sexta-feira, 23 de junho de 2017

Viagem de Temer foi um vexame constrangedor

Josias de Souza

Você, que não tem tempo para desperdiçar com bobagens, não deve ter notado. Mas Michel Temer viajou ao exterior nesta semana. Ele foi à Rússia e à Noruega. Para não passar aperto, se esse assunto aparecer numa rodinha de conversa tudo o que você precisa saber são duas coisas: 1) a viagem foi um vexame; 2) a vergonha foi financiada pelo contribuinte brasileiro —dinheiro meu, seu, nosso.
Recepcionado ao pé da escada do avião por personagens subalternos, Temer foi desprezado pela imprensa internacional e perseguido por manifestantes barulhentos. As poucas parcerias que firmou são meros tratados de intenções. Na Rússia, Temer virou piada ao assinar declaração conjunta que inclui um compromisso de combater a corrupção.
Antes de voltar, Temer ouviu verdades da primeira-ministra da Noruega, Erna Solberg. Madame disse estar preocupada com a Lava Jato. “É preciso fazer uma limpeza”, ela acrescentou. Foi como se dissesse: “Não pense que somos bobos.” Sem obter investimentos novos, Temer ainda perdeu dinheiro. A Noruega cortou metade da contribuição anual de R$ 330 milhões que dava para combater o desmatamento na Amazônia.
Instado a dizer quando o desmatamento será contido, o ministro Sarney Filho, do Meio Ambiente, chutou para cima: “Só Deus pode dizer.” Deus existe, você sabe. Mas está claro que ele desistiu do Brasil e foi cuidar de outras coisas.

PF fará varredura em gabinetes de ministros do STF a pedido de Cármen Lúcia

Inspeção ocorre após divulgação de supostos grampos envolvendo o relator da Lava Jato, ministro Edson Fachin. Varredura foi solicitada por Cármen Lúcia diretamente ao diretor da PF.

A Polícia Federal fará neste fim de semana uma varredura em telefones e gabinetes de todos os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF). A inspeção será feita a pedido da presidente da Corte, ministra Cármen Lúcia, segundo informações do próprio tribunal.
O varredura foi solicitada por Cármen Lúcia ao diretor-geral da PF, Leandro Daiello,
As varreduras para detectar grampos ou outras ameaças ocorrer periodicamente no Supremo. Mas essa inspeção, determinada pela presidente da Corte, será realizada após a divulgação de supostos grampos envolvendo o relator da Operação Lava Jato, ministro Edson Fachin.
No último dia 10, a revista "Veja" informou em reportagem que o governo Michel Temer acionou a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) para "bisbilhotar a vida de Fachin".
O objetivo da investigação sobre o magistrado seria, segundo “Veja”, fragilizar e constranger Fachin, que é relator de um inquérito que investiga Temer no Supremo com base nas delações da JBS.
Na ocasião, o Palácio do Planalto negou qualquer investigação por parte da Abin e Temer chegou a ligar para Cármen Lúcia para desmentir a reportagem.
Mesmo assim, a presidente do Supremo divulgou nota, em tom grave, mostrando indignação com a suposta devassa na vida de Fachin.
Na nota, Cármen Lúcia disse que a possível "devassa" contra o ministro era "própria de ditaduras". A presidente do STF também acrescentou que a Corte repudia, com veemência, "espreita espúria, inconstitucional e imoral contra qualquer cidadão e, mais ainda, contra um de seus integrantes, mais ainda se voltada para constranger a Justiça."DO G1

Perícia da PF conclui que aúdio da conversa entre Temer e Joesley não sofreu edição

Empresário Joesley Batista registrou conversa com presidente com um gravador escondido. Em maio, perito contratado pelos advogados de Temer disse que áudio era 'imprestável'.

O laudo da perícia da Polícia Federal que analisou as gravações da conversa entre o empresário Joesley Batista, dono da empresa JBS, e o presidente Michel Temer e os gravadores usados pelo empresário aponta que não
houve edição de conteúdo, ou seja, não houve manipulação nos diálogos.
A informação foi confirmada por duas fontes envolvidas na investigação. A perícia oficial contesta a perícia contratada pela defesa de Michel Temer, do perito Ricardo Molina, que apontou entre 50 e 60 "pontos de obscuridade" e "mascaramentos" na gravação (leia mais informações sobre a perícia de Molina ao final desta reportagem).
Investigadores afirmam que os peritos da Polícia Federal encontraram pontos de descontinuidades técnicas, ou seja, variações no sinal de áudio, provocadas por questões técnicas, sem sinais de fraude ou edição. O laudo acrescenta que as conversas de Joesley com o presidente têm lógica e coerência. De acordo com o laudo da PF um dos dois gravadores que o empresário apresentou à PF foi, de fato, utilizado para registrar a conversa.
O laudo da PF foi entregue em mãos ao delegado do caso, que foi ao Instituto Nacional de Criminalística para recebê-lo. O parecer será enviado na segunda-feira ao Supremo Tribunal Federal e anexado ao inquérito, cujo relatório parcial foi entregue pela Polícia Federal ao STF na última segunda-feira.
O relatório afirma que evidências indicam "com vigor" que Temer e o ex-assessor e ex-deputado Rodrigo Rocha Loures cometeram crime de corrupção passiva. A PF aguardava a perícia da gravação para concluir as investigações sobre a suspeita de que Temer e Loures cometeram outros dois crimes: obstrução de justiça e formação de organização criminosa.

Advogado de Temer

O advogado do presidente Michel Temer, Antonio Cláudio Mariz de Oliveira, disse ao G1 que ainda não teve acesso ao documento da PF e que buscará conhecer o teor da perícia para se pronunciar.
"Mas posso adiantar que laudo não é uma verdade absoluta. Se existe um laudo dizendo que não houve manipulação, existem outros três dizendo que houve. É uma questão de análise e de julgamento final da autoridade responsável. E essa prova está sendo contestada sob outros aspectos, principalmente sobre a licitude", disse Mariz.
O advogado de Temer acrescentou, ainda, que a gravação de Joesley Batista deveria ser considerada ilícita porque, na visão da defesa do presidente, só se pode gravar uma conversa "para quem está gravando vir a se defender futuramente, o que não é o caso".
"Portanto, existem duas objeções a esta gravação, uma de caráter técnico e outra de caráter legal, que nós vamos discutir", concluiu.

O diálogo

Na noite de 7 de março, Joesley Batista teve um encontro com Temer fora da agenda, na residência oficial do Palácio do Jaburu, em Brasília, e, com um gravador escondido, registrou a conversa.
No diálogo, ele diz que "zerou pendências" com o deputado cassado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) e que está "de bem" com o peemedebista, que está preso em Curitiba. Neste momento, Temer diz ao empresário: "tem que manter isso". Joesley disse ao Ministério Público que Temer deu aval para que ele comprasse o silêncio de Cunha, para que o ex-deputado não fizesse delação premiada.
De posse da gravação, o Supremo instaurou inquérito para investigar Temer. A PGR afirmou em documento enviado à Corte que houve “anuência” do presidente ao pagamento de propina mensal para comprar o silêncio de Cunha.DO G1

Aécio recebe beijo da morte de aliado de Sarney


Josias de Souza


Velho e fiel aliado de José Sarney, o maranhense João Alberto, presidente do Conselho de Ética (?!?!) do Senado, arquivou a representação que pede a cassação do mandato de Aécio Neves. O gesto vale como uma espécie de beijo da morte. Com ele, Aécio vira sócio-atleta de um clube no qual Sarney é presidente honorário e Renan Calheiros é diretor vitalício.
João Alberto alegou falta de provas. A gravação na qual Aécio aparece combinando o recebimento de R$ 2 milhões do delator Joesley Batista não sensibilizou o senador. O vídeo que registra o enviado de Aécio recolhendo a grana tampouco impressionou João Alberto. Ao contrário. Para o executor das ordens de Sarney, Aécio é vítima de “uma grande injustiça.”
Autor do pedido de cassação, o PSOL recorrerá ao plenário do Conselho de Ética (?!?!?). Perda de tempo. Apinhado de investigados, o colegiado não foi estruturado para cassar, mas para proteger os sócios. A principal evidência de que Aécio entrou para o clube não nem o fato de ele ter ficado parecido com Sarney e Renan. A prova cabal é que Aécio ficou diferente do que ele imaginava ser.
Hoje, o ex-presidenciável tucano responde a um, dois, três, quatro, cinco, seis, sete, oito, nove inquéritos no Supremo Tribunal Federal. Por ora, só o PSDB parece não enxergar que a plumagem do tucano Aécio está diferente.

Candidato à PGR repudia hipótese de substituição na base do ‘toma-lá-dá-cá’

Josias de Souza

‘Seria indigno ser designado para PGR sinalizando troca de favores’

Candidato ao cargo de procurador-geral da República, o vice-procurador-geral-eleitoral Nicolao Dino, disse repudiar com veemência a hipótese de o substituto de Rodrigo Janot ser escolhido na base do “toma-lá-dá-cá.” “Não seria digno ser designado para o cargo sinalizando troca de favores”, declarou, em entrevista ao UOL (veja trechos ao longo do texto e assista à íntegra no rodapé).
Dino considera ''saudável'' o modelo que condiciona a escolha do chefe do Ministério Público Federal à indicação do presidente da República e à aprovação do Senado. Mas avalia que é “no mínimo intrigante” que a sucessão de Janot tenha de passar pelo crivo de “vários agentes políticos submetidos a procedimentos de investigação e de ações penais.” Ele soa resignado: “Pode causar uma perplexidade, mas é a regra do jogo.” E acrescenta: “Espero que isso não venha a interferir na independência funcional” do próximo procurador-geral.

PGR escolhido por investigados causa perplexidade, ‘mas é a regra’

O mandato de Rodrigo Janot termina em 17 de setembro. Oito candidatos disputam sua poltrona. Na próxima terça-feira (27), a corporação dos procuradores fará uma eleição. Os três nomes mais votados pelos cerca de 1.200 membros do Ministério Público comporão uma lista a ser entregue a Michel Temer. A Constituição não obriga o presidente a escolher um nome dessa lista. Entretanto, nos últimos 14 anos o primeiro colocado da lista sempre foi o escolhido. Em maio do ano passado. Temer disse que manteria a praxe.
Na opinião de Nicolao Dino, o presidente não precisa necessariamente indicar o candidato mais votado. Mas ele avalia que Temer cometerá um grave erro se ignorar a lista, hipótese cogitada a sério no Palácio do Planalto. “Nesse momento histórico, abdicar da lista vai parecer uma sinalização muito ruim para o Ministério Público e para a sociedade, o que pode inclusive comprometer o cenário de equilíbrio institucional e de governabilidade”, declarou o candidato.

Se Temer ignorar lista tríplice, pode afetar equilíbrio institucional

Defensor da Lava Jato, Nicolao Dino promote prestigiar a operação se for guindado ao posto de procurador-geral. Hoje, há um incômodo descompasso entre a força-tarefa de Curitiba e os tribunais superiores de Brasília. Na primeira instância, a Lava Jato produziu 144 condenações. Juntas, somam 1.464 anos, 11 meses e 25 dias de cadeia. No Supremo Tribunal Federal, foro do presidente, dos ministros e dos congressistas, não há vestígio de condenação. No Superior Tribunal de Justiça, onde são processados os govermadores, verifica-se a mesma ausência de punições.
Dino atribui o fenômeno ao chamado foro privilegiado. Ele repisa o argumento de que tribunais como o Supremo, com vocação legal para o julgamento de recursos e para o controle da constitucionalidade das leis, não tem traquejo para lidar com ações penais. “A lei deve ser igual para todos”, disse o candidato, antes de reconhecer: “Temos ainda, no Brasil, alguma dificuldade de trazer isso para o plano fático. Mas já foi pior.”

Impunidade de políticos ainda existe, ‘mas já foi pior’, afirma Dino

Nicolao Dino disputa a poltrona de Rodrigo Janot numa condição paradoxal. Para tornar-se procurador-geral, ele precisa ser indicado por Michel Temer. Simultaneamente, trabalha para apear Temer do cargo. Representante do Ministério Público no Tribunal Superior Eleitoral, Dino declarou que irá recorrer contra recente absolvição da chapa Dilma Rousseff-Michel Temer.
Na condição de vice-procurador-geral-eleitoral, Dino posicionou-se no julgamento do TSE a favor do cassação do mandato de Temer e da condenação de Dilma a uma inelegibilidfade de oito anos. E ele continua convencido de que Dilma e Temer prevaleceram na última disputa presidencial sem ética. Há nos autos, segundo Dino, “provas concretas, robustas, evidentes, indicativas de abuso do poder econômico e fraude na eleição presidencial de 2014.”

Responsável por recursos da Lava-Jato, TRF4 tem novo presidente

Cerimônia acontece nesta sexta (23)

Responsável por analisar os recursos de condenados por Sergio Moro, o Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4), em Porto Alegre, ganha nesta sexta (23) novo presidente. Trata-se do desembargador Carlos Eduardo Thompson Flores Lenz.
A desembargadora federal Maria de Fátima Freitas Labarrère será empossada como vice-presidente e o desembargador federal Ricardo Teixeira do Valle Pereira como corregedor regional da Justiça Federal da 4ª Região.
Os magistrados serão responsáveis pela gestão do tribunal durante o biênio 2017-2019.

TRF confirma decisão de Moro e absolve executivos da Engevix

MPF queria a revisão da absolvição


O Tribunal Federal da 4ª região confirmou uma decisão do juiz Sergio Moro e absolveu os diretores da Engevix Newton Prado Júnior, Luiz Roberto Pereira e Carlos Eduardo Strauch Albero.
O MPF tinha pedido que a absolvição fosse revista, uma vez que os executivos eram acusados de lavagem de dinheiro, corrupção e organização criminosa, mas o pedido foi prontamente negado pelo TRF. DO RADAR

Ainda Há Muito Safado a Ser Pego! Haja Presídios!

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Mais de três anos já se passaram desde o início da denominada Operação Lava Jato, que apura o desfalque dado por uma grande - enorme - quadrilha nos recursos da Petrobrás. Os desdobramentos das investigações já renderam, até o final de maio passado, 62 acusações envolvendo 274 pessoas, com 29 sentenças que resultaram em 141 condenações. 
Ainda em maio, o jornalista Claudio Humberto anunciou que pelo menos mais cinquenta funcionários da Petrobrás seriam investigados por participação no esquema de corrupção, fraude em licitações, lavagem de dinheiro e evasão de divisas desmantelado pelas investigações, e delatados pelo ex-diretor da empresa, Renato Duque.
E é claro que há envolvimento de funcionários de 2º e 3º escalões (alguém acredita que um Paulo Roberto Costa, do alto da arrogância que afeta os grandes bandidos, iria para um computador alterar editais, planilhas e outros documentos?) e o número desses deve ser superior ao anunciado.
As diretorias de Abastecimento e Serviço da Petrobras, que coordenavam outras dez subdiretorias devem ser investigadas pela Polícia Federal.
Já o jornalista gaúcho José Luiz Prévidi, na mesma época, foi mais específico na pergunta essencial: quem tinha a obrigação de fiscalizar as operações da Petrobras prevenindo as patifarias ocorridas?
E ele mesmo dá a resposta, apresentando essas duas ilustrações, copiadas da página da Petrobras na internet:
Na primeira, o principal organismo da empresa, assinalado em vermelho. Também marcadas, outras instâncias importantes.
Na segunda imagem, a forma como é constituído o Conselho Fiscal.
Havendo pessoal específico para efetuar Auditoria Interna e Gestão de Inteligência e Segurança Corporativa, além de um Conselho Fiscal, por que não foram detectadas as patifarias?? Incompetência, prevaricação ou conivência???
O jornalista Carlos Wagner foi mais além, indagando como tudo aconteceu sem ser notado pelos inúmeros órgãos de fiscalização existentes - Tribunal de Contas da União (TCU), Serviço de Inteligência da Polícia Federal (PF), corregedores das empresas estatais, fiscais de obras públicas e, principalmente, Controle de Atividades Financeiras (COAF) e o sempre vigilante Imposto de Renda (IR)Ele destaca que todos esses órgãos de fiscalização têm um corpo de funcionários de alta qualificação técnica, constantemente treinados e muito bem pagos. Portanto, alguma coisa aconteceu para que toda essa sacanagem tenha acontecido sem que houvesse algum tipo de reação legal.
Incompetência ou omissão coletivas??
Mas, o jornalista vai mais além e destaca, também, a omissão da imprensa, pois embora a maior parte das denúncias da Odebrecht estarem sendo anunciadas como novidades, o que estamos vendo já era do conhecimento de grande parte da imprensa nacional. Emílio Odebrecht foi muito preciso a esse respeito, ao afirmar que toda a imprensa já sabia o que acontecia – os vídeos estão à disposição na internet.
E os órgãos de fiscalização devem ter pilhas de informações a respeito disso nos seus arquivos. E elas não vieram a público porque não houve jornalistas "apertando" quem tem o dever de fiscalizar, como o COAF, que acompanha a movimentação financeira do país. É obrigação jornalística explicar ao público o por que dos órgãos de fiscalização não funcionarem. O pessoal da fiscalização tem de explicar o que estava fazendo enquanto aconteciam todos esses crimes.
Quanto à omissão da imprensa, há um bom artigo no jornal El País, mostrando como interesses não manifestos podem direcionar a atenção do público para alguns assuntos a fim de retirar a importância de outros - Dilemas éticos do jornalismo e o caso ‘Brangelina’. Vale a pena lê-lo.
Voltando ao "deitado em berço esplêndido", vemos os vergonhosos protestos da Associação dos Funcionários do BNDES  contra as investigações, conduções coercitivas e buscas e apreensões pedidas pelo MPF, determinadas pela Justiça Federal e executadas pela PF para apurar delitos nos financiamentos e sociedades promovidas pelo banco no caso JBS. O mesmo aconteceu e acontece com a Federação Única dos Petroleiros e sindicatos dos petroleiros, que não aplaudem o combate aos corruptos, mas corporativamente e até politicamente dão cobertura a eles, criando dificuldades para as ações punitivas necessárias aos que espoliaram a Petrobrás.
Recentemente, o advogado Astor Wartchow também publicou texto cobrando a falha dos tão eficientes computadores da Receita Federal (veja aqui, aqui, aqui e aqui) e canais de comunicação do Banco Central.  A conclusão de sua redação é admirável: O triste momento que vivenciamos não exige apenas a rediscussão e reexame dos poderes de estado, da organização política e administrativa, mas, sim, sobretudo, da vocação e qualidade do serviço público nacional.
Afinal, como é possível que haja tantos e continuados saques e atentados contra a administração pública e os interesses nacionais diante dos olhos de uma apregoada apta, selecionada e concursada dita elite de servidores públicos?
 

Temos, assim, uma perfeita conjunção de incompetências, omissões, conivências e prevaricações, para dizer o mínimo, de diversos tipos de profissionais. 
Quanto aos jornalistas e aos servidores dos diversos órgãos de fiscalização, podemos minimizar sua contrição em função dos interesses empresariais a que estão conexos os primeiros - nem sempre os editores publicam o que jornalistas produzem - e à carência de meios dos segundos ("grande é a messe, mas poucos são os operários" diria o leitor das Escrituras). Porém, no que diz respeito aos funcionários das empresas fraudadas, a inferência de participação nas patifarias não pode ser menosprezada.
O jornalista gaúcho Políbio Braga nos desvenda um pouco do que ocorreu no BNDES (Banco Nacional do Desenvolvimento), destacando que as bandalheiras lá ocorridas não foram de responsabilidade apenas dos corruptos governantes petistas e empresários contemplados com bolsas-agrado. Como no caso da Petrobrás, há muita cumplicidade dos empregados. Ele cita dados de uma entrevista de José Pio Borges de Castro Filho ao Valor Econômico afirmando que grande maioria dos funcionários do banco não conheceram outro governo que não fosse do PT, porque em função de um PDV (Plano de Demissões Voluntárias), 400 deles saíram da entidade e meses depois foram contratados outros 1.400, já com a nova ordem. Assim, o aparelho lulopetista tomou o banco sob o comando de Luciano Coutinho, que obedecia as ordens de Guido Mantega. A partir daí, os funcionários passaram a engordar seus salários pelo cumprimento de metas de premiação, baseada nos desembolsos do BNDES, a coisa mais maluca do mundo. Isto favoreceu a política dos campeões, como foi o caso da JBS.
Essa afirmativa é corroborada por Mírian Leitão que afirma: "Quase 70% dos funcionários têm menos de 10 anos de casa, isso significa que só haviam trabalhado sob um presidente, Luciano Coutinho. Na gestão passada a ideologia dos campeões nacionais e do desenvolvimentismo dominava as mentes. Luciano fez sucessivos PDVs, reduziu o grupo mais velho que vinha de outras administrações e fez concursos para renovar o corpo de funcionários."
As trapalhadas petistas no BNDES também foram criticadas na Tribuna da Internet: "Luciano Coutinho deixou o BNDES tecnicamente falido, acumulando uma dívida de R$ 518 bilhões, que hipoteticamente teria de devolver ao Tesouro Nacional. O passivo é impressionante, mas Coutinho criou uma maquiagem contábil, apresentou falso lucro e até distribuiu participação aos funcionários. Ele transformou o banco num braço do PT e mandou aprovar um empréstimo ao governo de Cuba de quase US$ 1 bilhão, alegando que era garantido pela Odebrecht. Recentemente foi revelado que a garantia é do governo cubano, que tecnicamente também está falido. Se estivéssemos num país sério, Luciano Coutinho já teria sido algemado."
O banco tinha excesso de dinheiro, porque o Tesouro chegou a apostar R$ 500 bilhões do Tesouro para emprestar e buscar associações bilionárias, como no caso da JBS. Este dinheiro era uma espécie de "cocaína" que viciou o BNDES e as empresas. 
R$ 50 bilhões foram dados na forma de bolsas-empresários.
Por fim, o Jornal Correio do Estado, informa que investigação da Polícia Federal, apura a participação de técnicos do banco no favorecimento à JBS e à J&F em aportes financeiros do BNDES. O TCU (Tribunal de Contas da União) também quer saber se, por atuação de servidores, houve dano ao Estado.
Os funcionários rejeitam qualquer suspeita de favorecimento à empresa comandada por Joesley e Wesley Batista e alegam que todos os critérios técnicos foram obedecidos nas operações.
Até mesmo o pagamento de R$ 2 bilhões que a JBS deverá fazer ao BNDES, como parte de seu acordo de leniência, provocou polêmica entre os funcionários do banco estatal, pois com isso, a empresa reconhece a prática de crimes, o que é tema tabu dentro do banco.
Aparentemente, as investigações no BNDES e na Petrobrás, se ocorrerem a fundo podem revelar muitos servidores envolvidos em corrupção. Como escrevi, acima, é muita ingenuidade pensar que os meliantes que aparecem nas manchetes dos jornais sentariam frente aos computadores para elaborar ou alterar a documentação necessária aos golpes aplicados nas empresas em questão. Quanto aos fundos de pensão, é necessária outra postagem para abranger a parte visível da roubalheira, que também é enorme. Haja cadeia!!! DO M.CUCARACHA

AFIRMAÇÃO DO PRESIDENTE DA ELETROBRAS SOBRE EXISTÊNCIA DE 40% DE CHEFES 'VAGABUNDOS' NA EMPRESA DESNUDA AS ORIGENS DA AMEAÇADORA CRISE QUE CASTIGA O BRASIL: O ESTATISMO.


Sede da Eletrobras no Rio de Janeiro: a persistir o desastre da estatização o Brasil será "venezuelizado". 
O texto que segue logo abaixo é do site do jornal O Estado de S. Paulo referente à crise da estatal - para variar - Eletrobras. Como as demais estatais a Eletrobras está à beira da bancarrota. É mais um exemplo que o 'estado máximo' reivindicado pelo esquerdismo delirante é inviável.
A matéria trata de uma gravação que flagrou o presidente da empresa, Wilson Ferreira Júnior, descendo o sarrafo nos sindicaleiros da CUT et caterva. Essa estatal, como de resto todas as outras, a começar pela Petrobras do Petrolão, estão inchadas, com folhas salariais estratosféricas e mordomias incríveis.

A verdade é que o Presidente da empresa falou o que todos sabem, embora sempre haja aquela maioria calada e oportunista que é dominante. Os imbecis e/ou oportunistas de todos os gêneros acreditam no estatismo. Por isso mesmo, o Brasil é uma República Socialista. A persistir essa desgraça não há a menor possibilidade de impedir a venezuelização do Brasil.

O que o Presidente da Eletrobras acabou de afirmar é sabido por todos os cidadãos brasileiros decentes. Mas premido pelos bate-paus dos sindicatos comunistas, Wilson Ferreira Júnior fez um mea culpa, gravou vídeo de desculpas enquanto os sindicaleiros que dominam a estatal totalmente aparelhada por Lula e seus sequazes decidiram promover um greve de 24 horas.

Claro, os jornalistas das redações da grande mídia fingem que ficam escandalizados com as verdades ditas pelo Presidente da Eletrobras, contatam com seus "companheiros" da CUT, fazem entrevistas e seguem mentindo e tergiversando sem a menor cerimônia. Afinal, qual a redação da grande mídia que não é povoada por um bando de imbecis e mentirosos? Com mais de 45 anos de jornalista conheço o métier como a palma da minha mão.

O pior é que essa estupidez reinante nas redações da mídia mainstream está disseminada também no showbiz, nas universidades e escolas e até mesmo nos jardins de infância, onde cretinos com o título de professor disseminam a mentirada esquerdista.

E a maioria das pessoas finge que não sabe disso. Tanto é que o Presidente da Eletrobras acabou se ajoelhando no altar da missa negra dos comunistas que estão venezuelizando o Brasil. Falta pouco para que muita gente passe a fazer suas "refeições" diárias nos lixões. Como está ocorrendo na vizinha Venezuela.


Leiam a matéria produzida pelo Estadão:

Em meio a discussões com sindicatos para implantar um plano de corte de metade dos funcionários, a divulgação de uma conversa do presidente da Eletrobrás, Wilson Ferreira Júnior, com sindicalistas gerou mal-estar na empresa, a ponto de o executivo se ver obrigado a gravar uma fala na televisão interna pedindo desculpa pela “veemência” com que se referiu ao que considera “privilégios” na estatal. Por conta dos adjetivos “vagabundos” e “safados” usados pelo presidente para tratar de chefias da Eletrobrás, os sindicatos promoveram ontem uma greve de 24 horas.
“São 40% da Eletrobrás. 40% de cara que é inútil, não serve para nada, ganhando uma gratificação, um telefone, uma vaga de garagem, uma secretária. Vocês me perdoem. A sociedade não pode pagar por vagabundo, em particular, no serviço público”, traz um dos áudios, gravado durante uma reunião com sindicalistas, em 1.º de junho.
Em outro trecho da conversa, o presidente diz que há na estatal muito mais gerente do que deveria. “Temos um monte de safado, lamentavelmente, que ganha lá 30, 40 paus (mil reais). Tá lá em cima, sentadinho.”
Em resposta ao Estadão/Broadcast, a Eletrobrás afirma que Ferreira Júnior “reconhece que usou algumas expressões rudes”, por isso, fez questão de gravar o vídeo com pedido de desculpas aos funcionários, nesta semana. A Eletrobrás diz ainda que os áudios foram tirados do contexto e que “o presidente estava apresentando aos sindicatos a reestruturação da companhia”.
A estatal do setor elétrico quer reduzir o seu quadro de empregados de cerca de 23 mil para 12 mil, com a venda das distribuidoras (6 mil deixariam o grupo) e com planos de incentivo ao desligamento (5 mil). Além disso, desde o ano passado, foi extinto um nível hierárquico e reduzido em mais da metade o número de cargos comissionados, como gerentes, assistentes e assessores. A redução das chefias aconteceu na controladora, mas, a ideia é, neste ano, estendê-la às subsidiárias.
Durante a conversa com os sindicalistas, Ferreira Júnior tenta convencê-los de que as reivindicações apresentadas por eles favoreceriam funcionários que vivem em situação de privilégio. Os sindicalistas respondem então que as chefias privilegiadas “têm padrinhos” e que as mudanças trabalhistas que estão sendo implementadas “pegam” para os demais, ao que o presidente emendou: “Não, não vai pegar”.
“Repudiamos as declarações do presidente, que, desde que entrou, diz que os empregados são ineficientes. O setor elétrico funciona bem graças ao seu corpo técnico. Os trabalhadores estão sofrendo assédio”, afirmou o diretor da Associação dos Empregados da Eletrobrás (Aeel), Emanuel Torres.
Em nota, a Eletrobrás informou que os “sindicalistas ameaçaram entrar na Justiça contra as privatizações e se mostraram contrários ao plano de desligamento voluntário para o CSC (Centro de Serviços Compartilhados, tecnologia que permitirá sinergia no grupo)”.
A empresa afirma ainda que “o presidente elencou diversas situações inaceitáveis dentro de uma empresa do porte da Eletrobrás, como falta de comprometimento de alguns gerentes, descaso com as metas da companhia e, até mesmo, fraudes envolvendo o sistema de catracas, que registram o ponto. Por isso, com o intuito de alertar aos sindicatos para que eles se manifestem contra esse tipo de comportamento indevido, o presidente usou de maior veemência”.
Com a paralisação de ontem, os funcionários reivindicaram também o pagamento da participação no lucro de R$ 3,4 bilhões de 2016, previsto no acordo coletivo. Segundo a empresa, “a companhia pode realizar o pagamento até 31 de dezembro e está negociando o calendário de pagamento”. Do site do Estadão - DO A.AMORIM