Josias de Souza
No
esforço para enterrar a denúncia que o acusa de corrupção, Michel Temer
tenta conciliar coisas irreconciliáveis. Para ganhar força na Comissão
de Constituição e Justiça da Câmara, o presidente perdeu a compostura.
Faltando-lhe votos, o Planalto foi às compras.
Em transações costuradas desde a semana passada, substituiu uma dúzia de governistas infiéis por aliados arrematados na xepa do condomínio governista. Em troca de emendas e cargos, os operadores de Temer adquiriram uma maioria estimada em 41 votos num colegiado de 66 deputados.
Expurgado da Comissão de Justiça na semana passada, o deputado Major Olímpio (SD-SP) disse que o Planalto acomoda no colegiado não uma tropa de choque, mas uma “tropa de cheque”.
Arrancado da comissão nesta segunda-feira, o deputado delegado Waldir (PR-GO) chamou o governo de “lixo”. E acusou seu partido de comercializar votos: ''A minha vaga [na CCJ] foi vendida ao governo.''
O PR de Waldir negociou com o governo quatro votos na Comissão de Justiça. O acerto foi costurado numa conversa do próprio Temer com o dono da legenda, o ex-deputado mensaleiro Valdemar da Costa Neto
O governo avalia que obteve os votos de que precisa para rejeitar na Comissão de Justiça o voto do relator Sergio Zveiter, favorável à continuidade da denúncia contra Temer. Mas o método adotado por Temer para se manter no poder denuncia sua crescente impotência.
As épocas têm trilhas sonoras. A trilha dos tempos que correm não é uma música, mas um ruído —o ruído do tilintar de cargos e verbas que se ouve ao fundo.
Em transações costuradas desde a semana passada, substituiu uma dúzia de governistas infiéis por aliados arrematados na xepa do condomínio governista. Em troca de emendas e cargos, os operadores de Temer adquiriram uma maioria estimada em 41 votos num colegiado de 66 deputados.
Expurgado da Comissão de Justiça na semana passada, o deputado Major Olímpio (SD-SP) disse que o Planalto acomoda no colegiado não uma tropa de choque, mas uma “tropa de cheque”.
Arrancado da comissão nesta segunda-feira, o deputado delegado Waldir (PR-GO) chamou o governo de “lixo”. E acusou seu partido de comercializar votos: ''A minha vaga [na CCJ] foi vendida ao governo.''
O PR de Waldir negociou com o governo quatro votos na Comissão de Justiça. O acerto foi costurado numa conversa do próprio Temer com o dono da legenda, o ex-deputado mensaleiro Valdemar da Costa Neto
O governo avalia que obteve os votos de que precisa para rejeitar na Comissão de Justiça o voto do relator Sergio Zveiter, favorável à continuidade da denúncia contra Temer. Mas o método adotado por Temer para se manter no poder denuncia sua crescente impotência.
As épocas têm trilhas sonoras. A trilha dos tempos que correm não é uma música, mas um ruído —o ruído do tilintar de cargos e verbas que se ouve ao fundo.