A
Justiça de Goiás homenageou Carlos Augusto Ramos Araújo, o Carlinhos Cachoeira,
com duas capitulações em menos de um mês. A primeira consumou-se no momento em
que o juiz federal Paulo Augusto Moreira Lima rendeu-se às sucessivas ameaças
de morte e se afastou do caso. Moreira Lima entrou na alça de mira de Cachoeira
por ter autorizado a Polícia Federal a gravar telefonemas do chefão e, depois,
determinado a prisão do bando.
A
segunda capitulação foi formalizada nesta quarta-feira, já no começo da
audiência em Goiânia, quando o prisioneiro afrontou impunemente o juiz Alderico
Rocha Santos. “É uma pergunta difícil”, debochou Cachoeira quando o magistrado
indagou se é casado. E aproveitou a deixa para uma troca de frases melosas com
sua mulher Andressa Mendonça, presente ao tribunal e à disposição dos
fotógrafos.
“Eu te
amo”, ele disse. “Também te amo!”, ela exclamou. Ela a pediu em casamento. Ela
aceitou. Ele prometeu cumprir a promessa assim que recuperar a liberdade.
“Achei gostoso”, derreteu-se a mulher que, já casada, virou noiva. O que houve
na audiência não tem parentesco com histórias de amor. O que se ouviu foi um
hino ao cinismo, composto por um meliante que faz em Goiás o que quer e
desdenha ostensivamente dos três Poderes.
Faz
sentido. Quem preenche cargos importantes na administração estadual e fecha
negócios suspeitíssimos com o governador não pode ter respeito pelo Executivo.
Quem compra deputados e senadores só pode desprezar o Legislativo. Quem
intimida, desafia, desmoraliza ou aluga juízes e desembargadores não pode temer
o Judiciário.
Como registra o
comentário de 1 minuto para o site de VEJA, o juiz Rocha Santos
deveria ter interrompido Cachoeira na primeira vírgula da resposta atrevida,
enquadrado o delinquente por desacato à autoridade e determinado à escolta
policial que o devolvesse à cela onde está hospedado. Por não ter feito o que
devia, o magistrado liberou o bandido apaixonado para o espetáculo da
cafajestagem que desferiu outro tapa na cara do Brasil decente.
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PS
- O Brasil se transformou na maior barbaridade de todos os tempos. Tudo
está com a " CARA " daquele sujeito que não preciso dizer o nome. MOVCC/ Gabriela
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