É
claro que José Dirceu não tem nada com isso. É claro que tudo não deve
passar de uma tramoia das – como é mesmo, Rui Falcão? – “elites sujas e
reacionárias”; é claro que devemos estar diante de mais um “golpe da
mídia” contra patriotas como o próprio Dirceu, o Apedeuta, Paulo Vieira e
até Rosemary Nóvoa Noronha, a “mulher de Lula” no escritório da
Presidência da República em São Paulo. O fato, no entanto, é que Cyonil
Borges, o que homem que primeiro delatou a mais nova sujeira conhecida
da República, diz ter recebido grana para atender a interesses de José
Dirceu.
O
intermediário, segundo ele, foi Paulo Vieira, diretor de Hidrologia da
Agência Nacional de Águas (ANA). Pois é… O PT nem teve tempo ainda de
deflagrar a sua campanha suja contra o STF, e eis que já surge um novo
escândalo. E lá está o Zé no meio, o “consultor de empresas privadas”.
Quando a PF chegou, Rose não teve dúvida: ligou para aquele que tinha
sido seu chefe por 12 anos… Ô Zé! Assim as coisas ficam difíceis!
Quem pode
estar profissionalmente satisfeito é José Luís de Oliveira Lima, o
“Juca”, advogado de José Dirceu – ainda que, pessoalmente, possa estar
com o coração partido. Uma coisa é certa: Dirceu não permite que a vida
de “Juca” seja aborrecida.
Leiam o texto que vai na VEJA Online.
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O delator do esquema de corrupção desarticulado pela Operação Porto Seguro afirmou nesta terça-feira ter recebido oferta de suborno de 300 000 reais para beneficiar o ex-ministro José Dirceu. Em entrevista ao Jornal Nacional, da TV Globo, o auditor do Tribunal de Contas da União (TCU) Cyonil da Cunha Borges afirmou que o pedido de Dirceu foi feito por intermédio de Paulo Vieira, diretor de Hidrologia da Agência Nacional de Águas (ANA). Vieira, que está preso, é apontado pela Polícia Federal como chefe da quadrilha que se infiltrou em órgãos públicos federais para obter pareceres técnicos fraudulentos, em nome de interesses privados.
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O delator do esquema de corrupção desarticulado pela Operação Porto Seguro afirmou nesta terça-feira ter recebido oferta de suborno de 300 000 reais para beneficiar o ex-ministro José Dirceu. Em entrevista ao Jornal Nacional, da TV Globo, o auditor do Tribunal de Contas da União (TCU) Cyonil da Cunha Borges afirmou que o pedido de Dirceu foi feito por intermédio de Paulo Vieira, diretor de Hidrologia da Agência Nacional de Águas (ANA). Vieira, que está preso, é apontado pela Polícia Federal como chefe da quadrilha que se infiltrou em órgãos públicos federais para obter pareceres técnicos fraudulentos, em nome de interesses privados.
Cyonil
disse ter conhecido Vieira em 2002 e se tornado próximo dele em 2008,
quando foi convidado a fazer uma palestra na Advocacia-Geral da União
(AGU) sobre portos, sua área de especialização. Em 2010, Vieira convidou
Cyonil a participar da festa de aniversário de José Dirceu. O auditor
declinou o convite. Segundo Cyonil, o ex-ministro tinha interesse em um
processo no TCU sobre a empresa Tecondi, no Porto de Santos (SP).
O auditor
diz ter recebido, durante um almoço, uma oferta de propina de Vieira, em
uma folha de papel. “Ele escreveu que o processo era de interesse de
José Dirceu, escreveu 300 000 reais e passou para mim”, disse Cyonil.
“Uma hora, ele dizia que o dinheiro vinha da empresa, em outra, que era
interesse de José Dirceu e que o dinheiro vinha dele.”
Cyonil
confirmou ter recebido dois pacotes de Vieira, com 50 000 reais cada. O
montante, no entanto, foi posteriormente entregue à Polícia Federal,
quando o auditor resolveu fazer a denúncia. O delator chegou a enviar
e-mails a Vieira pedindo mais dinheiro, segundo Cyonil, uma tática para
obter provas da corrupção a serem entregues para a PF. “Eu não tinha
provas, eu não tinha nada. Se eu, naquele momento, levasse o caso à PF,
seria a palavra de um servidor contra a do diretor de uma agência
reguladora.”
Entenda o escândalo
Na sexta-feira da semana passada, a Polícia Federal deflagrou em São Paulo e em Brasília a Operação Porto Seguro. A ação desarticulou uma quadrilha que se infiltrou em órgãos federais para a obter pareceres técnicos fraudulentos, em nome de interesses privados.
Na sexta-feira da semana passada, a Polícia Federal deflagrou em São Paulo e em Brasília a Operação Porto Seguro. A ação desarticulou uma quadrilha que se infiltrou em órgãos federais para a obter pareceres técnicos fraudulentos, em nome de interesses privados.
O grupo
era comandado pelos irmãos Paulo e Rubens Vieira, instalados em cargos
de direção de agências reguladoras, e pela chefe de gabinete da
Presidência da República em São Paulo, Rosemary Nóvoa de Noronha –
mulher de confiança do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Seis
pessoas foram presas e dezenove, indiciadas pelos crimes de formação de
quadrilha, tráfico de influência, violação de sigilo funcional,
falsidade ideológica, falsificação de documento particular e corrupção
ativa e passiva. A investigação partiu de denúncia feita por Cyonil da
Cunha Borges.Texto publicado originalmente à 1h13
Por Reinaldo Azevedo