quinta-feira, 9 de novembro de 2017

‘Governo interveio no PSDB’, diz senador tucano

Josias de Souza

O senador tucano Cássio Cunha Lima, vice-presidente do Senado, disse que a destituição de Tasso Jereissati do posto de presidente interino do PSDB tem as digitais de Michel Temer. “O governo interveio no partido”, disse Cássio ao blog. “Isso é muito grave. Terá uma consequência interna, que é o fortalecimento da candidatura de Tasso ao comando do partido. E repercutirá além das fronteiras do PSDB. Vai sacudir o cenário político.”
Cássio declarou-se “surpreso” com o gesto de Aécio Neves. Licenciado da presidência da legenda, ele retornou ao posto apenas para interromper a interinidade de Tasso, repassando-a  para o ex-governador paulista Alberto Goldman. Trata-se de um tucano ligado ao senador José Serra e ao ministro Aloysio Nunes Ferreira (Itamaraty), ambos de plumagem governista. Goldman comandará o PSDB até a convenção nacional marcada para o dia 9 de dezembro.
“Ficaremos muito atentos aos métodos que o governo vai utilizar”, declarou Cássio, preocupado com os rumos da convenção partidária. “Na política, pode-se ganhar ou perder. Mas essa intervenção do governo no PSDB não é prenúncio de boa coisa. Esse governo já demonstrou que é capaz de usar todos os métodos —os ortodoxos e os hererodoxos.”
Cássio acrescentou: “Não admitiremos passivamente a compra de convencionais, a pressão sobre governadores por meio de convênios, a tentativa de influenciar o voto com a oferta de empregos e vantagens. A essa altura, não é possível estimular essa pedagogia do atraso.”
O que acontecerá se os quatro ministros do PSDB desrespeitarem uma eventual decisão do partido a favor de desembarcar do governo?, quis saber o repórter. E Cássio: “A partir de decisão partidária, tomada pela instância máxima do PSDB, os ministros que quiserem participar do governo terão, evidentemente, que sair do partido. Do contrário, o partido deixaria de existir. Não faz sentido aceitar o desresopeito a uma decisão da convenção.”

Bendine recebia propinas da Odebrecht no Banco do Brasil e na Petrobras

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Bendine mandou o BB patrocinar a amante Valdirene
Deu no G1 PR
O ex-presidente da Odebrecht Marcelo Odebrecht, delator da Operação Lava Jato, disse ao juiz federal Sérgio Moro que autorizou pagamento de propina ao ex-presidente do Banco do Brasil e da Petrobras Aldemir Bendine. Odebrecht foi interrogado na manhã desta quinta-feira (9), na ação penal em que ele e Bendine são réus.
“Eu autorizei Fernando [Reis, ex-presidente da Obebrecht Ambiental] a ir pagando. Vá pagando, e nós vamos avaliando. Eu não me lembro de ter tido R$ 3 milhões, R$ 2 milhões, R$ 4 milhões. E aí Fernando deve ter acertado R$ 3 milhões”, afirmou o empreiteiro.
DEPOIS DE PRESO – Odebrecht disse que não foi consultado, depois de ser preso, sobre a continuidade dos pagamentos. Fernando Reis também é réu neste.
“Se pagou três, fez três pagamentos de R$ 1 milhão cada, na época, eu nem me lembrava. Eu fui preso logo depois do primeiro pagamento, dois pagamentos foram realizados depois”, afirmou o empreiteiro.
Em depoimento da delação premiada, Odebrecht já havia confirmado o pagamento. Ele está preso na carceragem da Polícia Federal (PF), em Curitiba, desde a deflagração da 14ª fase da operação, em junho de 2015. De acordo com Ministério Público Federal (MPF), foram feitas três entregas em espécie, no valor de R$ 1 milhão cada uma, em São Paulo, entre junho e julho de 2015, com atuação de Álvaro Novis.
VIAGEM AO EXTERIOR – Parte do valor da propina foi passada a Bendine de forma dissimulada com o pagamento de uma viagem internacional feita por ele no fim de 2015.
Odebrecht também disse, no interrogatório desta quinta-feira, que o pedido de Bendine foi de R$ 17 milhões em propina, ainda quando era presidente do Banco do Brasil, por conta do apoio a um financiamento da empresa. Porém, só passou a considerar a realização do pagamento quando ele assumiu a presidência da Petrobras.
“Na prática, a razão pela qual eu estava aceitando discutir esse assunto e ceder era por conta da posição de presidente da Petrobras. O Fernando, que me trazia [o assunto], dizia: ‘Olha, Marcelo, é diferente agora. O pedido estava vindo por conta desse assunto, que nós não reconhecemos, mas agora quem está pedindo tem uma outra posição, que pode nos afetar'”, afirmou Odebrecht a Moro.
DISCRETAMENTE… – O empresário ainda relatou que Bendine nunca fez pedidos explícitos de propina a ele e que sempre houve tratamento amigável entre as partes. “Em nenhum momento ele se colocou ameaçador. Se mostrou disposto a ajudar a empresa”.
“Eu não costumava dar espaço para as pessoas terem comigo este tipo de abordagem. Está certo? Ou talvez também seja o estilo dele. Não sei o que levou a isso. Mas, na prática, o pedido não veio dele diretamente. Está certo? E eu não dava espaço para ter este tipo de pedido, então, a gente precisava chegar a uma conclusão. Mas esse pedido existia. Fernando estava dizendo que existia via André [Gustavo Vieira da Silva]. Tanto que foi pago R$ 3 milhões (Sic)”. André também é réu nesta ação penal, acusado de operar os repasses e lavar o dinheiro de propina.
Ainda conforme Odebrecht, depois que Bendine assumiu a presidência da estatal, ele procurou saber sobre a veracidade do pedido. Segundo ele, as circunstâncias em que ocorreram as reuniões com Bendine o levaram a entender que havia o pedido.
ERA TUDO ÓBVIO – O advogado de Bendine questionou ao empresário se ele chegou a perguntar para o ex-presidente da Petrobras sobre o pedido de propina. Odebrecht disse que essas coisas não precisam ser perguntadas.
“Essas coisas não precisam perguntar, estão óbvias. Se eu tenho reunião com ele num lugar escondido; um entra por um lado, o outro pelo outro; a secretária não se comunica; gente, está óbvia… A licitude por trás está óbvia”.
Odebrecht afirmou no interrogatório que esteve três vezes presencialmente com Bendine, depois que ele assumiu a presidência da Petrobras.
VÁRIOS CRIMES – A denúncia do MPF trata dos crimes de corrupção ativa e passiva, lavagem de dinheiro, organização criminosa e embaraço às investigações.
Segundo a força-tarefa da Lava Jato, os crimes ocorreram de 2014 a 2017. Em 2015, Bendine deixou o Banco do Brasil com a missão de acabar com a corrupção na petroleira, alvo da Lava Jato. Mas, conforme os delatores da Odebrecht, Bendine já cobrava propina no Banco do Brasil e continuou cobrando na Petrobras.
Quando comandava o Banco do Brasil, Bendine pediu R$ 17 milhões à Odebrecht para rolar uma dívida da empresa com a instituição. Mas Marcelo Odebrecht e Fernando Reis disseram em delação premiada que não pagaram o valor por acharem que Bendine não teria capacidade de influenciar no contrato.
FALSA CONSULTORIA – Na véspera de assumir a presidência da Petrobras, em 6 de fevereiro de 2015, Aldemir Bendine e um de seus operadores financeiros novamente solicitaram propina a Marcelo Odebrecht e Fernando Reis, segundo o MPF.
Investigadores dizem que o pedido foi feito para que a empreiteira não fosse prejudicada em seus interesses na Petrobras, inclusive em relação às consequências da Operação Lava Jato. Segundo os delatores, a Odebrecht optou por pagar os R$ 3 milhões pelo Setor de Operações Estruturadas, como era chamada a área responsável pelas propinas na empresa.
Em 2017, quando já sabiam que estavam sendo investigados, André, Antônio Carlos e Bendine tentaram dissimular o recebimento de propina como se tivessem origem em serviços de consultoria prestados à Odebrecht, segundo a denúncia. Para isso, fizeram o recolhimento de tributos da falsa consultoria.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
Bendine era tão mau caráter que mandou o Banco do Brasil patrocinar a carreira artística de sua amante Valdirene Marchiori e também arranjou para ela um empréstimo milionário via BNDES e com parte do dinheiro ela comprou um Porsche Carrera. Em sociedade, como dizia Ibrahim Sued, tudo se sabe… (C.N) DO TRIBUNADDAINTERNET

Análise: PSDB resolve cometer suicídio coletivo em praça pública


Vera Magalhães
09 Novembro 2017 | 16h34
Até onde um partido pode ir em termos de autodesmoralização pública? A julgar pelo PSDB, não há limite.
Afastado do comando da sigla em virtude das graves acusações que pesam contra ele, denunciado pelo Ministério Público Federal e mantido no exercício do mandato por seus pares após uma queda de braço com o STF, Aécio Neves se recusou a renunciar definitivamente à presidência do PSDB.
Alegou que já estava afastado e a convenção que escolheria o sucessor definitivo estava próxima e não havia por que antecipar a saída. Agora, vê-se, não era bem assim: Aécio manteve o posto para influir nos rumos do partido. E o faz, reassumindo o cargo para destituir Tasso Jereissati do comando.Ao deixar a licença para usar sua mão pesada sobre a sigla, Aécio atende a apelos dos ministros de Michel Temer, que vinham se sentindo pressionados depois que artigo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso pregou o imediato desembarque do governo Michel Temer, posição partilhada por Tasso.
Ao buscarem o denunciado Aécio para ser seu procurador, os ministros tucanos automaticamente se alinham a ele no partido. E mostram ser seus comandados e integrantes de sua cota no governo.
A justificativa formal para Aécio ter reassumido brevemente para destituir Tasso e designar Alberto Goldman, também vice, para seu lugar é que, como candidato à presidência do PSDB em dezembro, Tasso influiria no pleito. Como se ele próprio, Aécio, não tivesse comandado o partido em sua própria reeleição e, depois, na decisão da Executiva que prorrogou seu mandato por mais uma vez.
A destituição de Tasso não é a primeira demonstração do fato de que Aécio nunca desencarnou totalmente do comando do PSDB. A recente discussão, que quase descambou para briga física, por conta da contratação de uma pesquisa, já mostrava que o mineiro insistirá o quanto puder em ditar os rumos do partido — de preferência de forma a que eles sejam os convenientes à sua própria sobrevivência política.
Com a intervenção de Aécio o PSDB atrela ainda mais seu destino ao do mineiro. E vai à convenção de dezembro ainda mais cindido e desgastado publicamente.
As pesquisas mostram que o envolvimento de Aécio na Lava Jato, a presença do partido no governo e as acusações que pesam contra vários de seus caciques fazem do PSDB, hoje, um partido mais desgastado que o PT. Isso porque ele perde o aval que tinha e não conserva algo que o PT detém e ele não: o fanatismo resiliente de uma massa de adoradores.
Sem se preocupar em apresentar uma agenda ao país, envolto em sua eterna indecisão hamletiana sobre ser ou não ser governo e usado como bunker por um presidente mais preocupado em manter o foro privilegiado que com a reputação da sigla que comanda, o PSDB pode deixar de ser, em 2018, uma alternativa de poder. Mesmo tendo, hoje, os dois nomes mais aceitos pelo “establishment” para a sucessão de Temer.
E toda essa pororoca de infortúnios, diferentemente das do PT e do PMDB, foi autoimposta. Os tucanos agem como adoradores de Jim Jones.

Aécio tira Tasso do comando do PSDB e indica Goldman para presidir sigla interinamente


Por Cristiana Lôbo
A um mês da reunião que elegerá o novo comando do PSDB, o senador Aécio Neves (MG) fez um gesto brusco nesta quinta-feira (9): reassumiu a presidência do partido, afastando, assim, o senador Tasso Jereissati (CE), que comandava a sigla interinamente.
Mas, segundo a assessoria de Aécio, o senador decidiu não ficar no posto e indicou o ex-governador de São Paulo Alberto Goldman para a presidência interina do PSDB.
>> Veja mais abaixo a reprodução da carta de Aécio a Tasso Jereissati
Aécio e Tasso tiveram uma conversa ríspida no começo da tarde. Aécio pediu que o colega entregasse o cargo, mas Tasso disse que preferia que a decisão partisse do próprio Aécio.
Esse é mais um capítulo do duelo entre as duas alas do PSDB: a que defende o afastamento do governo (próxima ao grupo de Tasso) e a que prega a continuidade da aliança com o presidente Michel Temer (próxima ao grupo de Aécio).
Nesta quarta (8), Tasso se lançou candidato à presidência do partido, com um discurso forte de combate à corrupção, reconhecimento de erros e anunciando a adoção de regras de compliance para os filiados.
A candidatura de Tasso se opõe à do governador de Goiás, Marconi Perillo, que é apoiado pelo grupo de Aécio.
Carta enviada por Aécio Neves destituindo Tasso Jereissati da presidência do PSDB (Foto: Reprodução)
Carta enviada por Aécio Neves destituindo Tasso Jereissati da presidência do PSDB (Foto: Reprodução)

CARONA DA MORTE E O ESTADO CRIMINOSO

Sobre a morte da garota, aqui em MG, dando carona a desconhecidos, que conheceu através de um aplicativo, exitem dois pontos a serem abordados, e um não invalida o outro. Então, SENTA QUE LÁ VEM TEXTÃO.
Primeiramente, existe o aspecto LEGAL da coisa. O assassino era um foragido, após saidinha, COM OITO CONDENAÇÕES. Nessa nossa sociedade doente, esquecemos, de verdade, a função social da PENITENCIÁRIA. Aquilo é lugar pro sujeito PAGAR PENA, purgar os pecados e, definitivamente, PARA AFASTAR DA SOCIEDADE INDIVÍDUOS QUE NÃO TÊM CONDIÇÕES DE CONVIVÊNCIA EM COMUNIDADE. Não é pra "ressocializar" ninguém. Mesmo porque, nem tem instrumentos para isso. Mas, na cabeça doente dos esquerdopatas, que dominam a sociedade, tudo funciona na utopia. Ou seja, enfiam um cara, com OITO CONDENAÇÕES, num presídio, deixam-no por algum tempo, sem NENHUMA ESTRUTURA PARA, SEQUER, TENTAR RESSOCIALIZAR, e depois de algum tempo, acreditam que o mesmo, por milagre, está apto ao retorno para o convívio social. Acreditam, inclusive, que um cara que matou, estuprou, assaltou, sequestrou, fez o diabo, não vai descumprir a regra de se apresentar, voluntariamente, para o retorno ao cárcere, após o tempo de indulto. Afinal, banho de sol, futebol no pátio e proteção ao cu, para não ser estuprado no chuveiro, transformam qualquer marginal em coroinha.
Temos uma justiça FALHA, COVARDE, OMISSA E PARCIAL, que favorece os vagabundos e vitima os cidadãos honestos, que não podem, sequer, defender a própria vida e de suas famílias, pois tem esse direito negado, pelo mesmo Estado que é conivente com impunidade de marginais.
O sangue dessa jovem, bem como de tantos outros jovens, crianças, idosos, pais e mães de família que sucumbem nessa guerra civil disfarçada, está nas mãos dos nossos legisladores e aplicadores do direito, que colocam uma ideologia à frente da segurança dos cidadãos honestos.
Por outro lado, temos, SIM, a questão da AUTO-PRESERVAÇÃO. E isso NÃO É CULPAR A VÍTIMA. Já estabelecemos, acima, de quem é a culpa.
Nós, brasileiros, estamos tão habituados ao caos, que não, mais, o percebemos. Não nos defendemos.
Precisamos aprender a encarar a situação REAL e entender que VIVEMOS UMA SITUAÇÃO DE CONFLITO. Não, não é exagero. Existem capitais, no Brasil, onde se mata mais do que em Bagdá. Os números de mortes na SÍRIA, EM GUERRA DECLARADA, são inferiores aos tupiniquins. E nós estamos, em meios à essa merda toda, DESARMADOS.
NÃO PODEMOS CONFIAR. Seja no Estado ou em desconhecidos. Existem, sim, PROTOCOLOS DE SEGURANÇA que devemos adotar, para garantir a nossa integridade. E, definitivamente, dar caronas para desconhecidos, NÃO ESTÁ ENTRE ELES.
Essa jovem não é culpada, de maneira nenhuma. Ela é apenas vítima, de uma sociedade doente e da própria inocência, que a fez ficar cega ao risco iminente.
Depois da desgraça feita, não adianta apontarmos culpados. Independente de que mãos estejam sujas, o sangue é da vítima, só da vítima. Somos nós, SOMENTE NÓS, que podemos nos proteger. Afinal, caso ainda não tenham percebido, hoje, no Brasil, é cada um por si.
Felipe Fiamenghi