terça-feira, 24 de junho de 2014

O blog completa hoje oito anos. Muito obrigado a vocês! Estou na lista negra do PT e do governo por, deixem-me ver, uns 7 milhões de bons motivos!

Vejam este vídeo:

Caros,
há oito anos, este blog entrava no ar, hospedado ainda em lugar nenhum. O primeiro post foi publicado às 18h57 daquele dia. Eu mal tinha acabado de sair de duas cirurgias no crânio, a revista “Primeira Leitura” tinha fechado, sobravam dívidas, e faltava emprego. O que me restava? Trabalhar. E comecei assim:
Primeiro post do blog
Os leitores foram reaparecendo e aparecendo. E também a “vanguarda do não”, para lembrar um poeta se fez imediatamente presente. “Não vai durar! Ninguém vai querer ler o que você escreve. Agora que lhe arrancaram o cérebro e largaram o tumor, você está acabado. Morra logo! O câncer ainda não lhe comeu?” Foram algumas das gentilezas com que me premiram aqueles que carimbei depois, para a sua eterna irritação, de “petralhas”, termo que foi parar em dicionário. Um senhor contratado para fazer o “Blog do Planalto” me escreveu afirmando que só me apareceram os tumores na cabeça porque eu não fumava maconha e era muito reacionário…  Sim, contratado pelo Planalto. Desnecessário dizer que repetem até hoje as mesmas baixarias — e, claro, dizem que só o fazem por culpa minha. 
O “blog que ninguém vai ler” deve ultrapassar neste mês a marca de sete milhões de páginas visitadas — ou chegaremos bem perto disso. Enquanto escrevo, são 5.516.930. Dele já saíram três livros, que venderam umas 120 mil cópias. Em setembro ou outubro, se eu conseguir me organizar, vem novidade nessa área. Em novembro do ano passado, comecei a fazer comentários no “Jornal da Manhã”, da Jovem Pan; em fevereiro, a Folha me convidou para ser seu colunista, e, no dia 28 de abril, estreou na Pan meu programa diário: “Os Pingos nos Is”.
Considero esses outros trabalhos desdobramentos do sucesso deste blog — contra a torcida “daquela gente” e contra, vá lá, alguns preconceitos que se alimentaram sobre a Internet ao longo tempo: “Seus textos são longos demais; na Internet, esse seu formato não funciona; seu blog só tem posts, quase sem imagens; não vai dar certo”. Deu. Creio que se faça aqui o blog de política mais visitado do país.
É claro que isso não vem, digamos, de graça. Os valores que se defendem aqui se propagam, como sabem. E isso me rendeu a honra de ter sido incluído numa lista negra de nove jornalistas elaborada pelo PT. Seríamos, eu e os outros, propagadores do ódio. Quem o afirma é o vice-presidente do PT, Alberto Cantalice. Ao fazê-lo, falando a militantes aguerridos, alguns nem sempre prudentes, é evidente que este senhor estimula, queira ou não, a agressão física àqueles que considera desafetos. Afinal, ele não se limita a dizer que discorda de nós por isso ou por aquilo. Não! Seríamos agentes do ódio. Como tal, qualquer ação é válida em nome do “amor”, não é mesmo? Trata-se de uma tentativa inútil de nos intimidar e não sei se útil — talvez — de advertir a outros tantos: “Se vocês nos desagradarem, vão também parar na lista”.
Tanto as visitas como a perseguição petista são evidências do sucesso inequívoco do blog, a despeito da campanha feroz que contra ele promovem os tais blogs sujos, alimentados com dinheiro público. Entre outras delicadezas, atribuem-me coisas que jamais escrevi, que não penso, que não pertencem a meu universo e referências. Acusam-me daquilo que praticam — propagar o ódio, por exemplo — para que possam me satanizar sem culpa.
Esses oito anos e o número crescente de leitores e ouvintes provam que aquela gente não é assim tão eficiente no seu trabalho. Também não parece ser exatamente uma decisão esperta me transformar em “inimigo do regime”. Isso atrai leitores que… não gostam do regime e, curiosamente, também os que gostam.
Com muita serenidade, com trabalho — e eu gosto de trabalhar, à diferença de alguns vagabundos enfatuados que andam por aí —, vamos seguir adiante. Há projetos novos pela frente. “E se Aécio Neves vencer? E se Dilma vencer?” Esta página vai continuar a defender os valores de sempre. As coisas que escrevo não dependem de quem ocupa aquela cadeira.
O vídeo que abre este post é um presente do leitor Marcelo Pinheiro, um fotógrafo de primeiro time. Não foi a única gentileza sua. Logo mais, segue outra. Eternamente grato, meu amigo!
Mais uma vez, eu lhes digo: obrigado por tudo! Você tornam bom o meu dia, ajudam a tornar agradável a minha vida e contribuem enormemente para fazer de mim um homem feliz. Estamos juntos. Sempre!
Texto publicado originalmente às 4h45
Por Reinaldo Azevedo