sábado, junho 11, 2016
Jorge Viana em dois momentos: pronto para atacar no plenário e numa festa beija Marina Silva |
A revista IstoÉ publicou uma reportagem que dá a folha corrida desse catarro do PT acreano que uma vez investido na presidência do Senado quer se transformar no caboclo tranca rua do impeachment. Segundo a revista ele já propôs ao Lula que ataque o Juiz Sergio Moro. E acha que o PT, que não reúne mais do que meia dúzia de mortadelas na av. Paulista, como se viu, poderia incendiar o país, bastando para isso que Lula desafie Sergio Moro.
Imaginem que um tipo desses chegou à condição de vice-presidente do Senado Federal e está apenas esperando que a iniciativa de Rodrigo Janot logre resultado imediato. Entretanto, as coisas não são bem assim, como se pode aferir nesta reportagem de IstoÉ. Leiam:
Caso Renan Calheiros (PMDB-AL) venha a ser afastado da Presidência do Senado, o responsável pela condução do processo de impeachment na Casa será o senador Jorge Viana, do Acre. Trata-se de um dos petistas mais empenhados na defesa da presidente afastada, Dilma Rousseff, e um dos maiores entusiastas em barrar a Lava Jato. Em março deste ano, após a condução coercitiva do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva para prestar depoimento à Polícia Federal, o senador acriano telefonou para o advogado Roberto Teixeira e sugeriu uma ação criminosa como estratégia para desmoralizar o juiz Sérgio Moro e tumultuar as investigações. O que o senador não sabia é que a conversa estava sendo gravada, com autorização judicial. A gravação foi entregue à Procuradoria-Geral da República, que até agora não se pronunciou.
OBSTRUÇÃO DA JUSTIÇA
Na
conversa de aproximadamente três minutos, Jorge Viana diz que é preciso
tirar a Lava Jato do campo jurídico e transformar a investigação
conduzida por Moro em um confronto político. Assim, segundo o senador, o
PT teria como “virar o País de cabeça de baixo”. “O presidente Lula
precisa transformar esse confronto numa ação política”, disse Viana ao
advogado Roberto Teixeira. Para tanto, o senador propõe que Lula
convoque uma entrevista coletiva e desafie o juiz. “Na entrevista o Lula
precisa se rebelar, dizer que não aceita mais o Moro, que agora se ele
mandar um ofício ele não vai”, afirmou o senador. Durante o diálogo, o
advogado Teixeira pouco falou. Praticamente de forma monossilábica, se
resumia a dizer: “perfeito”. O senador, no entanto, mostrava-se quase um
incendiário. Depois de sugerir que Lula desafiasse Moro, recomendou que
o ex-presidente passasse a ofender o juiz, provocando sua prisão por
desacato à autoridade. “(o Lula) precisa dizer que ele (Moro) está
agindo fora da lei, chamar de bandido. E diga: venha me prender, agora
eu que estou desafiando, venha me prender”, propunha o senador. “Se
prenderem ele, aí vão prender e tornar um preso político, aí nós fazemos
esse país virar de cabeça pra baixo”, disse ainda Viana.
ALVO DE INVESTIGAÇÕES
Jorge
já foi governador do Acre e prefeito da capital Rio Branco.
Ironicamente, seu irmão Tião Viana (PT-AC) que também já foi senador,
ocupou a presidência do Senado com o afastamento do próprio Renan em
2007. Hoje, Tião é governador do Acre. A família não ostenta uma ficha
limpa. Em 2010, o Ministério Público Eleitoral do Estado pediu a
cassação dos irmãos por suspeitas de irregularidades em suas campanhas.
Na época, após uma denúncia anônima, a Polícia Federal apreendeu
computadores com listas de nomes, números de títulos eleitorais e
respectivos locais de votação. Cinco anos depois, em abril de 2015, o
Tribunal Superior Eleitoral decidiu arquivar os inquéritos por falta de
provas. No mesmo ano, em março de 2015, entretanto, Tião Viana voltou a
ser alvo de investigações. Ele é citado na delação premiada do
ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa por ter recebido R$ 300 mil
da empresa Iesa Óleo e Gás, investigada na Lava Jato. Segundo o
governador, “a doação foi devidamente registrada no TRE do Acre”. Em
fevereiro deste ano, a PGR contrariou a Polícia Federal e pediu o
arquivamento do inquérito. A decisão cabe ao Superior Tribunal de
Justiça (STJ), que ainda não se pronunciou.
A
possibilidade de um petista como Viana substituir Renan no comando do
Senado, justamente nos meses que antecedem ao julgamento final do pedido
de impeachment de Dilma Rousseff, é preocupante. Embora haja pouco
espaço para manobras regimentais durante os trabalhos da comissão
especial, dominada por senadores favoráveis ao impedimento, a postura do
presidente da Casa já foi determinante em outras ocasiões. Um exemplo
levantado como sinal de alerta por senadores contrários a Dilma foi a
decisão do presidente interino da Câmara, Waldir Maranhão (PP-MA), de
tentar anular a votação de impeachment. Na época, Renan optou por
desconsiderar a decisão e seguir com o processo dentro da normalidade.
Caso estivesse em seu lugar um senador com o perfil de Jorge Viana o
desenlace poderia ter sido outro.
Do site de IstoÉ- DO A.AMORIM
Do site de IstoÉ- DO A.AMORIM