sábado, 26 de setembro de 2015

UM PLANO PARA SALVAR A OPERAÇÃO LAVA JATO: FORÇA-TAREFA VOLANTE VAI OPERAR EM TODAS AS REGIÕES DO PAÍS MANTENDO PADRÃO ÚNICO



A revista Época traz neste final de semana uma reportagem especial sobre a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de "fatiar" a Operação Lava Jato, enfraquecendo-a de modo a permitir a possibilidade de impedir a punição dos corruptos e ladrões integrantes da maior organização criminosa já ocorrida na história do Brasil. Aliás, isto ficou muito evidente para a opinião pública e se refletiu imediatamente pelas redes sociais que se transformaram na caixa de ressonância da sociedade brasileira.
Antes das redes sociais era difícil perscrutar com exatidão o que se passava na cabeça dos cidadãos comuns longe do centro do poder. Hoje não. E esta é uma realidade que não dá para escamotear e que chega a tornar ridículas certas análises e notícias plantadas da grande mídia.
Desmembrar os inquéritos da Lava Jato presididos pelo Juiz Sérgio Moro foi uma decisão completamente descabida levada a efeito pelo Supremo e que causa justificada revolta da esmagadora maioria dos Brasileiros.
"Fora da Corte - diz Época - todos se perguntavam: por que agora? O que mudou? A quem interessa essa mudança? Desde abril do ano passado, réus tentavam retirar o julgamento do Paraná, sob o argumento de que o Tribunal competente era o do Rio de Janeiro, sede da Petrobras. Mas diferentes subsidiárias da estatal foram envolvidas na investigação e o STF avaliou que os casos deveriam continuar com o juiz Moro. Nenhum dos ministros explicou a razão dos súbito cavalo de pau nessa interpretação".
Seja como for, já há, segundo a reportagem de Época providências no âmbito da Procuradoria Geral da República, de forma a contrarrestar a inusitada decisão do STF, ou seja, tentar salvar aquela que é considerada a mais bem sucedida operação da Polícia Federal no combate à corrupção e à roubalheira em toda a história do Brasil.


FORÇA-TAREFA VOLANTE
Por isso, a decisão do Supremo de desmembrar a Lava Jato teve a imediata repulsa da força tarefa sediada em Curitiba, onde prossegue o inquérito, conforme relata a reportagem de Época:
“Terrível” e “péssima” foram algumas das palavras usadas por investigadores para classificar a ordem do Tribunal. Nos próximos dias, procuradores que coordenam as investigações da Lava Jato vão esquadrinhar uma nova estratégia para enfrentar o desmembramento dos processos da operação.
A Procuradoria-Geral da República acredita que para garantir o mesmo padrão nas investigações – que poderão ficar espalhadas por todo o Brasil – será preciso estabelecer novos grupos e metodologias de trabalho. Hoje o grupo que coordena a Lava Jato está concentrado no gabinete do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, e em Curitiba.
O temor do grupo é que as investigações percam fôlego e apoio popular. Outro receio é o compartilhamento em massa de informações - sublinha Época.
Uma das medidas em análise é a criação de uma “força-tarefa volante” - revela a reportagem de Época - entre os procuradores que já atuam na Lava Jato. A ideia é que eles possam rodar entre as cidades que venham a ter investigações em curso auxiliando os integrantes do MPF na contextualização dos casos em apuração.
Ainda que o Supremo tenha decidido pelo desmembramento, a orientação da PGR é a de manter a visão de uma única organização criminosa que atuava em todo o país e em diversos órgãos públicos.
A PGR deve ainda preparar um manual detalhando o método da organização, suas ramificações, personagens e atuação, como forma de garantir a unidade dos inquéritos.
setembro 26, 2015 - DO ALUIZIOAMORIM

REPORTAGEM-BOMBA DE 'VEJA' TRAZ COM EXCLUSIVIDADE DELAÇÃO ESTARRECEDORA. EX-PRESIDENTE DO PP DIZ QUE PARTICIPOU DA MONTAGEM DO PETROLÃO COM LULA NO PLANALTO.



A reportagem-bomba da revista Veja que está sendo desovada nas primeiras horas da manhã deste sábado nas bancas e para os assinantes digitais já pode ser lida no site da revista, descreve as bombásticas revelações do ex-deputado Pedro Corrêa, ex-deputado do PP, que se encontra preso em Curitiba. Já nauseado pelo indefectível cheiro de jaula que impregnou suas narinas, Corrêa afirmou aos procuradores da Lava Jato que participou da montagem do petrolão com o (ex) presidente Lula no Palácio do Planalto.
Conforme prometi aos estimados leitores quando fiz esta postagem, vou transcrever um aperitivo da reportagem-bomba de Veja. O ex-deputado Pedro Corrêa e ex-Presidente do PP, neste momento se transforma em mais um homem-bomba do petrolão, principalmente porque ultrapassa a Casa Civil e chega ao Gabinete do Presidente da República, na ocasião ocupado por Lula. Além do mais, as informações de posse dos procuradores federais de Curitiba indicam que depois que o Apedeuta entregou o "cetro", para sua sucessora Dilma Rousseff, o esquema do Petrolão continuou funcionando a todo vapor confirmando, por isso, aquela célebre reportagem de Veja na véspera da eleição presidencial de 2014, cuja chamada de capa era "Eles sabiam de tudo". As fotos de Lula e Dilma dividiam todo o espaço da capa da revista que virou estandarte na av. Paulista em São Paulo, em passeata da oposição.
Transcrevo o resumo da reportagem-bomba de Veja. Leiam:


Parcerias  - O ex-deputado Pedro Corrêa pode ser o primeiro político envolvido na Lava-Jato a fechar um acordo de delação premiada com a Justiça
(Vagner Rosario/VEJA)


PETROLÃO NASCEU COM O AVAL DE LULA E FOI MANTIDO PELA DILMA
Expoente de uma família rica e tradicional do Nordeste, o médico Pedro Corrêa se destacou, durante quase quatro décadas, como um dos parlamentares mais influentes em negociações de bastidores. Como presidente do PP, garantiu a adesão do partido ao governo Lula e - como reza a cartilha do fisiologismo - recebeu em troca o direito de nomear apadrinhados para cargos estratégicos da máquina pública. Essa relação de cumplicidade entre o ex-deputado e o ex-presidente é notória. Ela rendeu a Corrêa uma condenação à prisão no processo do mensalão, o primeiro esquema de compra de apoio parlamentar engendrado pela gestão petista. Mesmo após a temporada na cadeia, Corrêa se manteve firme no propósito de não revelar o que viu e ouviu quando tinha acesso privilegiado ao gabinete mais poderoso do Palácio do Planalto.
Discreto, ele fez questão de ser leal a quem lhe garantiu acesso a toda sorte de benesse. Havia um acordo tácito entre o ex-deputado e o ex-presidente. Um acordo que está prestes a ruir, graças à descoberta do petrolão e ao avanço das investigações sobre o maior esquema de corrupção da história do Brasil.

Como outros mensaleiros, Corrêa foi preso pela Operação Lava-Jato. Encarcerado desde abril, ele negocia há dois meses com o Ministério Público um acordo de colaboração que, se confirmado, fará dele o primeiro político a aderir à delação premiada. Com a autoridade de quem presidiu um dos maiores partidos da base governista, Corrêa já disse aos procuradores da Lava-Jato que Lula e a presidente Dilma Rousseff não apenas sabiam da existência do petrolão como agiram pessoalmente para mantê-lo em funcionamento.
O topo da cadeia de comando, portanto, estaria um degrau acima da Casa Civil, considerada até agora, nas declarações dos procuradores, o cume da organização criminosa. Nas conversas preliminares, Corrêa contou, por exemplo, que o petrolão nasceu numa reunião realizada no Planalto, com a participação dele, de Lula, de integrantes da cúpula do PP e dos petistas José Dirceu e José Eduardo Dutra - que à época eram, respectivamente, ministro da Casa Civil e presidente da Petrobras. Em pauta, a nomeação de um certo Paulo Roberto Costa para a diretoria de Abastecimento da Petrobras.
Pedro Corrêa, José Janene e o deputado Pedro Henry, então líder do PP, defendiam a nomeação. Dutra, pressionado pelo PT, que também queria o cargo, resistia, sob a alegação de que não era tradição na Petrobras substituir um diretor com tão pouco tempo de casa. Lula, segundo Corrêa, interveio em nome do indicado, mais tarde tratado pelo petista como o amigo "Paulinho". "Dutra, tradição por tradição, nem você poderia ser presidente da Petrobras, nem eu deveria ser presidente da República. É para nomear o Paulo Roberto. Tá decidido", disse o presidente, de acordo com o relato do ex-deputado. Em seguida, Lula ameaçou demitir toda a diretoria da Petrobras, Dutra inclusive, caso a ordem não fosse cumprida.
Ao narrar esse episódio, Corrêa ressaltou que o ex-presidente tinha plena consciência de que o objetivo dos aliados era instalar operadores na estatal para arrecadar dinheiro e fazer caixa de campanha. Ou seja: peça-chave nessa engrenagem, Paulinho não era uma invenção da cúpula do PP, mas uma criação coletiva tirada do papel graças ao empenho do presidente da República A criação coletiva, que desfalcou pelo menos 19 bilhões de reais dos cofres da Petrobras, continuou a brilhar no mandato de Dilma Rousseff - e com a anuência dela, de acordo com o ex-presidente do PP.
Do site da revista Veja
***
NESSUM DORMA Enquanto isso, os estimados leitores podem ouvir na voz do saudoso Pavarotti 'Nessum Dorma'. Quem não é assinante digital de Veja, não durma. Saia cedo e pegue o seu exemplar de Veja que estará nas primeiras horas da manhã deste sábado disponível na sua banca preferida. Chegue cedo.

DO R.DEMOCRATICA