sexta-feira, 27 de janeiro de 2017

Lava Jato deve explicação sobre viagem de Eike


Agentes da Polícia Federal deixam a mansão de Eike Batista sem o prisioneiro
A ordem de prisão de Eike Batista consta de um despacho assinado pelo juiz federal Marcelo Bretas em 13 de janeiro de 2017. Mas só nesta quinta-feira (26), 13 dias depois da expedição do mandado judicial, os agentes federais foram à mansão do ex-bilionário, no Rio. Não o encontraram. Informou-se que decolara para Nova York dois dias antes, na noite de terça-feira.
Tacio Muzzi, delegado da Polícia Federal, saiu-se com uma explicação singela: “Em relação à viagem do senhor Eike Batista, não havia prévio conhecimento. Estava-se acompanhando a movimentação dos investigados e, na madrugada de hoje (26), chegou ao conhecimento que poderia ter saído para fora do país na data do dia 24, na parte da noite.” Hummmm.
A fala do doutor contém um paradoxo que resulta num déficit de explicação. Ora, se “estava acompanhando a movimentação dos investigados”, por que a Polícia Federal não teve “prévio conhecimento” do deslocamento do investigado-mor? Por que a força policial precisou de quase duas semanas para executar a ordem que os investigadores requisitaram ao juiz?
Advogado de Eike, Fernando Teixeira Martins, que trabalhou como agente da Polícia Federal de 2004 a 2015, acompanhou a batida de busca e apreensão na mansão do seu cliente. Disse que ele deseja retornar ao Brasil “o mais rápido possível” e tem a disposição de colaborar. Pode ser. Entretanto, se não for alcançado pelo Interpol, Eike só retorna se quiser. Leva no bolso um passaporte alemão. E não lhe faltam recursos.
A exemplo da Polícia Fderal, também a Procuradoria renderia homenagens aos controibuintes se dissesse meia dúzia de palavras sobre a mobilidade de Eike. Afinal, o juiz Marcelo Bretas anotou em seu despacho: “Caberá ao MPF [Ministério Público Federal] as providências devidas à execução das medidas.” Entre elas a prisão de Eike Batista.

Reprodução

Polícia Federal demorou 13 dias para procurar Eike Batista em sua mansão no Rio! Por quê?

Ex-vice de Cabral, Pezão é outro que não sabia!

Há no noticiário desta quinta-feira dois fatos relacionados ao Rio de Janeiro. Um é consequência direta do outro. Luiz Fernando de Souza, o Pezão, reuniu-se em Brasília com Michel Temer e o ministro Henrique Meirelles, da Fazenda. Trataram do socorro financeiro da União ao Estado do Rio.
No mesmo dia, a Polícia Federal foi às ruas para cumprir os mandados de prisão do empresário Eike Batista, que não foi encontrado, e outras pessoas acusadas de integrar uma quadrilha que desviou dos cofres do Rio pelo menos 100 milhões de dólares na gestão de Sérgio Cabral, que está preso.
Esse pedaço do escândalo da Lava Jato é 100% feito de PMDB. Sérgio Cabal é um dos símbolos do apodrecimento do partido de Michel Temer. Ele chegou a se oferecer como vice de Dilma Rousseff. Chegou mesmo a acalentar o sonho de se candidatar à Presidência da República. Para sorte do eleitor brasileiro, o sonho de Cabral encontra-se trancafiado no complexo penitenciário de Bangu.
No despacho em que autorizou as novas ações policiais, o juiz federal Marcelo Bretas disse que o Orçamento do Rio foi desvirtuado por um “custo-corrupção”. Para o magistrado, a roubalheira é uma das causas da ruína financeira do Rio. Pezão, o atual governador, era vice-governador de Sérgio Cabral.
Uma alma mal intencionada poderia dizer que, ao socorrer o correligionário Pezão, Michel Temer oferece diálogo a quem talvez mereça interrogatório. Maldade. Pezão, assim como tantos outros políticos brasileiros, certamente não sabia de nada.DO J.DESOUZA

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