sexta-feira, 27 de janeiro de 2017

O novo Brasil vai atropelar quem obstruir o caminho da Lava Jato

Ai do ministro que ceder à tentação de barrar o avanço da ofensiva contra a corrupção


Pouco importa o nome do próximo relator dos casos da Lava Jato no Supremo Tribunal Federal, cujas atribuições incluem a homologação dos acordos de delação premiada. A ofensiva contra a corrupção sempre esteve acima dos humores e opiniões de Teori Zavascki. Da mesma forma, não estará subordinada aos impulsos e vontades da toga encarregada de substituir o ministro morto.
A operação que ontem decretou a prisão de Eike Batista e outros vigaristas sempre dependeu do apoio militante dos milhões de brasileiros decentes, todos fartos de ladroagem, cinismo e impunidade. Ai do ministro que ceder à tentação de obstruir a dedetização dos porões do país. Será varrido pela nação do país decidido a castigar exemplarmente a trupe de farsantes liderada por Lula.
Ninguém mais segura a Lava Jato. Palavra do novo Brasil. DO A.NUNES

Lula é Eike Batista amanhã

O ex-presidente e o empresário falastrão nasceram um para o outro: ambos são vendedores de nuvens

eike-lula
 Lula é o Eike Batista da política e Eike é o Lula do empresariado, constatou na primeira linha o texto que evocou, em outubro de 2013, um punhado de semelhanças entre os dois destaques do elenco da Ópera dos Vigaristas. Um era o inventor do Brasil Maravilha, que só existe na papelada registrada em cartório. Outro era o fundador do Império X ─ no caso, X é igual a nada.
O pernambucano gabola que inaugurava uma proeza por dia se elogiava de meia em meia hora por ter feito o que não fez. O mineiro mitômano que ganhava uma tonelada de dólares por minuto se cumprimentava o tempo todo pelo que disse que faria e não fez.
O presidente onisciente, onipresente e onipotente, entre outros colossos, prometeu inaugurar em 2010 a transposição das águas do São Francisco. O rio permanece no mesmo leito. O empreendedor milagreiro driblava o tempo com gerúndios e verbos no futuro vivia fazendo superportos e plataformas marítimas de assustar engenheiro inglês. Não saiu da maquete sequer a reforma do Hotel Glória.
Lula se intitulou o maior dos governantes desde Tomé de Souza sem ter produzido uma única obra física visível a olho nu. Eike entrou e saiu do ranking dos bilionários da revista Forbes sem que alguém conseguisse enxergar a cor do dinheiro.
Lula berrava em 2007 que a Petrobras tornara autossuficiente em petróleo o país que, graças às jazidas do pré-sal, logo estaria dando as cartas na OPEP. A estatal foi destruída pelo maior esquema corrupto do mundo e o Brasil importa combustível. Eike não parava de encher barris com o produto de jazidas que continuram intocadas nas funduras do oceano. Os lucros que extraiu vieram dos cofres assaltados pelo bando do Petrolão.
Político de nascença, Lula enriqueceu como camelô de empreiteiros. Filho de um empresário muito competente, Eike adiou a falência graças a empréstimos fabulosos do BNDES (com juros de mãe extremosa e prestações a perder de vista), parcerias com estatais (sempre prontas para financiar aliados do PT com o dinheiro dos pagadores de impostos) e adjutórios obscenos do governo federal.
Lula só poderia chegar ao coração do poder num lugar onde tanta gente confia em eikes batistas. Eike só poderia ter posado de gênio dos negócios num país que acredita em lulas.
É natural que tenham viajado tantas vezes no mesmo jatinho. É natural que se tenham entendido tão bem. Nasceram um para o outro. Os dois são vendedores de nuvens. Mentem mais que espião de cinema. Enquanto festejavam a fortuna da Petrobras guardada no fundo do mar, saquearam a empresa em terra firme. Era previsível que tivessem o mesmo destino.
Nesta quinta-feira, o Brasil soube que o empresário apresentado pelo ex-presidente como exemplo para o país vai purgar na cadeia seus incontáveis pecados. O ex-presidente promovido pelo empresário a estadista do século logo percorrerá o caminho que passa por um tribunal e termina numa cela. Lula é Eike amanhã. DO A.NUNES

Não há mais como frear delações da Odebrecht

Com a confirmação dos termos do depoimento de Marcelo Odebrecht, reinquirido em Curitiba, as atenções se voltam para a ministra Cármen Lúcia. A plateia fica na expectativa para saber se a presidente do Supremo Tribunal Federal vai homologar, ela própria, esse acordo de colaboração do ex-presidente e herdeiro da Odebrecht e também os outros 76 acordos de executivos da empreiteira.
Se quiser, a ministra pode se escorar num pedido de urgência do procurador-geral da República Rodrigo Janot e liberar os acordos até terça-feira, quando termina o recesso do Judiciário. Se preferir, Cármen Lúcia pode transferir a batata quente para o próximo relator da Lava Jato, a ser escolhido na semana que vem.
A essa altura não há mais espaço para deixar de homologar as delações da Odebrecht. O que se discute é se isso vai ser feito imediatamente ou em fevereiro. O substituto de Teori Zavascki na relatoria da Lava Jato será escolhido por sorteio. Seja quem for, não ousará brecar delações feitas espontaneamente, que se revelaram importantes para as investigações.
Os olhos estão voltados para o Supremo. Mas é na primeira instância que a homologação das delações é aguardada com mais ansiedade. A Lava Jato vai mudar de patamar. Como disse o procurador Deltan Dellagnol em entrevista, a operação vai dobrar de tamanho e dará à luz novos filhos ao redor do Brasil.
Houve espanto no Planalto com essa declaração. Em Brasília, há uma torcida para que a Lava Jato tenha um fim. Não acabará tão cedo. A amplitude das investigações causa um certo desespero. Mas o desespero pode ser útil. Antigamente, o brasileiro se perguntava: onde é que nós vamos parar. Hoje, autoridades e políticos é que se perguntam: quando vão nos deter? DO J.DESOUZA

A essa altura, delação de Cabral seria zombaria


Preso desde novembro, Sérgio Cabral, ex-governador do Rio, tornou-se um frequês da Lava Jato. Ignorando seus desmentidos, os investigadores levaram à vitrine um esquema que lavou, engomou e enviou para fora do país pelo menos US$ 100 milhões desviados do erário fluminense. Um dos comparsas de Cabral, o ex-bilionário Eike Batista, é considerado foragido. Com o teto do seu bunker de fantasias a desabar-lhe sobre a cabeça, Cabral sinaliza a intenção de tornar-se um delator. Em troca, quer deixar o ambiente inóspito da hospedaria de Bangu's Inn.
A delação tem mais lógica quando o peixe miúdo entrega os tubarões. Adepto do estilo ‘propina-ostentação’, Cabral não é propriamente uma sardinha. Tratá-lo como um personagem menor, a essa altura, seria como tentar acomodar uma baleia dentro de uma banheira jacuzi. Conceder-lhe benefícios judiciais num instante em que o governo do Rio, quebrado, reivindica socorro da União seria uma zombaria com a sociedade fluminense, com a populacão brasileira e com a própria lógica. Alguém tem que ser punido exemplarmente. DO J.DESOUZA

"TV - O Império da Mentira"

Por Ipojuca Pontes
O Grande Inquisidor - personagem de Dostoiévski que condenou Jesus Cristo à fogueira quando do seu retorno ao mundo, na Idade Média - proclamou o Milagre, o Mistério e a Autoridade como elementos fundamentais para subjugação da consciência humana. Cardeal de Sevilha, na qualidade de jesuíta, considerava o conceito de liberdade disseminado por Cristo uma carga por demais pesada a ser suportada pelos seres humanos. No entender do jesuíta, os homens seriam felizes se conduzidos como rebanho, longe do ônus do livre arbítrio que traria consigo sofrimento e dor.
Bem observado, a exploração da tríade evocada pelo Grande Inquisidor se encaixa à perfeição como lei básica a reger a televisão, em nossos dias o mais formidável instrumento de lavagem cerebral criado para domesticar os indivíduos. A rigor, há décadas a TV vem avassalando as massas.
De fato, tal qual um vírus letal, tanto nas chamadas democracias liberais quanto nos regimes totalitários, a onipresente TV se infiltrou no âmago humano e se impôs, em tom de farsa, como pretenso Portal da Verdade.
Na dura realidade, gerações inteiras só tomam conhecimento dos fatos manipulados pela ótica da TV, outrora considerada uma "máquina de fazer doido", sem perceber que ela estabeleceu, em escala planetária, o Império da Mentira.
Voltemos ao Cardeal de Sevilha e o Milagre na TV?
Antes de tudo, é preciso admitir que ela mesma é um prodígio de transmissão (em som e imagem) amoldado à existência humana. No figurino de um eletrodoméstico, a TV vive de prometer milagres que nunca se cumprem, deixando o pobre mortal à mercê de maravilhas que ninguém sabe quando virão.
Exemplos? Há mais de quatro décadas, o "Fantástico" da Rede Globo anuncia tratamentos miraculosos contra o infarto, o câncer ou a doença do Alzheimer, sempre acalentando a perspectiva de que mais dia menos dia a cura de cada um desses males estará ao alcance de todos.
Há casos mais ostensivos: no Brasil (como, de resto, mundo afora), milhares de pastores mostram na TV aberta paralíticos que passam a andar, uma vez livres dos demônios, como modelos numa passarela.
Em outras ocasiões, ao vivo, depois de abençoados, dezenas de ex-miseráveis anunciam que se tornaram milionários da noite para o dia. Ou vemos/ouvimos relatos de casais, anteriormente infelizes que, por artes divinais, passaram a viver em um mar de rosas. É a TV a serviço do miraculoso.
(Já foi dito que a televisão é um circo infestado de palhaços, programas de auditório com bailarinas e roqueiros em desbunde, atores, novelas que se repetem infindavelmente, animadores, pilantras et cetera - em suma, um show em ato contínuo exibindo corridas de auto, lutas de MMA, partidas de futebol e mil peripécias imprevisíveis, tudo, afinal, para nos livrar do "tedium vitae".
No seu lado tido como "sério", para sacolejar as consciências anestesiadas e preencher o vazio das almas, a TV se esmera em explorar, exaustivamente, nos seus noticiários, desastres pavorosos, atentados terroristas, hecatombes, estupros, sequestros e fatalidades as mais escabrosas, transformando a tragédia humana em horrendo espetáculo tinto de sangue.
(Mas circula na praça versão da teoria compensatória segundo a qual, com a transmissão de desgraças, a "máquina de fazer doido", de forma subliminar, procura demonstrar que a vida do espectador, por infeliz que seja, é mais tolerável do que a das vítimas expostas na telinha. Sem esquecer, é claro, que manter a boa audiência significa a alegria do departamento comercial).
E o Mistério? Na TV, o mistério parece impenetrável à razão humana, quem sabe um enigma obscuro só decifrável por poucos iniciados que, às escondidas, manipulam a engrenagem. Para uns, trata-se de mistério maior que o da Santíssima Trindade, que envolve Pai, Filho e Espírito Santo numa só pessoa.
Certa vez, um executivo do ramo revelou que o segredo enigmático da TV é que ela, nivelando tudo por baixo, descobriu a "igualdade", eterna aspiração de espíritos acadêmicos. Pelo "tubo mágico", dizia ele, todos seriam transformados em "escravos da igualdade". Por ironia, em paralelo, um destrutivo escritor americano, Norman Mailer, declarou que o mistério da TV é ela manter audiência "apresentando tão baixo nível de qualidade". O paradoxo de Mailer decifrou, na bucha, o Mistério nada misterioso da TV - uma descoberta mantida em sigilo sepulcral pelos seus mentores.
De todo modo, na sua homilia o Grande Inquisidor jamais tornou claro o papel desempenhado pelo Mistério na busca da felicidade terrena, salvo considerá-lo fundamental para subjugação da consciência humana.
Já o papel da Autoridade, para ele, era tudo. Segundo pontificou, a autoridade deveria se impor pela força legal (no seu caso, o castigo da fogueira na Santa Inquisição), ou na maciota, pelo poder da palavra, da dissuasão e do engodo. Esta, tudo indica, tem sido a estratégia adotada pela gente da TV, especialmente na área do jornalismo (onde despontam, em circuito interno, figuras como Bonner e William Waack), assunto que abordaremos no próximo artigo.
Ipojuca Pontes cineasta, jornalista, e autor de livros como 'A Era Lula', 'Cultura e Desenvolvimento' e 'Politicamente Corretíssimos', é um dos mais antigos colunistas do Mídia Sem Máscara. Também é conferencista e foi secretário Nacional da Cultura. DO DEMAIS

Juízes do gabinete de Teori concluem audiências com delatores da Odebrecht


Os juízes auxiliares do Supremo Tribunal Federal (STF) concluíram nesta sexta-feira (27) as audiências com os 77 executivos e ex-executivos da empreiteira Odebrecht que fecharam acordo de delação premiada no âmbito da Operação Lava Jato.
Esses juízes atuam no gabinete de Teori Zavascki. Ministro da Corte desde 2012, Teori morreu na semana passada, após queda de avião em Paraty (RJ). Ele era o relator dos processos da Lava Jato no Supremo.
Nas audiências com os executivos e ex-executivos da Odebrecht, os juízes perguntaram aos delatores se as informações foram prestadas nos depoimentos de livre e espontânea vontade, sem coação por parte dos investigadores.
Concluída esta fase, a expectativa agora se volta para a homologação dos acordos, o que dá validade jurídica às colaborações e permite ao Ministério Público pedir investigações sobre políticos e operadores citados.
Um dos últimos delatores ouvidos no trabalho de checagem das delações foi o ex-presidente e principal herdeiro do grupo, Marcelo Odebrecht, que participou da audiência no presídio onde está, em Curitiba (PR

Audiências com os delatores

As audiências, de cerca de 30 minutos, foram feitas pela equipe de Teori Zavascki. Os assessores do gabinete receberam os delatores no STF ou viajaram até as cidades onde eles moram ou estão presos.
O trabalho começou nesta semana, após a presidente da Corte, Cármen Lúcia, autorizar as audiências.
A ministra tomou a decisão após se reunir com o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, que pediu agilidade ao caso.
A homologação poderá ser feita pela própria presidente do STF de forma fatiada ou deixada para o novo relator dos processos, ainda a ser definido (entenda o que diz o regimento do Supremo sobre a relatoria).DO G1

Lava Jato deve explicação sobre viagem de Eike


Agentes da Polícia Federal deixam a mansão de Eike Batista sem o prisioneiro
A ordem de prisão de Eike Batista consta de um despacho assinado pelo juiz federal Marcelo Bretas em 13 de janeiro de 2017. Mas só nesta quinta-feira (26), 13 dias depois da expedição do mandado judicial, os agentes federais foram à mansão do ex-bilionário, no Rio. Não o encontraram. Informou-se que decolara para Nova York dois dias antes, na noite de terça-feira.
Tacio Muzzi, delegado da Polícia Federal, saiu-se com uma explicação singela: “Em relação à viagem do senhor Eike Batista, não havia prévio conhecimento. Estava-se acompanhando a movimentação dos investigados e, na madrugada de hoje (26), chegou ao conhecimento que poderia ter saído para fora do país na data do dia 24, na parte da noite.” Hummmm.
A fala do doutor contém um paradoxo que resulta num déficit de explicação. Ora, se “estava acompanhando a movimentação dos investigados”, por que a Polícia Federal não teve “prévio conhecimento” do deslocamento do investigado-mor? Por que a força policial precisou de quase duas semanas para executar a ordem que os investigadores requisitaram ao juiz?
Advogado de Eike, Fernando Teixeira Martins, que trabalhou como agente da Polícia Federal de 2004 a 2015, acompanhou a batida de busca e apreensão na mansão do seu cliente. Disse que ele deseja retornar ao Brasil “o mais rápido possível” e tem a disposição de colaborar. Pode ser. Entretanto, se não for alcançado pelo Interpol, Eike só retorna se quiser. Leva no bolso um passaporte alemão. E não lhe faltam recursos.
A exemplo da Polícia Fderal, também a Procuradoria renderia homenagens aos controibuintes se dissesse meia dúzia de palavras sobre a mobilidade de Eike. Afinal, o juiz Marcelo Bretas anotou em seu despacho: “Caberá ao MPF [Ministério Público Federal] as providências devidas à execução das medidas.” Entre elas a prisão de Eike Batista.

Reprodução

Polícia Federal demorou 13 dias para procurar Eike Batista em sua mansão no Rio! Por quê?

Ex-vice de Cabral, Pezão é outro que não sabia!

Há no noticiário desta quinta-feira dois fatos relacionados ao Rio de Janeiro. Um é consequência direta do outro. Luiz Fernando de Souza, o Pezão, reuniu-se em Brasília com Michel Temer e o ministro Henrique Meirelles, da Fazenda. Trataram do socorro financeiro da União ao Estado do Rio.
No mesmo dia, a Polícia Federal foi às ruas para cumprir os mandados de prisão do empresário Eike Batista, que não foi encontrado, e outras pessoas acusadas de integrar uma quadrilha que desviou dos cofres do Rio pelo menos 100 milhões de dólares na gestão de Sérgio Cabral, que está preso.
Esse pedaço do escândalo da Lava Jato é 100% feito de PMDB. Sérgio Cabal é um dos símbolos do apodrecimento do partido de Michel Temer. Ele chegou a se oferecer como vice de Dilma Rousseff. Chegou mesmo a acalentar o sonho de se candidatar à Presidência da República. Para sorte do eleitor brasileiro, o sonho de Cabral encontra-se trancafiado no complexo penitenciário de Bangu.
No despacho em que autorizou as novas ações policiais, o juiz federal Marcelo Bretas disse que o Orçamento do Rio foi desvirtuado por um “custo-corrupção”. Para o magistrado, a roubalheira é uma das causas da ruína financeira do Rio. Pezão, o atual governador, era vice-governador de Sérgio Cabral.
Uma alma mal intencionada poderia dizer que, ao socorrer o correligionário Pezão, Michel Temer oferece diálogo a quem talvez mereça interrogatório. Maldade. Pezão, assim como tantos outros políticos brasileiros, certamente não sabia de nada.DO J.DESOUZA