domingo, 5 de agosto de 2012

'Jipão' robótico da Nasa tenta pouso histórico em Marte

A Nasa se prepara para fazer, na madrugada deste domingo (5) para segunda, a aterrissagem mais ousada da história da exploração não tripulada de outros planetas.
A nave da missão MSL (Laboratório de Ciências de Marte) chegará ao planeta vermelho e tentará colocar o jipe-robô Curiosity com segurança no chão após uma sequência inédita de manobras.
Às 2h31 (hora de Brasília), a MSL faz uma entrada de alto impacto, atravessando a atmosfera marciana a 21 mil km/h. Logo em seguida, tenta depositar o jipe com segurança dentro de uma cratera, acionando um paraquedas e ativando um guindaste voador que deve colocar o Curiosity no chão com suavidade.

Editoria de Arte/Folhapress
Por não serem capazes de pilotar o módulo de aterrissagem do MSL a distância durante o procedimento, engenheiros do JPL (Laboratório de Propulsão a Jato da Nasa) apelidaram esse pequeno período de "os sete minutos de terror". É o tempo durante o qual a única coisa a fazer é torcer para tudo dar certo.
Apesar do desafio, os técnicos exibiam otimismo ontem no laboratório em Pasadena, na Califórnia, ainda que não conseguissem esconder a ansiedade.
"A nave está indo direto ao alvo; tivemos uma reunião hoje cedo para decidir se precisávamos fazer alguma correção de rota, mas não foi necessário", disse à Folha o diretor de voo da missão, David Oh. "Todos os dias eu checo cinco previsões de tempo: a de Marte, a do espaço e as das nossas estações em terra na Austrália, na Espanha e aqui na Califórnia. Até agora tudo parece ótimo."
Assim que o Curiosity pousar, seu computador de bordo deve acordar e mandar algumas fotografias.
"Isso pode levar uns cinco minutos, se tudo sair perfeito, mas pode levar alguns dias, se o pouso não for tão perfeito assim", explica Oh.
Na cratera para onde se dirige, o jipe investigará a presença de compostos orgânicos e avaliará a capacidade de Marte ter abrigado vida no passado. Os dados serão transmitidos pelas sondas Mars Odyssey e Mars Reconaissance Orbiter, que já estão na órbita do planeta.
"No último minuto em que a nave está descendo, a informação que ela transmite passa pela Odyssey, que vai ficar sobre o jipe por mais uns 5 minutos", explica Ramon de Paula, brasileiro que trabalha como executivo de programa das duas sondas. "Nessa hora, já esperamos saber se vai estar tudo bem. Depois, as sondas somem no horizonte marciano e só voltam a sobrevoar o jipe uma hora e meia depois."
Outro brasileiro trabalhando na missão é Nilton Rennó, engenheiro da Universidade de Michigan que projetou o sistema de monitoramento ambiental do jipe. "Vamos medir temperatura, vento, pressão, radiação infravermelha, temperatura do solo, umidade do ar", explica Rennó, que também se diz ansioso. "Agora é mais uma questão de esperar o pouso."
 RAFAEL GARCIA
ENVIADO ESPECIAL A PASADENA
FOLHA.COM 

É HORA DE “REMEMBRAR”.

rocambodowskiAmanhã começa no STF o palavrório dos advogados dos criminosos políticos organizados, isto é, a confraria dos bandidos vermelho-progressista.
Vamos ouvir a ladainha de que nada aconteceu de extraordinário, nem mesmo os carros fortes que, desembestados, estacionavam cheios de granas embaixo dos quartos de hotel utilizados para dividir o farnel recém roubado dos cofres do BB e da VISA NET.
Como disse um dos advogados, não houve formação de quadrilha, mas uma reunião de políticos cônscios que apenas queriam o bem do Brasil.
Seria o caso de chamar uma fala destas de delinquência advocatícia posta à serviço dos cumpanhêros mensaleiros.

Mas, em tempos de shows de cinismo explícito, nada mais atual que a tabelinha entre dois cafuringas da peleja suprema.
MTB, o comandante do edilinato da plebe petralha, e o doutor em receitas rocambolescas polacas, Lewandowski.

Bastos tentou, sem sucesso diga-se, melar o julgamento de lambança dos salafras profissionais.
E Lewandowski, com aquele ar de causídico circunspecto, tentou lhe dar razões que a própria razão desconhece.
Atuaram tão "intimamente imbricados", como a pele sadia de um Pirarucu, que soou estranho aos olhos dos descrentes de plantão.

Caso desconheçam, a palavra "imbricados" tem nos dicionários o seguinte significado:
Diz-se das partes de um agregado que se sobrepõem parcialmente umas às outras, como as telhas de um telhado, as escamas dos peixes.adj.
Disposto à maneira de escama ou de telhas que se sobrepõem a outras.

O cozinheiro do rocambole jurídico usou a expressão para "remembrar", depois de ter desmembrado, o processo em que Maluf e sua família de larápios contumazes, eram acusados da roubalheira de 446 milhões da prefeitura de São Paulo.
Alegou o rocambolesco ministro da egrégia corte do notório saber jurídico para "remembrar" Maluf, que os fatos estavam "intimamente imbricados".

Durante a tabelinha cafuríngeca com MTB, o professor de rocambole classificou como inconstitucional manter todos os 40 LADRÕES DO LULLA sob as asas do STF, o que significa dizer que o doutor Rocambole, praticou um ato de flagrante inconstitucionalidade ao "REMEMBRAR" a roubalehira de Maluf e mantê-la sobre as mesmas asas do agora INCONSTITUCIONAL STF, do qual ainda faz parte.
Fez isso em 80 minutos ao vivo e à cores.
Desfiou a massa de seu rocambole juridiquês enrolado, diante de todos com a cara mais lavada do mundo jurídico.

Diz-se que o voto revisor do cozinheiro de rocamboles, tem mil páginas e que será necessário, com a devida paciência e vênia de todos os outros 10 togados superiores, consumir longos 3 ou 4 dias, a depender da forma como lerá a receita de Rocambole petralha, criada na cozinha da família situada em São Bernardo.
Será uma coisa verdadeiramente patética ver e ouvir o Rocambodwski encontrar meios, modos e caras para livrar da cadeia os cumpanhêros flagrados com as patas na botica.
Patética e deprimente.

Rocambodwski está colocando, sobre a cabeça da egrégia corte, um "imbricado" telhado de vidro.
DO GENTE DECENTE

O PT FEZ DA ÉTICA, APENAS UM BOM SLOGAN.

Mensaleiros-LuLLaChega a ser divertido ver o outrora vestal da ética alheia, ser chamado de partido-quadrilha, por ter montado o maior e mais criminoso esquema de corrupção destepaíz.
Como oposição, a atuação implacável da moçoila política virgem, infernizava a vida dos desafetos.
São inúmeras as reputações enfiadas de forma compulsória na lata do lixo. E de onde quer que se olhasse, lá estava um sacerdote da ética a bradar o "FORA CORRUPTOS!"
Hoje, enfiado no MENSALÃO DO LULLA, os integrantes do partido-quadrilha, comandado pelos escroques LuLLa e Dirceu, se reviram como minhocas atropeladas no asfalto, para dizer que toda a lambança criminosa arquitetada pelos dois, não passa de uma farsa montada por uma oposição complacente e por uma certa parte de uma imprensa que, segundo os larápios, é golpista.
O slogan, que nunca refletiu de verdade a atuação de um partido que já se portava como quadrilha nas várias prefeituras que conquistou pelo Brasil a fora, vide caso Celso Daniel, Palocci e o lixo de Ribeirão e a máfia das vans na prefeitura de Sampa, então sob o comando da rainha do Botox, agora, de forma implacável, solapa as fuças dos agora trambiqueiros e ladrões do dinheiro público.
LuLLa, o metalúrgico borra-botas que chegou à presidência da República, graças à democracia aqui cultivada à duras penas por uns poucos, vai passando para a história como o verdadeiro chefe da maior quadrilha criada para afanar o dinheiro dos brasileiros.
Dirceu, o guerreiro de guerrilhas de consoles, vai se desnudando como a eminência parda de um bando de ladrões vorazes.
Os heróis vermelho-progressistas tupiniquins, como dizia Cazuza, estão morrendo de overdose de falta de ética, de escrúpulos, de vergonha na cara e, quiçá, se tornarão símbolos maiores de uma democracia que quiseram conspurcar, ao entrarem pelas portas dos presídios espalhados pelo Brasil a fora, se o STF tiver a coragem suficiente para tomar para si a defesa intransigente da LEI e de nossa CONSTITUIÇÃO.

É doce, como dizia Caymmi, ver essa quadrilha morrer no mar da ética que usaram apenas como Slogan quando estavam na oposição.
É doce ver a quadrilha enlameada na falta de ética que cobravam com renitência e teimosia de seus desafetos.

Mas é mais doce ainda ver os safados desnudados, expostos à execração pública, sendo chamados de bandidos e ladrões, da mesma forma com que acusavam próceres da oposição.
Sentados no banco dos réus como ladrões vagabundos do dinheiro público.
Correndo o sério risco de saírem dali como presidiários comuns, trocando a outrora estrelinha da ética por um número sequencial pregado em um uniforme listrado.
É doce ver a arrogância dos vagabundos quando acusavam à esmo, ser transformada em semblantes cabisbaixos, temerosos e escondidos em fazendinhas e chácaras perdidas em recantos onde a imprensa mal chega.

Os senhores da ética alheia estão nus.
O Rei desnudo deixa à mostra o vagabundo infeliz cercado de seus ladrões de estimação, tendo que se exilar numa chácara do fim do mundo para remoer, solitário, a ética que tanto desprezou.

DO GENTE DECENTE

Refinaria lançada por Lula ainda é terreno com mato, disputado por índios

SERGIO TORRES, ENVIADO ESPECIAL, SÃO GONÇALO DO AMARANTE (CE) - O Estado de S.Paulo
Dezoito meses após o lançamento da pedra fundamental pelo então presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que três dias depois passaria o cargo a Dilma Rousseff, a refinaria cearense Premium 2, apontada como prioritária pela Petrobrás, não passa de um enorme terreno abandonado.
Os quase 2 mil hectares destinados ao empreendimento da petroleira não foram nem sequer cercados. Não há sinais de obra. O terreno está tomado por vegetação cerrada, cortada por trilhas e estradas esburacadas de movimento quase inexistente.
O local onde houve a solenidade com a presença de Lula e do governador do Ceará, Cid Gomes (PSB), não foi sequer limpo. Placas de orientação aos convidados estão jogadas no matagal. Em uma delas, de fundo branco e letras negras, era legível os trechos "Creden" e "Convid", provável referência ao credenciamento de convidados. O restante da placa desapareceu.
Na clareira em que ocorreu a cerimônia permanecem os tocos de madeira em que foram presas as tendas montadas para as autoridades. No solo empoeirado e coberto de mato rasteiro, se avistam as pedras de brita espalhadas para evitar que, se chovesse, tudo virasse um lamaçal. A placa alusiva ao evento, descerrada por Lula, desapareceu.
O principal entrave ao início da obra é fundiário, embora seja uma obra cara, orçada em US$ 11,4 bilhões e a Petrobrás, em seu Plano de Negócios 2011-2016, tenha cortado R$ 5 bilhões dos gastos destinados ao refino.
Índios da tribo anacé reivindicam a área. Sem autorização da Fundação Nacional do Índio (Funai), a Petrobrás não pode começar a trabalhar no terreno, embora equipes terceirizadas que realizam levantamentos arqueológicos já estejam no local. O atraso no começo da construção da refinaria já soma três anos. Em agosto de 2008, os governos federal e cearense definiram que em 2009 o terreno começaria a ser desmatado e terraplenado.
A administração Cid Gomes adquiriu por R$ 126 milhões a área de 1.940 hectares, que engloba trechos rurais dos municípios de São Gonçalo do Amarante e Caucaia. O terreno integra a retroárea do Complexo Industrial e Portuário do Pecém e fica a cerca de 10 quilômetro do porto, construído há dez anos para o apoio à produção da refinaria e da siderúrgica planejadas para o local desde a década de 90.
O questionamento indígena surgiu durante o processo de aquisição dos lotes do terreno. Embora nenhuma família anacé more na área, o argumento apresentado à Petrobrás e ao governo cearense é de que aquela região guarda resquícios de tradições indígenas, tendo, portanto, relevância histórica.
Sem o aval da Funai, a Superintendência Estadual do Meio Ambiente não pode liberar a licença de instalação para a Premium 2, o que impossibilita a Petrobrás de avançar na obra. Os anacés reivindicam uma terra próxima para instalar uma reserva.
Negociação. A Funai ainda não se manifestou oficialmente sobre a polêmica, mas apoia a pretensão dos índios, a quem orientam e acompanham nas discussões. Em maio, a Funai devolveu o Plano Básico Ambiental (PBA) preparado pela Petrobrás, sob alegação de que era um documento incompleto.
Reuniões para tratar do assunto vêm sendo realizadas mensalmente. A última, em 28 de julho, em Fortaleza, não resultou em entendimento. Lideranças anacés sugeriram a aquisição pelo Estado de um terreno de 889 hectares em São Gonçalo do Amarante. O governo cearense argumentou que a desapropriação demoraria, o que atrasaria ainda mais a refinaria.
A Procuradoria Geral do Estado ofereceu dois outros terrenos, que somam 1,9 mil hectares e poderiam servir como área de proteção indígena. Os anacés ainda não responderam, apesar de terem manifestado insatisfação com a contraproposta.
Na tentativa de acelerar o processo, a Petrobrás admitiu, em contatos com o governo do Ceará, responsabilizar-se por metade dos custos do terreno. Para o governador Cid Gomes, a aquisição de uma área grande o suficiente para os anacés pode custar cerca de R$ 30 milhões.
Aliados do governador consideram que os problemas criados pela reivindicação dos índios e da demora da Funai em autorizar a refinaria têm um componente político que passa pela eleição estadual de 2014.
Gomes não comenta, mas políticos ligados a ele avaliam que, se a refinaria começar a ser construída logo, o candidato do governo à sucessão terá um trunfo eleitoral bastante expressivo a apresentar na campanha. Se a demora prosseguir, os adversários do candidato de Gomes poderão responsabilizá-lo por não ter executado um projeto do governo federal que traria desenvolvimento e empregos ao Ceará. Antes aliados, PSB, partido do governador, e PT, do governo federal, serão adversários nas urnas.
Como a Funai é um órgão da administração federal, sua demora em definir se os índios têm ou não o direito de reivindicar a terra seria um expediente para beneficiar o candidato petista em 2014, na versão difundida por aliados do governador.

IMAGEM DO DIA.


Pterobras-Preju

DO GENTE DECENTE

O Brasil que prende “pobre, preto e puta” tomará vergonha na cara para prender “político, petista e poderoso”? Com a palavra, os 11 ministros do STF. Eles decidirão que país teremos. Ou: O “domínio dos fatos”

Não tenho especial prazer em ser chulo — aliás, prazer nenhum, muito pelo contrário! —, mas também não temo as palavras. Ao Supremo Tribunal Federal caberá, sim, dizer se cadeia, no Brasil, continua a ser um “privilégio” que só atende aos três “pês”: pobre, preto e puta. Eu convido os ministros do Supremo, então, a democratizar a língua do “pê” e a dizer se “político” e “petista” também podem gozar desse benefício, o que significará acrescentar um outro “pê”, este sim fundamental: “poderoso”. Então ficamos assim: os ministros do Supremo dirão se o país que prende, com especial desenvoltura, “pobre, preto e puta” também tem a coragem de prender “político, petista e poderoso”. Tem ou não? É o que veremos.
Não, senhores! Eu não tenho, como sabem, a menor disposição para a vendeta de classes. Quem inventou a era de “Os ricos também choram” foi a Polícia Federal de Márcio Thomaz Bastos! E quem é Bastos? Hoje, o advogado-estrela do mensalão, apelidado de “Deus” — deve-se pronunciar o Nome D’Ele em inglês: “God”. Ainda me lembro da estrepitosa prisão de Eliana Tranchesi em 2005, por exemplo; em 2009, de novo. Nesse caso, mobilizaram-se 40 agentes da Polícia Federal para pegar a mulher em casa, de camisola. Imaginavam o quê? Que fosse reagir de arma na mão? Aí o ministro da Justiça já era outro: Tarso Genro — aquele que deu um jeito de manter no Brasil o assassino Cesare Battisti. Tranchesi, que morreu de câncer em fevereiro deste ano, foi condenada a 94 anos de prisão pela Justiça Federal! É claro que a sua prisão, nas duas vezes, foi um espetáculo midiático, o que não quer dizer, necessariamente, que não fosse merecida. Ocorre que a ideia, então, era menos fazer justiça segundo os autos e mais fazer justiça de classe. Uma empresária foi usada como a Geni do Brasil, enquanto, como é mesmo?, “a nossa pátria mãe dormia tão distraída, sem saber que era subtraída em tenebrosas transações”.
As operações espetaculosas da Polícia Federal — que têm a marca Márcio Thomaz Bastos, reitero — eram engendradas enquanto larápios se ocupavam de tomar grana do Branco do Brasil, por exemplo, para financiar operações políticas que eram do interesse do Palácio do Planalto e do petismo. Atenção! R$ 70 milhões do BB foram parar nas agências de Marcos Valério. Ao verificar os serviços prestados, encontrou-me menos de 1% do prometido. Era tudo mentira. Tranchesi sonegou impostos, deixou de arrecadar dinheiro para os cofres públicos. Tinha de ser punida, sim! — não humilhada, que isso é coisa de estado totalitário. Já o Banco do Brasil foi roubado, surrupiado. Esses são os nomes. Mas, claro!, a exemplo dos presos do filme “Carandiru”, todos são “inocentes”.
Por que escrevo esses parágrafos? Muitos ficaram chocados  — “Oh, que exagero!” — com o procurador-geral da República, Roberto Gurgel, quando ele pediu, clara e abertamente, a prisão dos protagonistas do mensalão. É mesmo, é? Por quê? Então estamos tão narcotizados por essa quadrilha que não podemos nem cogitar a hipótese de que gente que rouba um banco público para financiar larápios mereça mesmo é cana? Por quê? Um sonegador deixa de arrecadar — e merece ser punido, sim! Mas um ladrão subtrai. Um deixa de acrescentar o que deve; o outro tira o que não lhe pertence.
Disse Roberto Gurgel:
“Confiante no juízo condenatório dessa Corte Suprema e tendo em vista a inadmissibilidade de qualquer recurso com efeito modificativo da decisão plenária, que deve ter pronta e máxima efetividade, a Procuradoria-Geral da República requer, desde já, a expedição dos mandados de prisão cabíveis imediatamente após a conclusão do julgamento (…). Espera-se a condenação de 36 dos réus e a expedição dos mandados de prisão cabíveis. Em princípio, é algo que se aplica a todos”.
Que o leitor entenda tudo direitinho. Não estou dizendo que Eliana Tranchesi não deveria ter arcado com as consequências de seus atos, não! Deveria, sim! Em 2005, ainda no site “Primeira Leitura”, escrevi um longo texto a respeito (ver post nesta página). Eu só estou apontando agora, em 2012, sete anos depois, a grande ironia: ninguém menos do que Márcio Thomaz Bastos (aquele diante do qual se ajoelha, retoricamente ao menos, o ministro Ricardo Lewandowski), então chefe da PF que prendeu Tranchesi naquela megaoperação, é advogado de um dos acusados do mensalão e o grande esteio da defesa dos réus. Os crimes, sem sombra de dúvida, existiram. Os advogados tentarão, a partir de segunda-feira, demonstrar que nunca houve criminosos!
Cadeia, sim! Parabéns a Roberto Gurgel, procurador-geral da República, por ter tido a coragem de chamar as coisas pelo nome que elas têm.
Chateados
Advogados que defendem os réus, alguns deles com muita penetração no que o petismo chama “mídia”, encarregaram-se de espalhar a falácia de que a denúncia de Gurgel é fraca e não traz evidências. Não é verdade! Ao contrário. Seu relatório foi muito mais consistente do que se imaginava. Os crimes estão perfeitamente caracterizados — são, na verdade, inegáveis —, e ele evidenciou, com clareza meridiana, as ocorrências segundo o que se chama em direito o “domínio dos fatos”.
Em alguns casos, a prova grita. Fim de papo! O sujeito foi lá e sacou a grana do esquema no banco. “Ah, mas era para pagar dívida de campanha…” Tanto pior se fosse! Mas poderia ser para comprar leite para os gatinhos “em situação de vulnerabilidade”, como diriam os esquerdopatas amorosos hoje em dia. Em outros casos, a prova é menos escandalosa porque deriva da ação mais sorrateira.
A defesa ficou, na verdade, chateada. Muitos por ali estavam acostumados a engravidar jornalistas pelo ouvido — “Ó, não há provas, tá?” —, que saíam por aí a reproduzir a inverdade. Ainda persiste, por exemplo, a falácia de que prova mesmo, de verdade, só com ato de ofício — um documento assinado. Não é o que está no Código Penal nem na lógica, já que o profissional da roubalheira, por óbvio, não assina papel.
Não caiam nessa conversa! A verdade é que a acusação do procurador surpreendeu os próprios advogados de defesa pela contundência. Do emaranhado gigantesco de acontecimentos, Gurgel conseguiu chegar a uma narrativa coerente, recheada de provas, a demonstrar que aquilo a que se chamou “mensalão” foi o mais ousado esquema de corrupção montado no seio do estado brasileiro.
Não por acaso, ele abriu o seu texto citando “Os Donos do Poder”, de Raymundo Faoro. O mensalão é nada menos que um aggiornamento do conhecido patrimonialismo, agora temperado por seu oposto combinado: o gangsterismo que se formou para supostamente lhe dar combate. O filme-símbolo do período que vivemos é “On the Waterfront” — ou “Sindicato de Ladrões”, como ficou conhecido no Brasil. Quem não viu deve fazê-lo hoje mesmo. Está em todas as locadoras e deve ser achável na Internet.
Os 11 do Supremo vão dizer se roubar o Banco do Brasil é normal.
Os 11 do Supremo vão dizer se roubar dinheiro público é normal.
Os 11 do Supremo vão dizer se conceder benefícios a um banco privado em troca de grana é normal.
Os 11 do Supremo vão dizer se comprar parlamentares e partidos com dinheiro sujo é normal.
Os 11 do Supremo vão dizer se agências de publicidade pagando parlamentares em nome de um partido é normal.
Os 11 do Supremo vão dizer se pagar em 2003 uma campanha eleitoral feita em 2002, em moeda estrangeira, no exterior, ao arrepio de qualquer controle, é normal.
Os 11 do Supremo vão dizer, em suma, se a safadeza deve ser tomada como a medida da normalidade brasileira.
Para tanto, eles têm inteira clareza do domínio dos fatos. Uma coisa é certa: nenhum deles será esquecido. O poder petista, à diferença dos diamantes, não é eterno. Mas a memória histórica é, sim! Enquanto houver Brasil, haverá os 11 ministros que julgaram os réus do que se chamou “mensalão”. 
Por Reinaldo Azevedo
REV VEJA

Onze juízes em nome do Brasil


 Quem são, o que pensam e como votam os integrantes do Supremo Tribunal Federal – protagonistas do julgamento mais importante da história recente do Brasil
EUMANO SILVA
ÉPOCA
As atenções dos brasileiros se voltam, desde a última quinta-feira, dia 2 de agosto, para nove homens e duas mulheres sentados em volta da mesa em “U” do plenário do Supremo Tribunal Federal (STF), na Praça dos Três Poderes, em Brasília. Em circunstâncias normais, os 11 representantes de toga da instituição máxima da Justiça no país despertam pouco interesse na população.
Circulam incógnitos pelas ruas sem ser reconhecidos.
Desde a semana passada, eles se transformaram em estrelas do mais peculiar, complicado e simbólico julgamento da história do Supremo. Pelo número e relevância dos réus, pelo volume das investigações e pela complexidade das denúncias, o julgamento do mensalão supera todas as decisões anteriores do STF.
Os brasileiros acompanham pela televisão o destino dos envolvidos com o maior escândalo político da história recente do país.
Nascido com as denúncias feitas pelo então deputado Roberto Jefferson (PTB), o processo do mensalão recebeu o registro formal de Ação Penal 470. Dependendo do resultado, a vida política do país poderá se dividir em antes e depois deste julgamento.
Ele servirá como referência para os limites de tolerância com a mistura entre o público e o privado. Balizará a questão da independência dos Poderes, posta em xeque com a promiscuidade entre Executivo e Legislativo evidenciada no caso. Estará em jogo, ainda, a imagem dos oito anos do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Os 11 escolhidos para decidir o destino dos 38 réus do mensalão percorreram caminhos distintos e sinuosos antes de chegar ao momento máximo da carreira. A começar por quem os indicou – cinco presidentes da era democrática do país.
Dos atuais integrantes do STF, dois foram indicados por Dilma Rousseff, seis por Luiz Inácio Lula da Silva, um por Fernando Henrique Cardoso, um por Fernando Collor de Mello e um por José Sarney.
No cargo, alguns se comportam em sintonia com seu padrinho. Outros repelem o estabelecimento de sintonia com os presidentes.
Uma observação atenta da biografia dos ministros do Supremo permite concluir que eles formam um colegiado eclético também na origem e na formação profissional. Dos 11, três nasceram no Rio de Janeiro, uma em Porto Alegre e os outros sete em cidades do interior.
Pelo critério de naturalidade, representam as cinco regiões brasileiras. Entre eles, estão juízes de carreira, advogados e integrantes do Ministério Público.
Há um ex-petista, um ex-assessor do governo Collor e um amigo da família do ex-presidente Lula.
Na composição atual do STF, há ministros indicados por cinco presidentes diferentes
Nas questões doutrinárias, com variantes, nota-se a presença vocal de uma corrente que valoriza a presunção de inocência e o direito de defesa – fato que os leva a ser menos rigorosos na aplicação de penas e, por isso, apoiar decisões que tendem a facilitar a vida dos réus.
No jargão jurídico, são chamados de “garantistas”. Costumam seguir essa linha os ministros Gilmar Mendes, Celso de Mello e Marco Aurélio Mello.
Na direção oposta, seguem ministros que levam em consideração a repercussão social de suas decisões, suas implicações práticas e aquilo que elas trazem de pedagógico na história do país.
É aquilo que os juristas americanos costumam, por oposição ao “garantismo”, chamar de “ativismo”.
Encaixa-se nesse perfil o ministro Joaquim Barbosa, cuja origem é o Ministério Público. O próprio presidente do Supremo, Ayres Britto, pode ser chamado de ativista, na medida em que gosta de julgar causas de alta repercussão para a sociedade, como a união civil homossexual.
O choque de doutrinas no plenário se confundirá com o embate de 11 personalidades fortes e vaidade justificada por suas carreiras bem-sucedidas.
No maior exemplo da singularidade da Ação Penal 470, o caso do mensalão, quase todos os ministros que participam do julgamento, em algum momento, tiveram alguma relação com o processo ou com envolvidos nas investigações.
Dois tiveram de responder o que pensavam do mensalão quando foram sabatinados pelo Senado. Alguns se envolveram em bate-bocas públicos sobre o processo, que desgastaram a imagem do STF.
A capacidade de tomar decisões de alta complexidade, sob intensa pressão, exige preparo emocional (que tem faltado) e jurídico (que sempre demanda aprendizado). Um fato, no entanto, sobressai.
Oito dos 11 ministros foram nomeados por presidentes petistas. O escândalo do mensalão afeta diretamente a imagem do PT – e, mesmo assim, o resultado do julgamento é imprevisível. Prova da maturidade democrática do país, em que os poderes prezam, acima de tudo, sua independência.
Este é um trecho da reportagem de capa de ÉPOCA.
DO R.DEMOCRATICA

Panes nos trens de SP. Cadê?

Em 26 de Junho este blogueiro estava curioso em saber o porque após o governo de São Paulo ameaçar "veladamente" os sindicatos dos metroviários e dos ferroviários com investigações sobre as estranhas panes que aconteciam no transporte sobre trilhos na capital. AQUI, para relembrança. Já se passaram quase dois meses e os trens não deram mais pau.
A população não apoiou a greve politica dos metroviários e o governo avisou que iria usar a polícia para investigar as panes....Tudo parou.
Isso só comprova que nem todos, mas a imensa maioria dos problemas de panes nos trens e metrôs de SP é coisa de gente a serviço das Ratazanas Vermelhas.
Como a velha técnica de sabotar a população deixando-a sem transporte não deu resultado, chamaram o Marcola e passaram a matar puliças.
Agora pára completar o quadro, só falta a greve da APEOESP para nos brindar com mais do mesmo de sempre pelos votos dos otários que se phodem com essas manobras vagabundas mas continuam votando nos PTralhas.
E o Fernando Meninomalufinho Haddad não decola. 
O Sebento tá phudido e não está podendo subir em palanques para mentir, cusparar na platéia e  nem acusar seus opositores. 
As Ratazanas em SP estão à beira de um chilique!!!
E a população que pensa agradece todos os dias por não ter que ouvir a voz daquela ameba de Garanhuns.
Obrigado MeoDeos por calar o verme nonadáctilo!!!
E PHOD@-SE!!!
DO MASCATE

REFINARIA LANÇADA POR LULA HÁ QUASE 2 ANOS É HOJE APENAS UM MATAGAL DISPUTADO POR ÍNDIOS

No terreno da refinaria apenas vestígios da terraplanagem
Dezoito meses após o lançamento da pedra fundamental pelo então presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que três dias depois passaria o cargo a Dilma Rousseff, a refinaria cearense Premium 2, apontada como prioritária pela Petrobrás, não passa de um enorme terreno abandonado.
Os quase 2 mil hectares destinados ao empreendimento da petroleira não foram nem sequer cercados. Não há sinais de obra. O terreno está tomado por vegetação cerrada, cortada por trilhas e estradas esburacadas de movimento quase inexistente.
O local onde houve a solenidade com a presença de Lula e do governador do Ceará, Cid Gomes (PSB), não foi sequer limpo. Placas de orientação aos convidados estão jogadas no matagal. Em uma delas, de fundo branco e letras negras, era legível os trechos "Creden" e "Convid", provável referência ao credenciamento de convidados. O restante da placa desapareceu.
Na clareira em que ocorreu a cerimônia permanecem os tocos de madeira em que foram presas as tendas montadas para as autoridades. No solo empoeirado e coberto de mato rasteiro, se avistam as pedras de brita espalhadas para evitar que, se chovesse, tudo virasse um lamaçal. A placa alusiva ao evento, descerrada por Lula, desapareceu.
O principal entrave ao início da obra é fundiário, embora seja uma obra cara, orçada em US$ 11,4 bilhões e a Petrobrás, em seu Plano de Negócios 2011-2016, tenha cortado R$ 5 bilhões dos gastos destinados ao refino.
Índios da tribo anacé reivindicam a área. Sem autorização da Fundação Nacional do Índio (Funai), a Petrobrás não pode começar a trabalhar no terreno, embora equipes terceirizadas que realizam levantamentos arqueológicos já estejam no local. O atraso no começo da construção da refinaria já soma três anos. Em agosto de 2008, os governos federal e cearense definiram que em 2009 o terreno começaria a ser desmatado e terraplenado. Leia MAIS
DO ALUIZIO AMORIM

O valerioduto ainda opera


Investigações do ministério público indica que empresas ligadas ao publicitário Marcos Valério continuam a receber recursos públicos por meio de contratos feitos com pelo menos dois ministério e estatais

Por Claudio Dantas Sequeira
e Izabelle Torres

IstoÉ
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O publicitário Marcos Valério é considerado um dos maiores arquivos vivos da história recente do País. Acusado de ser o operador do esquema de corrupção que escoou milhões em recursos públicos para o caixa de partidos e políticos, Marcos Valério certamente é, entre os 38 réus do processo do mensalão, o que teria mais a revelar. No entanto, nos últimos sete anos, apesar de ter sido preso, desmoralizado publicamente e vivido às voltas com processos de cobrança na Justiça de uma dívida de pelo menos R$ 83 milhões, Valério manteve-se em silêncio. Mesmo sob o risco de ser condenado no STF a 43 anos de prisão, o publicitário mineiro permanece calado. Para o Ministério Público, o mutismo de Valério significa apenas um trunfo esperto, uma espécie de moeda de troca contra os mesmos políticos que ajudou lá atrás. Esse jogo de barganha estaria servindo ao propósito de manter o Valerioduto em plena atividade. Novas investigações, que correm em sigilo, e o cruzamento de contratos públicos feitos por ISTOÉ indicam que Marcos Valério segue faturando alto, operando de forma mais discreta com a ajuda de novos intermediários e empresas.
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Uma das principais conexões do Valerioduto, segundo o MP, é a empresa T&M Consultoria, que pertence ao advogado Rogério Tolentino, velho amigo, ex-sócio, um dos réus do mensalão e parceiro de Marcos Valério nos esquemas de corrupção. Documentos em poder do Ministério Público de Minas Gerais indicam que, apesar de não serem mais sócios formais, Valério e Tolentino dividem os lucros das consultorias e serviços prestados pela T&M a empresários interessados em vencer licitações em órgãos públicos. Uma das clientes da T&M é a ID2 Tecnologia. Com sede em Brasília, a pequena empresa, que tinha atuação inexpressiva na Esplanada, deu um salto invejável no seu faturamento. Após a intervenção da dupla Tolentino-Valério, a ID2 fechou vários contratos, um de R$ 15 milhões com o Ministério do Turismo e outro de R$ 14 milhões com a Fundação Nacional de Saúde (Funasa).
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Os dois negócios da ID2, porém, foram reprovados pelos órgãos de controle. A Controladoria-Geral da União (CGU) encontrou superfaturamento de R$ 11 milhões no contrato do Ministério do Turismo. No caso da Funasa, segundo auditoria do Tribunal de Contas da União (TCU), assinada pelo ministro Aroldo Cedraz, o contrato não foi cumprido de forma integral, faltando comprovações sobre o destino de pelo menos 24% dos recursos pagos. A ID2 nega qualquer relação com Tolentino e Valério. Procurado por ISTOÉ, o diretor de operações da empresa, Jessé Rovira, chegou a dizer que não tinha prestado serviço à Funasa. Confrontado com as ordens de pagamento do Ministério da Saúde, voltou atrás e admitiu a existência do contrato. “Foi entregue um sistema logístico para compra de medicamentos, que está implantado e em funcionamento”, disse Rovira, alegando desconhecer o parecer do TCU. A ID2 também foi contratada pelo Ministério dos Transportes para prestar serviços à Valec, estatal que foi alvo de ação recente da Polícia Federal. Na operação, foi preso o presidente da Valec, José Francisco das Neves, o Juquinha, ligado ao deputado Valdemar Costa Neto, cacique do PR e um dos réus do mensalão.
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O advogado de Marcos Valério, Marcelo Leonardo, negou para a ISTOÉ a nova sociedade de seu cliente com Tolentino. Mas admitiu que o publicitário tem ampliado seu leque de atuação. “Ele possui um escritório de consultoria empresarial e de negócios”, disse o advogado. Este escritório vem a ser o mesmo usado por Tolentino no sexto andar do número 925 da rua Sergipe, no bairro Savassi, em Belo Horizonte. “Eles dividem o espaço, mas atuam de forma independente”, diz Leonardo. O advogado não esclarece que tipo de consultorias são essas.
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Outra possível extensão do Valerioduto na mira do Ministério Público é a agência Fields Comunicação, criada pelo fotógrafo publicitário Sidney Campos. Pouco conhecido no mercado até recentemente, Campos é tratado em Brasília como “pupilo” de Valério. O início da parceria entre os dois foi o que chamou a atenção do MP. Em 2003, a SMP&B de Valério ganhou o contrato de publicidade da Câmara Legislativa do Distrito Federal na gestão do então deputado Benício Tavares (PMDB). O contrato 013/03 da SMP&B era compartilhado com a agência M. Cohen, que passou às mãos de Sidney Campos na assinatura do primeiro aditivo contratual. Campos depois mudou o nome da empresa para DCR Comunicação e logo virou o controlador do contrato. Em outubro de 2005, temendo ser envolvido com o escândalo do mensalão, o deputado Tavares (que foi denunciado em junho por corrupção passiva e lavagem de dinheiro), aconselhou Valério a retirar a SMP&B da conta da Câmara Legislativa. Planilhas de despesas de propaganda obtidas por ISTOÉ revelam entretanto que a SMP&B, mesmo não fazendo parte formalmente do contrato, continuou recebendo os pagamentos. Um relatório do terceiro trimestre de 2006 mostra que a Câmara emitiu um total de nove notas fiscais em nome da DCR, mas com o CNPJ da SMP&B. A maquiagem nos documentos oficiais permitiu que a agência de Marcos Valério embolsasse, só naquele período, mais de R$ 5 milhões.
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A possível fraude, no entanto, rendeu muito mais. O mesmo contrato de publicidade da Câmara Legislativa, assinado em 2003, recebeu cinco aditivos seguidos, estendendo sua duração até 2008. Seu valor saltou dos R$ 9 milhões iniciais para quase R$ 52 milhões. Auditores do Tribunal de Contas do DF, com base em questionamento da procuradora Claudia Fernanda, além de considerarem ilegal a prorrogação do contrato após a saída da SMP&B, também identificaram um prejuízo aos cofres públicos de mais de R$ 4 milhões – e isso numa amostragem de 40% das notas fiscais. Com o fim do contrato com a Câmara, a DCR Comunicação passou a operar com outro CNPJ, em nome de DCR Marketing e Propaganda. Campos rebatizou a empresa com o nome de Fields Comunicação. Naquele mesmo ano de 2008, conseguiu a conta de publicidade do Ministério do Esporte, na gestão de Orlando Silva. O que também intrigou os procuradores é que, antes de Campos, quem cuidava da publicidade do Esporte era justamente Marcos Valério, por meio da SMP&B. Alvo da CPI que investigou o mensalão em 2005, esse contrato da SMP&B com o Ministério do Esporte sofreu auditorias. A devassa encontrou diversas irregularidades, entre elas o direcionamento de patrocínios para entidades de Minas Gerais, subcontratações, pagamentos indevidos de honorários e fraudes na comprovação de despesas.
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Apesar de o MP ver indícios de que Valério estaria por trás de Sidney Campos, o dono da Fields Comunicação nega conhecer o pivô do mensalão. “Nunca o vi, nem me reuni com ele”, diz. Procurado pela reportagem da ISTOÉ, Sidney também negou inicialmente que fosse sócio da DCR Comunicação quando a empresa atuava na Câmara Legislativa. Confrontado, porém, com os documentos internos da Câmara, ele acabou admitindo sua participação na agência e no polêmico contrato. “Mas nunca repassei dinheiro para a SMP&B”, afirma. O publicitário atribui seu sucesso ao talento para atrair celebridades para peças publicitárias de órgãos públicos, sem pagamento de cachê. Foi assim, segundo ele, no convite a Pelé e Ronaldo Fenômeno para estrelarem a campanha da Copa de 2014. O contrato de divulgação de grandes eventos esportivos, avaliado em R$ 44 milhões, também foi entregue à Fields.
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O Ministério Público investiga os passos de Marcos Valério em outras fontes também. Segundo um procurador que pede anonimato, o publicitário tem se movimentado para operar ainda nos setores de petróleo e construção civil, de olho principalmente na reforma de aeroportos, como o de Confins. Prospecta igualmente oportunidades de negócios com a Copa de 2014 e a Olimpíada de 2016. Nessa linha, o MP amplia sua investigação para a atuação das agências MG5 e Solimões Publicidade, que têm como donos Ramon Hollerbach e Cristiano Paz, ex-sócio de Valério. Chama a atenção dos procuradores o fato de que Valério e seus ex-parceiros, mesmo com seus bens bloqueados judicialmente e sem renda aparente, conseguem manter um alto padrão de vida. Valério, por exemplo, adquiriu nos últimos três anos duas casas de alto padrão localizadas em Minas Gerais. Além de registrar os imóveis em nome da filha, ele declarou valores bem abaixo dos de mercado. Uma das casas, comprada oficialmente por R$ 550 mil, valia pelo menos o dobro no mercado à época da transação, em 2009. O advogado de Valério alega que os imóveis são da filha, de apenas 21 anos, e estão declarados à Receita Federal.
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 A situação atual de Valério é bem diferente daquela imediatamente posterior ao escândalo do mensalão e ao bloqueio de bens. Na ocasião, alegando estar sem dinheiro, o publicitário pediu à mulher, Renilda Santiago, que procurasse o ex-tesoureiro Delúbio Soares em seu apartamento em São Paulo, onde ficou recluso durante meses. A proposta de Valério era de que o PT quitasse seus cartões de crédito e lhe pagasse R$ 100 mil por mês, caso contrário ele contaria tudo sobre o mensalão. A situação de penúria de Valério parece que durou pouco. 
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Fotos: Cláudio Cunha/1º Plano; Daniel Ferreira/CB/D.A Press; Alan Marques/Folhapress; Adriano Machado
05.Ago.12