sábado, 20 de setembro de 2014

NEIL FERREIRA: Mortal Combat — a Tigra contra a Dragoa. Qualquer bicho que dê, nós perdemos

(Foto: Antonio Cruz/Agência Brasil)
Marina Silva e Dilma Rousseff: A Tigra e a Dragoa é “a pior contra a pior”, diz Neil Ferreira (Foto: Antonio Cruz/Agência Brasil)
Artigo de Neil  tô saindo de esgueia  Ferreira publicado no Jornal do Comércio, de São Paulo
Antes scriptum: Michael Moore no documentário sobre a posse de armas nos EUA: “ — Este é um trabalho de ficção; qualquer semelhança com pessoas reais não é mera coincidência”. Same here. (NF).
Lobisomens e Coisas-Ruins em dobro, escrevendo xingações mútuas. Chances em dobro de ver o combate mortal entre a Tigra e a Dragoa, nos 2 turnos; é a pior contra a pior e qualquer bicho que dê, tanto faz a Tigra quanto a Dragoa, nós perdemos. Mas tomem tento, uma empacou, outra caiu e Aécio acordou no último Ibope.
Eu tenho confiança, me lembro do Carlinhos Sensitivo prevendo que o Aécio ganha; eu acredito, como acredito em OVNIs e aliens, que me merecem mais fé do que o DataFalha e o Ibope.
O combate mortal entre as duas megeras é surdo, mas perceptível, é só ligar a tv e o rádio que se percebe a sujeira que rola, uma atirando esgoto não tratado na outra.
A Tigra bancando a coitadinha, respirando fundo como se estivesse segurando o choro pra dizer que “seus pais fingiam não estar com fome pra dividir um ovo entre 8 irmãos” (sic). A Tigra é atriz,  é uma “fingidora, que finge sentir a dor que deveras sente”. Pegou? Enganei um bobo na casca do ovo. A Tigra rosna um rosnado tão mentiroso quanto as mentiras da Dragoa. “Don’t  Cry For Lula oh Marina…”
Ambas aprenderam como o Imperador a se dizerem “Metamorfose Ambulante”, nelas uma mentira ululante. O Imperador sabe que a Dragoa vai perder e não vai guardar a cadeirona pra mais um ou dois mandatos. Mas sabe que Tigra vai. O Suserano, em desgraça, atiça as duas. Interessa a ele que se triturem, que cada uma devore a outra e que as duas se engasguem; quer continuar mandando da sua masmorra de luxo. Qualquer uma que vença está no bolso dele e pior pra nós.
Enfrentam-se em voos noturnos pelos telhados de Brasília, pondo medo e dando insônia nos 20 mil cumpanheros assentados em cargos de confiança. 20 mil só em Brasília.
Se a Dragoa vence, continua a mesma mixórdia. Se for a Tigra, em nenhum momento ela fala em reduzir os 39 Ministérios e nem o número de cumpanheros mamando na viúva. Uma pela outra, PT vs  PT do B, é trocar 6 por media dúzia e eles mais ó ni nóis. Hélas pour nous.
Telhados não. Niemeyer não assina telhados. Inspirado nos barracos das favelas, dá à luz lajes como as usadas pelos alegres excluídos, em festivos churrascos de gato, regados com cerveja geladinha e generosas talagadas de goró.
A Tigra e a Dragoa já foram vistas em vestes negras, peixeira na boca e porrete na mão, esgueirando-se por tortuosas e mal iluminadas vias secundárias. Uma procurando degolar a outra em traiçoeira emboscada. Feras ariscas, farejam presas à distância. Cascáveis, reconhecem uma os guizos da outra. Ovos da serpente.
Que se matem.
Na lua cheia dos Lobisomens e Coisas-Ruins, percebem-se seus vultos em velocidades incríveis. Tenta-se captar uma imagem, não é possível nem com os onipresentes celulares. São o pavor dos paparazzi.
Em apenas duas, são as Quatras Cavaleiras do Apocalipse: a Peste, Fome, a Guerra e a Morte. (Temos Quatras Cavaleiras neste país de Presidenta).
Quando em luta fingem doçura, não caia nessa. A Tigra já foi do Círculo Íntimo do Poder, a Dragoa é. O Imperador conhece-as de sobejo. Observe-o e descubra. Não observo mais, enjoei da cara e do sotaque dele.
A Tigra é magrelinha, moreninha, coitadinha, pobrinha. Imagem marquetera, mostra-se na tv qual Neymar, que se joga ao chão a qualquer ventinho do ventilador, berrando dor de falsa fratura exposta.
“Imagery is all, Reality is Nothing”. É felina, pisando em algodão e fazendo circunvoluções em volta da Dragoa; vai devorá-la, apostam Ibope, DataFalha e as casas de apostas de Londres, onde a Tigra é pule de 10.
(Foto: Alexandre Santana/VEJA)
A “Tigra” usa a imagem da jovem carente que foi antes da política (Foto: Alexandre Santana/VEJA)
Quando filhote, “descalça e analfabeta” (sic), rosnava como adulta e começou uma vitoriosa carreira de política profissional, montada no seu primeiro palanque, o caixão do Chico Mendes.
Mais tarde, foi arremessada às alturas quando o avião fantasma de Eduardo Campos se arremessou às baixuras e ela acrescentou mais um caixão ao seu palanque, o de Eduardo Campos.
Passou a fingir ser uma Tigra amansada, que chora quando fala do Imperador, ao mesmo tempo em que rosna para a Dragoa, cria do serpentário do Imperador.
No Retrato da Dragoa Quando Jovem, fica-se sabendo que ela assaltava cofres. “Expropriações”, ideologizava juvenil. Velhusca e roliça, subiu nas alturas quando o Imperador chutou os fundilhos do Suserano. Graças à prática com cofres, recebeu os cofres mais bem fornidos do Império, com os milhões do bolsa-esmola e os bilhões do PAC (Pranu di Aumentu da Cumpanherada).
A Dragoa fungou fogo pelas ventas. Branquela, mestra em disfarces com paletozinhos vermelhos, gasta fortunas para esconder os sinais notórios de que já passou do prazo de validade.
Há bilhõezinhos saindo para o ladrão, jorrados da Petrobras. As ações foram atiradas a profundezas semelhantes às do Pré-Sal, mas sobem a cada queda da Dragoa.
Façam suas apostas senhoras e senhores, a banca está aberta. Tombarão destroçadas ambas as megeras? Não custa sonhar.
A quem pertencerá o trono manchado de sangue (do Celso Daniel e Toninho de Campinas), malas locupletadas com o apoio que o Mensalão e a Petrobras compram neççepaíz?
O Imperador, cultor de churrascos, anda com a picanha friboi pendurada no pescoço. Nunca vai largar esse osso.
A Tigra e a Dragoa são imaginárias, as megeras são reais.
DO RICARDOSETTI

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