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O economista Armínio Fraga (esq.), o senador Aécio Neves, e o empresário João Dória Junior (dir.) (Foto: Folha de S. Paulo)
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A
fórmula criada pelo senador Aécio Neves (PSDB-MG) para passar
credibilidade na formulação de seu programa de governo para a disputa
presidencial prevê a mistura de nomes alinhados ao ex-presidente
Fernando Henrique Cardoso, ao próprio Aécio e aos paulistas Geraldo
Alckmin e José Serra.
O
mineiro apresentará as diretrizes de seu plano e anunciará alguns dos
responsáveis por áreas estratégicas nesta sexta-feira (20).
Para
evitar que existam especulações sobre ministeriáveis e também uma
ligação direta à campanha de opiniões pessoais emitidas por seus
colaboradores, ele criou estruturas descentralizadas, em que não haja
apenas uma pessoa como referência.
Aécio
investe na divulgação do plano de governo por acreditar que isso irá
diferenciá-lo do PT. Em 2010, o candidato dos tucanos, José Serra,
apresentou um documento de 13 páginas, que era na verdade uma réplica de
seu discurso de campanha.
O PT da
presidente Dilma Rousseff, por sua vez, levou à Justiça Eleitoral uma
cópia das diretrizes apresentadas pelo partido em um congresso nacional.
O texto fazia referência a questões polêmicas, como "controle social da
mídia" e "taxação de grandes fortunas". Após repercussão, o documento
foi substituído.
A ideia
de Aécio é fazer do programa uma vacina às críticas de que o PSDB é um
partido privatista e sem sensibilidade social. Nesta área, dois
políticos vão pilotar o plano: Rita Camata (PSDB-ES) e o deputado
Eduardo Barbosa (PSDB-MG).
A referência do plano em educação será a ex-secretária de Serra em São Paulo, Maria Helena de Castro.
Na ala
da saúde, estão entre os colaboradores Barjas Negri, nome técnico ligado
a Serra, e André Médici, especialista do Banco Interamericano de
Desenvolvimento.
O
coordenador-geral do programa de governo, Antonio Anastasia, terá como
sub a economista Carla Grasso, que foi executiva da Vale após a
privatização no governo FHC. Seus defensores dizem que ela foi essencial
para a recuperação da empresa.
Para a
segurança, área em que Aécio tem criticado fortemente a atuação do
governo Dilma, o sociólogo Claudio Beato será uma referência. Ele
chefiou o Instituto de Criminologia da UFMG.
O time
que formulará o capítulo econômico, um dos mais sensíveis para o debate
eleitoral, tem à frente o ex-presidente do Banco Central, Armínio Fraga,
mas Aécio também tem destacado as colaborações dos economistas Mansueto
Almeida, Samuel Pessôa, José Roberto Mendonça de Barros e Edmar Bacha,
um dos formuladores do Plano Real. Do site da Folha de S. Paulo