sexta-feira, 26 de maio de 2017

J&F oferece R$ 8 bilhões ao Ministério Público Federal para fechar acordo de leniência

Executivos do grupo garantem que é o valor máximo a que podem chegar. Ainda não receberam resposta dos procuradores


Joesley Batista empresário (Foto:  Danilo Verpa/Folhapress)
O grupo J&F, do empresário Joesley Batista, ofereceu R$ 8 bilhões ao Ministério Público Federal para fechar um acordo de leniência. Os procuradores ainda não responderam se aceitarão a proposta. Os valores pretendidos pela J&F e pelos procuradores divergiam bastante. Inicialmente, o MP queria R$ 11 bilhões. O grupo, na ocasião, ofereceu R$ 1 bilhão. Com o avanço das negociações, a J&F subiu a proposta para R$ 1,4 bilhão e, depois, para R$ 4 bilhões. O MP também recusou. Na empresa, o valor mais recente oferecido ao Ministério Público Federal foi tachado de oferta final. “Mais que isso não dá para pagar. Inviabiliza o negócio”, afirma um dos executivos da empresa. Os procuradores que estão no caso analisam a proposta detidamente. Temem deixar a impressão de estarem sendo generosos com a empresa e seus donos. DIEGO ESCOSTEGUY - ÉPOCA

Janot pede para ouvir Temer e destaca que presidente confessou ‘diálogo secreto’


O procurador-geral da República alega a ministro Fachin, do STF, que na Operação Patmos há investigados presos e também pede autorização para tomar os depoimentos do senador Aécio Neves (PSDB/MG) e do deputado Rocha Loures (PMDB/PR)

Breno Pires e Isadora Peron, de Brasília
26 Maio 2017 | 16h50
BRASILIA DF 20/05/2107 POLITICA DELAÇÃO JBS – Pronunciamento do presidente da Republica Michel Temer no Palacio do Planalo em Brasilia FOTO WILTON JUNIOR/ ESTADAO
O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, pediu autorização ao ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), para tomar o quanto antes o depoimento do presidente da República, Michel Temer (PMDB), o senador afastado Aécio Neves (PSDB-MG) e o deputado federal Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR) no curso inquérito aberto contra os três a partir da delação da JBS. Em relação ao depoimento de Temer, Janot disse a Fachin que a oitiva deve acontecer “nos moldes a serem definidos por Vossa Excelência [Fachin]”.Janot afirma que, por haver investigados presos — Andréa Neves e Frederico Pacheco de Medeiros, irmã e prima de Aécio, e Mendherson Souza Lima —, o prazo para a conclusão da investigação por parte da Polícia Federal e da própria apresentação da denúncia pela Procuradoria-Geral da República (PGR) é mais curto.
“Conjugando o regime preconizado pelo Código de Processo Penal e pelo Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal, a Polícia Federal tem o prazo de 10 dias, contados da realização da prisão, para finalizar as investigações e remeter o inquérito para o Ministério Público Federal, que, por sua vez, possui o prazo de 5 dias para oferecer denúncia ou requerer o arquivamento”, disse Janot.
“Há a necessidade de ultimação de inquérito no prazo acima apontado em virtude de haver investigado preso, devendo ser efetivadas diligências a fim de angariar elementos a formação da opinio delicti”, disse Janot. Além de ouvir os investigados, Janot falou que também é necessário analisar o material apreendido na Operação Patmos de busca e apreensão, no dia 18.
Outra pendência no inquérito é a conclusão da perícia dos áudios das conversas gravadas pelo delator Joesley Batista, do Grupo J&F. Janot comenta que já concordou com a realização da análise da validade dos áudios.
Temer, Aécio e Rocha Loures são investigados por corrupção passiva, constituição e participação em organização criminosa e obstrução à investigação de organização criminosa.
Confissão. Janot também afirmou que Temer fez uma “confissão espontânea” durantes os pronunciamentos públicos realizados após o escândalo vir à tona, ao admitir o encontro, à noite, com Joesley no Palácio do Jaburu, o diálogo sobre possível corrupção de juízes, diálogo sobre a relação de Joesley com o ex-presidente Eduardo Cunha, e o fato de Temer ter indicado o deputado afastado Rodrigo Rocha Loures para tratar de temas com o empresário.
“Ocorre que, em que pese Michel Temer alegar ilicitude da gravação e questionar a integridade técnica desta, cumpre ressaltar que, em pronunciamentos recentes, o Presidente da República não negou o encontro nem diálogo noturno e secreto com o colaborador JOESLEY BATISTA, tampouco nega que o colaborador tenha lhe confessado fatos criminosos graves, o que demandaria, no mínimo, comunicação de tais crimes as autoridades competentes”, afirmou Janot.
Janot interpretou que, nos pronunciamentos de Temer, houve “confissão no sentido de que os interlocutores dialogaram sobre possível corrupção de agentes públicos”.
O procurador-geral cita um trecho de discurso de Temer: “Devo até registrar, devo até registrar, que e interessante quando os senhores examinam o seu depoimento e o áudio, os senhores verificam que a conexão de uma sentença a outra, não e conexão de quem diz: olhe eu estou comprando o silencio de um ex-deputado e estou dando tanto a ele. Não! A conexão é com a frase: ‘eu me dou muito bem com o ex-deputado, mantenho uma boa relação’, e eu disse: mantenha isso, viu? Enfatizou muita, o viu.”
Em seguida, Janot retoma e diz que: “de fato, o que consta desse trecho do discurso e o reconhecimento por parte do investigado MI CHEL TEMER da existência do diálogo com JOESLEY e da boa relação entre JOESLEY com EDUARDO CUNHA”.
“A interpretação do diálogo e do que significa esta anuência por parte do investigado MICHEL TEMER será avaliada no momento da formação da opinio delicti”, diz Janot.
Gravações. Em defesa ao uso da gravação de áudios por parte do delator, Janot compara ainda o caso de Temer com os diálogos interceptados entre a então presidente Dilma Rousseff e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva em março de 2016, quando os dois petistas discutiam a nomeação de Lula para o cargo de ministro da Casa Civil.
Citando o posicionamento do ministro do Supremo Tribunal federal Gilmar Mendes no caso envolvendo Dilma e Lula, ele diz que é possível afirmar “as confissões espontâneas tem força para provar a existência da conversa e do seu conteúdo”.
Na ocasião, Gilmar, que era relator do mandado de segurança que impediu Lula de assumir o cargo, afirmou que “em pelo menos duas oportunidades, a presidente da República admitiu a conversa, fazendo referencias ao seu conteúdo” e que isso caracterizava ainda que “há uma admissão pessoal da existência da conversa e da autenticidade do conteúdo da gravação”. DO ESTADÃO

Alckmin flerta com a eleição presidencial indireta

Josias de Souza

O governador paulista Geraldo Alckmin (PSDB) analisa a hipótese de participar da eleição indireta à Presidência da República se Michel Temer for apeado do cargo. Ele ainda não tomou uma decisão. Mas executa uma coreografia de candidato. Após consultar juristas, concluiu que pode entrar na disputa sem renunciar à poltrona de governador. Bastaria pedir licença do cargo. Recebeu estímulos de outros governadores. E trocou ideias com membros do seu grupo político.
A briga pela poltrona de Temer ganhou novos contornos. Alckmin e os apologistas do seu projeto presidencial concluíram que o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM), tornou-se franco favorito na corrida pelo trono. Perceberam que não está em jogo apenas o mandato-tampão do substituto constitucional de Dilma Rousseff. Na prática, disputa-se uma prévia de 2018. O escolhido do Congresso se converterá num candidato automático à reeleição.
Obcecado pelo Planalto, Alckmin passou a considerar que o melhor protagonista do PSDB nesse enredo talvez seja ele próprio, não o senador Tasso Jereissati (CE), que substituiu Aécio Neves no comando do partido e foi alçado à lista de opções presidenciais. Tasso esteve em São Paulo nesta quinta-feira. Reuniu-se com Alckmin, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e o prefeito João Doria.
Operadores políticos de Alckmin atribuem o favoritismo de Rodrigo Maia a quatro fatores:
1) Como presidente da Câmara, ele leva vantagem no jogo de sedução dos 513 deputados, um “eleitorado” mais de seis vezes maior do que os 81 votos disponíveis no Senado;
2) Além de ter bom trânsito na maioria das bancadas, Rodrigo Maia alarga a banda esquerda do seu cesto de votos atraindo o ex-presidente da Câmara Aldo Rebelo (PCdoB-SP) para ocupar o posto de vice na sua chapa.
3) Genro do ministro Moreira Franco (Secretaria-Geral da Presidência), Maia desfila nos bastidores como uma espécie de Plano B do próprio Temer, cacifando-se para receber parte dos votos do PMDB.
4) Na hipótese de afastamento de Termer, Rodrigo Maia assumirá a Presidência da República para convocar as eleições indiretas em 30 dias. Nesse intervalo, colocaria a máquina federal a serviço de sua permanência no cargo.
Pelas contas do grupo de Alckmin, Rodrigo Maia estaria muito próximo de colecionar algo como 300 dos 513 votos da Câmara. Alckmin entraria na briga com cerca de 150 votos. E teria de molhar a camisa para alcançar o rival. Imagina que, além dos votos do tucanato, arrastaria o grosso do PSB e do PPS, além de pedaços de legendas como PV, PP, PR, PTB, PSD e assemelhados.
A despeito de todas as dificuldades, os partidários de Alckmin avaliam que sua hipotética candidatura presidencial teria mais chances de êxito do que a de personagens como Tasso e o ex-ministro Nelson Jobim. Resta saber se Alckmin terá disposiçãp para comprar a briga. Alckmin e Rodrigo Maia têm algo em comum além do desejo de sentar na cadeira de presidente: ambos frequentam as planilhas do departamento de propinas da Odebrecht. Na lista de beneficiários da construtora, Maia é o ''Botafogo''.  Alckmin, o ''Santo''. Mas isso não parece fazer diferença numa eleição que será definida pelos votos dos clientes de caderneta da Lava Jato e de outras encrencas criminais.

Quem vai salvar Lula, corrupto número 1 do Brasil?


Com O Antagonista

Edson Fachin está sendo acusado de fazer o jogo do PT.
O mesmo Edson Fachin que deu um nó em Gilmar Mendes, Dias Toffoli e Ricardo Lewandowski para manter Antonio Palocci na cadeia.
Antonio Palocci se prepara para implodir o PT e delatar Lula.
Quem vai salvar Lula, impedindo a prisão dos condenados em segundo grau?
Gilmar Mendes, Dias Toffoli e Ricardo Lewandowski (juntamente com Celso de Mello, Marco Aurélio Mello e Rosa Weber).

Agentes da Polícia Federal cumprem mandados da Lava Jato no Rio

Carros da PF deixaram a sede da Polícia Federal às 5h25. Agentes estão em endereços da Barra da Tijuca e São Conrado desde as 6h.

A Polícia Federal está nas ruas do Rio cumprindo mandados na 41ª fase da Operação Lava-Jato na manhã desta sexta (26). A ação, que foi batizada como Poço Seco, também é realizada no Distrito Federal e em São Paulo.

Ao todo, foram expedidos 13 mandados judiciais, sendo oito de busca e apreensão, um de prisão preventiva, um de prisão temporária e três mandados de condução coercitiva, que é quando a pessoa é levada para prestar depoimento.
Entre os alvos da ação estão os lobistas ligados ao PMDB Jorge Luz e Bruno Luz, pai e filho que operavam para o partido dentro da Petrobras e que já estão presos no Complexo Médico-Penal, na Região de Curitiba. Eles foram presos durante a 38ª fase da Lava Jato.
Também são alvos nesta fase da Lava Jato Fernanda Luz e Álvaro Gualberto Teixeira de Mello, contra os quais foram expedidos mandados de condução coercitiva. Fernanda, que também é filha de Jorge Luz, não foi encontrada em casa. Segundo a PF, os mandados de prisão foram cumpridos.
Agentes da PF chegaram por volta das 5h30 ao Condomínio Golden Green, na Barra da Tijuca (Foto: Paulo Mário Martins / TV Globo)
Agentes da PF chegaram por volta das 5h30 ao Condomínio Golden Green, na Barra da Tijuca (Foto: Paulo Mário Martins / TV Globo)
A ação investiga complexas operações financeiras realizadas a partir da aquisição pela Petrobras de direitos de exploração de petróleo em Benin/África, com o objetivo de disponibilizar recursos para o pagamento de vantagens indevidas a ex-gerente da área de negócios internacionais da empresa.
O nome da fase (Poço Seco) é uma referência aos resultados negativos do investimento realizado pela Petrobras na aquisição de direitos de exploração de poços de petróleo em Benin.
Os investigados devem responder pela prática dos crimes de corrupção, fraude em licitações, evasão de divisas, lavagem de dinheiro dentre outros.
Polícia também cumpre mandados no Condomínio Atlântico Sul, na Avenida Lúcio Costa 3.600 (Foto: Cristina Boeckel / G1)
Polícia também cumpre mandados no Condomínio Atlântico Sul, na Avenida Lúcio Costa 3.600 (Foto: Cristina Boeckel / G1)
Uma viatura da Polícia Federal chegou antes das 6h e entrou no prédio da Avenida Niemeyer, 777 (Foto: Cristina Boeckel / G1)
Uma viatura da Polícia Federal chegou antes das 6h e entrou no prédio da Avenida Niemeyer, 777 (Foto: Cristina Boeckel / G1)
Agentes também estão em apartamento da Rua Zaco Paraná, número 45, na Barra da Tijuca (Foto: Danilo Pousada / TV Globo)
Agentes também estão em apartamento da Rua Zaco Paraná, número 45, na Barra da Tijuca (Foto: Danilo Pousada / TV Globo)DO G1