Meu Jesus Cristinho!, como diria o poeta!
Por Reinaldo Azevedo - Veja Online
Num texto de 4 de fevereiro de 2007 — e ninguém ousava perguntar que remédio haviam tomado ou que mato haviam queimado os tarados do aquecimento global — escrevi aqui o que segue em azul. Leiam. Volto em seguida:
Consta
que a ExxonMobil está pagando US$ 10 mil por artigo desqualificando o
relatório do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC, na
sigla em inglês). Eu logo fiz como aquele jacaré da piada, que quer
entrar na festa do céu, e exclamei: “Obaaaaaaaa!!!”. Mas aí li que eles
querem só cientistas e economistas. E eu fechei o bico: “Coitadinhos dos
jornalistas…!” Abelhudo como eu não serve. Fiquei tentado a aderir
imediatamente a esta onda formidável de condenação ao, como é mesmo?,
“ser humano”, que sempre estraga tudo… É sério. O mundo ia bem, ali,
naquele seu ritmo, sabem?… Uma explosão ou outra de vez em quando, um
maremoto, um meteorito, mas tudo muito natural. Aí apareceu este
ignóbil, detestável, verdadeiro lixo das esferas celestiais: o ser
humano, doravante grafado “serumano”. E fez o quê? O serumano ficou
emitindo o PPC (Pum Pantagruélico da Civilização), esses gases do efeito
estufa. E agora estamos nós assim: por culpa do serumano, a coisa vai esquentar.
“Veta o pum, veta o pum”.
Pois
é… Antes do Pum Pantagruélico da Civilização, fiquei sabendo hoje,
houve o Pum Pantagruélico dos Dinossouros. Que mundo assombroso, né?
Leiam na VEJA Online, com informações da Agência Efe, o que segue. Volto
em seguida.
*
A
flatulência dos dinossauros herbívoros pode ter causado o aquecimento
do planeta há 150 milhões de anos, durante a era Mesozoica, segundo um
estudo divulgado nesta segunda-feira no Reino Unido e publicado no
periódico Current Biology. Os saurópodes foram grandes dinossauros
herbívoros e quadrúpedes que viveram há 150 milhões de anos. Eles tinham
pescoço longo, cabeça e cérebros pequenos, dentes achatados e uma longa
cauda. O grupo inclui os maiores animais terrestres que já existiram,
como o Braquiossauro, o Diplodoco e o Brontossauro.
A
pesquisa calcula que os saurópodes, grandes dinossauros herbívoros,
podiam emitir conjuntamente até 520 milhões de toneladas anuais de
metano, um dos gases que provocam o efeito estufa. Para fazer o cálculo,
os especialistas analisaram a proporção de metano emitida pelos
herbívoros atuais, como as vacas, de acordo com sua biomassa. Depois,
compararam essa relação com os dinossauros herbívoros do passado, como o
Diplodocus, que media 45 metros e pesava mais de 45 toneladas, e o
Brontossauro, um pouco menor e mais leve.
Os
autores do estudo acreditam que os dinossauros, da mesma forma que as
vacas, tinham em seus aparelhos digestivos bactérias que ajudam na
fermentação das plantas e que geram metano. “Um simples modelo
matemático sugere que os micróbios que viviam nos dinossauros saurópodes
poderiam ter produzido metano suficiente para causar um efeito
importante no clima”, afirmou o coordenador do estudo, Dave Wilkinson,
da universidade John Moores de Liverpool, na Inglaterra. Estima-se que
nessa época o planeta era em média 10 graus Celsius mais quente que
hoje.
“Nossos
cálculos indicam que estes dinossauros podem ter produzido mais gases
do que todas as fontes de metano atuais juntas, naturais ou criadas pelo
homem”, acrescentou. Atualmente, as emissões de metano chegam a 500
milhões de toneladas ao ano, contra 181 milhões da era pré-industrial.
Voltei
Huuummm…
Tivesse Marina Silva sido contemporânea dos dinossauros — não estou
falando da contemporaneidade de ideias, claro —, os grandões teriam sido
extintos bem antes que algum meteorito tivesse colhido o planeta. Eu já
a imagino, com aquele seu ar beato, pilotando um pterodáctilo e
pregando: “Veta o pum, veta o pum”.
Os
climatologistas, alguns deles ao menos, estão definitivamente fora do
controle. Além de calcular a elevação do mar em 2100 — qualquer coisa
entre 80cm e 200 cm; precisão é com eles mesmos —, sabem quantos eram os
dinossauros, com que regularidade eles, bem…, peidavam e quanto isso
emitia de gás metano…
Mas
a notícia não deixa de ter seu lado interessante. Vejam bem: segundo
esses nossos especialistas em flatulência, a Terra ora esquenta, ora
esfria, e pelas mais variadas razões. Na hipótese de que a gente — o
“serumano” — tenha mesmo esquentado um pouquinho o planeta, foi por uma
boa causa, né? Nesse tempo, a gente produziu Pitágoras, vaso sanitário,
Royal Salute, chocolate belga, Mozart, algumas vacinas, protetor solar,
Flaubert, Fernando Pessoa, antiácido, Cícero, Padre Vieira, água
encanada, energia elétrica…
E os dinossauros, aqueles egoístas? Ficavam lá só comendo e peidando!Que deselegante!
Por Reinaldo Azevedo
DO MOVCC
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