terça-feira, 8 de maio de 2012

Taques: a CPI padece de ‘complexo de vira-lata’. Será que é o receio de que apareçam os nomes de outras altas autoridades da República?”, indagou

Por Josias de Souza - uol Notícias
Membro da CPI do Cachoeira, o senador Pedro Taques (PDT-MT) classificou de “ridículos” os procedimentos impostos aos congressistas que desejam analisar os documentos recebidos do STF. Numa referência aos colegas que dividem o comando da CPI –o presidente Vital do Rêgo (PMDB-PB) e o relator Odair Cunha (PT-MG)—, Taques declarou:
“Alguns parlamentares parecem dotados do complexo de vira-lata”. Inconformado com as regras baixadas sob o pretexto de resguardar o sigilo dos dados, Taques insinuou que o objetivo seria limitar o avanço das apurações: “Será que é temor de alguma coisa? Será que é o receio de que apareçam os nomes de outras altas autoridades da República?”, indagou, do alto da tribuna do Senado.
Assentada no subsolo do Senado, a sala em que se encontram os documentos dos inquéritos do Cachoeiragate foi sitiada pelos mecanismos de segurança. Câmeras vigiam o vaivém dos congressistas. A Polícia do Senado monta guarda na porta. Só entra quem se dispõe a entregar os celulares e a assinar um compromisso de preservar o “sigilo”. Cada parlamentar não pode permanecer no recinto por mais de três horas.
“Não descerei naquela sala”, disse Taques em seu discurso. “Não vou participar de história da carochinha, de brincadeira de criança. Não sou como aqueles heróis de gibi, dotados de visão de raio-x. Isso é ridículo. Três horas para que possa analisar os documentos. Só se os parlamentares tivessem a visão fotográfica daquele personagem do filme Rain Man, interpretado pelo Dustin Hoffman.”
Taques acrescentou: “Para exercer minha atribuição constitucional preciso ver os documentos, copiá-los. CPI não é favor.
Entendo que minha atribuição constitucional está sendo subtraída. CPI não é favor. Aqui estamos a tratar de um dever fundamental de cada parlamentar. O dever de investigar o envolvimento desse cidadão apelidado de Cachoeira com autoridades da República. Não sou superdotado para ler documentos e, munido de papel e caneta, chegar às conclusões sobre as perguntas que tenho que fazer na CPI.”
Para Taques, as limitações impostas aos parlamentares são tão rículas quanto uma eventual lei que se aprovasse no Congresso para proibir os ministros do Supremo de analisar processos por mais de três horas e impedi-los de tirar cópias dos autos.
“Devemos respeito as decisões do Supremo, mas essas decisões. Como as nossas leis, são passíveis de crítica. Quando o STF declara a inconstitucionalidade de uma lei não diminui o papel do Congresso. Está apenas cumprindo seu papel constitucional. Do mesmo modo, nós temos de cumprir as nossas responsabilidades.”
“Não participo de coisas dessa natureza”, reiterou Taques. “Expresso meus respeitos ao senador Vital e ao relator Odair. Mas a Constituição da República está acima desse tipo de atitude.”
Também o senador Randolfe Rodrigues (PSOL-AP) foi à tribuna para criticar o cerco aos documentos enviados à CPI pelo STF. Ele anunciou a intenção de protocolar na CPI uma reclamaçãoo formal. Engtende as restrições violam o artigo 58 da Constituição, que atribui às CPIs poderes análogos aos de autoridades judiciais.
Para piorar a situaçãoo, Vital do Rêgo recebeu nesta segunda (7) um novo lote de papéis. Referem-se ao inquérito da Operação Monte Carlo, que corre na 11a Vara Federal de Goiânia. O presidente da CPI apressou-se em informar que o papelório será submetido às mesmas regras de segurança que irritam os parlamentares.
DO MOVCC

World War II: Mulheres em Guerra


Comemorando mais um aniversário do final da II Guerra Mundial, apresento a postagem que se segue:
Para as nações que estiveram profundamente envolvidas na Segunda Guerra Mundial, o esforço de guerra foi total, com as mulheres  se voluntarizando em grande número ao lado dos homens. 
Em seus países, as mulheres ocuparam postos tradicionalmente masculinos, assumindo posições ativas e de suporte em fábricas, organizações governamentais, como auxiliares militares, grupos de resistência, e muito mais. Embora relativamente poucas, mulheres estiveram na linha de frente como combatentes, muitas viram-se vítimas de bombardeios e de exércitos invasores. Até o final da guerra, mais de 2 milhões de mulheres tinham trabalhado nas indústrias de guerra.
Centenas de milhares delas se ofereceram como enfermeiras ou membros de unidades de defesa em casa, ou como membros em tempo integral das forças armadas. Só na União Soviética cerca de 800.000 mulheres serviram ao lado de homens em unidades do exército durante a guerra.
Aqui estão imagens que capturam algumas das coisas que essas mulheres experimentaram e sofreram durante a guerra. 
A maioria das legendas são a partir das fontes originais da década de 1940, com o uso freqüente da  palavra "menina" para descrever as mulheres jovens. 
(Esse post é a parte 13  de um semanário retrospectiva em 20 partes da II Guerra Mundial )
[45 fotos ]
Simbólico da defesa de Sebastopol, Crimeia, é esta jovem atiradora russa, Lyudmila Pavlichenko, que, até o final da guerra, havia matado um número confirmado de 309 alemães. A atiradora melhor sucedida da história.  (Foto: AP)

2. - A cineasta Leni Riefenstahl olha através da lente de uma câmera grande antes de filmar a 1934 Rally Nuremberg, na Alemanha. O filme seria composto em 1935 o filme "O Triunfo da Vontade", mais tarde aclamado como um dos melhores filmes de propaganda da história.(LOC) A cineasta Leni Riefenstahl olha através da lente de uma câmera grande antes de filmar a 1934 Rally Nuremberg, na Alemanha. O filme seria composto em 1935 o filme "O Triunfo da Vontade", mais tarde aclamado como um dos melhores filmes de propaganda da história. (LOC)
3 - As mulheres japonesas procuram possíveis falhas em estojos de munição vazios em uma fábrica no Japão, em 30 de setembro de 1941. (AP Ph
4. - Membros do Corpo de Mulheres do Exército (WAC) posam em Camp Shanks, Nova York, antes de embarcar em 2 de fevereiro de 1945. Elas foram o primeiro contingente de Black American WACs a ir para o exterior para o esforço de guerra. Da esquerda para a direita, de joelhos: Unip. Rose Stone; Unip. Virginia Blake e Pfc. Marie B. Gillisspie. Segunda fila: Unip. Genevieve Marshall; T/5 Fanny L. Talbert, e Cpl. Callie K. Smith. Terceira fila: Unip. Gladys Schuster Carter; T/4 Evelyn C. Martin, e Pfc. Theodora Palmer. (AP Photo)

5 - Trabalhadora inspeciona  um balão-barragem parcialmente inflado em New Bedford, Massachusetts em 11 de maio de 1943. Cada parte do balão deve ser carimbado pelo trabalhador que faz o trabalho particular, também pelo inspetor de trabalho da divisão, e, finalmente, pelo inspector "G", que dá a aprovação final. (AP Photo)


6 - Com alguns dos arranha-céus de Nova York aparecendo através de nuvens de gás, alguns enfermeiros do exército americano no hospital em Fort Jay, Governors Island, Nova York, usam máscaras de gás como precauções de defesa, em 27 de novembro de 1941. (AP Photo)


7 - Três guerrilheiras soviéticas em ação na Rússia durante a Segunda Guerra Mundial. (LOC) 

8 - Uma equipe de jovens auxiliares do Serviço Territorial, vestindo casacos de inverno, opera um holofote perto de Londres, em 19 Jan 1943, tentando encontrar  bombardeiros alemães para as armas anti-aéreas os abater. (AP Photo)
9 - Capitã Aviadora alemã Hanna Reitsch, aperta a mão do chanceler Adolf Hitler após receber a Cruz de Ferro, em abril de 1941, por seu trabalho no desenvolvimento de instrumentos para aviões. No centro, Reichsmarshal Hermann Goering. Na extrema direita, o tenente-general Karl Bodenschatz do ministério do ar alemão. (AP Photo)

10 - A linha de montagem onde estudantes de arte do sexo feminino copiam cartazes de propaganda sobre a II Guerra Mundial em Port Washington, Nova York, em 8 de julho de 1942. O cartaz principal está pendurado no fundo. (AP Photo / Marty Zimmerman)
11 - Um grupo de jovens combatentes da resistência judaica mantido sob prisão por soldados das SS em abril/maio de 1943, durante a destruição do Gueto de Varsóvia pelas tropas alemãs depois de uma revolta no bairro judeu. (AP Photo)
12 - Garotas ingressaram na Luftwaffe na campanha para recrutamento total na Alemanha . Elas substituiram os homens transferidos para o exército para enfrentar as forças aliadas que avançavam. Aqui, jovens alemãs são mostradas no treinamento com homens da Luftwaffe, em algum lugar na Alemanha, em 7 de dezembro de 1944. (AP Photo)
13 -   Jovens especialmente escolhidas foram treinadas para funções policiais na Força Auxiliar da Mulher do Ar (WAAF). Elas frequentaram um curso intensivo na escola de polícia da RAF - onde a sua formação corre em paralelo com a dos homens - para manter um homem "em seu lugar" - Um membro da WAAF demonstra auto-defesa em 15 de janeiro de 1942. (AP Photo)
14 - O primeiro  corpo de "Guerrilla Feminina" foi formado nas Filipinas e mulheres filipinas, são vistas aqui trabalhando duro para praticar em 08 de novembro de 1941, em um campo de tiro em Manila. (AP Photo)
15 - Pouco conhecidos para o mundo exterior, embora tenham lutado contra regimes fascistas desde 1927, os italianos "Maquis" exerceram sua batalha pela liberdade sob as condições mais perigosas. Alemães e fascistas italianos são alvos de suas armas, e os eternamente gelados picos nevados da fronteira franco-italiana são o seu campo de batalha. Esta professora da escola do Vale de Aosta luta lado a lado com o marido na "Patrulha Branca" em Little Saint Bernard, na Itália, em 4 de janeiro de 1945. (AP Photo)
16 - As mulheres do corpo de defesa formam um "V" de vitória com os jatos cruzados de mangueiras em uma demonstração de suas habilidades em Gloucester, Massachusetts, em 14 de novembro de 1941. (AP Photo)
17 - Uma enfermeira faz curativo na mão de um soldado chinês enquanto outro soldado ferido aguarda tratamento de primeiros socorros durante os confrontos em frente ao rio Salween na província de Yunnan, na China, em 22 de junho de 1943.(AP Photo)

18 - Mulheres trabalhadoras aprontam narizes transparentes para os bombardeiros A-20J na Douglas Aircraft, em Long Beach, Califórnia, em outubro de 1942. (AP Photo / Office of War Information)
19 - Atriz americana Veronica Lake, ilustra o que podia acontecer a trabalhadoras de guerra que usavam cabelos longos, enquanto trabalhavam em uma fábrica em algum lugar nos Estados Unidos, em 9 de novembro de 1943. (AP Photo)
20 - Garotas, membros do Serviço Auxiliar Territorial (ATS), correm para a ação em uma base de armas anti-aéreas de Londres em 20 de maio de 1941, quando o alarme é soado. (AP Photo)
21 - Duas mulheres dos serviços de comunicações de apoio às armas anti-aéreas de campo durante a Segunda Guerra Mundial. (LOC)
22 -  Soviética condutoras de tratores na Quirguízia (hoje Quirguistão), substituíram com eficiência os seus amigos, irmãos e pais que foram para a frente. Aqui, um tratorista semeia beterraba em 26 de agosto de 1942. (AP Photo)
23 - Sra. Paul Tito, 77 anos, vigia de ataque aéreo em Bucks County, Pensilvânia, mostra sua arma, em 20 de dezembro de 1941. Sra. Tito alistou-se após o ataque a Pearl Harbor.  (AP Photo)
24 - Mulheres polonesas uniformizadas e com capacetes de aço,  marcham pelas ruas de Varsóvia para ajudar na defesa do seu capital depois que as tropas alemãs tinham iniciado ainvasão da Polônia, em 16 de setembro de 1939.

25 - Enfermeiras limpam os restos de uma das enfermarias do Hospital São Pedro, Stepney, East London, em 19 de abril de 1941.Quatro hospitais foram atingidos por bombas alemãs durante um ataque à capital britânica.(AP Photo)
26 -  Jornalista Margaret Bourke-White da Revista Life usa equipamento de alta altitude na frente de um avião aliado, Fortaleza Voadora, durante a II Guerra Mundial em fevereiro de 1943. (AP Photo)
27 - Mulheres polonesas são conduzidos através da floresta para suas execuções por soldados alemães em algum momento de 1941. (LOC)

28 - Essas meninas da Northwestern University treinam para ser Guarda no campus, em Evanston, Illinois em 11 de janeiro de 1942. Da esquerda para a direita: Jeanne Paulo, de 18 anos, de Oak Park, Illinois; Virginia Paisley, 18 anos, de Lakewood, Ohio; Marian Walsh, 19, também de Lakewood, Sarah Robinson, 20, de Jonesboro, Arkansas,; Elizabeth Cooper, 17, de Chicago; Harriet Ginsberg, 17. (AP Photo)
29 - Enquanto esperam designação para campo permanentes, estes enfermeiros do Exército passam por treino com máscara de gás, como parte dos cursos de reciclagem dado a eles em uma área de treinamento  em algum lugar no País de Gales, em 26 de maio de 1944. (AP Photo)
30 - Atriz Ida Lupino, atuando na central telefônica em Brentwood, Califórnia, em 03 de janeiro de 1942. Em caso de emergência, ela pode alertar qualquer posto de ambulância na cidade. (AP Photo)
31 -primeiro contingente de enfermeiras do Exército dos EUA enviado para uma base avançada aliada na Nova Guiné transporta seus equipamentos em 12 de novembro de 1942. As quatro primeiras da fila da direita são: Edith Whittaker, Pawtucket, Rhode Island; Ruth Baucher, Wooster, O.; Helen Lawson, Atenas, Tennessee, e Juanita Hamilton, de Hendersonville, Carolina do Norte, (AP Photo)
32 - Com praticamente todos os membros presentes, a Câmara de Representantes dos EUA em Washington, DC ouve a Madame Chiang Kai-Shek, esposa do Generalíssimo da China, apelar para os esforços para pôr fim à guerra do Japão em 18 de fevereiro 1943. (AP Photo / William J. Smith)
33 - Enfermeiras dos EUA caminham ao longo de uma praia na Normandia, França, em 04 de julho de 1944, depois de terem deixado sua embarcação de desembarque. Eles estão a caminho de hospitais de campanha para cuidar dos soldados aliados feridos.(AP Photo)
34 - Um francês e sua mulher atuam como membros das Forças francesas do Interior atacando os alemães, em Paris, em agosto de 1944, antes da rendição das forças alemãs e da libertação de Paris em 25 de agosto. (AP Photo)
35 - Um soldado alemão ferido é desarmado por dois membros das Forças francesas do interior, um deles uma mulher, durante as lutas de rua que precederam a entrada de tropas aliadas em Paris em 1944. (AP Photo)
36 - Elisabeth "Lilo" Gloeden diante dos juízes, em julgamento por envolvimento no atentado contra Adolf Hitler em julho de 1944. Elisabeth, junto com seu marido e sua mãe, foram condenados por esconder um fugitivo da conspiração de 20 de julho. Os três foram executados por decapitação em 30 de novembro de 1944, suas execuções foram muito divulgadas como um aviso para os outros que poderiam conspirar contra o partido do governo alemão. (LOC)
37 - Civis romenos, homens e mulheres, jovens e velhos, cavam valas anti-tanque em uma área de fronteira, em 22 de junho de 1944, em prontidão, para repelir os exércitos soviéticos. (AP Photo)
38 - Senhorita Jean Pitcaithy, enfermeira de uma Unidade Hospitalar de Nova Zelândia estacionada na Líbia, usa óculos para protegê-la contra areias, em 18 de junho de 1942. (AP Photo)
39 - 62º Exército de Stalingrado nas ruas de Odessa (O 8º Grupo do Exército do general Chuikov nas ruas de Odessa), em abril de 1944. Um grupo de soldados soviéticos, incluindo duas mulheres na frente, marcham pela rua. (LOC)
40 - Uma jovem do movimento de resistência em uma patrulha procurando snipers alemães que ainda restam em áreas em Paris, França, em 29 de agosto de 1944. A menina havia matado dois alemães em combate dois dias antes. (AP Photo)
41 - Grande Guillotte da Normandia, na França, paga o preço por ser uma colaboracionista tendo o cabelo cortado por vingadores patriotas franceses em 10 de julho de 1944. O homem à direita olha com satisfação sombria para a menina infeliz. (AP Photo)
42 - Algumas das mulheres e crianças, dos mais de 40.000 prisioneiros de campos de concentração libertados pelos britânicos, come fome, tifo e disenteria, se amontoam em uma barraca de Bergen-Belsen, na Alemanha, em abril de 1945. (AP Photo)
43 - Algumas das mulheres da SS cuja brutalidade era igual à de seus colegas do sexo masculino no campo de concentração Bergen-Belsen em Bergen, na Alemanha, em 21 de abril de 1945. (AP Photo / British Oficial foto)
44 - Uma mulher Soviética, na colheita de um campo dilacerado por bombas há pouco tempo, balança a punho para prisioneiros de guerra alemães que marcham para o leste sob a guarda soviética na URSS, em 14 de fevereiro de 1944. (AP Photo)
45 - Em 19 junho de 2009, Susie Bain exibe em Austin, Texas, uma foto de 1943, quando ela foi uma das mulheres pilotos do Airforce Service, durante a Segunda Guerra Mundial. Bain é uma dos 300 membros vivos da WASP que esperavam ser homenageados com a Medalha de Ouro do Congresso. A lei foi aprovada em 10 de março de 2010, mais de 200 veteranos WASP participaram de uma cerimônia de condecoração com a Medalha de Ouro do Congresso.(AP Photo / Austin American Statesman, Ralph Barreras Fonte:   The Atlantic
DO MUJAHDIN CUCARACHA

Turma do aquecimento global agora faz a coisa certa: debate pum de dinossauro!!!

Meu Jesus Cristinho!, como diria o poeta!
Por Reinaldo Azevedo - Veja Online

Num texto de 4 de fevereiro de 2007 — e ninguém ousava perguntar que remédio haviam tomado ou que mato haviam queimado os tarados do aquecimento global — escrevi aqui o que segue em azul. Leiam. Volto em seguida:
Consta que a ExxonMobil está pagando US$ 10 mil por artigo desqualificando o relatório do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC, na sigla em inglês). Eu logo fiz como aquele jacaré da piada, que quer entrar na festa do céu, e exclamei: “Obaaaaaaaa!!!”. Mas aí li que eles querem só cientistas e economistas. E eu fechei o bico: “Coitadinhos dos jornalistas…!” Abelhudo como eu não serve. Fiquei tentado a aderir imediatamente a esta onda formidável de condenação ao, como é mesmo?, “ser humano”, que sempre estraga tudo… É sério. O mundo ia bem, ali, naquele seu ritmo, sabem?… Uma explosão ou outra de vez em quando, um maremoto, um meteorito, mas tudo muito natural. Aí apareceu este ignóbil, detestável, verdadeiro lixo das esferas celestiais: o ser humano, doravante grafado “serumano”. E fez o quê? O serumano ficou emitindo o PPC (Pum Pantagruélico da Civilização), esses gases do efeito estufa. E agora estamos nós assim: por culpa do serumano, a coisa vai esquentar.
“Veta o pum, veta o pum”.


Pois é… Antes do Pum Pantagruélico da Civilização, fiquei sabendo hoje, houve o Pum Pantagruélico dos Dinossouros. Que mundo assombroso, né? Leiam na VEJA Online, com informações da Agência Efe, o que segue. Volto em seguida.
*
A flatulência dos dinossauros herbívoros pode ter causado o aquecimento do planeta há 150 milhões de anos, durante a era Mesozoica, segundo um estudo divulgado nesta segunda-feira no Reino Unido e publicado no periódico Current Biology. Os saurópodes foram grandes dinossauros herbívoros e quadrúpedes que viveram há 150 milhões de anos. Eles tinham pescoço longo, cabeça e cérebros pequenos, dentes achatados e uma longa cauda. O grupo inclui os maiores animais terrestres que já existiram, como o Braquiossauro, o Diplodoco e o Brontossauro.
A pesquisa calcula que os saurópodes, grandes dinossauros herbívoros, podiam emitir conjuntamente até 520 milhões de toneladas anuais de metano, um dos gases que provocam o efeito estufa. Para fazer o cálculo, os especialistas analisaram a proporção de metano emitida pelos herbívoros atuais, como as vacas, de acordo com sua biomassa. Depois, compararam essa relação com os dinossauros herbívoros do passado, como o Diplodocus, que media 45 metros e pesava mais de 45 toneladas, e o Brontossauro, um pouco menor e mais leve.
Os autores do estudo acreditam que os dinossauros, da mesma forma que as vacas, tinham em seus aparelhos digestivos bactérias que ajudam na fermentação das plantas e que geram metano. “Um simples modelo matemático sugere que os micróbios que viviam nos dinossauros saurópodes poderiam ter produzido metano suficiente para causar um efeito importante no clima”, afirmou o coordenador do estudo, Dave Wilkinson, da universidade John Moores de Liverpool, na Inglaterra. Estima-se que nessa época o planeta era em média 10 graus Celsius mais quente que hoje.
“Nossos cálculos indicam que estes dinossauros podem ter produzido mais gases do que todas as fontes de metano atuais juntas, naturais ou criadas pelo homem”, acrescentou. Atualmente, as emissões de metano chegam a 500 milhões de toneladas ao ano, contra 181 milhões da era pré-industrial.
Voltei
Huuummm… Tivesse Marina Silva sido contemporânea dos dinossauros — não estou falando da contemporaneidade de ideias, claro —, os grandões teriam sido extintos bem antes que algum meteorito tivesse colhido o planeta. Eu já a imagino, com aquele seu ar beato, pilotando um pterodáctilo e pregando: “Veta o pum, veta o pum”.
Os climatologistas, alguns deles ao menos, estão definitivamente fora do controle. Além de calcular a elevação do mar em 2100 — qualquer coisa entre 80cm e 200 cm; precisão é com eles mesmos —, sabem quantos eram os dinossauros, com que regularidade eles, bem…, peidavam e quanto isso emitia de gás metano…
Mas a notícia não deixa de ter seu lado interessante. Vejam bem: segundo esses nossos especialistas em flatulência, a Terra ora esquenta, ora esfria, e pelas mais variadas razões. Na hipótese de que a gente — o “serumano” — tenha mesmo esquentado um pouquinho o planeta, foi por uma boa causa, né? Nesse tempo, a gente produziu Pitágoras, vaso sanitário, Royal Salute, chocolate belga, Mozart, algumas vacinas, protetor solar, Flaubert, Fernando Pessoa, antiácido, Cícero, Padre Vieira, água encanada, energia elétrica…
E os dinossauros, aqueles egoístas? Ficavam lá só comendo e peidando!
Que deselegante!

Por Reinaldo Azevedo

DO MOVCC 

CPI do Cachoeira, Mensalão e o desespero da imprensa chapa-branca


Na última semana, a Santíssima Trindade do PIG (composta pela TV Record e revistas Istoé e Carta Capital) vem tentando aproveitar o embalo da CPI do Cachoeira para emplacar matérias com o objetivo de confundir o público, atrapalhar as apurações e estimular a militância contra adversários do PT e do governo. A blogosfera sustentada com dinheiro público repercute diariamente as “notícias” surgidas nesses três veículos. A seguir, analisaremos o que há por trás desta verdadeira campanha empreendida pelos amigos do poder:

Record e CartaCapital atacam a revista Veja

A denúncia não é nova para quem acompanha as notícias sobre o caso Cachoeira: em longa reportagem em seu “Fantástico genérico” apresentado pelo ex-jornalista processado por ofensas racistas Paulo Henrique Amorim ontem (06), a TV do autodenominado bispo Edir Macedo afirma que o bicheiro teria mantido contato com o editor de Veja (alguns blogueiros governistas chegaram a falar em 200 telefonemas trocados; mesmo que o número fosse verdadeiro, não seria prova de envolvimento do jornalista com o esquema), e teria sido responsável por “ao menos 5 capas” da revista.
Na capa de CartaCapital desta semana, reportagem compara o empresário Roberto Civita, presidente do grupo Abril, que edita a Veja, com Rupert Murdoch, dono do tabloide inglês News of The World, envolvido em escândalo recente por espionar políticos e celebridades em busca de notícias. A revista de Mino Carta só deixou de lado um “pequeno” detalhe na comparação: no caso do News of the World, havia diversas provas da conduta ilegal de seus editores e repórteres. Aqui, do que surgiu até agora, não há nenhum fato desabonador da conduta do repórter. Em uma das conversas vazadas (obviamente ignorada pelos setores governistas da blogosfera), Cachoeira chega a reclamar com um comparsa sobre a falta de “reciprocidade” na relação com Veja.
A ofensiva contra Veja tem dois objetivos: fornecer um pretexto verossímil para que o governo desengavete projetos de controle da imprensa, como querem os setores mais radicais do petismo, e desqualificar a denúncia do Mensalão. Como se Cachoeira tivesse plantado José Dirceu e Delúbio Soares no governo Lula…

IstoÉ, a revista de Daniel Dantas, ataca Serra e o governo paulista por manter contratos com a Delta

Vocês certamente conhecem o histórico da revista IstoÉ com o PT. Ela foi o veículo que publicou o tal “dossiê Vedoin” contra a candidatura Serra nas eleições de 2006, caso que entrou para a história como o escândalo dos aloprados.
Alguns meses antes, por conta da cobertura do primeiro escândalo envolvendo Antônio Palocci (a quebra de sigilo do caseiro Francenildo), o editor de política demissionário Luiz Cláudio Cunha havia se despedido da revista com uma carta bombástica endereçada a seu ex-chefe, publicada no site Observatório da Imprensa:
(…)
ISTOÉ, pelo jeito, não quer afligir mais ninguém, principalmente os poderosos. Deve ser por isso que a ISTOÉ desta semana consegue o milagre de produzir uma matéria sobre o caseiro Nildo, aquele que viu as bandalheiras da “República de Ribeirão Preto”, sem citar uma única vez o santo nome de Antonio Palocci. E discorre sobre a vergonhosa quebra de sigilo do caseiro omitindo acintosamente o nome do assessor de imprensa Marcelo Netto, um dos suspeitos de envolvimento no crime. Reclamo porque fui eu que escrevi a matéria, e nela constavam os dois nomes – Palocci e Marcelo. Meu texto foi lipoaspirado, desintoxicado dos nomes do ministro e do assessor, e assim publicado. Por isso, recusei assinar a matéria, que não refletia o que o repórter mandou de Brasília na noite de quinta-feira 23 . E nem precisaria tanto drama, porque os nomes da dupla já estavam, desde manhã cedo, nas edições da Folha de S.Paulo e do Correio Braziliense. A revista não estaria fazendo carga contra ninguém, estaria apenas sendo fiel aos fatos. Perdeu uma bela oportunidade de não ficar calada. Até porque, momentos atrás, o Palocci acaba de se demitir, por todos os motivos que tínhamos e não explicitamos.
(…)
 Diogo Mainardi também dedicou uma coluna às relações da revista com o petismo em setembro de 2006, intitulada IstoÉ, a mais vendida:
“Fim de agosto. Base aérea de Congonhas.
Lula
se encontra com Domingo Alzugaray,
dono da
IstoÉ. O encontro está fora da
agenda presidencial. Alzugaray se lamenta
dos problemas financeiros da revista.
Lula pergunta como pode ajudá-lo…”
Pois bem. Esqueçam tudo isso. Os problemas financeiros da revista acabaram. Alzugaray acabou vendendo 51% da Editora Três, que publica a IstoÉ, em março de 2007. Desde então, a revista encontra-se “sob nova direção”. Confiram reportagem da Folha sobre a disputa pela empresa:
Depois de três meses de negociações, o banqueiro Daniel Dantas, dono do Opportunity, comprou 51% da Editora Três, do empresário Domingo Alzugaray. O negócio será assinado até a próxima terça-feira, quando o grupo deverá fazer um comunicado oficial do negócio.
Dantas disputou a compra da Editora Três, que publica a revista “IstoÉ”, com o empresário Nelson Tanure, do ‘JB’, e com os grupos Bandeirantes/Camargo Comunicações. Alzugaray optou pela proposta de Dantas.
Nos dois últimos dias, a TV Record, do Bispo Edir Macedo, ainda tentou fazer uma proposta para a compra da editora, mas Alzugaray considerou o lance inviável.
Os detalhes e os valores da operação de transferência de controle da Três para Dantas ainda não são conhecidos. Assim que o negócio for oficializado, ficou acertado que Dantas irá regularizar os salários atrasados. A maioria dos jornalistas da Editora Três encontra-se em estado de greve desde o início da semana.
É preciso reconhecer aqui que a “blogosfera progressista” acertou ao menos uma: durante a Operação Satiagraha, Protógenes Queiroz e os blogueiros governistas afirmavam que Leonardo Attuch, repórter de IstoÉ, trabalhava a serviço de Daniel Dantas, relação trabalhista devidamente oficializada desde a aquisição da editora por parte do banqueiro.
O jornalista Mino Pedrosa abordou o assunto recentemente em seu blog Quid Novi, confiram um trecho:
(..)Leonardo Attuch foi flagrado na Operação Satiagraha como assessor de comunicação da organização criminosa. Certa vez, Carlos Rodemburg foi chamado na Editora Três, Revista Isto É Dinheiro, pelo presidente Domingos Alzugaray, para mostrar uma matéria feita por Leonardo Attuch denunciando o banqueiro Daniel Dantas usando o nome de laranjas no contrato do Opportunity com o Citybank. A matéria foi produzida a partir de um dossiê da Telecom Itália, que estava em litígio com a Brasil Telecom.
Attuch foi chamado pela direção da Editora Três para apresentar a matéria que tinha produzido. A matéria não foi veiculada. Mas Attuch se cacifou perante Daniel Dantas, tornando-se seu homem de confiança na Imprensa.
A partir daí foram várias as matérias publicadas na Isto É Dinheiro, “confeccionadas” por Attuch. Daniel Dantas fez uma compra de R$ 15 milhões em livros da Editora Três. E Attuch ficava visivelmente satisfeito com os negócios entre a BR Telecom e a Editora Três.
Humberto Braz, “o mala”, era responsável mensalmente pela felicidade de Attuch. A imprensa , na época da Operação Sathiagaha, denunciou Attuch de receber propinas e presentes de Daniel Dantas, como por exemplo uma confortável casa no bairro classe A, de São Paulo, o Alphaville.
A quadrilha de Daniel Dantas até hoje sustenta o “jornalista”. Montaram um site www.brasil247.com, onde Attuch atua sem se identificar, a serviço não só da quadrilha de Dantas, como também cuidando dos interesses de empresários  como José Batista Junior, da Friboi, que se filiou ao PSB em Goiás para disputar o governo com Marconi Perillo (PSDB), e empresas como a Odebrech, apadrinhada pelo deputado cassado e personagem central no Mensalão do PT José Dirceu e o Banco BVA.
(…)

Nova direção, velho alvo

A revista, agora sob o comando de Daniel Dantas, publicou reportagem essa semana sobre contratos da construtora Delta com a prefeitura e o governo de São Paulo, tentando envolver o ex-governador e ex-prefeito José Serra (sob cuja administração os contratos foram assinados) no rolo da CPI do Cachoeira. Ignorando o fato que a Delta mantinha contratos em 20 estados (trata-se da única empresa do ramo dedicada exclusivamente a obras públicas) e que nenhuma escuta revelada até agora cita o ex-governador, a revista afirma que a Delta “multiplicou contratos” durante suas gestões.
O problema é que a construtora do amigão de Sergio Cabral nunca fez doações às campanhas de Serra, muito pelo contrário: segundo levantamento do site Contas Abertas, a Delta doou R$ 1,5 milhão para a campanha de Dilma Rousseff à Presidência em 2010, além de mais R$ 1,5 milhão ao diretório nacional do PMDB na mesma eleição. A construtora financia campanhas eleitorais desde 2002, e não há registro de doação a nenhuma campanha do PSDB nacional ou paulista.
O objetivo aqui é livrar a cara dos governadores aliados do Governo Federal que realmente tiveram relação com a construtora e com o bicheiro. Ao sugerir o envolvimento de Serra, os aliados do governo na imprensa e no Congresso buscam na verdade “livrar a cara” dos governadores aliados que realmente tiveram relação próxima com a construtora e/ou com o esquema de Cachoeira: Sergio Cabral (PMDB-RJ) e Agnelo Queiroz (PT-DF), além de Marconi Perillo (PSDB-GO), que não deve (ou não deveria) ser poupado nem pelos próprios aliados.
O Partido da Imprensa Governista quer melar a CPI do Cachoeira, melar o julgamento do Mensalão e ainda colocar sob suspeita adversários do governo e do PT.
DO IMPLICANTE

Edir Macedo, que frauda o sentido da Bíblia ela-mesma, não será o autor de uma bíblia do jornalismo ético



Vamos lá.
Não deixo de achar certa graça, embora haja no mundo milhares de coisas mais interessantes e engraçadas, do que a tentativa de invasão do blog pela súcia organizada para defender mensaleiros e atacar a VEJA
Não!
Aqui a canalha não vai botar as suas patas sujas
Por Reinaldo Azevedo
Já faço blog há algum tempo. Sei como manter o espaço higienizado. O “instrumento de luta” da hora é uma peça de ficção levada ao ar pela TV Record, aquela do autointitulado “bispo Macedo”, com base em outra peça de ficção da Carta Capital, a revista que oferecia, até outro dia, assinatura com desconto para pessoas filiadas ao PT.
Isso é que é prova de independência!
Faz sentido?
No universo moral deles, todo sentido!
Se a publicação só existe porque conta com a generosidade dos anúncios públicos e de estatais, é preciso oferecer a contrapartida. É dando que se recebe. A profissão é antiga, vem dos tempos bíblicos.
“Ah, tá falando isso porque seu blog está hospedado na VEJA”. Pois é… Não haveria nada de errado se assim fosse, mas não é. Muito antes de meu blog estar aqui, estive em outros lugares e fiz outras revistas.
Todos sabem o que penso dessa gente há muito tempo.
Antes de Mino Carta servir ao petismo, serviu a Orestes Quércia, por exemplo.
Quando este começou a viver o seu ocaso, decidiu se virar nos 30…
Nos primórdios de 2002, namorou com Ciro Gomes.
Mas pertence à espécie dos que têm bom faro.
Percebeu que o petismo lhe oferecia melhores condições de trabalho e se tornou um entusiasta da causa, sempre com aquele arzinho de desdém que devota aos brasileiros, por ele tratados como “os nativos”.
Mino se considera membro de uma certa aristocracia do espírito, que, eventualmente, precisa do aporte de gente menos espiritualizada para se manter. O ódio que tem da VEJA é proverbial e conhecido.
A “reportagem” da Carta Capital que serve de base para a “reportagem” da Record não passa de um apanhado de ilações ridículos e sem amparo nos fatos.

As gravações exibidas como “provas” provam apenas que um jornalista da VEJA tinha, entre suas fontes, Cachoeira e seus serviçais.
E daí?
Tentar transformar isso em crime é uma tentativa de criminalizar o próprio jornalismo investigativo.
Pergunto: o jornalista da revista usou aquelas informações para ganhar dinheiro?
Usou aquelas informações para fazer negócios em seu nome ou da revista?
Usou aquelas informações para obter algum benefício?
Não!
Com elas — e recorrendo sempre a outras fontes que ajudaram a desvendar a infiltração de criminosos no governo —, colaborou para desbaratar quadrilhas que estavam infiltradas no Estado. Dilma não se livrou de seis ministros-problema para ficar de bem com a VEJA. Ela se livrou de seis ministros-problema — e mais a camarilha que estava no Dnit — porque constatou, quando menos, evidências de lambança.
Na reportagem da Carta Capital e da Record, não por acaso, ignoram-se os dados levantados pela Corregedoria Geral da União. Eles demonstravam a lisura de procedimentos? Não! Eles demonstravam a roubalheira.
Aquilo que a “reportagem” da Record apresenta como evidências contra a VEJA é uma fraude montada a partir de fragmentos de conversas que mal esconde o intento — é uma exigência! — de transformar, sempre ele, José Dirceu, o “chefe de quadrilha” (segundo a Procuradoria Geral da República), em uma pobre vítima das armações de Cachoeira.
Vítima?
Dirceu organizava um governo paralelo num quarto de hotel, no momento em que o chefe da Casa Civil era defenestrado, o que foi denunciado por VEJA, e essa gente fala em investigar a revista?
Ora…
   Quem frauda a Bíblia frauda os fatos  
O papel da Carta Capital e assemelhados e da Rede Record nesse imbróglio não é novo. Edir Macedo é dono de uma igreja — e deixo claro que os fiéis não têm nada a ver com suas lambanças; estão lá de boa-fé — e de um partido político, o PRB, que ganhou há dias o Ministério da Pesca. Seu titular, Marcelo Crivella, é sobrinho do chefão da organização. Sua primeira declaração ao ser nomeado exibia a sua intimidade com a pasta: “Vou aprender a pôr minhoca no anzol”.
Caso se reconstitua a trajetória de Macedo e se tente entender como amealhou recursos para se tornar empresário de comunicação, vai-se concluir o óbvio: o dinheiro, originalmente, saiu da igreja, da doção feita pelos fiéis.
Problema: trata-se de uma atividade não-tributada constituindo fundos para organizar uma empresa privada. Ainda hoje, boa parte da receita da emissora sai dos cofres da Universal. Como a simples transferência de recursos é proibida, usa-se um artifício: a Igreja “compra” tempo na Record e paga por ele um preço que ninguém mais pagaria.
Macedo impõe ao jornalismo o mesmo padrão e rigor teórico com que leva adiante em sua teologia. Este é aquele senhor que recorre a uma passagem do Eclesiastes para justificar o aborto, por exemplo.
Também é aquele líder religioso que aparece num vídeo, com um chicote na mão, para expulsar o demônio do corpo de um homossexual.
Se faz isso com a religião, por que faria diferente no jornalismo?
“Ah, o Reinaldo está recorrendo a coisas que não têm nada a ver com o caso…”
Ah, tem, sim!
Quando se evoca o Eclesiastes para justificar o aborto, estamos diante de uma fraude teológica!
Quando se recorre ao chicote contra um homossexual para que ele mude sua orientação, estamos diante de uma fraude em qualquer sentido que se queira: psicológica, religiosa, ética.
Quando se leva ao ar aquela montagem asquerosa tentando incriminar o jornalista da VEJA — que só fazia o seu trabalho —, estamos diante de uma fraude jornalística. Porque a tudo isso preside o mesmo padrão moral.
                   Nada de errado
Qualquer jornalista responsável, de posse das mesmas informações que tinha o jornalista da VEJA, faria o que ele fez: reportagens! Se Cachoeira e outros tantos gostavam ou não dela, isso é irrelevante.
ESSA PATACOADA SÓ ESTÁ NO AR AGORA PORQUE ALGUMAS DAS REPORTAGENS QUE TENTAM DEMONIZAR CONTRARIARAM O INTERESSE DE QUADRILHAS INFLUENTES.

Alguém se interessou em saber a origem das fitas que resultaram no “escândalo das privatizações” — “escândalo” que, sabe-se agora, depois de muitas investigações, nunca existiu?
Alguma vez os petistas se lembraram de pôr a bola no chão para ponderar: “Pô, gente, vamos com calma! Esses que querem derrubar a cúpula do BNDES e do Ministério das Comunicações são todos bandidos…”
Não!
Não se disse uma vírgula a respeito. Ao contrário: defendia-se o uso aberto de fitas gravadas sem qualquer autorização judicial porque se sustentava: “O que importa é o crime que está sendo denunciado”.
Crime que, reitero, nunca existiu. Mas, vocês sabem, como era coisa contra tucanos, tudo bem! Caso semelhante a este de que trato? Não! As reportagens da VEJA trouxeram à luz corrupção comprovada, escancarada. A “privataria” era uma farsa.
Alguém se interessou — antes que a própria polícia o fizesse — em saber qual era a fonte que alimentava a imprensa com o tal Dossiê Cayman?
Por mais que os tucanos negassem qualquer envolvimento com o caso e afirmassem que tudo não passava de loucura e de armação, jamais se levantou a questão das “fontes”.
Os jornalistas que deram curso àquela mentirada desfilam por aí, lépidos, como se nada tivesse acontecido.
Caso semelhante a este de que trato?
Não!
As reportagens da VEJA trouxeram à luz corrupção comprovada, escancarada. O Dossiê Cayman era uma farsa.
No caso da suposta compra de votos da reeleição — em que se armou uma escuta —, alguém se preocupou em saber qual era a fonte e quem estava por trás da tramoia? Também nesse caso, os alvos eram tucanos — e, se é assim, então nada se pergunta. Por que essa gritaria agora?
                     A resposta é simples
Porque uma das especialidades de uma banda do PT e outros a ela associados é inverter a lógica dos fatos e o sentido moral dos eventos históricos.
Tentam transformar a ação virtuosa da reportagem de VEJA, QUE DENUNCIOU A AÇÃO DE LARÁPIOS NO GOVERNO — E FOI DILMA QUEM OS BOTOU PRA FORA, NÃO A REVISTA — em crime. E, POR ÓBVIO, TENTAM TRANSFORMAR CRIMINOSOS EM VÍTIMAS.
Na peça de ficção da Record, fica parecendo que José Dirceu brincava de amarelinha em reunião clandestina com o presidente da Petrobras, o ministro do Desenvolvimento Industrial, o líder do governo na Câmara, entre outros.
Os repórteres investigativos — e existe até uma associação no Brasil que os junta — devem se reunir, a partir de agora, e estabelecer um código de ética próprio: “Só falaremos, daqui para a frente, com pessoas de reputação ilibada. Descobriremos as safadezas da República conversando com acadêmicos, teólogos, filósofos etc. Antes de saber se alguém pode ser uma fonte, vamos pedir atestado de bons antecedentes…”
Imaginem se a Polícia Federal vazar todas as conversas que certamente tem lá guardadas de repórteres com suas fontes — claro,claro, os grampeados não eram os jornalistas, mas as fontes… A propósito: quem organiza os vazamentos das gravações? Notaram que todos os que as tornam públicas fazem questão de frisar: “Conversas gravadas com autorização judicial..” Verdade! E o vazamento? Também tem autorização judicial ou, na origem, é um crime?

Respondo: na origem, é um crime.
Repórteres estão ou não utilizando um material decorrente de um crime, já que ele estaria resguardado por sigilo de Justiça?
Estão!
Mas não estou aqui a defender restrições para o jornalismo, não!
Se vazou, vazou!
Papel de jornalista não é assegurar sigilo de coisa nenhuma.
Mas não vale fazer de conta que foi um grande professor de ética que passou o troço adiante.
Concluindo
E que fique claro a essa gente que atua como ordem unida, que obedece a um comando, que escreve o que interessa a seus financiadores. Este texto é meu, publicado no meu blog, que está hospedado na VEJA Online.
Não é um texto “da VEJA”.
Os princípios que norteiam a revista já foram tornados públicos por Eurípedes Alcântara, diretor de Redação da revista. Não falo pela publicação. Falo o que penso.
Sei que alguns chegam a ficar constrangidos que assim seja, porque contrastam a minha independência com a sua sujeição, mas o fato é que escrevo o que quero, com a opinião que tenho — e nem sempre coincidente com escolhas editoriais da VEJA.
Pluralidade não é alegoria de mão de desfile carnavalesco.
É um fundamento da democracia.
No próximo post, apresento três evidências do rigor teológico de Edir Macedo.
O mesmo rigor que ele levou para o jornalismo.
O PT começou citando Karl Marx e terminou no colo do “bispo”.
E, no entanto, asseguro: o jornalismo independente vai sobreviver ao ódio de uns e à vigarice de outros.
07/05/2012 
DO R.DEMOCRATICA