Por Isabel Braga, no Globo:
Sob protestos da oposição, a Câmara dos Deputados aprovou nesta quarta-feira a criação da Secretaria da Micro e Pequena Empresa, com status de ministério e vinculada à Presidência da República. Enviado ao Congresso em 2011, o projeto prevê a criação de 66 cargos em comissão, a serem ocupados por servidores não concursados, e os cargos de ministro e de secretário-executivo. O custo previsto na exposição de motivos é de R$ 7,9 milhões. O projeto precisa ser aprovado no Senado, antes de ir à sanção presidencial.
Sob protestos da oposição, a Câmara dos Deputados aprovou nesta quarta-feira a criação da Secretaria da Micro e Pequena Empresa, com status de ministério e vinculada à Presidência da República. Enviado ao Congresso em 2011, o projeto prevê a criação de 66 cargos em comissão, a serem ocupados por servidores não concursados, e os cargos de ministro e de secretário-executivo. O custo previsto na exposição de motivos é de R$ 7,9 milhões. O projeto precisa ser aprovado no Senado, antes de ir à sanção presidencial.
A oposição reclamou da criação de mais
uma secretaria e do 39º ministro do governo Dilma. Afirmou que a
intenção não é beneficiar o setor das pequenas e micro empresas, mas
acomodar novos aliados do Planalto. Nos bastidores, especula-se que a
nova secretaria poderá ser oferecida ao prefeito de São Paulo, Gilberto
Kassab, presidente do PSD, partido que deverá integrar a base do governo
Dilma Rousseff.
“É mais uma secretaria com status de
ministério. O projeto nada mais é do que arrumar emprego para os
indicados da base aliada. Enquanto isso, o custeio da máquina pública
foi para as estrelas e o país fica sem investimentos”, criticou o líder
do PSDB na Câmara, Bruno Araújo (PE). O projeto foi aprovado nesta
quarta-feira à noite por 300 votos a 45.
Deputados da base aliada elogiaram a
iniciativa, mas não esconderam que a nova pasta traz à tona disputas por
espaços no governo. “Estão dizendo que é para o Kassab? Não é não, é
para o (Gabriel) Chalita (deputado do PMDB que disputou a prefeitura de
São Paulo e apoiou o petista Fernando Haddad no segundo turno)”, brincou
o deputado Lúcio Vieira Lima (PMDB-BA). O líder do PMDB na Câmara,
Henrique Eduardo Alves (RN), preferiu não brincar com o fato e procurou
ressaltar a importância da nova pasta: “É uma secretaria importante para
um segmento crescente no Brasil”. O presidente da Câmara, Marco Maia
(PT-RS), disse que o projeto que cria a secretaria tramitava há mais de
um ano na Casa e que houve acordo com os líderes partidários, em reunião
feita, na semana passada, para votá-lo. ”É uma matéria que dialoga com
um setor importante da sociedade brasileira, o setor de micro e pequenas
empresas. A criação da secretaria dá um tratamento especial para
políticas nesse setor e garante o desenvolvimento da economia
brasileira”, disse Maia.
Em agosto de 2011, Dilma convidou a
empresária Luiza Trajano, dona do Magazine Luiza, para comandar a pasta.
Diante da necessidade de acomodação de aliados, não se sabe se o
convite será mantido. A criação da Secretaria da Micro e Pequena Empresa
foi uma promessa de campanha da presidente Dilma Rousseff. Na transição
de governo, a pasta foi oferecida ao PSB, que indicaria para o cargo o
senador Antônio Carlos Valadares (SE), mas ele disse que não aceitaria
um ministério criado só para acomodá-lo.
(…)
(…)
Nenhum comentário:
Postar um comentário