quinta-feira, 28 de abril de 2016

Nobel da Paz fala besteira no Senado e agride a democracia brasileira

Militante argentino revela que a história pode fazer de um lobo um cordeiro, mas não muda sua essência

Por: Reinaldo Azevedo
Alma golpista têm os petistas. Não são capazes de respeitar nem a instituição que lhes garante a legitimidade para falar e atuar, no Parlamento, como representantes do povo. Os petistas, eles sim, jamais aceitaram o resultado de eleições. A menos que as urnas se lhes mostrem favoráveis. Assim é em todas as esferas: municipal, estadual ou federal. Ou estão no comando ou optam pela sabotagem. E não foi diferente desta vez.
O arquiteto e escultor argentino Adolfo Pérez Esquivel, que se notabilizou por defender os direitos dos humanos de esquerda — inclusive o direito que estes teriam de matar inocentes —, está no Brasil. Veio se encontrar com Dilma Rousseff e foi convidado pelos petistas a falar no Senado Federal.
Disparou uma indignidade, que ofende também a Casa que o abrigou e agride a democracia brasileira. Disse:
“Venho aqui ao Brasil trazendo a solidariedade e o apoio de muita gente da América Latina e a minha pessoal [para] que se respeite a continuidade da Constituição e do direito do povo de viver em democracia (…). Creio que, neste momento, há grande dificuldades [advindas] de um possível golpe de estado. E já se utilizou esse mecanismo de funcionamento em outros países do continente, como Honduras e Paraguai”.
Esquivel está com 85 anos. Isso significa que um homem de 85 anos disse uma asneira consolidada, amadurecida pelo tempo.
Vamos ver como um esquerdista carnívoro entrou para a história como um vegetariano, embora não passe de um herbívoro.
Uma breve memória: Esquivel ganhou o Prêmio Nobel da Paz em 1980. Sempre foi um notório militante de esquerda, mas se escondeu sob a proteção vigarista de “militante da paz”. Aliás, essa costuma ser a pele de cordeiro a que os lobos recorrem com mais frequência.
O povo argentino viveu, entre 1976 e 1983, a mais sangrenta ditadura militar de sua história. Entre mortos nas masmorras e desaparecidos, contam-se 30 mil pessoas. Para se ter uma ideia da violência: os mortos e desaparecidos do regime militar brasileiro somam 424, embora a população do país vizinho seja praticamente um quinto da nossa.
Ou por outra: a brutalidade e a insanidade do regime militar argentino conferiu a Esquivel uma santidade ideológica que ele nunca teve. Diante daquele regime gorila, qualquer um que a ele se opusesse poderia reivindicar sua cota de heroísmo e santidade, tanto mais Esquivel, associado a uma grande rede de solidariedade de entidades esquerdistas. Já volto ao dito-cujo.
Ronaldo Caiado (GO), líder do DEM, reagiu: “Não podemos ser surpreendidos com essas montagens, não foi por acaso que esse senhor veio aqui fazer esse pronunciamento. Isso é uma estratégia que esse plenário não admite. Essa situação é inaceitável. Nunca vi, com 22 anos de Congresso Nacional, as autoridades que nos visitam, sem ter o consentimento de todos os líderes, usarem o microfone para fazer pronunciamento”.
Até o petista Paulo Paim (RS), que presidia a sessão, concordou com a retirada da palavra “golpe”. “Em nenhum instante, o regimento autoriza que a sessão do Senado possa ser interrompida para conceder a palavra a um não senador”, lembrou Cássio Cunha Lima (PB), líder do PSDB.
Em suma, tratava-se de um golpe no Regimento e na própria instituição: “Entendo que isso cause urticária naqueles que são oposição”, afirmou cinicamente Humberto Costa (PE), líder do governo no Senado. Disse, por sua vez, o tucano Aloysio Nunes Ferreira (PSDB): “Esquivel entrou aqui iludido, não sabia das regras do regimento interno, expressou sua opinião. E eu lamento que ele tenha sido levado a isto por colegas nossos: foi uma esparrela que lhe montaram e submeteram o Pérez Esquivel a esse constrangimento”.
Será mesmo?
Não acredito na inocência de Esquivel. Este senhor é um defensor ferrenho da ditadura bolivariana da Venezuela. Quando o regime estava matando pessoas nas ruas, preferiu atacar os EUA. Quando Mauricio Macri foi eleito e aventou a hipótese de usar a “cláusula democrática” do Tratado do Mercosul para punir a Venezuela por suas agressões aos direitos humanos, o que fez o falso “bom velhinho”? Escreveu um carta esculhambando Macri e defendendo Nicolás Maduro.
Esquivel tem se calado sistematicamente sobre as óbvias violências praticadas pelos regimes bolivarianos da América Latina, mas não se constrangeu em enviar a Obama uma carta, pouco antes de sua viagem à Argentina, acusando os EUA de violar sistematicamente os direitos humanos.
Ganhou o Prêmio Nobel da Paz por defender os direitos humanos. A realidade demonstra que tal prêmio tem de ser cassado. Esquivel é um defensor dos direitos que teriam os humanos de esquerda de transgredir as leis, inclusive as democráticas.

Lava Jato denuncia João Santana e ‘núcleo da propina’ da Odebrecht

O procurador da República Deltan Dallagnol.
Foto: Mateus Coutinho/Estadão
Por Mateus Coutinho,
enviado especial a Curitiba
Estadão
Além do marqueteiro das campanhas de Lula e Dilma, força-tarefa acusa mais 16 investigados, entre eles o empreiteiro Marcelo Odebrecht, o ex-tesoureiro do PT João Vaccari e a mulher de João Santana, Mônica Moura, que está fazendo delação premiada
A força-tarefa da Lava Jato apresentou nesta quinta-feira, 28, duas denúncias contra o casal de marqueteiros que atuou nas campanhas de Dilma Rousseff (2010 e 2014) e Lula (2006), João Santana e Mônica Moura. Uma das denúncias tem como alvo, além do casal, os funcionários do chamado “departamento da propina” da Odebrecht, revelado pelas operações Acarajé e Xepa e o empreiteiro Marcelo Odebrecht. Ao todo, são 17 denunciados nesta quinta, ainda não há detalhes sobre as acusações.
O empreiteiro Marcelo Odebrecht, preso desde 19 de junho de 2015, também é alvo de uma das denúncias, a terceira contra ele que já foi condenado em uma delas a 19 anos e quatro meses de prisão. O ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto, condenado a 15 anos de prisão na operação é outro alvo das duas denúncias. Também é alvo de uma das denúncias Maria Lúcia Tavares, secretária que atuava no “departamento da propina” da Odebrecht e fez delação premiada revelando como funcionava os repasses de propinas da maior empreiteira do País por meio de apelidos com referências a alimentos e até um software específico. é alvo de uma das denúncias.
VEJA A LISTA DOS DENUNCIADOS:
denunciados
Os procuradores da República em Curitiba, responsáveis pela investigação na primeira instância, concluíram nesta manhã as acusações que devem ser protocoladas à tarde na 13ª Vara Federal de Curitiba, do juiz Sérgio Moro. Uma das denúncias chegou a ser oferecida em março, mas como o juiz Sérgio Moro teve de remeter as investigações para o Supremo, a acusação não chegou a ser analisada. Agora, por decisão do STF, o caso voltou para a primeira instância e será avaliado por Moro.
Até o momento ainda não há informações sobre as denúncias. São as primeiras acusações formais desde que a Lava Jato avançou sobre o “departamento de propinas” da Odebrecht e sobre o ex-senador Gim Argello (PTB), preso preventivamente sob suspeita de receber R$ 5,3 milhões para evitar a convocação de empreiteiros nas CPIs que investigaram a Petrobrás no Senado e no Congresso em 2014.
Com as denúncias de hoje, chegam a 39 as acusações da Lava Jato contra investigados acusados de crimes como corrupção, lavagem de dinheiro, formação de organização criminosa, tráfico de drogas, crimes contra o sistema financeiro, dentre outros. Das 39 acusações, o juiz Sérgio Moro já proferiu sentença em 18 ações penais, contabilizando 93 condenações cujas penas somadas chegam a 990 anos e sete meses de prisão.
Os investigadores apontaram o pagamento de R$ 6,4 bilhões em propinas, dos quais ao menos R$ 2,9 bilhões já foram recuperados por meio de acordos de colaboração premiada. Ao todo, segundo o Procurador-Geral da República, Rodrigo Janot, já são 65 acordos de colaboração firmados no âmbito da operação, a maior do País.28 de abril de 2016

Força-tarefa apresenta nesta quinta duas denúncias contra o casal de marqueteiros das campanhas de Lula e Dilma, sendo uma envolvendo os funcionários da Odebrecht que operavam os pagamentos de propinas
Por Mateus Coutinho,
enviado especial a Curitiba
Procuradoria da República em Curitiba.
Foto: Mateus Coutinho/Estadão
A força-tarefa da Lava Jato vai apresentar nesta quinta-feira, 28, duas denúncias contra o casal de marqueteiros que atuou nas campanhas de Dilma Rousseff e Lula, João Santana e Mônica Moura. Uma das denúncias tem como alvo, além do casal, os funcionários do chamado “departamento da propina” da Odebrecht, revelado pelas operações Acarajé e Xepa e o empreiteiro Marcelo Odebrecht. Ao todo, são 17 denunciados nesta quinta.
O empreiteiro Marcelo Odebrecht, preso desde 19 de junho de 2015, também é alvo de uma das denúncias, a terceira contra ele que já foi condenado em uma delas a 19 anos e quatro meses de prisão. O ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto, condenado a 15 anos de prisão na operação é outro alvo das duas denúncias. Também é alvo de uma das denúncias Maria Lúcia Tavares, secretária que atuava no “departamento da propina” da Odebrecht e fez delação premiada revelando como funcionava os repasses de propinas da maior empreiteira do País por meio de apelidos com referências a alimentos e até um software específico. é alvo de uma das denúncias.
Os procuradores da República em Curitiba, responsáveis pela investigação na primeira instância, concluíram nesta manhã as acusações que devem ser protocoladas à tarde na 13ª Vara Federal de Curitiba, do juiz Sérgio Moro. Uma das denúncias chegou a ser oferecida em março, mas como o juiz Sérgio Moro teve de remeter as investigações para o Supremo, a acusação não chegou a ser analisada.
Até o momento ainda não há informações sobre as denúncias. São as primeiras acusações formais desde que a Lava Jato avançou sobre o “departamento de propinas” da Odebrecht e sobre o ex-senador Gim Argello (PTB), preso preventivamente sob suspeita de receber R$ 5,3 milhões para evitar a convocação de empreiteiros nas CPIs que investigaram a Petrobrás no Senado e no Congresso em 2014.

Com as denúncias de hoje, chegam a 39 as acusações da Lava Jato contra investigados acusados de crimes como corrupção, lavagem de dinheiro, formação de organização criminosa, tráfico de drogas, crimes contra o sistema financeiro, dentre outros. Das 39 acusações, o juiz Sérgio Moro já proferiu sentença em 18 ações penais, contabilizando 93 condenações cujas penas somadas chegam a 990 anos e sete meses de prisão.
Os investigadores apontaram o pagamento de R$ 6,4 bilhões em propinas, dos quais ao menos R$ 2,9 bilhões já foram recuperados por meio de acordos de colaboração premiada. Ao todo, segundo o Procurador-Geral da República, Rodrigo Janot, já são 65 acordos de colaboração firmados no âmbito da operação, a maior do País.28/04/2016 -- DO R.DEMOCRATICA