Avaliação da presidente desaba em dois meses.
63% dos brasileiros estão frustrados com Dilma.
Avaliação de Dilma só não é pior por causa do desempenho no Nordeste.
Em termos de renda, Dilma cai até mesmo nos mais pobres, em função de trazer de volta a inflação.
Desejo de mudança é praticamente igual ao enfrentado por FHC em 2002.
A inflação começa a ser percebida pela população e derruba avaliação de Dilma.
Os resultados da pesquisa não poderiam ser piores para Dilma. Ela
desabou e os seus adversários não subiram. Não subiram porque não estão
tendo a exposição semelhante a que ela tem, na mídia, não podendo,
assim, apresentar as suas propostas. Nesta trajetória, com o início da
propaganda eleitoral, o desejo de mudança e a péssima avaliação vão se
transformar em intenção de voto. Nos seus adversários. Mesmo que a
pesquisa não aponte segundo turno, exatamente por estes aspectos, ele
virá. E dependendo da evolução da queda na atividade econômica e do
aumento das denúncias de corrupção, Dilma poderá ter que lutar não para
vencer no primeiro turno, mas por estar nele. Os gráficos acima são da
Folha de São Paulo.
Datafolha: Dilma começa a derreter antes mesmo da campanha eleitoral.
Num ambiente dominado por crescente pessimismo com a
economia e forte desejo de mudança, as intenções de voto na presidente Dilma
Rousseff no principal cenário eleitoral caíram seis pontos desde o final de
fevereiro.
Apesar disso, os principais adversários da petista, Aécio
Neves (PSDB) e Eduardo Campos (PSB), não cresceram. Assim, a pesquisa
Datafolha
de 2 e 3 de abril mostra que Dilma seria reeleita no primeiro turno com
38% dos
votos. Aécio teria 16%. Campos, 10%. Candidatos de partidos menores
somam 6%. Nos cinco cenários testados, a única candidata que forçaria
um segundo turno seria a ex-senadora Marina Silva (PSB), com 27% dos
votos, 4
pontos a mais que em fevereiro. Marina fica 12 pontos atrás de Dilma.
Com um desempenho melhor que o de Dilma, só o ex-presidente
Luiz Inácio Lula da Silva, seu maior cabo eleitoral. Lula, que sempre repete
não ter interesse em disputar neste ano, apresenta leve tendência de queda em
relação às pesquisas anteriores, mas ainda lidera todos os cenários com grande
vantagem.
A deterioração das expectativas com inflação, emprego e
poder de compra dos salários também ajuda a explicar a queda na aprovação do
governo. A atual pesquisa detectou uma disparada do sentimento de frustração
com as realizações da presidente Dilma. Hoje, 63% dos brasileiros dizem que ela
faz pelo país menos do que eles esperavam. Há pouco mais de um ano essa taxa
era de 34%. (Folha Poder)