Fábio Fabrini e Alana Rizzo, de O Estado de S. Paulp
O Tribunal de Contas da União (TCU) confirmou
irregularidades na folha salarial da Câmara e do Senado e, em relatório a
ser julgado nesta quinta-feira, 8, pede a devolução de pagamentos
indevidos a pelo menos 1,5 mil servidores.
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Conforme proposta a ser levada a plenário, obtida pelo Estado,
as duas Casas terão de providenciar o ressarcimento de valores pagos
acima do teto do funcionalismo, horas extras não trabalhadas e
contribuições não debitadas nos últimos cinco anos, além de recursos
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As irregularidades foram identificadas em auditorias do tribunal em 2009 e 2010 e confirmadas agora, após audiências de dirigentes das duas Casas. Só na Câmara, segundo o TCU, 1.100 funcionários ganham acima do teto de R$ 26,7 mil; no Senado, são mais 464.
Na sessão desta quinta, os ministros devem avaliar se acolhem o pedido da área técnica, responsável pela auditoria. O processo está sob relatoria de Raimundo Carreiro, ex-servidor do Senado, que levará seu voto ao plenário.
O TCU prevê também ajuste de salários e cargos acumulados indevidamente. Segundo estimativa, as irregularidades na folha causam um prejuízo de R$ 157 milhões anuais só ao Senado. O TCU apurou, por exemplo, que os servidores recebiam horas extras dentro da jornada diária, de oito horas. As pensões referentes a servidores mortos teriam sido concedidas irregularmente, o que implica o recálculo dos benefícios para eventual compensação em futuros contracheques.
Os auditores responsabilizam pelas irregularidades o ex-diretor-geral do Senado Agaciel Maia e o ex-diretor de Recursos Humanos da Casa João Carlos Zoghbi. Ambos deixaram os cargos após denúncias no escândalo dos atos secretos, revelado em 2009 pelo Estado.
Na Câmara, o TCU identificou uma farra no pagamento de gratificações. Há casos de servidores que recebem indevidamente pela participação em comissões e grupos-tarefa, que ganham auxílio-alimentação em duplicidade, entre outros.
O TCU aponta ainda que mais de 40 funcionários acumulam indevidamente cargos e questiona componentes da estrutura remuneratória dos servidores da Casa que estão vinculados ao subsídio dos parlamentares, o que provoca reajustes automáticos na remuneração. Ambas as Casas vão se manifestar no processo.