quarta-feira, 28 de novembro de 2012

Ah, meu Deus! Mais uma conspiração contra o Zé!!! Homem que delatou esquema de corrupção diz ter recebido suborno para atender a pedido de Dirceu

É claro que José Dirceu não tem nada com isso. É claro que tudo não deve passar de uma tramoia das – como é mesmo, Rui Falcão? – “elites sujas e reacionárias”; é claro que devemos estar diante de mais um “golpe da mídia” contra patriotas como o próprio Dirceu, o Apedeuta, Paulo Vieira e até Rosemary Nóvoa Noronha, a “mulher de Lula” no escritório da Presidência da República em São Paulo. O fato, no entanto, é que Cyonil Borges, o que homem que primeiro delatou a mais nova sujeira conhecida da República, diz ter recebido grana para atender a interesses de José Dirceu.
O intermediário, segundo ele, foi Paulo Vieira, diretor de Hidrologia da Agência Nacional de Águas (ANA). Pois é… O PT nem teve tempo ainda de deflagrar a sua campanha suja contra o STF, e eis que já surge um novo escândalo. E lá está o Zé no meio, o “consultor de empresas privadas”. Quando a PF chegou, Rose não teve dúvida: ligou para aquele que tinha sido seu chefe por 12 anos… Ô Zé! Assim as coisas ficam difíceis!
Quem pode estar profissionalmente satisfeito é José Luís de Oliveira Lima, o “Juca”, advogado de José Dirceu – ainda que, pessoalmente, possa estar com o coração partido. Uma coisa é certa: Dirceu não permite que a vida de “Juca” seja aborrecida.
Leiam o texto que vai na VEJA Online.
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O delator do esquema de corrupção desarticulado pela Operação Porto Seguro afirmou nesta terça-feira ter recebido oferta de suborno de 300 000 reais para beneficiar o ex-ministro José Dirceu. Em entrevista ao Jornal Nacional, da TV Globo, o auditor do Tribunal de Contas da União (TCU) Cyonil da Cunha Borges afirmou que o pedido de Dirceu foi feito por intermédio de Paulo Vieira, diretor de Hidrologia da Agência Nacional de Águas (ANA). Vieira, que está preso, é apontado pela Polícia Federal como chefe da quadrilha que se infiltrou em órgãos públicos federais para obter pareceres técnicos fraudulentos, em nome de interesses privados.
Cyonil disse ter conhecido Vieira em 2002 e se tornado próximo dele em 2008, quando foi convidado a fazer uma palestra na Advocacia-Geral da União (AGU) sobre portos, sua área de especialização. Em 2010, Vieira convidou Cyonil a participar da festa de aniversário de José Dirceu. O auditor declinou o convite. Segundo Cyonil, o ex-ministro tinha interesse em um processo no TCU sobre a empresa Tecondi, no Porto de Santos (SP).
O auditor diz ter recebido, durante um almoço, uma oferta de propina de Vieira, em uma folha de papel. “Ele escreveu que o processo era de interesse de José Dirceu, escreveu 300 000 reais e passou para mim”, disse Cyonil. “Uma hora, ele dizia que o dinheiro vinha da empresa, em outra, que era interesse de José Dirceu e que o dinheiro vinha dele.”
Cyonil confirmou ter recebido dois pacotes de Vieira, com 50 000 reais cada. O montante, no entanto, foi posteriormente entregue à Polícia Federal, quando o auditor resolveu fazer a denúncia. O delator chegou a enviar e-mails a Vieira pedindo mais dinheiro, segundo Cyonil, uma tática para obter provas da corrupção a serem entregues para a PF. “Eu não tinha provas, eu não tinha nada. Se eu, naquele momento, levasse o caso à PF, seria a palavra de um servidor contra a do diretor de uma agência reguladora.”
Entenda o escândalo
Na sexta-feira da semana passada, a Polícia Federal deflagrou em São Paulo e em Brasília a Operação Porto Seguro. A ação desarticulou uma quadrilha que se infiltrou em órgãos federais para a obter pareceres técnicos fraudulentos, em nome de interesses privados.
O grupo era comandado pelos irmãos Paulo e Rubens Vieira, instalados em cargos de direção de agências reguladoras, e pela chefe de gabinete da Presidência da República em São Paulo, Rosemary Nóvoa de Noronha – mulher de confiança do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Seis pessoas foram presas e dezenove, indiciadas pelos crimes de formação de quadrilha, tráfico de influência, violação de sigilo funcional, falsidade ideológica, falsificação de documento particular e corrupção ativa e passiva. A investigação partiu de denúncia feita por Cyonil da Cunha Borges.Texto publicado originalmente à 1h13
 Por Reinaldo Azevedo

Para o PT a história sempre se repete

MARCO ANTONIO VILLA
Uma nova operação da Polícia Federal atingiu o Partido dos Trabalhadores. Não é a primeira vez. Mesmo com todo o estardalhaço causado pelo julgamento do mensalão, parece que nada detém a ânsia de saquear o Erário. Agora, uma das acusadas é a chefe do escritório da Presidência da República em São Paulo, Rosemary Nóvoa de Noronha, que teria negociado pareceres técnicos fraudulentos.
Os agentes da PF foram ao escritório chefiado por Rosemary para a devida busca e apreensão de documentos. Indignada, a funcionária não fez o que seria considerado plausível: entrar em contato com seu advogado. Não. Buscou algo superior: o sentenciado José Dirceu. Isto mesmo, leitor.
E veja como o Brasil continua de ponta-cabeça. A funcionária petista ligou para Dirceu, com quem tinha trabalhado durante 12 anos, em busca de proteção. O amigo, que, como é sabido, está condenado a dez anos e dez meses de prisão, nada pode fazer.
Em seguida, ela tentou falar com o ex-presidente Lula, de quem é amiga. Mas o antigo mandatário está fora do país. Restou Gilberto Carvalho, o onipresente para assuntos deste jaez, mas que também não pode ajudá-la.
A sequência dos contatos e a naturalidade são indicativas de como os petistas pouco estão se importando com o clamor popular em defesa da moralização. Continuam se considerando acima do bem e do mal. E, principalmente, acima da lei.
Para piorar ─ e reafirmar o desprezo pela ética na política e na administração pública ─ o segundo homem na hierarquia da Advocacia Geral da União, José Weber Holanda, está sendo acusado de fazer parte deste grupo (a expressão correta, claro, deveria ser outra). Fica a impressão de que na administração petista tudo pode, que o governo está à venda.
Frente às denúncias, a presidente Dilma Rousseff vai agir da forma já sabida: exonera o acusado da função, diz que não admite malfeitos e nada vai apurar. Foi este o figurino nestes quase dois anos de governo.
Isto explica a sucessão de escândalos. Se o procedimento tivesse sido o de apurar uma denúncia de corrupção, os casos não se sucederiam. Mas o governo sabe que conta com o tempo e o esquecimento. O leitor lembra da primeira denúncia de corrupção? Sabe se foi apurada? E o acusado foi processado? Alguém foi preso?
As últimas denúncias só reforçam o entendimento da lógica de poder do PT. O controle do Estado é um instrumento para se perpetuar no poder. Transformaram o exercício de uma função pública em meio de vida.
Vimos no processo do mensalão como o sentenciado José Dirceu resolveu o problema de uma das suas ex-mulheres. Ela queria porque queria um apartamento maior (e quem não quer?). O então todo-poderoso ministro da Casa Civil transferiu o clamor para Marcos Valério, que, prontamente, atendeu a ordem do chefe.
O ministro Marco Aurélio, do Supremo Tribunal Federal, em um dos seus votos, destacou este ponto, de como uma “sofisticada organização criminosa” resolvia também problemas pessoais dos seus membros. A história se repetiu: a senhora Rosemary queria fazer uma cirurgia. Resolveu, de acordo com a denúncia, recebendo um suborno. Queria fazer uma viagem em um cruzeiro. E fez. Como? Da mesma forma como realizou a cirurgia.
Nada indica que os detentores do poder vão mudar sua forma de agir. Farão de tudo para manter este estilo ─ vamos dizer ─ despojado de tratar a coisa pública. É como se o Estado brasileiro fosse propriedade partidária. E pobre daquele que se colocar no meio deste caminho nada luminoso. Será atacado, vilipendiado, caluniado.
Porém, não podem controlar tudo, todos os poderes da República. Ainda bem. Hoje, o maior obstáculo para a transformação completa da coisa pública em coisa petista é o Poder Judiciário.
É sabido ─ e eu já escrevi sobre isso ─ que o Judiciário tem muitos problemas e defeitos. É verdade. Mas na quadra histórica que vivemos é o único poder que não é controlado plenamente pelo petismo. Daí o ódio manifestado diuturnamente pelos seus porta-vozes (e não faltam línguas de aluguel), como ainda é possível observar no julgamento do mensalão.
A sucessão de derrotas ─ com as condenações dos réus petistas ─ deixou transtornados os petistas. Basta ler declarações racistas contra o ministro Joaquim Barbosa, as pressões para a nomeação de um novo ministro “companheiro” ─ na vaga aberta pela aposentadoria de Ayres Brito ─ ou simplesmente ter observado o descaso da presidente Dilma Rousseff quando da posse do novo presidente do STF.
O novo passo para sufocar o Judiciário é o projeto, com apoio do PT, que está tramitando na Câmara dos Deputados que retira do Ministério Público o poder investigativo. É uma evidente retaliação.
Há uma relação direta entre o julgamento do mensalão, a brilhante denúncia apresentada pelo procurador Roberto Gurgel e a consequente condenação dos petistas e seus asseclas, e esta nova investida. É como se o Ministério Público tivesse cometido uma traição ao produzir provas que levaram a liderança petista de 2005 à cadeia.
Nada indica que o PT vai aceitar a prisão dos seus líderes, apesar do devido processo legal, do amplo direito de defesa, da transmissão de todas as sessões do julgamento pela televisão. Vai fazer de tudo para “melar o jogo”. Criar situações de desconforto político e até, se necessário, uma crise institucional.
Suas principais lideranças nunca admitiram a existência de qualquer obstáculo às suas pretensões de exercer o poder sem qualquer prurido. A máxima petista é a de que o bom poder é aquele que é exercido sem qualquer limitação legal.
DO B. DO  AUGUSTO NUNES-REV VEJA

CPI do Cachoeira – Relator admite que pode mudar alguns pontos de texto desvairado

O deputado Odair Cunha (PT-MG), o relator que entregou a radicais do PT a tarefa de redigir o relatório da CPI do Cachoeira, nem leu ainda seu texto, e outro escândalo já mesmeriza o noticiário. E por boas razões. A disposição do governismo de investigar as falcatruas é a mesma demonstrada pelo relator: nenhuma. Em seu texto escandaloso, como é sabido, Cunha se encarregou de proteger o amigos e alvejar os “inimigos” – imprensa e procurador-geral da República. Nesta terça, ele admitiu que pode fazer algumas mudanças… Sei, sei…
Deixo claro que mesmo o pedido de indiciamento de Fernando Cavendish é só o vício fingindo que homenageia a virtude. A comissão, na prática, se negou a investigar as relações da empresa com o governo federal e com o governo “na-boquinha-da-garrafa” do Rio. Leiam o que informa Tai Nalon na VEJA.com:
O relator da CPI do Cachoeira, deputado Odair Cunha (PT-MG), afirmou nesta terça-feira que poderá fazer mudanças no relatório preliminar antes mesmo de tentar novamente ler o documento nesta quarta em reunião da comissão. Ele reuniu-se agora à noite com deputados da ala governista para discutir pontos controversos do texto – entre eles o pedido de investigação pelo Conselho Nacional do Ministério Público do procurador-geral da República, Roberto Gurgel, cuja retirada do texto está, segundo Odair, sendo negociada. 
Questão de dissenso mesmo entre aliados, a justificativa oficial para a inserção do nome de Gurgel no texto é que o procurador não deu continuidade às investigações da Operação Vegas, da Polícia Federal. “Eu reafirmei [na reunião] as razões que me levaram a incluir este tema no relatório, por convicção sobre uma dúvida existente na conduta do procurador-geral. Mas isso não é uma questão central no debate do relatório”, disse Odair. 
As questões centrais, segundo ele, seriam a organização criminosa capitaneada pelo bicheiro Carlinhos Cachoeira, o seu modus operandi e o seu sistema de financiamento. A retirada de nomes como o de Fernando Cavendish, ex-presidente da Delta Construções, e o de Marconi Perillo, governador de Goiás pelo PSDB, portanto, na avaliação dele, é inegociável. “Temas não centrais do nosso relatório podem sim ser negociados”, disse. “Eu quero usar o prazo que eu tenho [para negociar mudanças] até antes da leitura amanhã.”
As negociações, para Odair, no entanto, não devem incluir o pleito de parlamentares, que pedem sobretudo a inclusão do nome do governador do Rio de Janeiro, Sergio Cabral (PMDB), que teve as investigações sobre sua relação com Cavendish barradas. Odair disse que, ao menos até agora, não houve qualquer sugestão de inclusão no texto que pudesse ser acatada. “A questão do governador é uma conduta que não foi investigada pela CPMI. Exatamente por isso não deve ser analisada sob ponto de vista de indiciamento”, afirmou.
Odair admitiu também que pode retirar do relatório o pedido de indiciamento de jornalistas, entre eles o do diretor da sucursal de Brasília de VEJA, Policarpo Júnior. Nota de esclarecimento de VEJA, publicada na última quinta-feira, mostra que o relatório, redigido sob pressão da ala radical do PT, suprimiu provas de que os contatos entre Policarpo e Cachoeira jamais extrapolaram os limites do trabalho de um repórter em busca de informações. Segundo Odair, o tema não é questão central no relatório.
A CPI do Cachoeira se reúne nesta quarta-feira para nova tentativa de leitura do relatório. Na semana passada, entre bate-bocas e questões de ordem, o relator pediu o adiamento da apreciação para negociar com parlamentares o conteúdo do documento.
Por Reinaldo Azevedo

Rui Falcão desautoriza relator petista da CPI: ‘Não pedi a você o indiciamento de jornalista’



O presidente do PT, Rui Falcão, reuniu-se com representantes do partido na CPI do Cachoeira. Relator da comissão, o deputado Odair Cunha (PT-MG) pediu socorro ao partido para salvar seu relatório. Em vez de palavras de apoio, ouviu críticas, sobretudo de Falcão.
O mandachuva do PT disse a Odair (na foto) que está “apanhando” da imprensa por ser o suposto mentor do texto final da CPI. Insinuou que só não respondeu às críticas para preservar o relator. Mas fez questão de desvincular-se da carapuça.
A certa altura, Falcão indagou: “Não te liguei pra pedir o indiciamento do Policarpo [Júnior], liguei?” Referia-se ao diretor da sucursal da revista Veja em Brasília, acusado no relatório de manter com o bicheiro Carlinhos Cachoeira relações que, na visão de Odair, extrapolaram as fronteiras do jornalismo.
Odair reconheceu que, de fato, não recebera orientação direta de Falcão. Mas afirmou que o líder do PT na Câmara, Jilmar Tatto (SP), falara em nome do presidente do partido. Falcão retrucou. Negou que houvesse feito qualquer pedido. Ausente da reunião, Tatto foi desautorizado sem defesa.
No seu relatório, Odair citou 12 jornalistas. Pediu o indiciamento de cinco. Entre eles Policarpo. A investida contra a imprensa é um dos pontos que levaram as legendas governistas a tomar distância da peça produzida pelo relator do PT.
O que estava combinado, disse Falcão no encontro, é que o PT tentaria convocar o repórter de Veja para depor na CPI. Frustrada a iniciativa, o pedido de indiciamento não faria nexo. Falcão recordou conversa telefônica que tivera com Odair depois que tomou conhecimento do texto dele. “Eu disse pra você: como é que pode indiciar uma pessoa que não foi convocada a depor? Todo mundo estranha.”
Odair foi criticado também por não ter consultado o PT e seus aliados durante a produção do relatório. Ouviu apenas o líder Tatto e o deputado Paulo Teixeira (PT-SP), vice-presidente da CPI. Com isso, como que desabrigou todo mundo de apoiá-lo. A própria reunião do PT, realizada nesta segunda-feira (26), evidenciou o isolamento.
Nenhum dos senadores petistas com assento na CPI participou da conversa. Além de Falcão e de Paulo Texeira, apenas o deputado Cândido Vaccarezza (PT-SP) deu as caras. À procura de uma saída, Odair esboçou um pedido de auxílio para vencer as resistências dos partidos aliados, principalmente o PMDB. E Falcão: “Eu não mando no PMDB.”
A cúpula do PT foi informada de que o PMDB já virou a página da CPI. Para trás. O sócio do PT planeja derrotar o relatório de Odair. Na sequência, o presidente da comissão, senador Vital do Rêgo (PMDB-PB), nomearia um novo relator. A preferência parece recair sobre o deputado Luiz Pitiman (PMDB-DF).
No novo relatório, o indicado de Vital se limitaria a fazer um histórico dos trabalhos da CPI, remetendo todo o material recolhido pela comissão ao Ministério Público Federal. Nada de indiciar jornalistas ou de pedir a abertura de investigação contra o procurador-geral da República Roberto Gurgel, como fez Odair.
Confirmando-se esse roteiro, a CPI terminará como começou: na estaca zero. Na prática, mandará de volta à Procuradoria os dados que recebeu da Polícia Federal e dos procuradores envolvidos na investigação da Operação Monte Carlo. De novidade, apenas um lote de depoimentos imprestáveis e informações bancárias que a maioria da comissão prefere não aprofundar.
Numa palavra, a CPI flerta com o fiasco. Um fiasco que, noves fora os salários dos pseudo-investigadores, custou à Viúva pelo menos R$ 200 mil. No encontro do PT, ficou entendido que o partido não quebrará lanças pelo relatório de Odair. Votará a favor do texto. Afagará o autor em discursos. E só.
POR JOSIAS DE SOUZA-UOL