT e ao PSDB. Neles, fica evidente a simpatia do PCC pelo PT, bem como a aversão da organização pelo PSDB (foi na gestão tucana, em 2003, que o estado de São Paulo implantou em alguns presídios o temido RDD - Regime Disciplinar Diferenciado, que prevê isolamento rigoroso e é odiado pelos detentos). Nenhuma das conversas às quais VEJA teve acesso, no entanto, comprova a existência de elo entre o PT e o PCC.
“É XEQUE-MATE, SEM MASSAGEM”
Conversa entre dois integrantes não identificados do PCC interceptada às vésperas de um dos ataques em São Paulo
A: A chapa esquentou pra nóis, hein, irmão.
B: Por quê?
A: Olha o salve do dia aqui. Geral aqui, que eu acabei de pegar com o Cara Branca: “Todos aqueles que são civil, funcionário e diretores e do partido PSDB: xeque-mate, sem massagem. E todos os irmãos que se (incompreensível) será cobrado com a vida. Salve geral, dia 12/6″. Peguei ele meio-dia.
B: Fé em Deus. Você tá aí na quebrada, irmão?
A: Tô aqui na quebrada. Vem pra cá que nós vamos puxar esse bando. Eu vou arrumar um menino bom pra nóis derrubar esse baguio aí, tio.
B: Então, é o seguinte, irmão: vou ver se dá pra mim ir hoje praí.
A: Então, se não der, arruma umas ferramentas (armas) aí. Nem que seja uns oitão. Pra gente juntar o baguio aí e sair no bonde aí.
B: Tá. Firmeza
“É PRA ELEGER O GENOÍNO”
Maria de Carvalho Felício, a “Petronília”, então mulher de José Márcio Felício, ex-líder do PCC, transmite ao preso José Sérgio dos Santos, a quem chama de “Shel”, orientação repassada por um líder da organização sobre as eleições de 2002
Maria de Carvalho Felício: Ele mandou uma missão pro Zildo (piloto-geral de Ribeirão Preto). Vamos ver se o Zildo é capaz de cumprir.
José Sérgio dos Santos: Tá bom. Você quer passar pra mim ou dou particularmente pra ele?
Maria: Não, não. Ele quer festa (ataques) até a eleição. E é pra eleger o Genoíno. E, ser for o caso, ele vai pedir pro pessoal mandar as famílias não irem nas visitas pra votar, entendeu? Ele falou que um dia sem visita não mata ninguém. Ele falou: “Fica todo mundo sem visita no dia da eleição pra todo mundo votar pro Genoíno”.
Santos: Não, mas isso… Acho que todo mundo… A maioria das mulher de preso… Vai votar no Al? Nunca.
Maria: Então, é pra pedir isso. Se, por exemplo, a mulher vai, daí a mãe, a irmã tudo vota pro Genoíno. Se só a mulher que vota, então essa mulher não vai na visita e vota no Genoíno. É pra todo mundo ficar nessa sintonia: Genoíno.
Santos: E é dali que vem, né?
Maria: Isso. É o (incompreensível)
Santos: Tá bom.
Maria: Tá bom, então?
Santos: Tô deixando assim um boa-tarde aí. Se cuida agora. Vai descansar.
*
Quer ouvir a gravação, leitor? Clique aqui.
DO BLOG DO ALUIZIO AMORIM

A CONSPIRAÇÃO DOS MENTIROSOS NO RODA VIVA, A “EMISSORA TUCANA” A SERVIÇO DO PT

O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso foi o entrevistado ontem do programa “Roda Viva”, da TV Cultura. Na bancada de entrevistadores, os jornalistas Ricardo Gandour (Estadão), Sérgio Dávila (Folha) e Ancelmo Gois (O Globo). Pode-se gostar ou não do grupo, mas faz sentido, é evidente!



Estavam também presentes a professora de história da USP Lilia Schwarcz — o sentido já começa a falecer — e a militante petista Maria Rita Kehl, que é a ausência completa de sentido. Curioso! Há dias, Fernando Haddad, virtual candidato do PT à Prefeitura de São Paulo, foi entrevistado no mesmo programa. Noticiou, então, o Painel, da Folha:
 
Chamada a entrevistar Haddad hoje no “Roda Viva”, Maria Helena Castro foi posteriormente desconvidada pela TV Cultura. A emissora disse à tucana, presidente do Inep na gestão FHC e secretária da Educação no governo de José Serra, que optou por ter apenas jornalistas na bancada. 
Sim, isso aconteceu. E olhem que os petistas costumam acusar a Cultura de ser uma “TV tucana”, o que é uma piada grotesca. Não por acaso, como se vê na imagem abaixo, o site dos “Amigos do Presidente Lula” comemorou a decisão. Vejam. Volto em seguida.
Para Haddad, só jornalistas. Para FHC, Lilia Schwarcz e Maria Rita Kehl. Adiante! E pouco me importa se ele concordou previamente com a bancada ou não. Por temperamento, se avisassem que haveria um porco espinho na bancada, não faria restrição.Jornalistas, tenham lá a visão de mundo que tiverem, têm de ter compromisso com os fatos. É a sua matéria-prima. Há muito tempo, no Brasil, setores da academia estão comprometidos com uma ideologia, uma visão de mundo. Se preciso, fraudam a história para justificar suas escolhas ou, eventualmente, para puxar o saco de uma corporação.Foi o que fez Lilia. No caso de Maria Rita, a coisa é mais grave. Ela é psicanalista, a “lacaniana” de plantão dos “descolados” do circuito Jardins-Vila Madalena. Com freqüência, e demonstrou isso outra vez no Roda Vida, não diz coisa com coisa, atrapalha-se na articulação de estruturas binárias. A razão é simples: quase sempre está militando e quase nunca está pensando. Estrelou o grande momento de “lacanagem” do Roda Viva. Sigamos. Jornalistas ou não, as pessoas têm lá, reitero, sua visão de mundo, sua ideologia, suas convicções. É legítimo. Um mesmo fato pode ser visto segundo valores distintos. 
MAS MENTIR NÃO É ACEITÁVEL. 
Maria Rita e Lilia, no entanto, resolveram ignorar os fatos, atropelar a verdade, fraudar a história ao comentar os episódios da USP. A íntegra da entrevista está aqui. O trecho que vou transcrever (em vermelho) se encontra entre 1h20min e 1h23min. 
Mário Sérgio Conti (mediador) - Ainda não questão “Educação”, mas menor (?), a Maria Rita quer fazer uma pergunta… 
Curiosidade: como Mário Sérgio Conti sabia qual seria o tema da pergunta de Kehl? Estava previamente combinado? 
Maria Rita - É uma pergunta dupla. Vamos ver se eu consigo juntar as pontas.A polícia de São Paulo, enfim, estado governado pelo seu partido, tem sido muito violenta e há muito tempo. Há uma certas apatia. Para dar um exemplo, que todo mundo conhece, depois dos ataques do PCC em maio de 2006, houve extermínio de gente, e crimes não esclarecidos até hoje, intimidação das famílias, enfim… Aí, de uma maneira um pouco mais banal, manifestações populares são reprimidas de uma maneira injustificada… Manifestações contra o aumento de ônibus com aposentados e estudantes… e muito reprimidas, sem necessidade. Então eu queria ver se dá para perguntar duas coisas paralelas: em primeiro lugar, como é que o senhor vê o movimento dos estudantes da USP, que não é exatamente contra a presença da polícia no campus, mas o modo como a polícia desrespeita direitos. E é universal a manifestação; não é que eles querem pra eles respeito, e não para a favela de São Remo, ali do lado. Mas tá sendo muito divulgava como uma manifestação de garotos mimados, ricos, que querem privilégios. Isso é um lado. Por outro lado, parece que não tem a ver, mas acho que tem, como é que o senhor encara a criação da Comissão da Verdade e os limites… E como é que é essa Comissão da Verdade e o que se pode esperar dela. Porque a polícia brasileira… O Brasil é o único país da América Latina que não apurou os crimes da ditadura militar e cuja polícia, hoje, mata mais do que matou durante a ditadura militar. Então tem aí alguma ligação… 
Comento 
Raramente assisti a tamanha manifestação de desonestidade intelectual. Maria Rita recorre à mentira em sentido clássico mesmo: os fatos dizem uma coisa, e ela, o avesso. E também mente por aquilo que omite, aí já é um troço um pouco mais elaborada.Num programa em que fez uma análise correta, serena, firme do governo Dilma, FHC deu uma péssima resposta porque essencialmente desinformada. Não vou transcrevê-la porque levaria tempo demais. Com ressalvas aqui e ali, acabou concordando com Maria Rita e, pois, endossando uma coleção de fraude factuais. Vamos lá. Maria Rita está mentindo, e espero que ela não perca seu tempo me processando porque tenho aqui uma pilha de panfletos dos invasores da USP. A primeira reivindicação é “a PM fora do campus”, SIM, SENHORA!!!“Fora”, dona Maria Rita, mesmo no mundo da lacanagem, quer dizer “fora”; e “dentro”, “dentro”. Quem precisa negar um fato para justificar sua análise não passa de um picareta intelectual. Há outros absurdos em sua fala. Já chego lá. Quero agora me fixar um pouquinho em seu modo de pensar.
Além de militante petista — e era nessa condição que estava no Roda Viva —, Maria Rita é psicanalista. Consta que é lacaniana. Huuummm… A linguagem exerce, assim, papel importante no seu ofício. Releiam a sua fala. Diz que vai fazer uma “pergunta dupla”, seja lá o que isso signifique, para, depois, “juntar as duas pontas”. Em seguida, afirma que são “perguntas paralelas”. Maria Rita, então, tentará o que ninguém ousou até hoje: O CRUZAMENTO DAS PARALELAS. A primeira pergunta é sobre a USP; a segunda — “por outro lado, parece que não tem a ver, mas acho que tem” — é sobre a Comissão da Verdade. Entenderam??? “Por outro lado, parece que não tem a ver, mas tem…” É o que chamo linguagem da “lacanagem”. Estamos no meio de um tumulto mental, mas o propósito, é evidente.Volto ao conteúdo de sua fala. Notem que há uma introdução que é mero discurso contra a polícia, que deveria processá-la. Ela está acusando uma instituição de ter cometido execuções extrajudiciais. Isso é coisa diferente de apontar grupos que cometem desmandos. Eles existem e estão sendo identificados e punidos. Para ela, existe uma ação deliberada. Está obrigada a provar, acho eu. “Extermínio de gente” uma ova! Houve o enfrentamento do crime organizado. Entre os dias 12 e 21 de maio de 2006, foram sumariamente executados nada menos de 59 policiais, com ataques a carros de PM, delegacias, postos policiais etc.Como se vê, essa grande humanista não disse uma vírgula a respeito. Na campanha eleitoral de 2006, como vocês se lembram, Luiz Inácio Apedeuta da Silva usou os ataques para tentar provar que a segurança em São Paulo estava fora do controle. Na prática, então, usava o PCC como um aliado eleitoral objetivo. O PCC, diga-se, já tinha mostrado simpatia pelo petismo (ver próximo post). Maria Rita mente também quando afirma que a PM ataca “manifestações populares” de maneira injustificada — de resto, mero juízo de valor. Os confrontos que eventualmente acontecem se dão quando os manifestantes resolvem obstruir vias públicos ou quando, eles sim!, atacam a polícia. No dia 23 de maio de 2007, por exemplo, a tropa de choque da Apeoesp, os amigos de Maria Rita Kehl, entrou em confronto com PMs. Saldo: 22 feridos. Todos eram policiais.
A petista Kehl, na emissora que dizem “tucana”, transfomrou a Polícia Militar mais eficiente do Brasil — responsável direta por uma queda no índice de homicídios considerada exemplar até pela ONU — numa instituição assassina e repressora. Na sua fala, releiam, a PM sai como vilã, e o PCC como vítima. No que diz respeito à USP, finalmente, não há um só direito sendo desrespeitado. Agora vamos à fala de Lilia Lilia Schwarcz.
Lilia Schwarcz (1h22min) - Essa também não é uma questão de linguagem, ou seja, o que a imprensa pegou foi só o lado… A discussão de quais são… a autoridade da polícia no campus também é importante, né?
Acho que entendi essa soma de anacolutos e explícito espancamento da concordância verbal. A autoridade da PM no campus está clara.Dois policiais, apenas dois, flagraram três alunos fumando maconha e com uma quantidade da droga que não caracterizava apenas consumo. Ainda que assim fosse, é ilegal. Ponto! O problema é que essa gente fica divulgando a mentira de que PMs estão revistando a mochila de estudantes. Todos os que fazem essa “denúncia” são militantes de organizaões de extrema esquerda e estão comprometidos com a invasão da reitoria.
Lilia Schwarcz (1h24min) - O sr. não acha que teve uma questão de performance, também? Ou seja, porque em todos os lugares, não estou dizendo que deve se liberar na USP, mas que foi um contingente militar pra pegar dois garotos… 
Pergunto: será que essas pessoas falam assim quando dão aula? Como é que os alunos acompanham o raciocínio? O sujeito e o predicado vivem em permanente divórcio. É mentira, professora Lilia! Dois soldados abordaram três maconheiros e pretendiam conduzi-los para fazer o termo circunstanciado. Até a direção da faculdade já havia sido acionada, e os próprios rapazes já haviam decidido acompanhar os policiais. Mas aí chegou a tropa de choque da extrema esquerda, inicialmente liderada pelo Sintusp, e os policiais foram cercados. ATENÇÃO! HÁ IMAGENS QUE COMPROVAM: A AGRESSÃO PARTIU DOS MANIFESTANTES. Mais: há sérios indícios de que o próprio flagrante fez parte de uma armação para criar um casus belli na USP. Os policiais receberam uma denúncia anônima de que os rapazes fumavam e portavam maconha. Cumpriram o seu dever. Mas o circo já estava preparado. Do nada, os “militantes” foram brotando. Aí acontece outra coisa inusitada. Demonstrando certo enfado, falando como quem argumenta ab absurdo, Mario Sérgio Conti, o mediador do programa, procura arrematar a discussão, desqualificando até mesmo a resposta do entrevistado, que já ia mal, reitero, porque tendente a concordar, embora com reservas, com as empulhações que tinham sido ditas até ali pelos entrevistadores. 
Mario Sérgio Conti - Uma invasão da PM num campus da USP! O senhor foi professor lá!
Invasão??? 
O povo de São Paulo paga o salário de Mário Sérgio Conti para que ele declare que a PM “invade” a USP, como se tivesse cometido alguma ilegalidade? É mentira! Havia uma determinação judicial para que se restabelecesse o estado de direito na universidade. Invasores eram os encapuzados; invasores eram aqueles que impediam o trabalho normal na USP; invasores ainda são os que impedem, com piquetes, que alunos e professores possam exercer o seu ofício.
Cada um tenha, reitero, sobre o episódio a opinião que quiser. Mas não dá para condescender com a mentira. Assim como a população não paga imposto para que a USP seja privatizada por meia-dúzia de vagabundos, também não sustenta a TV Cultura para que se minta no ar de forma tão escandalosa. Uma das funções do mediador, diga-se, é sempre zelar pela verdade. No caso, Conti resolveu engrossar o caldo da mistificação. Ah, sim, dona Maria Rita! O estado de São Paulo tem hoje menos de 10 homicídios por 100 mil habitantes, realidade reconhecida até pelo governo do seu partido, o PT. Em 12 anos, a redução do número é de quase 80%. Chegou-se a esse número fazendo mais policiamento preventivo, prendendo mais e, em último caso, matando bandidos. Na Bahia, por exemplo, governada pelo seu partido, o índice de homicídios teve uma elevação escandalosa.

PS - Aviso dirigido: é inútil rosnar e mobilizar braços de aluguel para me atacar.Não dou a mínima. Nem me intimido. Podem vir quente que eu estou fervendo, hehe.
De resto, eu tenho números que provam que estou certo (e ainda voltarei a eles) e que provam que vocês estão errados.
DO R.DEMOCRATICA

PESSOAS ASSASSINADAS PELA ALN, DO “HERÓI” CARLOS MARIGHELLA

06/12/2011
às 6:23
O dia em que um líder terrorista foi chamado por um ente do governo petista de “herói do povo brasileiro” e em que parte da imprensa escondeu todas as suas vítimas

Como vocês sabem, ninguém quer revanchismo no Brasil. Só temos pombas da paz. Essa gente só se interesse por “Justiça”. Ontem, e eu já havia tratado do assunto no blog, Carlos Marighella, chefe do grupo terrorista “Ação Libertadora Nacional” (ALN), foi homenageado pela Comissão de Anistia do Ministério da Justiça. Declarou, então, a conselheira Ana Maria Guedes:  


“A Comissão da Anistia, em nome do Estado brasileiro, faz os mais sinceros pedidos de desculpas pelas atrocidades que foram cometidas contra o herói do povo brasileiro, Carlos Marighella”. 
TÔ  FORA, MEU PAI  MEU  HERÓI  ESSE  SIM. *
Em nome do Estado? Do povo? Podem me incluir fora dessa. A propósito: perguntem a alguém “do povo brasileiro” se sabe quem foi este senhor. É uma piada macabra. Leiam o texto que saiu publicado no Estadão Online, de Tiago Décimo. Volto depois.
*
No dia em que completaria 100 anos, o líder comunista Carlos Marighella (1911-1969) recebeu a anistia política da Comissão de Anistia do Ministério da Justiça. O evento foi realizado em Salvador, cidade em que Marighella nasceu, entre a tarde e a noite de hoje [segunda]. 
“Por unanimidade, a comissão declara anistiado político Carlos Marighella”, sentenciou o presidente da sessão, o vice-presidente da comissão, Egmar de Oliveira, no início da noite. A decisão foi tomada após a leitura do processo, por parte da relatora, conselheira Ana Maria Guedes. “A Comissão da Anistia, em nome do Estado brasileiro, faz os mais sinceros pedidos de desculpas pelas atrocidades que foram cometidas contra o herói do povo brasileiro, Carlos Marighella”.
O evento contou com a presença da viúva de Marighella, Clara Charf, de 86 anos, do filho do casal, o advogado Carlos Augusto Marighella, do governador da Bahia, Jaques Wagner (PT), do senador João Capiberibe (PSB-AP), de deputados como Emiliano José (PT-BA), autor do livro “Marighella: o inimigo número um da ditadura militar”, e de políticos de outros Estados, como o vereador de São Paulo Ítalo Cardoso (PT), autor do projeto que deu a Marighella o título de cidadão paulistano(?)*, no ano passado. (PQP)*
Bastante emocionada, Clara chorou algumas vezes durante o evento. “O reconhecimento da luta de Marighella pela liberdade e pela vida digna da população é uma vitória para o Brasil”, avalia. “A comissão resgatou a verdade da história e da luta dele. Por muitos anos, os governos mentiram, enxovalharam as pessoas para tirar do Estado brasileiro o peso dos erros. Esse processo acabou. A humanidade e o companheirismo sempre foram suas maiores características. Ele merece esse resgate”, acrescentou.
O líder comunista fez oposição a duas ditaduras, de Getúlio Vargas e dos governos militares. Foi preso três vezes, entre 1932 e 1945, foi eleito deputado federal constituinte pelo PCB baiano em 1945 e voltou à clandestinidade em 1948, quando o governo de Eurico Gaspar Dutra declarou o partido comunista como fora da lei. 
Marighella liderou os movimentos contrários à ditadura militar e participou da luta armada contra o governo. Chegou a ser considerado o principal inimigo do Estado brasileiro e foi morto, em 4 de novembro de 1969, por agentes do Departamento de Ordem Política e Social (DOPS), liderados pelo delegado Sérgio Paranhos Fleury, em uma emboscada na Alameda Casa Branca, em São Paulo.
“O que a gente viu hoje foi a desmistificação de todas as mentiras que se falaram, ao longo de muitos anos, sobre meu pai”, disse Carlos Augusto, que articula com o governo do Estado a criação de um memorial para seu pai, na Bahia. “Meu pai não era um terrorista, ele foi um herói, uma inspiração, por sua coragem, por seu senso de dever e responsabilidade. Eu estou há 40 anos lutando para que esta verdade surja. E este é um momento de glória e honra a quem, como Marighella, lutou por este País”, falou.
“Com a anistia, o Estado brasileiro reconhece como legítima a forma escolhida por Marighella para enfrentar o terrorismo imposto pela ditadura militar”, disse Egmar de Oliveira. “Estamos cumprindo o dever de iniciar o resgate da história de um lutador do povo brasileiro. Espero que a Comissão da Verdade possa apresentar à sociedade quem foram os que executaram, de forma covarde e brutal, Carlos Marighella. Não no sentido de revanchismo, mas para resgatar a verdade, para que ela não
volte a acontecer”, disse. 
Voltei  Não se trata apenas de um movimento de falsificação da história. Há também um trabalho de apagamento dos fatos. O texto do Estadão não faz menção ao fato de que Marighella era o chefe da ALN, que matou uma penca de pessoas, muitas delas sem qualquer ligação com a luta política. Também omite o fato de que ele foi o autor do “Minimanual da Guerrilha Urbana”, em que faz aberta e explicitamente a defesa do terrorismo e do assassinato de soldados. E, como é sabido, não ficou apenas na teoria. 
 Abaixo, a lista de pessoas assassinadas pela ALN, sozinha ou em associação com outros grupos.
AS FAMÍLIAS DESSAS PESSOAS NÃO FORAM NEM SERÃO INDENIZADAS. A COMISSÃO DE ANISTIA EXISTE PARA CONCEDER BENEFÍCIOS SÓ A ESQUERDISTAS CONSIDERADOS VÍTIMAS DO REGIME MILITAR. Os mortos de esquerda são heróis. Os que não são perdem até o direito de ter um nome. Aliás, o fato desaparece.
Como se nota, o jornalismo brasileiro, com as exceções de praxe, tenta enterrar a memória. Vai aqui mais uma contribuição à Comissão da Verdade.
PESSOAS ASSASSINADAS PELA ALN, DO “HERÓI” CARLOS MARIGHELLA
- 10/01/68 - Agostinho Ferreira Lima - Marinha Mercante - Rio Negro-AM
No dia 06/12/67, a lancha da Marinha Mercante “Antônio Alberto” foi atacada por um grupo de nove terroristas, liderados  por Ricardo Alberto Aguado Gomes, “Dr. Ramon”, que, posteriormente, ingressou na Ação Libertadora Nacional (ALN). Neste  ataque, Agostinho Ferreira Lima foi ferido gravemente, vindo a morrer no dia 10/01/68.
- 08/05/69 - José de Carvalho - Investigador de Polícia -  SP
Atingido com um tiro na boca durante um assalto a uma agência do União de Bancos Brasileiros, em Suzano, no dia 07 de maio, morreu no dia seguinte. Nessa ação, os terroristas feriram, também, Antonio Maria Comenda Belchior e Ferdinando Eiamini. Participaram os seguintes terroristas da ALN: Virgílio Gomes da Silva, Aton Fon Filho, Takao Amano, Ney da Costa Falcão, Manoel Cyrilo de Oliveira Neto e João Batista Zeferino Sales Vani. Amano foi baleado na coxa e operado em um “aparelho médico” por Boanerges de Souza Massa, médico da ALN.
- 22/06/69 - Guido Bone - soldado PM - SP
Morto por militantes da ALN que atacaram e incendiaram a rádio-patrulha RP 416, da então Força Pública de São Paulo, hoje Polícia Militar, matando os seus dois ocupantes, os soldados Guido Bone e Natalino Amaro Teixeira, roubando suas armas.
- 22/06/69 - Natalino Amaro Teixeira - Soldado PM - SP
Morto por militantes da ALN na ação acima relatada.
- 03/09/69 - José Getúlio Borba - Comerciário - SP
Os terroristas da ALN Antenor Meyer, José Wilson Lessa Sabag, Francisco José de Oliveira e Maria Augusta Tomaz resolveram comprar um gravador na loja Lutz Ferrando, na esquina da Avenida Ipiranga com a Rua São Luis. O pagamento seria feito com um cheque roubado num assalto. Descobertos, receberam voz de prisão e reagiram. Na troca de tiros, o guarda civil João Szelacsak Neto ficou ferido com um tiro na coxa, e o funcionário da loja, José Getúlio Borba, foi mortalmente ferido. Perseguidos pela polícia, o terrorista José Wilson Lessa Sabag matou a tiros o soldado da Força Pública (atual PM) João Guilherme de Brito.
- 03/09/69 - João Guilherme de Britto - solado da Força Pública - SP
(ver relato acima)
- 11/03/70 - Newton de  Oliveira Nascimento -  Soldado PM - Rio de Janeiro
No dia 11/03/70, os militantes do grupo tático armado da ALN Mário de Souza Prata, Rômulo Noronha de Albuquerque e Jorge Raimundo Júnior deslocavam-se num carro Corcel azul, roubado, dirigido pelo último, quando foram interceptados no bairro de Laranjeiras por uma patrulha da PM. Suspeitando do motorista, pela pouca idade que aparentava, e verificando que Jorge Raimundo não portava habilitação, os policiais ordenaram-lhe que entrasse no veículo policial, junto com Rômulo Noronha Albuquerque, enquanto Mauro de Souza Prata, acompanhado de um dos soldados, iria dirigindo o Corcel até a delegacia mais próxima. Aproveitando-se do descuido dos policiais, que não revistaram os detidos, Mário, ao manobrar o veículo para colocá-lo à frente da viatura policial, sacou de uma arma e atirou, matando com um tiro na testa o soldado da PM Newton Oliveira Nascimento, que o escoltava no carro roubado. O soldado Newton deixou a viúva, Luci, e duas filhas menores, de quatro e dois anos.
- 29/08/70 - José Armando Rodrigues - Comerciante - CE
Era proprietário da firma Ibiapaba Comércio Ltda. Depois de sua loja ser assaltada, foi seqüestrado, barbaramente torturado e morto a tiros por terroristas da ALN. Seu carro foi lançado num precipício na serra de Ibiapaba, em São Benedito, CE. Autores: Ex-seminaristas Antônio Espiridião Neto e Waldemar Rodrigues Menezes (que fez os disparos), José Sales de Oliveira, Carlos de Montenegro Medeiros, Gilberto Telmo Sidney Marques, Timochenko Soares de Sales e Francisco William.
- 14/09/70 - Bertolino Ferreira da Silva - segurança - SP
Morto durante assalto praticado pelas organizações terroristas ALN e MRT ao carro pagador da empresa Brinks, no Bairro do Paraíso, em são Paulo.
-15/04/71 - Henning Albert Boilesen - Industrial - SP
Ligado à Operação Bandeirantes, que combatia com métodos também ilegais as organizações de esquerda, foi assassinado, entre outros, por Carlos Eugênio da Paz (há depoimento deste senhor no blog). Participaram ainda dação os terroristas Yuri Xavier Pereira, Joaquim Alencar Seixas, José Milton Barbosa, Dimas Antonio Casimiro e Antonio Sérgio de Matos. No relatório escrito por Yuri, apreendido pela polícia, lê-se: “Durante a fuga, trocávamos olhares de contentamento e satisfação. Mais uma vitória da Revolução Brasileira”. Sobre o corpo de Boilesen, atingido por 19 tiros, panfletos da ALN e do MRT, dirigidos “Ao Povo Brasileiro”, traziam a ameaça: “Como ele, existem muitos outros e sabemos quem são. Todos terão o mesmo fim, não importa quanto tempo demore; o que importa é que eles sentirão o peso da JUSTIÇA REVOLUCIONÁRIA. Olho por olho, dente por dente”.
- 20/01/72 - Sylas Bispo Feche - Cabo PM São Paulo - SP
O cabo Sylas Bispo Feche integrava uma Equipe de Busca e Apreensão do DOI/CODI/II Exército. Sua equipe executava  uma ronda quando um carro VW, ocupado por duas pessoas, cruzou um sinal fechado quase atropelando uma senhora que atravessava a rua com uma criança no colo. A sua equipe saiu em perseguição ao carro suspeito, que foi interceptado. Ao tentar aproximar-se para pedir os documentos dos dois ocupantes do veículo, o cabo Feche foi metralhado. Dois terroristas, membros da ALN, morreram.
- 01/02/72 - Iris do Amaral - Civil - RJ
Morto durante um tiroteio entre terroristas da ALN e policiais. Ficaram feridos nesta ação os civis Marinho Floriano Sanches, Romeu Silva e Altamiro Sinzo. Autores: Flávio Augusto Neves Leão Salles (”Rogério”, “Bibico”) e Antônio Carlos Cabral Nogueira (”Chico”, “Alfredo”.)
- David A. Cuthberg - Marinheiro inglês - RJ
A respeito desse assassinato, sob o título “REPULSA”, o jornal “O Globo” publicou:
“Tinha dezenove anos o marinheiro inglês David  A. Cuthberg que, na madrugada de sábado, tomou um táxi com um companheiro para conhecer o Rio, nos seus aspectos mais alegres. Ele aqui chegara como amigo, a bordo da flotilha que nos visita para comemorar os 150 anos de Independência do Brasil. Uma rajada de metralhadora tirou-lhe a vida, no táxi que se encontrava. Não teve tempo para perceber o que ocorria e, se percebesse, com certeza não poderia compreender. Um terrorista, de dentro de outro carro, apontara friamente a metralhadora antes de desenhar nas suas costas o fatal risco de balas, para, logo em seguida, completar a infâmia, despejando sobre o corpo, ainda palpitante, panfletos em que se mencionava a palavra liberdade. Com esse crime repulsivo, o terror quis apenas alcançar repercussão fora de nossas fronteiras para suas atividades, procurando dar-lhe significação de atentado político contra jovem inocente, em troca da publicação da notícia num jornal inglês. O terrorismo cumpre, no Brasil, com crimes como esse, o destino inevitável dos movimentos a que faltam motivação real e consentimento de qualquer parcela da opinião pública: o de não ultrapassar os limites do simples banditismo, com que se exprime o alto grau de degeneração dessas reduzidas maltas de assassinos gratuitos”.
A ação criminosa foi praticada pelos seguintes terroristas, integrantes de uma frente formada por três organizações comunistas:
- ALN - Flávio Augusto Neves Leão Salles (”Rogério”, “Bibico”), que fez os disparos com a metralhadora, Antônio Carlos Nogueira Cabral (”Chico”, “Alfredo”), Aurora Maria Nascimento Furtado (”Márcia”, “Rita”), Adair Gonçalves Reis(”Elber”, “Leônidas”, “Sorriso”);
- VAR-PALMARES - Lígia Maria Salgado da Nóbrega (”Ana”, “Célia”, “Cecília”), que jogou dentro do táxi os panfletos que falavam em vingança contra os “Imperialistas Ingleses”; Hélio Silva (”Anastácio”, “Nadinho”), Carlos Alberto Salles(”Soldado”);
- PCBR - Getúlio de Oliveira Cabral(”Gogó”, “Soares”, “Gustavo”)
- 06/03/72 - Walter César Galleti - Comerciante - SP
Terroristas da ALN assaltaram a firma F. Monteiro S/A. Após o assalto, fecharam a loja, fizeram um discurso subversivo e assassinaram o gerente, Walter César Galetti, e feriram o subgerente, Maurílio Ramalho, e o despachante Rosalindo Fernandes.
- 09/09/72 - Mário Domingos Panzarielo - Detetive Polícia Civil - RJ
Morto ao tentar prender um terrorista da ALN.
- 27/09/72 - Sílvio Nunes Alves - Bancário - RJ
Assassinado em assalto ao Banco Novo Mundo, na Penha, pelas organizações terroristas PCBR, ALN, VPR, VAR-Palmares e MR-8. Autor do assassinato: José Selton Ribeiro.
- 21/02/73 - Manoel Henrique de Oliveira - Comerciante - SP
No dia 14 de junho de 1972, as equipes do DOI de São Paulo, como já faziam há vários dias, estavam seguindo quatro terroristas da ALN que resolveram almoçar no restaurante Varela, no bairro da Mooca. Quando eles saíram do restaurante, receberam voz de prisão. Reagindo, desencadearam tiroteio com os policiais. Ao final, três terroristas estavam mortos, e um conseguiu fugir. Erroneamente, a ALN atribuiu a morte de seus três companheiros à delação de um dos proprietários do restaurante e decidiu justiçá-lo. O comando “Aurora Maria do Nascimento Furtado”, constituído por Arnaldo Cardoso Rocha, Francisco Emanuel Penteado, Francisco Seiko Okama e Ronaldo Mouth Queiroz, foi encarregado da missão e assassinou, no dia 21 de fevereiro, o comerciante Manoel Henrique de Oliveira, que foi metralhado sem que pudesse esboçar um gesto de defesa. Seu corpo foi coberto por panfletos da ALN.
  Por Reinaldo Azevedo
* * * 
Postei aqui  nesse  blogue  uma  entrevista do terrorista, assassino, subversivo em questão, 100 anos de Marighella: Ouça entrevista histórica do guerrilheiro Em 1967, de Cuba, Marighella convocou o povo brasileiro para pegar em armas e lutar contra a ditadura militarAcessando a  postagem original, tem um audio  da entrevista  feita em  Cuba que  voce  pode  conferir  clicando  aqui cuja íntegra foi disponibilizada hoje pelo iG  Soltem todos  os  bandidos e  criminosos  das  penitenciarias porque Marighela  é  o  novo  herói  brasileiro, cujo  evento  foi  presgiado  por  vagabundos  iguais  a  ele.* SÃO MINHAS  AS  OBSERVAÇÕES.
DO BLOG FERRA MULA

DOCES PROMISCUIDADES QUE MATAM

O que faz esta foto aqui?
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Já explico a imagem. Antes, algumas considerações. Um dos grandes acertos do filme “Tropa de Elite 1″ era demonstrar a conivência das ONGs com o narcotráfico, o que apelidei, brincando, de “Bonde do Foucault”. Depois, o bom diretor José Padilha ficou com medo de sua própria obra e fez o “Tropa de Elite 2″, aí para cantar as glórias de Marcelo Freixo, o vereador do PSOL, que junta a luta meritória contra as milícias com os delírios psolistas. O rapaz é também um bravo do marketing pessoal. Muito bem!
Na semana passada, todos vimos, foi preso o sedizente líder comunitário da Rocinha William de Oliveira. Um filme mostra o rapaz — ele diz que não, mas fica difícil negar — vendendo um fuzil AK, de fabricação russa, para ninguém menos do que Francisco Bonfim Lopes, o Nem. Na mesa, a dinheirama esparramada. No mercado negro, uma arma como aquela é avaliada em R$ 50 mil. William, acreditem, era funcionário do gabinete da vereadora Andre Gouvêa Vieira, do PSDB. Com ele, foi preso Alexandre Leopoldino da Silva, que compõe a equipe de zeladoria do Palácio da Guanabara, sede do governo do Rio. Tá bom assim?
Eu não esqueci da foto lá do alto não, já chego lá. Vamos avançar mais um pouco.
William era um queridinho das ONGs, dos políticos, dos artistas e dos “descoletes” do Rio. Vocês sabem como as celebridades andam interessadas no social e nas hidroelétricas nos últimos anos. Como a pobreza em São Paulo está mais na periferia, o exercício da demagogia solidária é mais difícil, rende pouca notícia. No Rio, a geografia da cidade e a da pobreza colaboram para criar a fantasia da integração. A miséria é vista, como já apontei aqui muitas vezes, como atração turística e como variante antropológica. Visita-se a favela como quem vai em busca da diversidade cultural num país estrangeiro. Quantos textos já escrevi a respeito neste blog desde junho de 2006? Devem chegar a uma centena.
A lista de políticos e celebridades que foram até William, um dos “líderes” da Rocinha, é mesmo impressionante. Vejam. Volto depois.
O então presidente, Luiz Inácio Lula da Silva, e o governador do Rio, Sérgio Cabral
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A presidente Dilma Rousseff
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O tenista Guga
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O humorista Rafael Cortez
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O Senador Crivella (PRB-RJ)
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O ator Ashton Kutcher e o apresentador Luciano Huck
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O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo
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Voltei
Vocês viram direito, sim. Acima, temos ninguém menos do que o ministro da Justiça, responsável último pelo combate ao narcotráfico e ao tráfico de armas, de braços dados com o tal líder comunitário. Não que faltassem motivos para desconfiar dele. Informa a VEJA desta semana:
“Em 2005, durante o reinado de terror implantado pelo antecessor de Nem, William foi flagrado em uma constrangedora escuta telefônica. Em nome do chefão. instruía bandidos a deixar dois fuzis roubados do Exército em uma favela dominada pela facção rival. Ficou preso por nove meses, mas conseguiu ser absolvido sob a alegação de que pretendia apenas fazer com que se livrassem dos tais fuzis, evitando um banho de sangue na Rocinha - então na iminência de uma ação policial. A emenda foi tão disparatada quanto o soneto, mas todo mundo fez que acreditou. William seguiu livre e solto, colecionando amizades nos mais diversos círculos, de políticos a artistas. Um de seus três filhos tem Flora Gil, a mulher do cantor Gilberto Gil. como madrinha.”
Pois é…
Agora vamos à primeira foto
E o que é aquela primeira foto, que estava no site da Rocinha, mas desapareceu de lá? Vemos ali o presidente da ONG Sou da Paz, Denis Mizne, concedendo um prêmio a William, em 2004, por seu empenho no… DESARMAMENTO da Rocinha!!! A láurea foi concedida por outra ONG, a Viva Rio (falei dela ontem à noite, vejam lá).
Isto mesmo: o rapaz premiado pela Viva Rio por seu empenho no desarmamento foi preso porque flagrado vendendo um fuzil para “Nem”, o chefão do narcotráfico da Rocinha.
Por Reinaldo Azevedo
REV VEJA

O dia em que um líder terrorista foi chamado por um ente do governo petista de “herói do povo brasileiro” e em que parte da imprensa escondeu todas as suas vítimas

Como vocês sabem, ninguém quer revanchismo no Brasil. Só temos pombas da paz. Essa gente só se interesse por “Justiça”. Ontem, e eu já havia tratado do assunto no blog, Carlos Marighella, chefe do grupo terrorista “Ação Libertadora Nacional” (ALN), foi homenageado pela Comissão de Anistia do Ministério da Justiça. Declarou, então, a conselheira Ana Maria Guedes: “A Comissão da Anistia, em nome do Estado brasileiro, faz os mais sinceros pedidos de desculpas pelas atrocidades que foram cometidas contra o herói do povo brasileiro, Carlos Marighella”.
Em nome do Estado? Do povo? Podem me incluir fora dessa. A propósito: perguntem a alguém “do povo brasileiro” se sabe quem foi este senhor. É uma piada macabra. Leiam o texto que saiu publicado no Estadão Online, de Tiago Décimo. Volto depois.
*
No dia em que completaria 100 anos, o líder comunista Carlos Marighella (1911-1969) recebeu a anistia política da Comissão de Anistia do Ministério da Justiça. O evento foi realizado em Salvador, cidade em que Marighella nasceu, entre a tarde e a noite de hoje [segunda]. “Por unanimidade, a comissão declara anistiado político Carlos Marighella”, sentenciou o presidente da sessão, o vice-presidente da comissão, Egmar de Oliveira, no início da noite. A decisão foi tomada após a leitura do processo, por parte da relatora, conselheira Ana Maria Guedes. “A Comissão da Anistia, em nome do Estado brasileiro, faz os mais sinceros pedidos de desculpas pelas atrocidades que foram cometidas contra o herói do povo brasileiro, Carlos Marighella”.
O evento contou com a presença da viúva de Marighella, Clara Charf, de 86 anos, do filho do casal, o advogado Carlos Augusto Marighella, do governador da Bahia, Jaques Wagner (PT), do senador João Capiberibe (PSB-AP), de deputados como Emiliano José (PT-BA), autor do livro “Marighella: o inimigo número um da ditadura militar”, e de políticos de outros Estados, como o vereador de São Paulo Ítalo Cardoso (PT), autor do projeto que deu a Marighella o título de cidadão paulistano, no ano passado.
Bastante emocionada, Clara chorou algumas vezes durante o evento. “O reconhecimento da luta de Marighella pela liberdade e pela vida digna da população é uma vitória para o Brasil”, avalia. “A comissão resgatou a verdade da história e da luta dele. Por muitos anos, os governos mentiram, enxovalharam as pessoas para tirar do Estado brasileiro o peso dos erros. Esse processo acabou. A humanidade e o companheirismo sempre foram suas maiores características. Ele merece esse resgate”, acrescentou.
O líder comunista fez oposição a duas ditaduras, de Getúlio Vargas e dos governos militares. Foi preso três vezes, entre 1932 e 1945, foi eleito deputado federal constituinte pelo PCB baiano em 1945 e voltou à clandestinidade em 1948, quando o governo de Eurico Gaspar Dutra declarou o partido comunista como fora da lei. Marighella liderou os movimentos contrários à ditadura militar e participou da luta armada contra o governo. Chegou a ser considerado o principal inimigo do Estado brasileiro e foi morto, em 4 de novembro de 1969, por agentes do Departamento de Ordem Política e Social (DOPS), liderados pelo delegado Sérgio Paranhos Fleury, em uma emboscada na Alameda Casa Branca, em São Paulo.
“O que a gente viu hoje foi a desmistificação de todas as mentiras que se falaram, ao longo de muitos anos, sobre meu pai”, disse Carlos Augusto, que articula com o governo do Estado a criação de um memorial para seu pai, na Bahia. “Meu pai não era um terrorista, ele foi um herói, uma inspiração, por sua coragem, por seu senso de dever e responsabilidade. Eu estou há 40 anos lutando para que esta verdade surja. E este é um momento de glória e honra a quem, como Marighella, lutou por este País”, falou.
“Com a anistia, o Estado brasileiro reconhece como legítima a forma escolhida por Marighella para enfrentar o terrorismo imposto pela ditadura militar”, disse Egmar de Oliveira. “Estamos cumprindo o dever de iniciar o resgate da história de um lutador do povo brasileiro. Espero que a Comissão da Verdade possa apresentar à sociedade quem foram os que executaram, de forma covarde e brutal, Carlos Marighella. Não no sentido de revanchismo, mas para resgatar a verdade, para que ela não volte a acontecer”, disse.
Voltei
Não se trata apenas de um movimento de falsificação da história. Há também um trabalho de apagamento dos fatos. O texto do Estadão não faz menção ao fato de que Marighella era o chefe da ALN, que matou uma penca de pessoas, muitas delas sem qualquer ligação com a luta política. Também omite o fato de que ele foi o autor do “Minimanual da Guerrilha Urbana”, em que faz aberta e explicitamente a defesa do terrorismo e do assassinato de soldados. E, como é sabido, não ficou apenas na teoria. Abaixo, a lista de pessoas assassinadas pela ALN, sozinha ou em associação com outros grupos.
AS FAMÍLIAS DESSAS PESSOAS NÃO FORAM NEM SERÃO INDENIZADAS. A COMISSÃO DE ANISTIA EXISTE PARA CONCEDER BENEFÍCIOS SÓ A ESQUERDISTAS CONSIDERADOS VÍTIMAS DO REGIME MILITAR. Os mortos de esquerda são heróis. Os que não são perdem até o direito de ter um nome. Aliás, o fato desaparece.
Como se nota, o jornalismo brasileiro, com as exceções de praxe, tenta enterrar a memória. Vai aqui mais uma contribuição à Comissão da Verdade.
PESSOAS ASSASSINADAS PELA ALN, DO “HERÓI” CARLOS MARIGHELLA
- 10/01/68 - Agostinho Ferreira Lima - Marinha Mercante - Rio Negro-AM
No dia 06/12/67, a lancha da Marinha Mercante “Antônio Alberto” foi atacada por um grupo de nove terroristas, liderados  por Ricardo Alberto Aguado Gomes, “Dr. Ramon”, que, posteriormente, ingressou na Ação Libertadora Nacional (ALN). Neste  ataque, Agostinho Ferreira Lima foi ferido gravemente, vindo a morrer no dia 10/01/68.
- 08/05/69 - José de Carvalho - Investigador de Polícia -  SP
Atingido com um tiro na boca durante um assalto a uma agência do União de Bancos Brasileiros, em Suzano, no dia 07 de maio, morreu no dia seguinte. Nessa ação, os terroristas feriram, também, Antonio Maria Comenda Belchior e Ferdinando Eiamini. Participaram os seguintes terroristas da ALN: Virgílio Gomes da Silva, Aton Fon Filho, Takao Amano, Ney da Costa Falcão, Manoel Cyrilo de Oliveira Neto e João Batista Zeferino Sales Vani. Amano foi baleado na coxa e operado em um “aparelho médico” por Boanerges de Souza Massa, médico da ALN.
- 22/06/69 - Guido Bone - soldado PM - SP
Morto por militantes da ALN que atacaram e incendiaram a rádio-patrulha RP 416, da então Força Pública de São Paulo, hoje Polícia Militar, matando os seus dois ocupantes, os soldados Guido Bone e Natalino Amaro Teixeira, roubando suas armas.
- 22/06/69 - Natalino Amaro Teixeira - Soldado PM - SP
Morto por militantes da ALN na ação acima relatada.
- 03/09/69 - José Getúlio Borba - Comerciário - SP
Os terroristas da ALN Antenor Meyer, José Wilson Lessa Sabag, Francisco José de Oliveira e Maria Augusta Tomaz resolveram comprar um gravador na loja Lutz Ferrando, na esquina da Avenida Ipiranga com a Rua São Luis. O pagamento seria feito com um cheque roubado num assalto. Descobertos, receberam voz de prisão e reagiram. Na troca de tiros, o guarda civil João Szelacsak Neto ficou ferido com um tiro na coxa, e o funcionário da loja, José Getúlio Borba, foi mortalmente ferido. Perseguidos pela polícia, o terrorista José Wilson Lessa Sabag matou a tiros o soldado da Força Pública (atual PM) João Guilherme de Brito.
- 03/09/69 - João Guilherme de Britto - solado da Força Pública - SP
(ver relato acima)
- 11/03/70 - Newton de  Oliveira Nascimento -  Soldado PM - Rio de Janeiro
No dia 11/03/70, os militantes do grupo tático armado da ALN Mário de Souza Prata, Rômulo Noronha de Albuquerque e Jorge Raimundo Júnior deslocavam-se num carro Corcel azul, roubado, dirigido pelo último, quando foram interceptados no bairro de Laranjeiras por uma patrulha da PM. Suspeitando do motorista, pela pouca idade que aparentava, e verificando que Jorge Raimundo não portava habilitação, os policiais ordenaram-lhe que entrasse no veículo policial, junto com Rômulo Noronha Albuquerque, enquanto Mauro de Souza Prata, acompanhado de um dos soldados, iria dirigindo o Corcel até a delegacia mais próxima. Aproveitando-se do descuido dos policiais, que não revistaram os detidos, Mário, ao manobrar o veículo para colocá-lo à frente da viatura policial, sacou de uma arma e atirou, matando com um tiro na testa o soldado da PM Newton Oliveira Nascimento, que o escoltava no carro roubado. O soldado Newton deixou a viúva, Luci, e duas filhas menores, de quatro e dois anos.
- 29/08/70 - José Armando Rodrigues - Comerciante - CE
Era proprietário da firma Ibiapaba Comércio Ltda. Depois de sua loja ser assaltada, foi seqüestrado, barbaramente torturado e morto a tiros por terroristas da ALN. Seu carro foi lançado num precipício na serra de Ibiapaba, em São Benedito, CE. Autores: Ex-seminaristas Antônio Espiridião Neto e Waldemar Rodrigues Menezes (que fez os disparos), José Sales de Oliveira, Carlos de Montenegro Medeiros, Gilberto Telmo Sidney Marques, Timochenko Soares de Sales e Francisco William.
- 14/09/70 - Bertolino Ferreira da Silva - segurança - SP
Morto durante assalto praticado pelas organizações terroristas ALN e MRT ao carro pagador da empresa Brinks, no Bairro do Paraíso, em são Paulo.
-15/04/71 - Henning Albert Boilesen - Industrial - SP
Ligado à Operação Bandeirantes, que combatia com métodos também ilegais as organizações de esquerda, foi assassinado, entre outros, por Carlos Eugênio da Paz (há depoimento deste senhor no blog). Participaram ainda dação os terroristas Yuri Xavier Pereira, Joaquim Alencar Seixas, José Milton Barbosa, Dimas Antonio Casimiro e Antonio Sérgio de Matos. No relatório escrito por Yuri, apreendido pela polícia, lê-se: “Durante a fuga, trocávamos olhares de contentamento e satisfação. Mais uma vitória da Revolução Brasileira”. Sobre o corpo de Boilesen, atingido por 19 tiros, panfletos da ALN e do MRT, dirigidos “Ao Povo Brasileiro”, traziam a ameaça: “Como ele, existem muitos outros e sabemos quem são. Todos terão o mesmo fim, não importa quanto tempo demore; o que importa é que eles sentirão o peso da JUSTIÇA REVOLUCIONÁRIA. Olho por olho, dente por dente”.
- 20/01/72 - Sylas Bispo Feche - Cabo PM São Paulo - SP
O cabo Sylas Bispo Feche integrava uma Equipe de Busca e Apreensão do DOI/CODI/II Exército. Sua equipe executava  uma ronda quando um carro VW, ocupado por duas pessoas, cruzou um sinal fechado quase atropelando uma senhora que atravessava a rua com uma criança no colo. A sua equipe saiu em perseguição ao carro suspeito, que foi interceptado. Ao tentar aproximar-se para pedir os documentos dos dois ocupantes do veículo, o cabo Feche foi metralhado. Dois terroristas, membros da ALN, morreram.
- 01/02/72 - Iris do Amaral - Civil - RJ
Morto durante um tiroteio entre terroristas da ALN e policiais. Ficaram feridos nesta ação os civis Marinho Floriano Sanches, Romeu Silva e Altamiro Sinzo. Autores: Flávio Augusto Neves Leão Salles (”Rogério”, “Bibico”) e Antônio Carlos Cabral Nogueira (”Chico”, “Alfredo”.)
- David A. Cuthberg - Marinheiro inglês - RJ
A respeito desse assassinato, sob o título “REPULSA”, o jornal “O Globo” publicou:
“Tinha dezenove anos o marinheiro inglês David  A. Cuthberg que, na madrugada de sábado, tomou um táxi com um companheiro para conhecer o Rio, nos seus aspectos mais alegres. Ele aqui chegara como amigo, a bordo da flotilha que nos visita para comemorar os 150 anos de Independência do Brasil. Uma rajada de metralhadora tirou-lhe a vida, no táxi que se encontrava. Não teve tempo para perceber o que ocorria e, se percebesse, com certeza não poderia compreender. Um terrorista, de dentro de outro carro, apontara friamente a metralhadora antes de desenhar nas suas costas o fatal risco de balas, para, logo em seguida, completar a infâmia, despejando sobre o corpo, ainda palpitante, panfletos em que se mencionava a palavra liberdade. Com esse crime repulsivo, o terror quis apenas alcançar repercussão fora de nossas fronteiras para suas atividades, procurando dar-lhe significação de atentado político contra jovem inocente, em troca da publicação da notícia num jornal inglês. O terrorismo cumpre, no Brasil, com crimes como esse, o destino inevitável dos movimentos a que faltam motivação real e consentimento de qualquer parcela da opinião pública: o de não ultrapassar os limites do simples banditismo, com que se exprime o alto grau de degeneração dessas reduzidas maltas de assassinos gratuitos”.
A ação criminosa foi praticada pelos seguintes terroristas, integrantes de uma frente formada por três organizações comunistas:
- ALN - Flávio Augusto Neves Leão Salles (”Rogério”, “Bibico”), que fez os disparos com a metralhadora, Antônio Carlos Nogueira Cabral (”Chico”, “Alfredo”), Aurora Maria Nascimento Furtado (”Márcia”, “Rita”), Adair Gonçalves Reis(”Elber”, “Leônidas”, “Sorriso”);
- VAR-PALMARES - Lígia Maria Salgado da Nóbrega (”Ana”, “Célia”, “Cecília”), que jogou dentro do táxi os panfletos que falavam em vingança contra os “Imperialistas Ingleses”; Hélio Silva (”Anastácio”, “Nadinho”), Carlos Alberto Salles(”Soldado”);
- PCBR - Getúlio de Oliveira Cabral(”Gogó”, “Soares”, “Gustavo”)
- 06/03/72 - Walter César Galleti - Comerciante - SP
Terroristas da ALN assaltaram a firma F. Monteiro S/A. Após o assalto, fecharam a loja, fizeram um discurso subversivo e assassinaram o gerente, Walter César Galetti, e feriram o subgerente, Maurílio Ramalho, e o despachante Rosalindo Fernandes.
- 09/09/72 - Mário Domingos Panzarielo - Detetive Polícia Civil - RJ
Morto ao tentar prender um terrorista da ALN.
- 27/09/72 - Sílvio Nunes Alves - Bancário - RJ
Assassinado em assalto ao Banco Novo Mundo, na Penha, pelas organizações terroristas PCBR, ALN, VPR, VAR-Palmares e MR-8. Autor do assassinato: José Selton Ribeiro.
- 21/02/73 - Manoel Henrique de Oliveira - Comerciante - SP
No dia 14 de junho de 1972, as equipes do DOI de São Paulo, como já faziam há vários dias, estavam seguindo quatro terroristas da ALN que resolveram almoçar no restaurante Varela, no bairro da Mooca. Quando eles saíram do restaurante, receberam voz de prisão. Reagindo, desencadearam tiroteio com os policiais. Ao final, três terroristas estavam mortos, e um conseguiu fugir. Erroneamente, a ALN atribuiu a morte de seus três companheiros à delação de um dos proprietários do restaurante e decidiu justiçá-lo. O comando “Aurora Maria do Nascimento Furtado”, constituído por Arnaldo Cardoso Rocha, Francisco Emanuel Penteado, Francisco Seiko Okama e Ronaldo Mouth Queiroz, foi encarregado da missão e assassinou, no dia 21 de fevereiro, o comerciante Manoel Henrique de Oliveira, que foi metralhado sem que pudesse esboçar um gesto de defesa. Seu corpo foi coberto por panfletos da ALN.
Por Reinaldo Azevedo
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