quinta-feira, 12 de maio de 2016

OS MINISTROS DO GOVERNO MICHEL TEMER

Notificado pelo Senador Vicentinho Alvez (esq.) Michel Temer toma posse como Presidente da República. Foto DP by Marcos Corrêa/VPR
Logo após ter sido notificado da decisão do Senado Federal, que aprovou na manhã desta quinta-feira, 12, a abertura de processo de impeachment e o afastamento por até 180 dias de Dilma Rousseff da Presidência da República, o vice-presidente Michel Temer anunciou por meio de sua assessoria os nomes dos ministros que integrarão o ministério do novo governo. Do site Diário do Poder
OS NOVOS MINISTROS
Ministérios do Governo Temer 
Casa Civil: Eliseu Padilha (PMDB/RS)
Secretaria de Governo: Geddel Vieira Lima (PMDB/BA)
Fazenda (Incorpora Previdência): Henrique Meirelles (PSD/SP)
STN: Mansueto de Almeida
- Secretário Executivo: Carlos Hamilton Araújo
- SPE: Marcos Mendes
Planejamento - Romero Jucá (PMDB/RR)
- Secretário Executivo - Dyogo de Oliveira
- Chefe da Assessoria Econômica - Manoel Pires
Justiça e Cidadania: Alexandre Moraes (PSDB/SP)
Educação: (incorpora Cultura):  Mendonça Filho (DEM/PE)
Saúde: Ricardo Barros (PP/PR)
Relações Exteriores (incorpora Apex): José Serra (PSDB/SP)
Turismo: Henrique Alves (PMDB/RN) 
Integração Nacional: Eduardo Braga (PMDB/AM)
Cidades: Bruno Araújo (PSDB/PE)
Minas e Energia: indicação da bancada do PSB no Senado
MDIC: Marcos Pereira (PRB)
Esportes: Leonardo Picciani (PMDB/RJ)
Desenvolvimento Agrário e Social: Osmar Terra (PMDB/RS)
Agricultura, Pecuária e Abastecimento: Blairo Maggi (PP/MT)
Transportes (Incorpora Aviação Civil e Portos): Maurício Quintella (PR/AL)
Comunicações, Ciência e Tecnologia: Gilberto Kassab (PSD/SP)
Ministério da Transparência e do Combate à Corrupção (Ex-CGU): Fabiano Silveira
Defesa: Raul Jungmann (PPS/PE)
Trabalho: Ronaldo Nogueira (PTB/RS)
Meio Ambiente: Sarney Filho (PV/MA)
Sem status de ministério: 
Secretaria Especial de Investimento: Moreira Franco (PMDB/RJ)
AGU: Fábio Medina Osório
Banco Central: Ilan Goldfajn
*Leonardo Quintao será o Líder do PMDB na Camara* DO A.AMORIM

Alô, alô, Lava-Jato


As celas da Polícia Federal em Curitiba estão vagas.
Quem estava ali foi transferido desde a semana passada para penitenciárias do Estado


Por Ricardo Noblat
Os políticos, em Brasília, amanheceram, hoje, com a informação de que haverá uma nova etapa da Operação Lava-Jato nas próximas 48 horas. E que o alvo dela serão agora ex-ministros de Estado.
As celas da Polícia Federal em Curitiba estão vagas. Quem estava ali foi transferido desde a semana passada para penitenciárias do Estado.
Na dúvida, os ex-ministros da Fazenda e da Casa Civil, Antonio Palocci e Erenice Guerra, não deverão mais dormir sossegados daqui para frente. 12/05/2016

Temer dá posse a ministros, diz que fará reformas e prega 'democracia da eficiência'

Em discurso no Palácio do Planalto, presidente em exercício afirma ser 'urgente um governo de salvação nacional', diz que promoverá reequilíbrio das contas públicas e garante a continuidade de programas sociais:
'Nenhuma das reformas alterará os direitos adquiridos pelos cidadãos'
Em posse de ministros, Temer garante programas sociais e prega diálogo
Presidente interino manifesta apoio à Lava-Jato em seu primeiro pronunciamento
Por Letícia Fernandes
O Globo
BRASÍLIA — Em seu primeiro pronunciamento já na condição de presidente interino, Michel Temer (PMDB-SP) pregou o diálogo e a união do povo brasileiro e de todos os poderes para garantir a governabilidade. O peemedebista citou a presidente afastada Dilma Rousseff, afirmando que tem por ela "absoluto respeito institucional", mas criticou palavras "propagadoras de mal estar entre os brasileiros". Temer garantiu, "em letras garrafais", que vai manter os programas sociais executados pelos governos petistas, cuja maior vitrine é o Bolsa Família, e sinalizou ainda que dará seguimento às investigações da Operação Lava-Jato. Ele deu posse aos 23 ministros nesta quinta-feira.
— Faço questão de declarar meu absoluto respeito institucional à senhora presidente Dilma Rousseff. Não discuto aqui as razões pelas quais foi afastada, apenas sublinhar a importância do respeito às instituições e observância à liturgia no trato das questões institucionais. Temos que recuperar uma certa cerimônia institucional, em que as palavras não sejam propagadoras do mal estar entre os brasileiros, que sejam propagadoras da paz, solidariedade, equilíbrio. Tudo que disse faz parte de um ideário não em busca da unanimidade, mas como início de diálogo, a busca de entendimento.
LEIA: A íntegra do discurso de Michel Temer
PROGRAMAS SOCIAIS
O presidente interino garantiu que vai manter os programas sociais executados pelos governos petistas, como o Bolsa Família, o Pronatec, o Fies e o ProUni. Temer voltou a falar em um governo de "salvação nacional" para tirar o país da crise e disse que o reequilíbrio das contas públicas é a saída para voltar a crescer e gerar empregos. Temer afirmou que é preciso prestigiar programas que deram certo em outras gestões, em vez de manter o hábito de "destruir o que foi feito".
— Reafirmo, e o faço em letras garrafais: vamos manter os programas sociais, o Bolsa Família, Pronatec, Fies, Prouni, Minha Casa Minha Vida, entre outras, são projetos que deram certo e terão sua gestão aprimorada. Precisamos acabar com o hábito que existe no Brasil em que, assumindo outrem no governo, você tem que destruir o que foi feito. Ao contrário, você tem que prestigiar aquilo que deu certo, aprimorá-los e fazer outros programas úteis para o país — disse Temer, reafirmando que nenhuma reforma vai alterar direitos já adquiridos pelos brasileiros:
— Quero fazer uma observação: nenhuma dessas reformas alterará os direitos adquiridos pelos cidadãos.
O presidente em exercício, Michel Temer, discursa durante a posse dos novos ministros.
Daniel Marenco / Agencia O Globo / 12-5-2016
DESEMPREGO
O presidente interino, que assumiu na manhã desta quinta-feira, após oficializado o afastamento de Dilma Rousseff, afirmou que o principal e primeiro desafio de sua gestão será reduzir o desemprego. Ele citou como esforços primordiais também a redução da inflação, o incentivo à indústria, aos trabalhadores e micro, pequenos e médios empresários. Temer disse que é importante sinalizar aos investidores internacionais com uma "resposta rápida".
— Com base no diálogo, adotaremos políticas adequadas para incentivar a indústria, comércio, serviços, trabalhadores e agricultura, tanto a familiar quanto o agronegócio. Especialmente apoiando os micro, pequenos e médios empresários, além de modernizar o país, realizando maior objetivo do governo: reduzir o desemprego.
GOVERNABILIDADE E LAVA-JATO
Temer disse que é preciso governar em conjunto, e pediu não só o apoio da classe política, mas a da sociedade brasileira:
— Temos que governar em conjunto. Nós vamos precisar muito da governabilidade, e ela exige, além do que chamo de governança, apoio da classe política, precisa também de governabilidade, apoio do povo, que precisa colaborar e aplaudir as medidas. A classe política, unida ao povo, conduzirá ao crescimento do país — disse, reiterando a importância dos instrumentos de controle e apuração de irregularidades, e disse que a Lava-Jato se tornou uma "referência":
— A moral pública será permanentemente buscada por instrumentos de controle e apuração de desvios. Nesse contexto, a Lava-Jato tornou-se referência e deve ter prosseguimento e proteção contra qualquer tentativa de enfraquecê-la.
RECUPERAÇÃO DA ECONOMIA
Quase sem voz, Michel Temer afirmou que, quanto antes consiga reequlibrar as contas públicas, mais rápido o país retomará o crescimento e a economia.
— Quanto mais cedo formos capazes de reequilibrar as contas públicas, mais rápido retomaremos o crescimento. Primeira medida nessa linha está aqui representada, já eliminamos vários ministérios da máquina pública, e ao mesmo tempo não vamos parar por aí. Já estão encomendados estudos para eliminar cargos comissionados, sabidamente na casa de milhares de funções comissionadas — disse.
BANCO CENTRAL
Para o peemedebista, é importante que haja harmonia entre os poderes, sem interferência de um no outro. Essa é uma das maiores críticas do Congresso Nacional ao Judiciário, que por vezes interferiu no Legislativo para garantir o funcionamento do poder.
— Temos pouco tempo, mas, se nos esforçarmos, é suficiente para fazer as reformas que o Brasil precisa. Quero ressaltar a importância da harmonia entre os poderes, a determinação da própria Constituição no sentido de que cada órgão do poder tem suas tarefas, ninguém pode interferir em nenhum outro poder porque a Constituição diz que os poderes são independentes e harmônicos entre si.
O peemedebista fez uma sinalização para "tranquilizar" o mercado e disse que pretende dar garantias para fortalecer a atuação do Banco Central na condição de "condutor" das políticas monetária e fiscal. Ele falou também em eficiência dos gastos públicos, o que, segundo ele, não tem sido uma das preocupações do governo Dilma.
— Serão mantidas todas as garantias que a direção do Banco Central hoje discuta para fortalecer sua atuação como condutora da política monetária e fiscal — afirmou, dizendo que o país vive, hoje, uma "democracia da eficiência".
O presidente interino, Michel Temer, e o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, durante a cerimônia de posse dos novos ministros
Daniel Marenco / Agencia O Globo / 12-5-2016
PARCERIAS PÚBLICO-PRIVADAS
Temer repetiu o que já tinha falado no discurso que foi divulgado antes da votação do impeachment na Câmara: a importância das Parcerias Público-Privadas, e defendeu um estado mínimo, que cuide apenas das questões primordiais, como Saúde e Educação. O resto, disse, será entregue à iniciativa privada:
— Queremos incentivar de maneira significativa as Parcerias Público Privadas, na medida em que esse instrumento poderá gerar emprego no país. Sabemos que o estado não pode tudo fazer, depende da atuação dos setores produtivos, empregadores de um lado e trabalhadores de outro. São esses dois polos que irão criar nossa prosperidade. Ao estado, por óbvio compete cuidar da segurança, saúde, educação, dos espaços e setores fundamentais, que não podem sair da órbita pública. O restante terá que ser compartilhado com iniciativa privada.
REFORMAS
Michel Temer citou as reformas trabalhistas e da Previdência como pautas "controvertidas" e disse que só dará prosseguimento a elas se for cumprido o objetivo, que é o pagamento aos aposentados e a geração de emprego. Ele admitiu que é uma "agenda difícil", mas reafirmou que ela será norteada pelo diálogo e por uma "conjugação de esforços":
— Há matérias controvertidas, como a reforma trabalhista e previdenciária. A modificação que queremos tem como objetivo, e só se este for cumprido elas serão levadas adiante, o pagamento das aposentadorias e geração de emprego. Tem como garantia a busca da sustentabilidade para assegurar o futuro. Essa agenda difícil, complicada, será balizada de um lado pelo diálogo, e de outro pela conjugação de esforços.
PACTO FEDERATIVO
Temer citou algumas das matérias que pretende ver aprovadas pelo Congresso Nacional. Ele citou a revisão do pacto federativo como uma das principais medidas, com o objetivo de dar autonomia verdadeira aos estados e municípios sob a égide de uma federação real, ao contrário da "federação artificial" que, segundo ele, há hoje.
— Estados e municípios precisam ganhar autonomia verdadeira, sob a égide de uma federação real, não sob a égide de uma federação artificial como vemos atualmente. A força da União, temos que colocar isso na nossa cabeça, deriva da força dos estados e municípios — disse, ao defender que seu governo organize "as bases do futuro".
Para aprovar esse tipo de medida, o presidente interino disse que aposta na "compreensão" dos brasileiros para a necessidade da aprovação desta e de reformas como a trabalhista e previdenciária.
— Quando editarmos uma norma referente a essas reformas, será pela compreensão da sociedade brasileira, e é para isso que nós queremos uma base parlamentar sólida, que nos permita conversar com a classe política e também com a sociedade. Executivo e Legislativo precisam trabalhar em harmonia e de forma integrada, até porque no Congresso estão representadas todas as correntes de opinião da sociedade brasileira, lá estão todos os votos, portanto temos que governar em conjunto — defendeu o peemedebista.
LEMA "ORDEM E PROGRESSO"
Temer citou uma frase que leu em um outdoor de um posto de gasolina para dizer que não falará mais em crise, e que vai focar em trabalhar para melhorar as condições do país. Ele admitiu que tem pouco tempo, mas que se esforçará para encampar as mudanças necessárias. O lema de seu governo será "ordem e progresso", as mesmas palavras escritas na bandeira do Brasil.
— A partir de agora não podemos mais falar em crise, vamos trabalhar. Nosso lema é ordem e progresso, a expressão da nossa bandeira não poderia ser mais atual, como se hoje tivesse sido redigida — disse.
O presidente interino Michel Temer é recebido para a cerimônia de posse de ministros
André Coelho / Agência O Globo / 12-5-2016

PEDIDO DE CONFIANÇA
Ele se dirigiu aos brasileiros, em sua primeira fala pública como presidente interino, e falou em confiança para que, com a união entre todos, o país possa superar desafios:
— Minha primeira palavra ao povo brasileiro é a palavra confiança, confiança nos valores que formam o caráter de nossa gente, na vitalidade da nossa democracia, confiança na recuperação da economia nacional, nos potenciais do nosso país, em suas instituições sociais e políticas e na capacidade de que, unidos, poderemos enfrentar os desafios desse momento que é de grande dificuldade.
Temer também disse que quer fazer "ato religioso com o Brasil", de "religação" dos brasileiros com "valores fundamentais". O presidente pediu que Deus abençoe a ele, sua equipe e todos os brasileiros.
— Fundado num critério de alta religiosidade, o que queremos agora fazer com o Brasil é um ato religioso, ato de religação de toda a sociedade brasileira com os valores fundamentais do nosso país. Por isso peço a Deus que abençoe a todos nós, para estarmos sempre à altura dos grandes desafios que temos pela frente. Muito obrigada e um bom Brasil para todos nós — disse, encerrando seu discurso.
TENTATIVA DE INVASÃO
Enquanto Michel Temer fazia seu primeiro pronunciamento, manifestantes do lado de fora do Palácio do Planalto entraram em confronto com Polícia Militar, que usou gás de pimenta para dispersar os militantes. Eles protestaram contra a posse e tentaram invadir o palácio.
Um pouco antes, os manifestantes ultrapassaram a cerca que protege o Palácio do Planalto e deitaram na rampa. Em seguida, foram retirados do local. Segundo a PM, eram cerca de 200 pessoas no local a favor e contra o impeachment. Um grupo de mulheres pró-Dilma chegou a se acorrentar na cerca que protege o Planalto, como protesto.
Em São Paulo, protesto organizado por movimentos sociais fechou os dois sentidos da Avenida Paulista. O grupo pró-Dilma, acompanhado por um caminhão de som, saiu em marcha em direção ao prédio da Fiesp, local do acampamento pró-impeachment, onde queimaram patos de papelão. O pato é um símbolo, criado pela Federação das Indústrias de São Paulo, do movimento pelo afastamento da presidente Dilma.12/05/2016DO R.DEMOCRATICA

Imprensa internacional destaca afastamento de Dilma Rousseff


Tão logo votação acabou, sites começaram a repercussão da crise política.
Clarín diz que Temer é líder que sabe se mover nos bastidores do poder.

Do G1, em São Paulo
A imprensa internacional destacou o afastamento da presidente Dilma Rousseff que foi aprovado pelo senado na manhã desta quinta-feira (12). Tão logo a votação foi finalizada em Brasil, os sites começaram a repercussão da crise política. O argentino Clarín diz que Michel Temer, que assumirá o poder, "sabe se mover nos bastidores do poder".

A CNN lembra que a primeira mulher a ser eleita presidente no Brasil foi alvo de uma batalha política pelo seu impeachment. A oposição menciona episódios de corrupção desde 2011. O jornal, que observou que o Brasil registrou manifestações a favor e contra o afastamento da presidente, trouxe o depoimento de uma professora contra o uso de gás lacrimogêneo contra manifestantes pró-Dilma.
CNN lembra que Dilma foi a primeira mulher eleita presidente no Brasil (Foto: Reprodução/G1)CNN lembra que Dilma foi a primeira mulher eleita presidente no Brasil (Foto: Reprodução/G1)
Dilma Rousseff, do Brasil, vai enfrentar o julgamento do impeachment”, destacou a BBC, ressaltando que a presidente foi afastada por 180 dias pelo senado em uma sessão que durou mais de 20 horas, mas que ela nega as acusações. A BBC lembra que ela estará suspensa durante os jogos olímpicos, que começam em 5 de agosto.
BBC destacou que Dilma deve estar afastada durante os jogos olímpicos (Foto: Reprodução/G1)BBC destacou que Dilma deve estar afastada durante os jogos olímpicos (Foto: Reprodução/G1)
O site do jornal argentino Clarín destacou que dos 81 senadores, 55 votaram a favor e 22, contra, explicando que o vice, Michel Temer, assumirá o poder. O integrante do PMDB é apresentado como um “líder que sabe se mover nos bastidores do poder”.

A CNN lembra que a primeira mulher a ser eleita presidente no Brasil foi alvo de uma batalha política pelo seu impeachment.
Argentino Clarín afirma que Michel Temer é um homem que sabe se mover nos bastidores do poder (Foto: Reprodução/G1)Argentino Clarín afirma que Michel Temer é um homem que sabe se mover nos bastidores do poder (Foto: Reprodução/G1)
O francês Le Monde classificou a aprovação da abertura do processo de impeachment como o "fim de jogo" para Dilma Rousseff. Segundo o jornal, a "impopular líder de esquerda denuncia um golpe institucional". Le Monde ainda afirma, citando uma fonte da agência France Presse, que "reinava um clima de enterro".
Le Monde considera que o afastamento é 'fim de jogo'  para Dilma Rousseff (Foto: Reprodução/G1)Le Monde considera que o afastamento é 'fim de jogo' para Dilma Rousseff (Foto: Reprodução/G1)
O afastamento também foi destaque no “The New York Times”, que observou que Dilma acabou sendo alvo de toda a raiva da população contra a corrupção sistêmica e economia em crise.
The New York Times diz que Dilma foi alvo da raiva da população contra a corrupção sistêmica e a crise econômica (Foto: Reprodução/G1)The New York Times diz que Dilma foi alvo da raiva da população contra a corrupção sistêmica e a crise econômica (Foto: Reprodução/G1)
O britânico afirmou que “um dia após um político ter chamado de dia mais triste para a jovem democracia do Brasil” a maioria dos senadores aprovou a suspensão da líder do Partido dos Trabalhadores colocando “problemas políticos, econômicos e irregularidades fiscais à frente dos 54 milhões de votos que a elegeram”. O jornal também lembrou que ela foi a primeira mulher a chegar à presidência no Brasil.
The Guardian afirma que problemas políticos, econômicos e fiscais levaram a Dilma ao afastamento (Foto: Reprodução/G1)The Guardian afirma que problemas políticos, econômicos e fiscais levaram a Dilma ao afastamento (Foto: Reprodução/G1)
 

"O fim e o princípio", editorial da Folha de São Paulo

Configurada a expressiva maioria de senadores favoráveis ao processo de impeachment, o governo Dilma Rousseff (PT) começa, a partir desta quinta-feira (12), a fazer parte do passado. Com a presidente, afasta-se do proscênio um sistema político, ideológico e administrativo que, nos últimos anos, se afundou no próprio fracasso.
Cercado de questionamentos técnicos, e sem incidir sobre a honorabilidade pessoal de Rousseff, o embasamento do impeachment contou menos do que a situação econômica e política do país.
A presente derrocada não atinge apenas a figura da presidente; abate-se sobre todo o conglomerado petista. Suas raízes vêm de longe. Após um período de bonança, o partido reagiu com velhos vícios à conjuntura desfavorável iniciada com a crise de 2008.
Num paradoxo, ao mesmo tempo em que recorria a mofados preconceitos doutrinários, o petismo abandonava de vez sua resistência ética, mergulhando sem escrúpulos na lama pragmática.
A passagem de Dilma pelo Palácio do Planalto caracterizou-se por um complexo insustentável de erros. Aliou-se ao fisiologismo, mas sem obter com isso base parlamentar. Apostou no populismo, embora sem se comunicar com o eleitorado. Adotou ares de competência, incorrendo em falhas técnicas descomunais, e seguiu estratégias erráticas com férrea teimosia.
Foi, ao que tudo indica, pessoalmente honesta e refratária ao toma lá dá cá, mas navegou sem remorsos num oceano de corrupção.
Não se trata, em todo caso, de um simples julgamento de sua conduta. O modelo que Dilma representou com singular inabilidade provou-se contraditório: 
regressivo e cínico, enquanto se fazia de progressista e imaculado; imobilista e acomodatício, enquanto se fazia de reformador e fiel a princípios.
O retrato não corresponde apenas a Dilma Rousseff. É também o de Lula, é o do PT, é o de tantos que, desde o mensalão, adiaram seu encontro com a verdade.
Se deixaram um preocupante quadro de terra arrasada para Michel Temer (PMDB), a conjuntura favorece, ironicamente, um clima de expectativas que, em outras circunstâncias, o peemedebista teria dificuldades em inspirar.
É logo nestes primeiros meses que se abre a oportunidade para tomar medidas de amplo fôlego e indiscutível necessidade, tanto na área econômica quanto no campo da reforma política.
Por outro lado, Temer chegará ao cargo sem respaldo popular. Dispõe de expressiva maioria no Congresso, mas esta se marca por notórias tendências ao fisiologismo; vários de seus aliados, além disso, expõem-se às suspeitas e aos escândalos da Operação Lava Jato.
O afastamento de Dilma Rousseff não suspende o risco de novas crises. Só o tempo responderá às incertezas que se colocam —e esse tempo nunca pareceu tão curto. DO J.TOMAZ

Temer confirma Raul Jungmann na Defesa e Ilan Goldfajn no Banco Central

Leonardo Picciani vai assumir o Ministério do Esporte

Por Evandro Éboli, Júnia Gama, Letícia Fernandes e Simone Iglesias
O Globo
O líder do PMDB na Câmara, Leonardo Picciani
Ailton de Freitas/05-08-2015 / Arquivo O Globo
BRASÍLIA — O vice-presidente, Michel Temer, confirmou nesta quarta-feira o convite para o deputado federal Leonardo Picciani (PMDB) assumir o Ministério do Esporte, além de Henrique Eduardo Alves voltar para o Turismo; e o presidente do PRB, pastor Marcos Pereira, comandar o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, conforme antecipado pelo blog Panorama Político do jornalista Ilimar Franco. Com a ida do pastor para o cargo, Temer resolveu tirar do guarda-chuva da pasta a Câmara de Comércio Exterior (Camex), que passará a ser vinculada à Presidência, e a Agência de Promoção de Exportações (Apex), que ficará ligada ao Ministério de Relações Exteriores, desidratando o Ministério.
O ministério da Defesa ficará com o deputado Raul Jungmann (PPS-PE). Após pressão, o vice-presidente, Michel Temer, desistiu do nome do deputado mineiro Newton Cardoso Junior (PMDB), filho do ex-governador de Minas Gerais Newton Cardoso, para o Ministério da Defesa. O ex-governador é amigo pessoal de Temer.
O economista-chefe do Itaú e ex-diretor do Banco Central, Ilan Goldfajn, foi confirmado para a presidência do Banco Central (BC).Meirelles já acertou com o vice uma forma de blindar o comandante do Banco Central. Caso Temer assuma, será enviada ao Congresso uma proposta de emenda constitucional (PEC) que dá ao BC autonomia para determinar a política de juros no país sem interferências políticas. O presidente da autarquia não teria mais status de ministro, como ocorre hoje, mas só poderia ser processado pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
Na manhã desta quarta-feira, Temer recebeu representantes do PMDB de Minas Gerais, que pressionam para indicar um deputado da bancada para a pasta. No entanto, segundo aliados do vice-presidente, a pressão o deixou irritado.
O advogado e professor Fábio Medina Osório foi confirmado para ser ministro da Advogado Geral da União (AGU), responsável, entre outras coisas, por fazer a defesa do presidente da República. Osório esteve com Temer na tarde de hoje no Palácio do Jaburu. Também participaram do encontro os ex- e futuros ministros Eliseu Padilha e Moreira Franco.
No caso de afastamento da presidente Dilma Rousseff, o deputado Ronaldo Nogueira (PTB-RS) será ministro do Trabalho no eventual governo Temer. Conforme também adiantou o blog Panorama Político, de Ilimar Franco, a indicação foi definida nesta quarta-feira pela bancada do PTB na Câmara. Desde o começo da semana, o presidente nacional da legenda, Roberto Jefferson, vinha acertando com o vice Michel Temer a indicação do partido para pasta.
Para o Ministério da Justiça do novo governo, será nomeado o advogado e secretário de Segurança Pública de São Paulo, Alexandre de Moraes. Ele é filiado ao PSDB, amigo de Michel Temer e já teve em sua carteira de clientes Eduardo Cunha.
Temer já até definiu as linhas gerais que gostaria de ver implementadas. À frente do Ministério da Justiça, Moraes deverá retomar negociações com governadores para ajudar os estados a combater a violência urbana.
Temer tenta convencer o senador Tasso Jereissati (PSDB-CE) de se tornar ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio (MDIC). Segundo tucanos ligados a Tasso, que até ontem se mostrava resistente à ideia, teria se sensibilizado por um pedido feito em conjunto pela cúpula do PSDB e o acordo estaria prestes a ser firmado.
Outra mudança no xadrez é a provável ida do PRB para o Ministério do Turismo. De acordo com participantes das negociações, a legenda pressiona para ficar com o MDIC, mas o vice pretende ter um nome de maior peso e interlocução com o setor na pasta, para fazer uma sinalização ao mercado internacional e ajudar, assim, a recuperar a credibilidade do País.
Disputas internas com o senador José Serra (PSDB-SP) minaram o processo de escolha de Tasso para o MDIC. Em conversa com o presidente do PSDB, senador Aécio Neves (MG), na semana passada, Michel Temer afirmou que gostaria de ter Tasso Jereissati, que é empresário, à frente da pasta. O peemedebista considera que o nome do cearense une os aspectos de notabilidade, por ser um caso de sucesso em sua área, e política, já que ajudaria também na interlocução com o Congresso.
Quando soube do potencial convite, José Serra, já acordado para comandar o Ministério de Relações Exteriores, passou a cobiçar as funções relativas ao comércio exterior que hoje são de atribuição do MDIC. Temer passou a considerar atender o aliado, mas como resultado do que seria um esvaziamento do MDIC, Tasso Jereissati declinou o convite.
Já ao PRB, Temer havia sinalizado com o comando de Ciência e Tecnologia, que se tornará uma secretaria vinculada ao Ministério das Comunicações, mas houve resistências na opinião pública à indicação do presidente do partido, o pastor Marcos Pereira, para o cargo. Além disto, o PRB já afirmou ao vice que não aceitará ficar apenas com uma secretaria. A legenda também não quis retornar ao Esporte, que foi outra oferta negociada pelo vice. Com a oferta de Turismo, Temer espera ter encontrado a solução para o partido ligado à Igreja Universal.
Aliado próximo de Temer, o ex-ministro Henrique Eduardo Alves esperava retomar o comando do ministério, que deixou após o PMDB romper com Dilma Rousseff, mas agora aguarda um novo espaço.11/05/2016

Por 55 a 22 votos, Senado afasta Dilma por seis meses; Temer assume a Presidência


A Comissão Especial do Impeachment aprovou o relatório de Anastasia, dando seguimento ao processo de impeachment.
Dilma Rousseff - impeachment - Foto Eraldo Peres AP
Dilma Rousseff está afastada da Presidência da República por 180 dias. Os senadores, por maioria, aprovaram o relatório de Antonio Anastasia (PSDB/MG) em favor do impeachment.
Com isso, Michel Temer passa a ser o Presidente da República, ao menos interinamente, até que o processo contra Dilma seja julgado pelo Senado Federal. Em caso de aceitação definitiva do impeachment, ele permanece; em caso contrário, ela reassume. DO IMPLICANTE

Brava gente brasileira! Longe vá...temor servil, Ou ficar a pátria livre, Ou morrer pelo Brasil!


Dia 12 de maio de 2016


DO R.DEMOCRATICA