sábado, 20 de setembro de 2014

Marina recua de novo. Agora para o agronegócio

247 - Desta vez, não foi o pastor Silas Malafaia, mas sim o agronegócio. De qualquer forma, a candidata Marina Silva eliminou mais um ponto do seu programa de governo: o que impunha índices de produtividade para o setor rural. Este critério funcionaria da seguinte forma: se determinada terra não fosse considerada produtiva, seria desapropriada para a reforma agrária.
No entanto, ao ser abordada sobre o tema, durante um evento no interior paulista, Marina desconversou. “Os índices de produtividade foram colocados na Constituição de 1988 exatamente para fazer jus à ideia de que nossa régua deve medir para cima, e não para baixo”, disse ele. Coube ao vice, Beto Albuquerque, esclarecer que não haverá mais índices de produtividade. "Quem não tiver produtividade será desapropriado pelo mercado, e não pelo governo", disse ele.
Ou seja: um eventual governo Marina não irá mais desapropriar terras improdutivas em razão da baixa produtividade. Neste sábado, o ex-ministro Roberto Rodrigues, defendeu mudanças no programa de Marina e condicionou eventual apoio do setor a mudanças no programa.
Leia, abaixo, reportagem da Rede Brasil Atual a respeito:
Marina não explica recuo para o agronegócio em desmatamento e reforma agrária
A pedido de ex-ministro da Agricultura, vice entrega regulação ao mercado. Candidata do PSB elogia Embrapa e produtividade quando perguntada sobre desconsideração de mais dois pontos do plano de governo
São Paulo – A candidata do PSB à presidência da República, Marina Silva, evitou hoje (20) explicação sobre o recuo em duas propostas de seu programa de governo que eram alvo de críticas do agronegócio. As mudanças costuradas por seu vice, o deputado Beto Albuquerque (PSB-SP), se dão justamente no setor que a notabilizou politicamente, no exercício do cargo de ministra do Meio Ambiente e do mandato de senadora.
“Os índices de produtividade foram colocados na Constituição de 1988 exatamente para fazer jus à ideia de que nossa régua deve medir para cima, e não para baixo”, disse Marina, durante entrevista coletiva em Campinas, no interior paulista, em que foi questionada sobre os acordos buscados por Albuquerque.
Esta semana, o parlamentar, conhecido pelo trânsito entre os produtores rurais, esteve reunido com o ex-ministro Roberto Rodrigues, titular da Agricultura em parte do governo Lula. Hoje, Albuquerque fez letra morta de dois pontos centrais do programa de gestão de Marina para o meio ambiente. Primeiro, confirmou que a meta de desmatamento zero a que se refere o documento diz respeito apenas ao corte ilegal de vegetação, e não ao desmate como um todo. Depois, afirmou que não haverá revisão dos índices de produtividade da terra usados para a reforma agrária.
"Vamos criar um programa para premiar a meritocracia sobre a produtividade. Quem não tiver produtividade será desapropriado pelo mercado, e não pelo governo", esclareceu Beto, numa afirmação que joga por terra o previsto pelo programa de gestão. A página 58, de um total de 242, prevê “atualizar os índices de produtividade agrícola e acelerar o diagnóstico da função social da propriedade rural nos aspectos produtivo, ambiental e trabalhista, permitindo a rápida desapropriação nos casos previstos em lei ou premiando aqueles que fazem uso correto da terra”.
A atualização dos índices de produtividade é uma demanda antiga de movimentos sociais, que não conseguiram nenhum avanço neste sentido ao longo dos doze anos de governo de Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff. A bancada de representantes do agronegócio no Congresso sempre obteve sucesso em travar a discussão sobre o grau de utilização da terra (GUT) e o grau de eficiência na exploração (GEE), os dois indicadores que definem se uma terra é ou não improdutiva.
Nenhum dos candidatos com chances de vitória nas eleições de outubro aceitou até aqui firmar compromisso pela revisão do índice. Dilma e Aécio Neves (PSDB) não entregaram até o momento seus planos de governo. A presidenta, em eventos ao lado de agricultores familiares, não fez menção ao tema.
Questionada hoje a respeito das posições de Albuquerque, Marina não confirmou nem desmentiu os acordos com o agronegócio. Preferiu uma resposta de 2 minutos e 40 segundos na qual centra a questão em tecnologia como meio de aumentar a produtividade. “Desde sempre, quando era ministra do Meio Ambiente, quando fizemos o zoneamento agrícola da cana-de-açúcar, quando fizemos o plano de prevenção e controle do desmatamento, fizemos a proposta de combater o desmatamento com base em três eixos: ordenamento territorial e fundiário, combate às práticas ilegais e apoio ao desenvolvimento sustentável. E já naquela época o que propugnávamos é que devemos aumentar a produção por meio do ganho de produtividade. Isso requer tecnologia, inovação, infraestrutura logística”, afirmou.
Em seguida, Marina apostou no elogio ao trabalho desenvolvido pela Embrapa, da qual foi crítica quando ministra de Meio Ambiente, entre 2003 e 2008. Na questão específica do desmatamento, a estatal ligada ao Ministério da Agricultura desenvolveu um tipo de soja que se adapta bem ao cerrado, o que foi fundamental na predação de um ecossistema que hoje se vê sob risco de extinção.
“É fundamental apostar nas tecnologias da Embrapa para aumentar a produção por ganho de produtividade. Aliás, o setor agrícola brasileiro nem precisa se preocupar com isso porque desde a década de 1970 que vem aumentando seu índice de produtividade graças à introdução da pesquisa, da tecnologia, da inovação, de novas práticas agrícolas que precisam ser universalizadas para que não se queira voltar ao tempo de aumentar produção por expansão predatória da fronteira agrícola.”
Este não é o primeiro recuo da candidata do PSB no campo de suas bandeiras históricas. Nesta campanha, Marina classificou como “lenda” a ideia de que é contra o uso de sementes transgênicas.
Um discurso feito em 2002 no plenário do Senado, porém, mostrava visão diferente: “Em Gênesis 21,33, o próprio Patriarca Abraão, com mais de 80 anos, resolve plantar um bosque. Quem planta um bosque com quase 100 anos está pensando nas gerações futuras, que têm direito a um ambiente saudável. Era esse o significado simbólico do texto. No Êxodo 22,6, há determinação explícita no sentido de que quando alguém atear fogo a uma floresta ou bosque deverá pagar tudo aquilo que queimou. Talvez essa regra seja mais rigorosa do que as do Ibama. Com relação aos transgênicos, o livro Levíticos 22,9 expressa claramente que não se deve profanar a semente da vinha e que cada uma deve ser pura segundo a sua espécie.''
DO 247

Aécio diz que o 'PT vai ter insônia' com as investigações da Petrobras

Patrícia Belo Do G1 Vales de Minas Gerais
Aécio Neves faz carreata na cidade mineira de Ipatinga. (Foto: Patrícia Belo/G1 Vales de Minas Gerais)Aécio Neves faz carreata na cidade mineira de Ipatinga. (Foto: Wilkson Tarres/G1)
O candidato do PSDB à Presidência da República, Aécio Neves, disse neste sábado (20) que, na opinião dele, o “PT vai ter grave insônia” quando as investigações envolvendo a Petrobras alcançarem o ex-diretor de Serviços e Engenharia da estatal Renato Duque, que foi indicado para o alto posto na petroleira pelo partido da presidente Dilma Rousseff. Em agenda no interior de Minas, o presidenciável tucano mencionou o acordo de delação premiada firmado entre o ex-diretor da estatal do petróleo Paulo Roberto Costa com o Ministério Público Federal.
“É preciso que as investigações se aprofundem porque esse [ex] diretor Paulo Roberto [Costa] está deixando o pessoal com dor de cabeça. Quando chegarmos ao [Renato] Duque, eu acho que o povo do PT vai ter grave insônia”, disse o tucano ao chegar ao município mineiro de Ipatinga, onde cumpriu agenda de campanha.
Reportagem da "Folha de S.Paulo" publicada neste sábado revelou que, em seus depoimentos à Polícia Federal e ao Ministério Público Federal, Costa mencionou que o esquema de desvios de recursos na estatal ocorria também em outras diretorias da empresa, uma delas ocupada à época por Renato Duque, indicado pelo PT.
"O que fizeram contra a Petrobras é um crime que lesa a pátria. Eu acho que agora sim estão chegando ao núcleo de corrupção dentro da Petrobras", acrescentou Aécio.
No acordo de delação premiada com o Ministério Público Federal, Costa implicou deputados, senadores, governadores e um ministro como beneficiários de um suposto esquema de propina na Petrobras. O ex-dirigente da petroleira foi preso pela Polícia Federal em março, durante a Operação Lava Jato, da PF, que investiga um esquema de lavagem de dinheiro e evasão de divisas.
Correios
Aécio informou que a sua campanha vai ingressar na segunda-feira com ação contra a sua adversária Dilma Rousseff, candidata à reeleição pelo PT, por improbidade administrativa e abuso do poder político por ter usado os Correios para distribuir cerca de 5 milhões de panfletos da sua campanha.
Panfletos eleitorais da candidata à reeleição e atual presidente, Dilma Rousseff (PT), que não atendiam exigências dos Correios tiveram a postagem autorizada em caráter excepcional pela empresa. O caso foi divulgado nesta sexta-feira (19) pelo jornal "O Estado de S.Paulo". As peças não tinham carimbo ou impressão que comprovassem sua origem e que sua postagem tinha sido paga pelo contratante.
"As denúncias contra os Correios é crime de abuso de poder e improbidade administrativa. Vamos entrar com uma ação contra a presidente da República pelo que ela está fazendo. Dilma está afrontando a lei eleitoral com os correios. Uma visão patrimonialista do PT, permitindo o uso de uma empresa pública em benefício da sua candidatura", atacou Aécio.
A coligação liderada pelo PSDB irá entrar com uma representação por improbidade na Procuradoria Geral da República do Distrito Federal e com uma ação no Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Erro do IBGE
O candidato do PSDB voltou a criticar o erro na pesquisa do Instituto Nacional de Geografia e Estatística (IBGE) na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (Pnad). De acordo com o IBGE, a Pnad referente a 2013, anunciada na quinta-feira (18), apresentava equívocos em diversos índices, como o de analfabetismo e o índice de Gini, que calcula o nível de desigualdade no país.
Segundo Aécio Neves, a "desmoralização" das instituições brasileiras "é mais uma marca do PT no Brasil". "O próprio IBGE, Ipea, Embrapa, todas elas resistiram a essa ânsia de poder. Não sabem em quem acreditar. Inclusive era para estamos comemorando os dados positivos destas empresas, mas ninguém acredita mais, as pessoas desconfiam dos dados desses governo. O IBGE é um patrimônio de todos os brasileiros e uma construção feita de décadas", declarou.
O candidato tucano disse ainda o IBGE é o "termômetro" do país. "É a nossa forma de ver como esta o Brasil, para onde estamos indo, é essa instituição que mostra pra onde deveríamos ir, e até isso está em xeque", afirmou Aécio Neves, que cumpriu agenda em cidades de Minas Gerais neste sábado. Em Ipatinga (MG), ele participou de carreata, andou pelas ruas, cumprimentou os eleitores e tirou fotos. O candidato também passou pelos municípios de Coronel Fabriciano e Timóteo.

NEIL FERREIRA: Mortal Combat — a Tigra contra a Dragoa. Qualquer bicho que dê, nós perdemos

(Foto: Antonio Cruz/Agência Brasil)
Marina Silva e Dilma Rousseff: A Tigra e a Dragoa é “a pior contra a pior”, diz Neil Ferreira (Foto: Antonio Cruz/Agência Brasil)
Artigo de Neil  tô saindo de esgueia  Ferreira publicado no Jornal do Comércio, de São Paulo
Antes scriptum: Michael Moore no documentário sobre a posse de armas nos EUA: “ — Este é um trabalho de ficção; qualquer semelhança com pessoas reais não é mera coincidência”. Same here. (NF).
Lobisomens e Coisas-Ruins em dobro, escrevendo xingações mútuas. Chances em dobro de ver o combate mortal entre a Tigra e a Dragoa, nos 2 turnos; é a pior contra a pior e qualquer bicho que dê, tanto faz a Tigra quanto a Dragoa, nós perdemos. Mas tomem tento, uma empacou, outra caiu e Aécio acordou no último Ibope.
Eu tenho confiança, me lembro do Carlinhos Sensitivo prevendo que o Aécio ganha; eu acredito, como acredito em OVNIs e aliens, que me merecem mais fé do que o DataFalha e o Ibope.
O combate mortal entre as duas megeras é surdo, mas perceptível, é só ligar a tv e o rádio que se percebe a sujeira que rola, uma atirando esgoto não tratado na outra.
A Tigra bancando a coitadinha, respirando fundo como se estivesse segurando o choro pra dizer que “seus pais fingiam não estar com fome pra dividir um ovo entre 8 irmãos” (sic). A Tigra é atriz,  é uma “fingidora, que finge sentir a dor que deveras sente”. Pegou? Enganei um bobo na casca do ovo. A Tigra rosna um rosnado tão mentiroso quanto as mentiras da Dragoa. “Don’t  Cry For Lula oh Marina…”
Ambas aprenderam como o Imperador a se dizerem “Metamorfose Ambulante”, nelas uma mentira ululante. O Imperador sabe que a Dragoa vai perder e não vai guardar a cadeirona pra mais um ou dois mandatos. Mas sabe que Tigra vai. O Suserano, em desgraça, atiça as duas. Interessa a ele que se triturem, que cada uma devore a outra e que as duas se engasguem; quer continuar mandando da sua masmorra de luxo. Qualquer uma que vença está no bolso dele e pior pra nós.
Enfrentam-se em voos noturnos pelos telhados de Brasília, pondo medo e dando insônia nos 20 mil cumpanheros assentados em cargos de confiança. 20 mil só em Brasília.
Se a Dragoa vence, continua a mesma mixórdia. Se for a Tigra, em nenhum momento ela fala em reduzir os 39 Ministérios e nem o número de cumpanheros mamando na viúva. Uma pela outra, PT vs  PT do B, é trocar 6 por media dúzia e eles mais ó ni nóis. Hélas pour nous.
Telhados não. Niemeyer não assina telhados. Inspirado nos barracos das favelas, dá à luz lajes como as usadas pelos alegres excluídos, em festivos churrascos de gato, regados com cerveja geladinha e generosas talagadas de goró.
A Tigra e a Dragoa já foram vistas em vestes negras, peixeira na boca e porrete na mão, esgueirando-se por tortuosas e mal iluminadas vias secundárias. Uma procurando degolar a outra em traiçoeira emboscada. Feras ariscas, farejam presas à distância. Cascáveis, reconhecem uma os guizos da outra. Ovos da serpente.
Que se matem.
Na lua cheia dos Lobisomens e Coisas-Ruins, percebem-se seus vultos em velocidades incríveis. Tenta-se captar uma imagem, não é possível nem com os onipresentes celulares. São o pavor dos paparazzi.
Em apenas duas, são as Quatras Cavaleiras do Apocalipse: a Peste, Fome, a Guerra e a Morte. (Temos Quatras Cavaleiras neste país de Presidenta).
Quando em luta fingem doçura, não caia nessa. A Tigra já foi do Círculo Íntimo do Poder, a Dragoa é. O Imperador conhece-as de sobejo. Observe-o e descubra. Não observo mais, enjoei da cara e do sotaque dele.
A Tigra é magrelinha, moreninha, coitadinha, pobrinha. Imagem marquetera, mostra-se na tv qual Neymar, que se joga ao chão a qualquer ventinho do ventilador, berrando dor de falsa fratura exposta.
“Imagery is all, Reality is Nothing”. É felina, pisando em algodão e fazendo circunvoluções em volta da Dragoa; vai devorá-la, apostam Ibope, DataFalha e as casas de apostas de Londres, onde a Tigra é pule de 10.
(Foto: Alexandre Santana/VEJA)
A “Tigra” usa a imagem da jovem carente que foi antes da política (Foto: Alexandre Santana/VEJA)
Quando filhote, “descalça e analfabeta” (sic), rosnava como adulta e começou uma vitoriosa carreira de política profissional, montada no seu primeiro palanque, o caixão do Chico Mendes.
Mais tarde, foi arremessada às alturas quando o avião fantasma de Eduardo Campos se arremessou às baixuras e ela acrescentou mais um caixão ao seu palanque, o de Eduardo Campos.
Passou a fingir ser uma Tigra amansada, que chora quando fala do Imperador, ao mesmo tempo em que rosna para a Dragoa, cria do serpentário do Imperador.
No Retrato da Dragoa Quando Jovem, fica-se sabendo que ela assaltava cofres. “Expropriações”, ideologizava juvenil. Velhusca e roliça, subiu nas alturas quando o Imperador chutou os fundilhos do Suserano. Graças à prática com cofres, recebeu os cofres mais bem fornidos do Império, com os milhões do bolsa-esmola e os bilhões do PAC (Pranu di Aumentu da Cumpanherada).
A Dragoa fungou fogo pelas ventas. Branquela, mestra em disfarces com paletozinhos vermelhos, gasta fortunas para esconder os sinais notórios de que já passou do prazo de validade.
Há bilhõezinhos saindo para o ladrão, jorrados da Petrobras. As ações foram atiradas a profundezas semelhantes às do Pré-Sal, mas sobem a cada queda da Dragoa.
Façam suas apostas senhoras e senhores, a banca está aberta. Tombarão destroçadas ambas as megeras? Não custa sonhar.
A quem pertencerá o trono manchado de sangue (do Celso Daniel e Toninho de Campinas), malas locupletadas com o apoio que o Mensalão e a Petrobras compram neççepaíz?
O Imperador, cultor de churrascos, anda com a picanha friboi pendurada no pescoço. Nunca vai largar esse osso.
A Tigra e a Dragoa são imaginárias, as megeras são reais.
DO RICARDOSETTI

Aécio promete universidade do Vale do Aço e duplicação da BR-381

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O candidato tucano à Presidência, Aécio Neves (PSDB), visitou hoje (20) três cidades mineiras que fazem parte do chamado Vale do Aço. Ao desembarcar em Ipatinga, ele defendeu uma “nova política industrial para o Brasil” que resgate a credibilidade do país e atraia novos investimentos. Aécio também aproveitou a entrevista que concedeu a jornalistas para comentar os erros apontados ontem (19) na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad).
De acordo com o candidato, a região do Vale do Aço sofre com o “processo de recessão e desindustrialização”. Para mudar esse dado, prometeu regras claras que fortaleçam o investimento privado, a melhoria da infraestrutura e uma simplificação “urgente” do sistema tributário. A duplicação rápida da BR-381 até Governador Valadares foi um de seus compromissos caso seja eleito.
“Vou trazer para essa região aquilo que já deveria ter acontecido há muito tempo, a Universidade Federal do Vale do Aço, para que possamos qualificar os jovens para atividades que sejam naturais e que já existam e tenham o potencial de crescimento aqui nessa região”, prometeu. Depois da  entrevista, o presidenciável participou de carreata em Ipatinga, Timóteo e Coronel Fabriciano.
Aécio Neves disse ainda que o marco regulatório da mineração é uma necessidade. De acordo com ele, há consenso no Congresso, algo difícil entre os parlamentares, que não é aproveitado porque a aprovação do marco pode aumentar os repasses aos estados. “Precisamos, a partir de primeiro de janeiro do ano que vem, iniciar um novo ciclo de distribuição mais justa e mais adequada dos recursos público”, declarou.
Sobre o erro na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) 2013, Aécio disse que há uma “desmoralização” das instituições brasileiras e que dados positivos que “poderiam ser comemorados por todos os brasileiros, ficam sob suspeita”.
DA ABC-AGENCIABRASIL

Avião é apreendido com R$ 504 mil e santinhos


Os impressos têm os nomes de Marcelo Miranda, ex-governador do Estado que lidera a disputa ao governo, e do candidato a deputado federal Carlos Henrique Gaguim

Marília Assunção e especial para Estadão Conteúdo, do

San Diego Air & Space Museum Archives/Wikimedia Commons
Bimotor Beechcraft BE 58 Baron
Goiânia - Um bimotor que transportava R$ 504 mil em dinheiro e cerca de cinco quilos de santinhos (impressos) de dois candidatos às eleições no Tocantins foi apreendido anteontem pela Polícia Civil de Goiás, durante uma operação de combate ao tráfico de drogas. O piloto tentou fugir, mas foi impedido pelos agentes. Os impressos têm os nomes de Marcelo Miranda, ex-governador do Estado que lidera a disputa ao governo no Tocantins, e do candidato ao cargo de deputado federal Carlos Henrique Gaguim. Ambos são candidatos pelo PMDB.
A assessoria de Miranda, que estava em campanha na manhã de ontem, em Araguaína, no interior do Tocantins, respondeu que o candidato não iria se pronunciar sobre o assunto.
Foram presos Douglas Marcelo Alencar, de 38 anos, apontado como o líder do grupo; Marco Antônio Jayme Roriz, de 46 anos, motorista e segurança; Lucas Marinho Araújo, de 24 anos, estagiário de engenharia e apontado como o laranja do esquema; e o piloto da aeronave Roberto Carlos Maya Barbosa, de 48 anos.
O delegado responsável pela operação, Ricardo Chueire, que comanda o Grupo Especial de Repressão a Narcóticos (Genarc) de Itumbiara, fez o flagrante em Piracanjuba, cidade a cerca de 85 quilômetros de Goiânia, na suspeita de que os envolvidos estivessem transportando drogas.
Na tarde de anteontem, equipes do Genarc de Itumbiara investigavam a ação de traficantes de drogas quando viram uma caminhonete Toyota Hilux, dirigida por Roriz, chegando a uma pista de pouso da cidade. Com a aproximação das viaturas, o piloto, que estava com o motor ligado, "tentou decolar, mas foi perseguido, abordado e impedido pelos policiais civis", diz o delegado. O bimotor prefixo PR-GCM seria de um empresário tocantinense do ramo da construção civil, amigo de Marcelo Miranda.
De acordo com Chueire, foram encontrados no interior do avião R$ 504 mil em maços ainda com os invólucros da Caixa Econômica Federal. "Havia também farta quantidade de santinhos", disse. O dinheiro teria sido sacado em uma agência de Piracanjuba, cidade que não constava no plano de voo da aeronave, de acordo com o delegado. O avião seguiria para a capital, Palmas, com o dinheiro e o material publicitário apreendido. "Assim que fizemos o flagrante, eles (os presos) confirmaram que o dinheiro era para a campanha eleitoral (de Miranda), mas na presença do advogado eles negaram isso", informou Chueire.
No depoimento, os envolvidos, menos o piloto, afirmaram que o dinheiro era de um empréstimo feito em Brasília, usando a conta do estagiário Lucas emprestada. Já a polícia investiga se o "laranja" do esquema é o estagiário, cuja conta bancária teria sido usada para movimentar o volume encontrado. A reportagem não conseguiu contato com o advogado dos presos que foram autuados por lavagem de dinheiro, associação criminosa e crime tributário.
Pesquisa recente, realizada pela TV Anhanguera, aponta que Marcelo Miranda tem 48% das intenções de voto no Tocantins, contra 33% do segundo colocado, Sandoval Cardoso (SDD), sinalizando chances de vitória no 1.º turno. De acordo com a sondagem, o ex-governador é rejeitado por 22% do eleitorado.
Miranda, que já foi governador do Tocantins por dois mandatos, foi cassado em 2009 pelo Tribunal Superior Eleitoral acusado de, nas eleições de 2006, compra de votos, abuso de poder e uso indevido dos meios de comunicação, ficando inelegível por oito anos. A inelegibilidade do candidato ao governo vence no dia 1.º de outubro, às vésperas da eleição do dia 5.
A Justiça Federal, a pedido do Ministério Público Federal do Tocantins, decretou a indisponibilidade dos bens de Miranda esta semana. O motivo é a suspeita de desvio de mais de R$ 20 milhões em supostos esquemas de desvio de verba por meio de uma Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (Oscip) durante seu mandato, entre 2003 e 2009. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
DO EXAME.COM