sexta-feira, 27 de julho de 2012

Mensaleiros em ação – Gilmar Mendes: “Pensei que eles fossem me acusar de ter matado Celso Daniel…” Ou: Atenção, ministros do STF: A quadrilha os está chantageando! Ou vocês fazem o que ela quer ou ela promete difamá-los





O jogo é pesado! Aquele negócio que se confunde com imprensa e que hoje atua a serviço do petismo, do governismo e dos mensaleiros perdeu a noção de qualquer limite
Por Reinaldo Azevedo
Nadando na dinheirama de governos petistas e das estatais e certa da impunidade — apostando, de resto, na lentidão da Justiça —, essa gente publica qualquer coisa, o que lhe der na telha, o que o chefe mandar.
A Carta Capital, comandada pelo notório Mino Carta, cuja independência é conhecida, certo? — resolveu anunciar a existência de uma suposta lista de beneficiários do chamado “mensalão mineiro”. Nela estariam o ministro Gilmar Mendes (claro!), a Abril (por que não? Duas parcelas de R$ 49,5 mil!!!), ministros de FHC e o próprio ex-presidente.
É estupefaciente! Há indícios de que o papelório foi forjado pela mesma quadrilha que falsificou a lista de Furnas. Saibam os senhores: bandidos estavam tentando emplacar essa nojeira na imprensa séria faz algum tempo. Todos sentiram o cheiro da farsa e caíram fora. Menos a “Carta Capital”, que, afinal, tem uma missão. Exatamente porque conhece o cheiro da farsa.
O jogo é conhecido. A revista lança a porcaria, a rede suja na Internet, igualmente financiada por dinheiro público, encarrega-se de pôr a coisa pra circular, a difamação se espalha, gera movimento e, depois, ninguém mais fala do assunto. Trata-se de um último esforço para tentar tirar Mendes do julgamento do mensalão.
Eu não sei qual será o voto do ministro. Só ele sabe. Se Zé Dirceu tem motivos para temê-lo — daí o esforço para tirar o ministro do julgamento —, não deve ser diferente com Marcos Valério, certo? Nessa perspectiva, ele próprio poderia desejar o mesmo. Não obstante, sua defesa divulgou uma nota, que reproduzo abaixo. Volto em seguida:
NOTA À IMPRENSA
A defesa de Marcos Valério Fernandes de Souza manifesta sua perplexidade com o teor de matéria publicada nesta data pela Revista Carta Capital. Trata-se, lamentavelmente, de reportagem baseada em documentos e informações falsas. Ao que tudo indica, documentos provavelmente produzidos por pessoa notoriamente conhecida por seu envolvimento em fraudes diversas em Minas Gerais, que recentemente esteve preso acusado de estelionato e que, inclusive, seria beneficiado, de forma no mínimo curiosa, no próprio documento falsificado.
A defesa de Marcos Valério reitera seu respeito e confiança no Poder Judiciário, especialmente no Supremo Tribunal Federal, manifestando seu repúdio a qualquer dúvida que seja levantada sobre a credibilidade, a capacidade jurídica e a imparcialidade do Ministro Gilmar Mendes. Trata-se de magistrado que exerce suas funções de forma exemplar, dignificando seu exercício no Pretório Excelso.
Repita-se: a matéria baseia-se em documentos e informações falsas, cujo teor são veementemente rechaçados por Marcos Valério Fernandes de Souza. Os dois documentos constantes da publicação não foram produzidos ou assinados pelo mesmo, parecendo ser mais uma montagem do conhecido falsário.
Marcos Valério aguarda, com serenidade, o início do julgamento da Ação Penal nº 470 pelo Supremo Tribunal Federal.
Belo Horizonte, 27 de julho de 2012
Marcelo Leonardo
Advogado Criminalista e defensor de Marcos Valério
Voltei

O curioso é que a lista reproduzida na revista não traz o nome do ministro, apresente só na peça difamatória que circula na Internet. Até onde essa gente pode ir, alimentada com dinheiro público? Eis uma boa questão. Falei há pouco com o ministro. Não resta outra reação que não a ironia:
“Nossa! Que coisa! Cheguei a pensar que eles fossem me acusar de ter matado o prefeito Celso Daniel… Mas acho que eles sabem que não fui eu, como sabem que essa lista é uma farsa, coisa de bandidos!”
STF refém

A quadrilha que faz essas coisas está mandando um recado aos ministros do Supremo: aqueles que não votarem “direitinho” poderão ser vítimas da rede de difamação. E, como a gente vê, eles não distinguem verdade de mentira.
Que coisa asquerosa!
Esse mercado deve operar mais ou menos com a lógica vigente no submundo dos matadores de aluguel, cangaceiros e pistoleiros. A depender do serviço, sobe o preço.
Tudo bem!
O dinheiro público dá conta do recado.
É um saco sem fundo.
Tudo vale a pena se a grana não é pequena.
De resto, havendo uma condenação na Justiça, tem quem paga: nós!
27/07/2012

Cinco momentos da CPI que investigou o mensalão compõem um devastador resumo da ópera que está chegando ao fim

Em 2 de agosto de 2011, a coluna juntou num post os cinco melhores momentos do mensalão. É hora de reprisá-los. Legendados por textos que completam as declarações de alguns protagonistas do escândalo, os vídeos ─ tão concisos quanto reveladores ─ compõem um devastador resumo da ópera que terá seu último capítulo encenado no Supremo Tribunal Federal. 

Mensaleiros em ação

PUBLICADO EM 22 DE AGOSTO DE 2011
Aiuri Rebello e Fernanda Nascimento
Em maio de 2005, o chefe do Departamento de Contratação e Administração de Material dos Correios, Maurício Marinho, foi filmado embolsando 3 mil reais de um empresário. O que parecia ser apenas um flagrante de propina transformou-se na origem do pai de todos os escândalos quando Marinho revelou que o dinheiro iria para o PTB, dirigido pelo deputado Roberto Jefferson. Ao perceber que o governo não se esforçaria para impedir a instauração de uma CPI para investigar o assunto, Jefferson afundou atirando. A memória curta dos eleitores não consegue guardar todas as cenas de um dos maiores shows de horrores que tiveram como palco o Congresso Nacional e o Palácio do Planalto. Veja alguns dos melhores momentos do caso que monopolizou a atenção do Brasil durante três meses.


Acusados nominalmente por Roberto Jefferson, os integrantes da cúpula do PT, com o endosso do presidente Lula, dispararam negativas. “Nunca ouvi, nunca conversei, nunca tratei com nenhum parlamentar de troca de apoio por dinheiro”, rebateu José Genoíno, então presidente do Partido dos Trabalhadores. “Nunca tinha ouvido falar”, emendou o ex-secretário-geral do partido Silvio Pereira.

O dinheiro utilizado para pagar os parlamentares vinha de “recursos não contabilizados” doados por empresas para o financiamento de campanhas políticas e de verbas desviadas de estatais. No dia 12 de agosto, o publicitário Duda Mendonça, que organizou a campanha vitoriosa de Lula, contou que recebeu milhões de dólares em contas no exterior, orientado pelo empresário Marcos Valério.

O deputado Valdemar Costa Neto, acusado de receber dinheiro do PT em nome da sigla que presidia, o Partido Liberal (atual PR), ensaiou o mesmo discurso. Mas o depoimento de sua ex-mulher Maria Christina Mendes Caldeira esmagou a argumentação do deputado. Em menos de duas semanas, Valdemar renunciou ao mandato para não ser cassado.

As repercussões do mensalão atrapalharam por algum tempo os projetos políticos dos envolvidos no escândalo, mas não encerraram a carreira dos réus. José Genoíno, que não conseguiu se eleger deputado federal em 2010, hoje despacha numa sala no Ministério da Defesa, contratado como assessor especial. Valdemar Costa Neto aproveitou-se da sobra de votos do palhaço Tiririca para ganhar uma cadeira na Câmara dos Deputados, de onde continuou comandando o PR. Aos indignados, resta aguardar o destino dos 38 acusados no Superior Tribunal Federal (STF), que aceitou a denúncia em 2007, no processo relatado pelo ministro Joaquim Barbosa.

POR AUGUSTO NUNES
REV VEJA

iPolítica - CARLINHOS CACHOEIRA: PORNOGRAFIA E TERROR - Helder Caldeira - Rede Record


Publicado em 23/07/2012 por iPoliticaRedeRecord No início, o Caso Cachoeira mais parecia um filme pornográfico, variando apenas nas interjeições costumeiras da corrupção brasileira. No entanto, nas últimas semanas, o cenário ganhou contornos sangrentos de um filme de terror, com ameaças de morte e assassinatos a luz do dia. Exibido em 23 de julho de 2012. 
DO FERRA MULA

A Justiça se rendeu ao atrevimento do bandido apaixonado e sua mulher-noiva


A Justiça de Goiás homenageou Carlos Augusto Ramos Araújo, o Carlinhos Cachoeira, com duas capitulações em menos de um mês. A primeira consumou-se no momento em que o juiz federal Paulo Augusto Moreira Lima rendeu-se às sucessivas ameaças de morte e se afastou do caso. Moreira Lima entrou na alça de mira de Cachoeira por ter autorizado a Polícia Federal a gravar telefonemas do chefão e, depois, determinado a prisão do bando.
A segunda capitulação foi formalizada nesta quarta-feira, já no começo da audiência em Goiânia, quando o prisioneiro afrontou impunemente o juiz Alderico Rocha Santos. “É uma pergunta difícil”, debochou Cachoeira quando o magistrado indagou se é casado. E aproveitou a deixa para uma troca de frases melosas com sua mulher Andressa Mendonça, presente ao tribunal e à disposição dos fotógrafos.
“Eu te amo”, ele disse. “Também te amo!”, ela exclamou. Ela a pediu em casamento. Ela aceitou. Ele prometeu cumprir a promessa assim que recuperar a liberdade. “Achei gostoso”, derreteu-se a mulher que, já casada, virou noiva. O que houve na audiência não tem parentesco com histórias de amor. O que se ouviu foi um hino ao cinismo, composto por um meliante que faz em Goiás o que quer e desdenha ostensivamente dos três Poderes.
Faz sentido. Quem preenche cargos importantes na administração estadual e fecha negócios suspeitíssimos com o governador não pode ter respeito pelo Executivo. Quem compra deputados e senadores só pode desprezar o Legislativo. Quem intimida, desafia, desmoraliza ou aluga juízes e desembargadores não pode temer o Judiciário.
Como registra o comentário de 1 minuto para o site de VEJA, o juiz Rocha Santos deveria ter interrompido Cachoeira na primeira vírgula da resposta atrevida, enquadrado o delinquente por desacato à autoridade e determinado à escolta policial que o devolvesse à cela onde está hospedado. Por não ter feito o que devia, o magistrado liberou o bandido apaixonado para o espetáculo da cafajestagem que desferiu outro tapa na cara do Brasil decente.
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PS - O Brasil se transformou na maior barbaridade de todos os tempos. Tudo está com a " CARA " daquele sujeito que não preciso dizer o nome. MOVCC/ Gabriela

Pior para os 40 LADRÕES DO LULLA.

Ao chegar em casa, vindo da clínica onde fui "descansar", assisti na GLOBO NEWS uma chamada, repetida por várias vezes durante o período em que sintonizei o canal.
A GLOBO NEWS vai transmitir, na íntegra, o julgamento do MENSALÃO DO LULLA E DE SEUS 40 LADRÕES.

A rede PLIM-PLIM não chegará a tanto, por não abrir mão de sua programação normal que é a que gera receita.
Mas com certeza, vai fazer a cobertura do julgamento do maior roubo cometido por LuLLa na história destepaíz, desde que Cabral aqui aportou.

Ponto para a democracia. Dor de cabeça para o PODEROSO CHEFÃO do MENSALÃO DO LULLA e para seus 40 LADRÕES.
Falta só o STF cumprir com sua parte para engrandecer, de vez, nossa DEMOCRACIA devidamebte estuprada pelo PODEROSO CHEFÃO DO MENSALÃO, pelo MENSALÃO DO LULLA, pelos seus 40 LADRÕES e por um PARTIDO-QUADRILHA que, no poder, ASSALTOU SO COFRES PÚBLICOS para ESTUPRAR NOSSA DEMOCRACIA.
Parabéns à GLOBO NEWS.



 Ontem nada postei no site. Exames de rotina me afastaram daqui. Uma rápida internação para procedimentos que requerem ausência de alimentação.
Nada de anormal. Tudo dentro da mais positiva expectativa com este quase integrante da 3ª tenra idade.
Andei dando uma olhadinha "pelaí" e vi que nada de anormal aconteceu no hospital psiquiátrico chamado Brasil, a não ser o sururu no covil dos 40 LADRÕES DE LULLA que tentam, a todo custo, jogar para os outros a própria culpa.
No Congresso em Foco, um excelente texto de Rudolfo Lago sobre o assunto.
Segue abaixo.
No mensalão, um abraço de afogados
"Na ânsia de sobreviver, os acusados no esquema, nas suas linhas de defesa, empurram os demais para o fundo"

RUDOLFO LAGO

À medida que vai se aproximando o início do julgamento do mensalão, vai ficando mais clara a complexidade do caso e a dificuldade de se prever qual será o seu resultado final. A primeira evidência: ao mesmo tempo em que é um caso só – de acordo com a acusação do Ministério Público, um "sofisticado" esquema de compra de apoio político – na visão da sociedade, são também 38 casos específicos. Exige-se uma análise individual da situação de cada um dos réus e do seu envolvimento com o esquema.
Imaginar, portanto, que todos os réus terão o mesmo tratamento na análise que farão os ministros do Supremo poderá ser o primeiro passo para a frustração. No caso de dois – Luiz Gushiken e Jacinto Lamas –, o próprio Ministério Público pede a absolvição. Isso, certamente, já trará benefícios às suas situações. A coisa complica é no caso dos demais. O que se verifica a partir da apresentação das defesas de cada grupo é que eles se engalfinham numa espécie de abraço de afogados. Na ânsia de sobreviver, empurram os demais para o fundo. Imaginar que seja possível a construção de um argumento que acabe por livrar todo mundo, de todos os grupos envolvidos, da condenação vai ficando cada vez mais difícil.
O grupo do PT constrói uma linha de defesa que visa jogar a responsabilidade pelo que houve no ex-tesoureiro do partido Delúbio Soares. Ele teria recebido carta-branca para encontrar uma solução para as dívidas de campanha do próprio partido e de seus aliados. E recorreu aos serviços do publicitário Marcos Valério de Souza, que emprestou o dinheiro. Seria a confissão de um crime menor – caixa dois eleitoral, que a essa altura já teria prescrito. Delúbio teve aval, fez, e ninguém mais tinha ciência do que estava sendo feito, por essa versão.
O primeiro problema dessa linha de defesa esbarra na que foi montada pelo presidente do PTB, Roberto Jefferson. Denunciante do esquema do mensalão, ele é apontado também como beneficiário dele. Roberto Jefferson sustentará que o mensalão existiu, que ele não aceitou o esquema e tentou denunciá-lo, inclusive ao ex-presidente Lula. Nas versões iniciais, Jefferson preservava Lula – dizia que ele, pessoalmente, não sabia de nada – e jogava a responsabilidade maior para o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu. Agora, o advogado de Jefferson, Luiz Barbosa, afirma que, no julgamento, dirá que Lula não só sabia do esquema, como o ordenou. Lula não é réu no julgamento, mas, certamente tal linha de argumentação não ajudará na defesa de seus auxiliares mais próximos cuja atuação estará sendo analisada no STF.
O segundo problema está relacionado à origem do dinheiro que circulou nas contas de Marcos Valério. Se era apenas um empréstimo que depois o PT pagou, o caso tem uma gravidade. Se envolveu dinheiro público, a gravidade é bem maior. Delúbio e Marcos Valério alegam nas suas defesas que não houve dinheiro público envolvido nos empréstimos. Essa, porém, não é a versão dos diretores do Banco Rural. Eles afirmam que pelas contas de Marcos Valério passou, sim, dinheiro dos contratos que suas agências de publicidade tinham com órgãos públicos. E que não há como saber se as agências desviavam recursos de seus contratos.
Se o Banco Rural aceita a tese das defesas de Delúbio e Valério, terá que admitir que passou pela conta do publicitário mineiro dinheiro de origem não declarada. E isso complica o banco na acusação de lavagem de dinheiro. Para se livrar dessa acusação, o banco tem de dizer que os recursos nas contas de Marcos Valério tinham origem declarada: e, no caso, sua origem seria os contratos com o governo.
Assim, vai seguindo a coisa.
A linha de argumentação de uns atrapalha a linha de argumentação de outros. Para se defender, alguns terão que acusar os demais. Ou alguns dos demais. Esse será o clima que se instalará no Supremo em agosto. Não será um clima de camaradagem entre os réus.
Quem levará a melhor?
Com a palavra, a partir de agosto, os 11 ministros do STF.

DO GENTE DECENTE

Cachoeira pode salvar o Brasil

Carlinhos Cachoeira perdeu a vontade de viver. Está extremamente deprimido, muito chateado mesmo. Quem deu essa notícia triste foi a noiva do “empresário da contravenção”, Andressa Cachoeira. A mesma que dois meses atrás dava risadas, dizendo que seu amado conquistara muita gente por ser “uma pessoa encantadora”. Na época, a musa dos caça-níqueis fazia planos para o casamento assim que Cachoeira saísse da prisão. Hoje o casal não parece mais tão feliz. O que mudou, afinal?
Aparentemente, nada. Carlinhos continua preso, Andressa continua linda, e o patrimônio milionário dos Cachoeira, construído com o suor dos políticos comprados, continua intacto no laranjal da família. O que estará azedando esse conto de fadas do cerrado? Ao que tudo indica, a culpa é da CPI.
Quando todos os holofotes estavam apontados para a Comissão que investiga as obras completas do bicheiro, estava tudo bem. Com o Brasil inteiro olhando para o escândalo, os clientes de Cachoeira tremiam em seus gabinetes. O risco aos seus mandatos e pescoços recomendava um tratamento carinhoso para com Carlinhos, garantindo-lhe tratamento republicano com a grife de Márcio Thomaz Bastos, o padroeiro das causas mal-cheirosas. Era um tempo de otimismo, com governantes e parlamentares suando frio, e a sensação de que a qualquer momento um habeas corpus mágico do doutor Márcio acabaria com aquele constrangimento todo. Como chegou a ponderar Andressa, “ninguém está livre de ser preso” – ou seja, era um mero incidente a ser superado, para o bem de todos (os sócios).
Mas algo deu errado. O Brasil, entediado, mudou de novela. Preferiu os pilantras de “Avenida Brasil” e os charlatões da Rio + 20. Abandonada pelo público, a CPI ficou à vontade para embromar sem culpa. Aliviou o ex-dono da Delta, barrando a sua convocação tranquilamente, enquanto a platéia assistia ao teatro da salvação do Planeta no Rio de Janeiro. Os depoimentos de Fernando Cavendish e Luiz Antonio Pagot (ex-diretor do Dnit) ficaram para depois das férias, depois das Olimpíadas, depois do início da campanha eleitoral – enfim, ficaram para depois. É como se o desfile da Mangueira fosse marcado para Quarta-Feira de Cinzas.
Carlinhos não merecia isso. Com a queda vertiginosa da CPI no Ibope, seus companheiros no Congresso e nos palácios descobriram que a farra pode sair muito mais barato do que parecia. Se o Brasil não está nem aí, eles também não estão. Cachoeira começou a entender que pode mofar onde está. Daqui a pouco o comando da República popular desloca Thomaz Bastos para refrescar outro aloprado, e a jovem Andressa perceberá que ninguém está livre de continuar preso. A essa altura, talvez nem a “Playboy” a queira mais.
Como rei morto é rei posto, o ex-cunhado de Carlinhos, Adriano Aprígio, um de seus principais testas de ferro, já caiu também. Foram descobertos emails enviados de sua casa à procuradora Léa Batista de Oliveira, uma das denunciantes do bicheiro, em tom não muito educado: “Sua vadia, ainda vamos te pegar. Cuidado, você e sua família correm perigo”. A prisão de Aprígio, um dos guardiões do patrimônio dos Cachoeira, fez Carlinhos passar mal na cadeia, como revelou sua noiva, consternada: “Ele desmaiou. O diretor pegou, levou ele pra sala do diretor. Ele passou muito mal, muito mal mesmo”.
É de fato comovente ver um homem que tanto fez por tanta gente sofrendo assim, sozinho, com as notícias terríveis que recebe na cadeia. Nesse momento de dor, vai aqui um conselho ao torturado réu: nobre empresário da contravenção, pare de esperar pela providência dos falsos companheiros. Acabe você mesmo com essa solidão. Agora.
Faça como Roberto Jefferson: aperte o botão vermelho. Conte quem no governo federal mandava proteger a Delta e aprovar todos os acréscimos de contrato que a construtora espetava no PAC. Explique resumidamente como esse dinheiro saía do governo e voltava para as campanhas dos políticos aliados ao governo, passando pelas suas empresas de fachada.
Acorde, senhor Cachoeira. Seus amigos palacianos vão esquecê-lo nesse cubículo. Seus esquemas serão refeitos com outro despachante mais esperto. Entregue esses parasitas com crachás de revolucionários. O Brasil lhe será eternamente grato.

Secretário de Segurança de SP recorre à Corregedoria contra procurador. E faz muito bem! Inédito: o tal procurador “dá prazo” para governador fazer o que ele quer. É espantoso!

O secretário estadual da Segurança Pública São Paulo, Antonio Ferreira Pinto, afirmou nesta quinta-feira que vai acionar a Corregedoria do Ministério Público Federal (MPF) para que investigue a conduta do procurador que o acusou de perder o controle sobre as tropas da Polícia Militar
Por Reinaldo Azevedo
  Na VEJA Online. Volto em seguida.
O procurador Matheus Baraldi Magnani disse, nesta tarde, que pretende abrir uma ação civil pública pedindo o afastamento o comando da PM.
Em nota divulgada pela SSP, Ferreira Pinto afirmou que as declarações do procurador coincidem com o ano eleitoral. Em outubro, serão escolhidos prefeitos e vereadores em todo o país. Em São Paulo, disputam a prefeitura o tucano José Serra, ex-governador, e o petista Fernando Haddad.
“A ideia propalada pelo procurador da República, de que a PM estaria descontrolada e teria que ter o comando substituído, é absurda e capciosa”, afirma o secretário.
“A Polícia Militar é uma instituição preparada e serve de referência a outras polícias do país. É evidente que, numa corporação com mais de 90.000 homens, erros acontecem.”
O secretário lembrou ainda de duas atribuições do governo federal no combate à criminalidade que o MPF tem obrigação de fiscalizar: “Espera-se que o MPF aja com eficiência contra duas das causas principais da criminalidade nos estados – o contrabando de armas e drogas que entram pelas mal patrulhadas fronteiras do país.”
As declarações do procurador foram feitas em audiência pública realizada pelo MPF, Defensoria Pública do Estado e órgãos de defesa dos direitos humanos, na sede da Procuradoria Regional da República, na região central da capital. “Caso o estado de São Paulo não troque imediatamente o comando, ajuizarei essa ação civil nos próximos dias”, afirmou Magnani.
“É oportuno o momento para a troca do comando, mas não apenas isso. Também é necessária a luta pela mudança da estrutura ideológica de apologia ao uso da violência excessiva pelo estado.”
Magnani relembrou o caso do publicitário morto na semana passada durante uma abordagem policial. “Esse caso é gravíssimo, mas só vem a se acrescentar a outros casos tão ou mais graves quanto esse”, disse o procurador. “Esses casos são sequenciais e exigem uma resposta. O problema é estrutural. A perseguição a uma pessoa que não tinha nenhuma chance de escapar fala por si.”
O procurador também pretende encaminhar a representação para o procurador-geral da República, para que ele acompanhe a atuação da PM no estado pelos próximos doze meses. “O mero fato de haver novos órgãos investigando eliminará essa sensação de liberdade irrestrita por parte dos policiais.”
Questionado sobre a interferência da Justiça Federal em um assunto estadual, o procurador afirmou que se baseará em tratados internacionais de direitos humanos para fundamentar o pedido. “Esses tratados podem ser invocados em casos concretos. E essas questões são de competência da Justiça Federal”, afirmou.
“As chances de êxito não dependem de mim, mas a tomada de decisão sim. A minha parte eu pretendo fazer.”
Compareceram à audiência representantes de entidades civis, deputados estaduais, famílias de vítimas e integrantes da Polícia Militar. Em alguns momentos os ânimos ficaram exaltados entre os policiais e as famílias de vítimas. Alguns PMs chegaram a se retirar do auditório em sinal de protesto.
Voltei
É o mínimo que tem de ser feito. E, dessa história, segundo andei pesquisando, não se sabe ainda nem a metade.
Releiam o que vai aí no texto. Deve ser inédita na história do Ministério Público Federal uma iniciativa como a do Matheus Baraldi Magnani: “Ou o governador faz o que eu quero, ou eu vou entrar com uma ação”. Isso não existe! Não está em legislação nenhuma, em manual nenhum, em regimento nenhum!
Pior: o procurador dá uma entrevista coletiva para anunciar esse “procedimento”, em companhia de representantes da Defensoria, que, então, endossam a iniciativa.
Dá para entender por que o Conselho do MP demitiu por 10 a 2 o sr. Magnani, pena comutada em suspensão de três meses: ele é chegado a procedimentos heterodoxos.
Temos agora um procurador da República que usurpa o poder do governador de estado, eleito pelo povo, e decide quem tem e quem não tem de ser demitido.

Olhem aí, paulistas e brasileiros! A isto foi reduzida uma das polícias mais eficientes do país!



Por Reinaldo Azevedo
Baixaria, estupidez, ilegalidade, maluquice, violência retórica, acusações levianas, proselitismo político, campanha eleitoral, agressões gratuitas.
Essa é a síntese, como vocês verão, da chamada “audiência pública” realizada ontem no auditório do Ministério Público Federal, em São Paulo, com a participação de outras entidades, notadamente a Defensoria Pública de São Paulo, representada pela buliçosa defensora Daniela Skromov de Albuquerque (post acima).
A estrela do dia foi o procurador Matheus Baraldi, do Ministério Público Federal. Com ampla cobertura da imprensa. Pior do que isso: endosso mesmo, no misto habitual de militância ideológica e ignorância de causa. Ele deu um prazo — sim,vocês entenderam direito! — de três dias para o governador Geraldo Alckmin mudar o comando da PM. Ou… Ou ele promete entrar como uma ação civil pública.
“Mas o que o Ministério Púbico Federal tem a ver com essa história?”, poderia se perguntar alguém.
Rigorosamente nada!

Este senhor exorbita claramente de suas funções. Baraldi, já disse, é imodesto! Ele quer nada menos do que uma intervenção federal em São Paulo porque, segundo ele, o comando da PM perdeu o controle dos soldados.
É inacreditável!
Ainda que o segundo semestre repita o primeiro em números de homicídios, o Estado fechará o ano com 11,4 homicídios por 100 mil habitantes, o que coloca o estado nas últimas posições — se é que não será a última — no ranking nacional.
Não, senhor Baraldi! Os companheiros terão antes de ganhar as eleições. Se ganharem, levarão!
O procurador deveria estar preocupado em saber como andam as nossas fronteiras, por onde entram armas que não fabricamos e cocaína que não produzimos. Mas não! Ele queria aplauso. E o circo foi montado para isso. Uns pobres desavisados aceitaram participar da audiência para tentar demonstrar que as coisas não eram como se dizia ali. Foram linchados moralmente, chamados de “fascistas”, aos berros! Aquilo não passava de uma chacrinha eleitoral e eleitoreira.
Daniela afirmou que a PM de mata pelas costas e se comporta como se estivesse numa guerra. Foi aplaudida. Não se contentou com isso, não! A polícia que, por ano, realiza mais de 300 mil resgates de pessoas em situação de perigo, foi acusada de prestar falsos socorros. A moça perdeu para Ivan Seixas, presidente do Condepe (Conselho Estadual de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana), que acusou o governo de São Paulo de ter uma política errada e criminosa. Num discurso que poderia ser entendido como incentivo à insubordinação, disse que os oficiais têm privilégios que não são garantidos aos praças (não me diga!) e que — agora vem a coisa muito grave — os policiais dispõem de um kit para incriminar as pessoas, composto de armas e drogas. Daniela e Seixas têm provas ou evidências do que dizem? Pra quê? Era uma sessão de linchamento da PM. Sabiam que teriam ampla cobertura da imprensa.
Um certo Rildo Marques de Oliveira, do Centro de Defesa dos Direitos Humanos, não teve o menor medo de ser feliz. Afirmou que o motivo da audiência pública era, vejam só, o aumento do número de homicídios e raciocinou, como quem relinchasse: se a economia cresceu, por que as pessoas estariam se matando? Uma boa pergunta a ser feita ao governador da Bahia, o petista Jaques Wagner, não é mesmo? Mas ele tem a resposta: é que a PM estaria aplicando pena de morte… Ah, bom! Disse que homens que não aceitam participar de grupos de extermínio são demitidos. Pediu o fim da militarização da corporação e conclamou: “Não podemos ter militares de 1964!” Foi aplaudido de pé!
Calma, que está faltando coisa!
A Sheila, que representa uma entidade de defesa de Direitos Humanos no bairro de Sapopemba, acusou a existência de uma lista de adolescentes marcados para morrer na região — pela PM, é evidente! Mas longe mesmo foi Débora da Silva Maria, da ONG Mães de Maio. Mandou ver: “A Segurança Pública tem de ser extinta”. Segundo ela, jornalistas que falam a verdade sobre a PM são ameaçados. É mesmo? Quem?
Não podia faltar ao evento Ariel de Castro, diretor-presidente da Fundação Criança de São Bernardo. Ele é ligado ao prefeito da cidade, Luiz Marinho, que é do PT, vai se candidatar à reeleição e já foi nomeado por Lula candidato ao governo de São Paulo em 2014.
Chamou os policiais de “bandidos de farda”. E a PM e o governo do estado seguiram apanhando, um verdadeiro pelotão de fuzilamento.
O coronel Paes de Lira e o deputado estadual Major Olímpio tentaram fazer a defesa da corporação.
Pra quê?
Foram vaiados, chamados de fascistas, aos berros.
Mal conseguiram abrir a boca.
Ai vigorava a democracia deles.
Ainda bem que a vereadora Juliana Paes, do PT!!!, estava lá para revelar a real natureza do evento. Acusou o governo do estado de “torturas contínuas”.
Fiz uma síntese das delinquências intelectuais e políticas lá ditas. E olhem que falta muita coisa! A PM, segundo o que se disse naquela audiência pública — excitada por uma campanha da imprensa contra a corporação e o governo do Estado como não vejo há anos —, não passa de um centro de tortura, que está completamente fora do controle, existindo apenas para massacrar cidadãos honestos. Os policiais, segundo aqueles valentes, nunca morrem, só matam; nunca salvam vidas, só as condenam; nunca prendem bandidos, só se acovardam; não protegem a população, só a ameaçam.
São Paulo precisa urgentemente importar tecnologia do Rio — se não a de segurança (acho que não é o caso de dobrar os mortos por 100 mil), que seja ao menos a de marketing.
Quando PM do Rio é assassinado, vira mártir e ganha carta de Dilma. Os PMs mortos de São Paulo valem menos do que cães sarnentos.
Quando acontece abuso policial no Rio, trata-se a coisa como exceção; quando acontece em São Paulo, tem-se a suposta expressão de uma rotina.
Lá vou eu citar Caetano Veloso, para sua eventual chateação: este estado paga um certo preço por não olhar quem sobe e desce a rampa!
Refiro-me à rampa do Planalto, é evidente.
Até pensei se não seria o caso de importar, então, Sérgio Cabral.
Mas acho que ele não se daria bem neste ambiente sisudo e sem charme de São Paulo.
E Geraldo Alckmin não sabe dançar na boquinha da garrafa…

27/07/2012

DO R.DEMOCRATICA