domingo, 26 de agosto de 2012

O STF corre perigo

MARCO ANTONIO VILLA, HISTORIADOR E PROFESSOR DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO CARLOS (UFSCAR) - O Estado de S.Paulo
No julgamento do mensalão o Supremo Tribunal Federal (STF) está decidindo a sua sorte. Mas não só: estará decidindo também a sorte da democracia brasileira. A Corte deve servir de exemplo não só para o restante do Poder Judiciário, mas para todo cidadão. O que estamos assistindo, contudo, é a um triste espetáculo marcado pela desorganização, pelo desrespeito entre seus membros, pela prolixidade das intervenções dos juízes e por manobras jurídicas.
Diferentemente do que ocorreu em 2007, quando do recebimento do Inquérito 2.245 - que se transformou na Ação Penal 470 -, o presidente Carlos Ayres Britto deixou de organizar reuniões administrativas preparatórias, que facilitariam o bom andamento dos trabalhos. Assim, tudo passou a ser decidido no calor da hora, sem que tenha havido um planejamento minimamente aceitável. Essa insegurança transformou o processo numa arena de disputa política e aumentou, desnecessariamente, a temperatura dos debates.
Desde o primeiro dia, quando toda uma sessão do Supremo foi ocupada por uma simples questão de ordem, já se sinalizou que o julgamento seria tumultuado. Isso porque não interessava aos petistas que fosse tomada uma decisão sobre o processo ainda neste ano. Tudo porque haverá eleições municipais e o PT teme que a condenação dos mensaleiros possa ter algum tipo de influência no eleitorado mais politizado, principalmente nas grandes cidades. São conhecidas as pressões contra os ministros do STF lideradas por Luiz Inácio Lula da Silva. O ex-presidente agiu de forma indigna. Se estivesse no exercício do cargo, como bem disse o ministro Celso de Mello, seria caso de abertura de um processo de impeachment.
A lentidão do julgamento reforça ainda mais a péssima imagem do Judiciário. Quando o juiz não consegue apresentar brevemente um simples voto, está sinalizando para o grande público que é melhor evitar procurar aquela instância de poder. O desprezo pela Justiça enfraquece a consolidação da democracia. Quando não se entende a linguagem dos juízes, também é um mau sinal. No momento em que observa que um processo acaba se estendendo por anos e anos - sempre havendo algum recurso postergando a decisão final - a descrença toma conta do cidadão.
Os ministros mais antigos deveriam dar o exemplo. Teriam de tomar a iniciativa de ordenar o julgamento, diminuir a tensão entre os pares, possibilitar a apreciação serena dos argumentos da acusação e da defesa, garantindo que a Corte possa apreciar o processo e julgá-lo sem delongas. Afinal, se a Ação Penal 470 tem enorme importância, o STF julga por ano 130 mil processos. E no ritmo em que está indo o julgamento é possível estimar - fazendo uma média desde a apresentação de uma pequena parcela do voto do ministro Joaquim Barbosa -, sendo otimista, que deverá terminar no final de outubro.
Esse julgamento pode abrir uma nova era na jovem democracia brasileira, tão enfraquecida pelos sucessivos escândalos de corrupção. A punição exemplar dos mensaleiros serviria como um sinal de alerta de que a impunidade está com os dias contados. Não é possível considerarmos absolutamente natural que a corrupção chegue até a antessala presidencial. Que malotes de dinheiro público sejam instrumento de "convencimento" político. Que uma campanha presidencial - como a de Lula, em 2002 - seja paga com dinheiro de origem desconhecida e no exterior, como foi revelado na CPMI dos Correios e reafirmado na Ação Penal 470.
A estratégia do PT é tentar emparedar o tribunal. Basta observar a ofensiva na internet montada para pressionar os ministros. O PT tem uma vertente que o aproxima dos regimes ditatoriais e, consequentemente, tem enorme dificuldade de conviver com qualquer discurso que se oponha às suas práticas. Considera o equilíbrio e o respeito entre os três Poderes um resquício do que chama de democracia burguesa. Se o STF não condenar o núcleo político da "sofisticada organização criminosa", como bem definiu a Procuradoria-Geral da República, e desviar as punições para os réus considerados politicamente pouco relevantes, estará reforçando essa linha política.
Porém, como no Brasil o que é ruim sempre pode piorar, com as duas aposentadorias previstas - dos ministros Cezar Peluso, em setembro, e Ayres Britto, em novembro - o STF vai caminhar para ser uma Corte petista. Mais ainda porque pode ocorrer, por sua própria iniciativa, a aposentadoria do ministro Celso de Mello. Haverá, portanto, mais três ministros de extrema confiança do partido - em sã consciência, ninguém imagina que serão designados ministros que tenham um percurso profissional distante do lulopetismo. Porque desta vez a liderança petista deve escolher com muito cuidado os indicados para a Suprema Corte. Quer evitar "traição", que é a forma como denomina o juiz que deseja votar segundo a sua consciência, e não como delegado do partido.
Em outras palavras, o STF corre perigo. E isso é inaceitável. Precisamos de uma Suprema Corte absolutamente independente. Se, como é sabido, cabe ao presidente da República a escolha dos ministros, sua aprovação é prerrogativa do Senado. E aí mora um dos problemas. Os senadores não sabatinam os indicados. A aprovação é considerada automática. A sessão acaba se transformando numa homenagem aos escolhidos, que antes da sabatina já são considerados nomeados.
Poderemos ter nas duas próximas décadas, independentemente de que partido detenha o Poder Executivo, um controle petista do Estado brasileiro por intermédio do STF, que poderá agir engessando as ações do presidente da República. Dessa forma - e estamos trabalhando no terreno das hipóteses - o petismo poderá assegurar o controle do Estado, independentemente da vontade dos eleitores. E como estamos na América Latina, é bom não duvidar.

Qualis do PT indicam que Lula atrapalha Haddad.

Pesquisas qualitativas do PT causaram rebuliço na campanha de Haddad. A presença de Lula é negativa para o candidato-poste. Tanto é que, no segundo programa, o marqueteiro João Santana jogou Lula para o último minuto. Definitivamente, o paulistano não atura Lula.
DO CELEALKS

10 MINISTROS ACHINCALHADOS.

  Advogados-reus-mensalao2
Desde a última quinta,23, estou com esta foto na tela do meu PC.
Desde aquela data, abro-a no visualizador do Windows e tento escrever um texto que retratasse exatamente, o que o riso desta gente me causou.
Estão nesta foto, pelo menos 60 milhões em honorários, gastos por alguns dos 40 (-3) LADRÕES DO LULLA para se livrarem dos crimes comprovados de são acusados. Estão presentes na foto, as eminências pardas da advocacia brasileira.
Aparentemente, a foto expressa uma “animada e alegre” reunião de advogados após um duro embate numa corte.
Quem não soubesse onde, quando e como a foto foi tirada, pensaria exatamente desta forma.
Nós, que acompanhamos o histórico julgamento de 40 (-3) ladrões convocados por LuLLa para assaltar os cofres públicos, sabemos perfeitamente que a coisa não é bem assim.
A comemoração, externada pelo riso cínico, teve como motivação o espetáculo circense promovido pelo voto de um ministro de nossa mais alta corte, que resolveu se travestir de advogado dos bandidos, atuando como coadjuvante  dos personagens da foto, que embolsaram milhões para atuar nas defesas de seus ladrões, e arrazoar a tese defendida por eles, usufruindo, para isso, do majestoso salário que recebe e que, COMPULSORIAMENTE, é sangrado dos impostos que pagamos.
A foto nos diz mais coisas.
Ela nos mostra, por exemplo, a falta de respeito com os demais ministros da corte, que ainda não expuseram seus votos, como a dizer, para eles, que após o circo montado por Lewandowski, não caberá, aos demais, outra alternativa que não seja a de se chafurdar na lama trazida pelo MENSALÃO DO LULLA e inserida no seio de nossa mais alta corte, pela argumentação fajuta, desleal, mentirosa e cínica, exposta pelo advogado-ministro em seu voto de revisor. O riso cínico de todos mostram a convicção que eles tem de que a meta foi alcançada.
Diz mais ainda.
Expõe, na mensagem subliminar que a foto transmite, a certeza da impunidade dos bandidos importantes da quadrilha montada por LuLLa, jogando com a hipótese de que TODOS OS OUTROS 10 MINISTROS não teriam um mínimo de vergonha na cara, um décimo do decoro necessário para o exercício da função, milésimos da dignidade exigida de um ministro de uma alta corte e pior, que não teriam um resquício sequer de caráter para decidir contrariamente ao desejo deles, como advogados dos bandidos de LuLLa, e de Lewandowski que resolveu chutar a lógica e as leis, para lhes dar razão em suas teses de defesa.
Um VERDADEIRO ESCÁRNIO com os outros integrantes da corte.
Uma verdadeira mostra do grau de respeito que estes renomados senhores nutrem pelos ministros e pelo Supremo Tribunal Federal.
O riso destes senhores é a representação clara da tentativa de humilhar os outros ministros.
É como se coubesse, à eles, o irrecusável papel de babacas, de marionetes, de fantoches, de meros avalistas das teses por eles defendidas e arrazoadas com o voto de Lewandowski.
Representa a degradação moral de uma corte inteira. Significa um estupro cínico de nossa democracia, a derrocada final da credibilidade de uma instituição legal e importante como o STF e a morte, por inanição, de nossa Carta Maior, cuja proteção e zelo se abrigam sob as togas dos 11 ministros, transformados em idiotas pelos risos cínicos expressos na foto.
Significa a certeza de que muitos deles, em agradecimento à indicação feita pelo PODEROSO CHEFÃO DO MENSALÃO, tem a obrigação moral de oferecer o voto de cabresto que inocentaria a quadrilha de 40 (-3) LADRÕES criado pelo se respectivo padrinho.
O riso cínico destes senhores, poderia ter acontecido no restaurante de propriedade de um deles, longe das lentes das câmeras, longe da possibilidade de tomarmos ciência da falta de respeito expressada pela foto e longe, muito longe, da casa que abriga a fronteira final da aplicação da Lei, cuja incumbência preponderante, é o pleno exercício da justiça.
Mas não.
Ela precisava se dar ali, para demonstrar, de uma vez por todas, o respeito que o bando de LuLLa e seus defensores devota ao STF.
Ela precisava se dar ali, com os mais renomados senhores da advocacia brasileira, para provar, de uma vez por todas, que os MINISTROS DO STF são insignificantes diante da determinação de um partido-quadrilha de por em prática seu plano de poder único, onde a liberdade, a imprensa e as LEIS nada mais são que subordinados obedientes do ditador.
Aos outros ministros da corte, humilhados, achincalhados, desprezados pelo riso cínico e desrespeitoso dos advogados dos bandidos, encenados no palco da sala principal da casa onde se exerce a mais alta magistratura de nossa nação, lembramos:
1) Somos uma nação com mais de 200 milhões de contribuintes;
2) Somos uma nação democrática, livre e soberana;
3) Mais de 80% dos brasileiros condenam, de forma veemente, o MENSALÃO DO LULLA;
4) Mais de 74% dos brasileiros esperam por justiça;
5) Mais de 74% dos brasileiros não acreditam que ela se dará neste caso;
6) Mais de 75% dos brasileiros não acreditam em nossa justiça.
Está na hora de mudar esse quadro e a primeira medida é dar uma resposta clara e contundente para o riso cínico estampado na foto.
Não estamos pedindo que se ouça a voz rouca das ruas.
Não estamos pedindo o voto de condenação a qualquer preço e nem a absolvição por pressão de grupos de poderosos.
O que pedimos é o estrito respeito ao que diz a Lei. O que pedimos é a rigorosa obediência à nossa Carta Maior.
E, por fim, que a Casa da Justiça não se deixe achincalhar pelo riso cínico de bandidos ou de seus defensores.
Os brasileiros não merecem que este ato de repúdio ao decoro, proporcionado por Lewandowski e por estes senhores, fique sem uma resposta.
NÓS EXIGIMOS RESPEITO.
DO GENTE DECENTE

Celso Ming - Estadão Economia

Os trapalhões

Quem pariu Mateus que o embale.
 

celso-mingNa quinta-feira, o Senado do Paraguai rejeitou formalmente, por ampla maioria, a entrada da Venezuela no Mercosul.
Puxando pelos fatos: o Paraguai vinha fazendo corpo mole no processo de aprovação da admissão da Venezuela no Mercosul. No entanto, no dia 29 de junho, na reunião de cúpula realizada em Mendoza, na Argentina, três dos quatro chefes de Estado do bloco (Dilma Rousseff, Cristina Kirchner e José Mujica) suspenderam unilateralmente o Paraguai das decisões do Mercosul, sob a alegação de que a destituição de seu então presidente, Fernando Lugo, e a posse do novo (antigo vice), Federico Franco, não haviam seguido todos os procedimentos democráticos, na medida em que não deram completa oportunidade de defesa. Em seguida, sem o voto do Paraguai, trataram de aceitar a entrada da Venezuela, cujo presidente, Hugo Chávez, assumiu sua cadeira na condução do grupo em cerimônia de posse realizada dia 30 de junho, no Palácio do Planalto, em Brasília.
A decisão do Mercosul foi desautorizada ontem pela assembleia da Organização dos Estados Americanos (OEA), que não viu nenhuma irregularidade no afastamento do presidente Lugo.
Ao fato consumado pela cúpula do Mercosul, o Paraguai respondeu agora com outro fato consumado. Na condição de sócio e fundador do Mercosul, impôs seu direito assegurado pelo Tratado de Assunção de rejeitar a entrada da Venezuela.
O que antes havia sido uma dupla farsa (a de suspender o Paraguai e a de admitir a Venezuela), porque feita ao arrepio das disposições dos tratados, tornou-se agora impasse diplomático e comercial de proporções e consequências ainda desconhecidas.
A decisão de Estado do Paraguai terá de ser reconhecida. Levada às suas últimas consequências, os membros do bloco ou terão de corrigir o mal feito, pela ausência de depósito prévio dos instrumentos de ratificação assinado por todos os sócios, ou terão de manter o Paraguai definitivamente fora do Mercosul, sabe-se lá com que argumentos.
Em abril, haverá eleições para a presidência do Paraguai e, nessas condições, até mesmo falsos pretextos não poderão ser mais usados para manter a suspensão, especialmente depois da decisão tomada pela OEA.
Enquanto não for contornado por nova negociação entre as partes, o impasse não será somente diplomático. Será também comercial. Que país ou que bloco econômico se disporá a encaminhar negociações, sejam de que tipo forem, com o Mercosul, caso não haja clareza a respeito de quem são os legítimos signatários dos documentos?
O Itamaraty e o chanceler Antonio Patriota bem que avisaram a presidente Dilma de que as decisões anteriormente tomadas são ilegais. O presidente do Uruguai, José Mujica, reconheceu tratar-se de medida política que, no entanto, atropelava disposições jurídicas.
Essa trapalhada expõe a pressa e o grau de leviandade com que estão sendo tomadas decisões no Mercosul. Isso nada tem a ver com a importância estratégica da Venezuela e do seu povo na comunidade sul-americana e na economia do Continente. Tem a ver com desrespeito a regras do jogo previa e solenemente pactuadas. Se o Estado de Direito não tem importância para o Mercosul e para o governo brasileiro, então o que terá? É esse Mateus que nasce torto.
DO GENTE DECENTE

A VÉIA NÃO DEVIA PEITAR A PF.

Márcio Thomaz, o velhinho simpático com carinha de papai noel de shopping center que se traveste de Jack Estripador para defender a quadrilha da qual foi ministro da justiça criou um monstro poderoso que agora se volta contra seu criador.
A Véia foi se meter a besta em peitar o monstro........

O MENSALÃO DA PARAÍBA


A conexão paraibana

A Polícia Federal reabre uma investigação sobre suspeitas de desvios em contrato de R$ 27 milhões da Infraero com uma agência de publicidade da Paraíba ligada ao PT

HUDSON CORRÊA E ISABEL CLEMENTE
A SERVIÇO DO PT Sede da Signo em João Pessoa. Segundo um publicitário, lá funcionou o comitê do PT na eleição de 2004, ano do contrato com a Infraero (Foto: Thiago Casoni/ÉPOCA)
Uma denúncia de desvio de dinheiro público para cofres petistas, que por anos mofou nos escaninhos da burocracia brasileira, virou um novo inquérito aberto pela Polícia Federal (PF). O esquema investigado guarda semelhanças, muitas semelhanças, com o modus operandi do publicitário Marcos Valério, pivô e réu do mensalão. O caso envolve uma agência de publicidade ligada ao PT, um contrato milionário com uma estatal repleto de irregularidades e nenhuma comprovação dos serviços prestados.
O alvo da PF é a relação entre a Infraero, a empresa pública encarregada de administrar aeroportos, e a agência de publicidade Signo Comunicação. Fundada em 2000 por Anderson Tavares Pires, então integrante do diretório do PT de João Pessoa, a agência fez a campanha petista ao governo da Paraíba em 2002. Sem expressão nacional e sediada na Paraíba, a Signo ganhou, em 2004, um contrato da Infraero que rendeu R$ 26,9 milhões até 2007. Entrou na disputa com a bênção do PT e sagrou-se vencedora com a ajuda de um erro. No edital lançado pela Infraero, a proposta de melhor qualidade se sobrepunha ao menor preço. Um dos critérios decisivos na concorrência era o item “ideia criativa”. A empresa com maior inspiração na peça publicitária podia alcançar o máximo de 20 pontos. A Signo conseguiu a façanha de obter 21. Esse ponto extra e fora do limite, segundo uma auditoria do Tribunal de Contas da União (TCU), fez com que a Signo vencesse a concorrência, passando à frente da Bates Propaganda e Produções, na época controlada pelo publicitário Roberto Justus, e de uma das grandes do setor, a Lew Lara. Funcionários da Infraero argumentaram ao TCU que houve “uma confusão” no momento de atribuir as pontuações. Por isso, dizem, a Signo recebeu uma nota acima do limite.
A Signo precisava também apresentar bons atestados de capacidade técnica à Infraero, uma espécie de referência profissional sobre sua experiência no ramo. Entregou dois documentos com carimbo petista. Um foi emitido pelo diretório regional do PT da Paraíba, informando que a Signo planejara a campanha do PT a governador em 2002. Outro atestado saiu da prefeitura de Cabedelo, município de 57 mil habitantes na região metropolitana de João Pessoa e então administrada pelo petista José Ribeiro Farias Junior, o Doutor Junior.
A credibilidade do atestado expedido pelo PT para a Signo é questionada até por um ex-dirigente do partido na Paraíba e candidato em 2002. Avenzoar Arruda, hoje filiado ao PSOL, disse a ÉPOCA que a Signo surpreendeu ao ganhar a licitação porque não tinha porte para assumir serviços de uma estatal como a Infraero. “Quando se falou no contrato, pensamos que era uma cifra pequena”, disse Arruda. Segundo ele, a Signo, em 2005, ainda fez divulgação institucional do PT.
O caso da Signo começou a ser investigado pela CPI dos Correios, instaurada em 2005 para apurar as denúncias relacionadas ao mensalão. A principal frente de trabalho da CPI foram os repasses de recursos do Banco do Brasil para a agência de publicidade de Marcos Valério, a DNA, que depois alimentava os saques em dinheiro vivo feitos por petistas e políticos da base aliada do governo Lula. Os técnicos do TCU sugeriram o “cruzamento com as demais linhas de investigação” da Comissão Parlamentar de Inquérito. A CPI, no entanto, chegava ao fim e não teve tempo para avançar. O Ministério Público Federal solicitou então à PF uma nova investigação.
O caso estava fadado a morrer nas pilhas de inquérito em andamento na PF. Foi retomado neste ano graças a uma mudança no regimento interno da corporação. Em janeiro, foi criado um núcleo para apurar exclusivamente desvio de dinheiro público, sob o guarda-chuva da Delegacia de Combate aos Crimes Financeiros e Desvio de Recursos Públicos. No mês passado, o inquérito foi reaberto. Além dos elementos coletados pela PF, a reportagem de ÉPOCA encontrou dados que revelam a gravidade do episódio. Em 2009, uma nova auditoria do TCU concluiu não haver comprovação da prestação do serviço da Signo. “Para que determinada despesa seja tida como regularmente processada, faz-se necessária comprovação do recebimento da mercadoria ou prestação do serviço”, afirmaram os técnicos do TCU, num trecho da auditoria, em que destacam suspeitas de favorecimento à Signo.
No mesmo ano em que venceu o contrato com a Infraero, a Signo deu uma mãozinha ao PT nas eleições municipais da Paraíba. O comitê de campanha em João Pessoa funcionou dentro da Signo, segundo o responsável pelo marketing do PT, o publicitário Stalimir Carvalho Vieira. De acordo com ele, a Signo fez peças de campanha para o PT. Nenhuma despesa, porém, aparece na prestação de contas do candidato petista à Justiça Eleitoral. Anderson Pires, dono da Signo, diz que os serviços foram prestados à Infraero e que sua vida partidária nada tem a ver com os contratos. Negou ainda que tenha trabalhado na campanha local do PT de 2004 ou cedido a agência para servir de comitê. A Infraero afirma que não favoreceu a Signo e que os serviços de publicidade foram prestados. A estatal, porém, alegou precisar de mais tempo para detalhar que serviços foram prestados.
As semelhanças com o mensalão (Foto: reprodução)DO GENTE DECENTE
 

O APARELHAMENTO POLÍTICO DO STF




TODOS OS PROJETOS APROVADOS DURANTE O DESGOVERNO LULA PODEM E DEVEM SER JURIDICAMENTE QUESTIONADOS DEVIDO A INFLUÊNCIA DO SUBORNO PELO MENSALÃO. É CLARO QUE ISSO SOMENTE SERIA POSSÍVEL SE O BRASIL NÃO FOSSE UM PARAÍSO DE PATIFES, O PODER PÚBLICO UM COVIL DE BANDIDOS E A JUSTIÇA MERECESSE ESSE NOME, O QUE NÃO É ABSOLUTAMENTE O CASO.
Os advogados dos réus do mensalão devem agradecer penhoradamente ao ministro Lewandowski. Seu voto, que não encontra suporte jurídico decente sob qualquer ótica que se queira analisar, oficializa e formaliza a impunidade da gang dos 40, seu chefe verdadeiro, e todos os seus cúmplices, à exceção dos bois de piranha que ficarão mais ricos para aceitar serem condenados para enganar a sociedade dos idiotas e imbecis compulsivos. 
Fotos mostrando os advogados dos canalhas do Mensalão aos risos para comemorar o voto do ministro é o degradante e final retrato da Justiça no nosso país que, em benefício dos corruptos associados ao projeto de poder do PT, está transformando os Tribunais Superiores – depois de apodrecerem os outros tribunais – em penico dos canalhas para ter derramado seu conteúdo fedorento em cima da cabeça de uma sociedade que optou por aceitar que seu país fosse transformado em um Paraiso de Patifes e o poder público em um Covil de Bandidos.
Também devem estar pulando de alegria os milhares de canalhas esclarecidos que fazem parte da academia apodrecida, do jornalismo marrom, do meio empresarial corrupto, do meio artístico, do meio empresarial corrompido, e do meio estudantil universitário que aceita a universidade ser transformada em palco do analfabetismo funcional servil ao fascismo petista, entre muitos outros grupos traidores do país.
O posicionamento histórico do ministro Lewandowski e de outros ministros no que diz respeito ao caso “Mensalão”, e agora o teor do seu voto na primeira etapa do julgamento, demonstra que o STF pode ser qualificado como um aparelho político a serviço do PT, e seu projeto de poder liderado pelo ex-presidente Lula.
Cumprindo seu papel de apoiar o projeto político do Retirante Pinóquio o STF macula em definitivo sua biografia que registrará a maior vergonha jurídica da história do país.
Que ninguém tenha a expectativa que no final do julgamento a gang do “Mensalão” venha a ser exemplarmente punida, pois, com certeza, isso traria à tona o seu verdadeiro chefe, que não foi exatamente José Dirceu, que ficou apenas encarregado de fazer o serviço sujo: organizar as fontes do “Mensalão”, desmoralizar as instituições políticas e a justiça no país, como o lobista das relações públicas e privadas degeneradas, tudo sob o comando maior do mais sórdido político de nossa história.
Com o vergonhoso voto do ministro, os novos ricos, criminalistas criminosos, já perceberam que seus clientes serão absolvidos da maioria de seus crimes, senão na sua totalidade, podendo tornar-se verdadeiro o prognóstico de um dos canalhas ladrões do dinheiro público: o “Mensalão vai virar piada de salão”, “com direito ao encontro dos maiores canalhas da história do país numa cantina, regado ao vinho francês preferido dele – o verdadeiro chefe do mensalão –, o pinot noir Romanée-Conti, que custa R$ 15 mil a garrafa - ficando a conta, é claro, para ser paga com o dinheiro roubado do contribuinte”.
Para a pergunta, o que fará a sociedade diante desse absurdo e dessa vergonha jurídica, a resposta é muito simples: NADA, assim como nada fez quando roubaram o crucifixo do gabinete presidencial.
O que se pode esperar de diferente de uma sociedade em que a maioria foi transformada em bolsista do poder público pelo assistencialismo comprador de votos, e a maior parte do que restou é formada por covardes, ou esclarecidos canalhas, gente sórdida beneficiada de todas as formas possíveis pelo usufruto de suas relações corruptas dentro ou com o poder público?
Tem razão o ministro ao declarar-se não preocupado com a repercussão do seu voto, pois de uma sociedade feita de idiota, imbecil e corrupta durante as gestões do PT nada se pode esperar mesmo.
Assim como a canalha da política, o STF, com o voto do ministro que certamente será seguido pelos apadrinhados do PT, demonstra não ter mais, também, qualquer respeito pela sociedade, que paga para ser ludibriada, roubada, corrompida, subornada e espezinhada, como idiota e imbecil do palco do Circo do Retirante Pinóquio.
Assim a Fraude da Abertura Democrática chega ao seu “estado da arte”: uma Justiça servil ao projeto de poder do PT que já demonstrou seus verdadeiros objetivos: desmoralizar as Forças Armadas, as instituições políticas, transformar as universidades públicas em campo de treinamento de analfabetos funcionais fascistas e fortalecer as oligarquias e burguesias públicas e privadas corruptas que se associaram à liderança do mais sórdido político do país e suas gangs.
Pobre país do nosso que fede cada vez mais sem que as pessoas precisem usar máscaras, pois já se acostumaram com a podridão criminosa das relações públicas e privadas, a maioria procurando tirar o proveito possível da destruição do nosso país, ou seja, do futuro dos nossos filhos e de suas famílias.
Mesmo que seja uma ficção o certo seria colocar essa gente corrupta e sórdida diante do paredão da vergonha dentro de um presídio. Mas para isso ser feito seria necessário que no nosso país a covardia das casernas e fora delas fosse substituída pela coragem patriótica de salvar nossos filhos e suas famílias das valas da corrupção e da degeneração moral que já foram distribuídas por todo o país.
Geraldo Almendra
26/agosto/2012
DO UPEC

Desigualdade, o fracasso da esquerda


Clovis Rossi - Folha de São Paulo
No Brasil, os mais ricos recebem do governo 13 vezes mais que a turma do Bolsa Família
JÁ DEVE ser insuportável para os ufanistas de plantão receber a notícia, contida em relatório da ONU, de que o Brasil é o quarto país mais desigual de uma região, a América Latina, que é a mais desigual do mundo.
O Brasil só é menos desigual que dois Estados semifalidos, Guatemala e Honduras, e que a Colômbia, em virtual guerra civil faz mais de meio século.
Tenho, no entanto, um adendo triste para os ufanistas: é quase certo que não houve, ao contrário do que diz a ONU, uma redução na desigualdade brasileira.
Explico: o único metro usado para medir a desigualdade chama-se índice de Gini, no qual o zero indica perfeita igualdade e 1 é o cúmulo da desigualdade. O Brasil de fato melhorou, de 1999 a 2009: seu índice passou de 0,52 para 0,47.
Acontece que o índice mede apenas a diferença entre salários. Não consegue captar a desigualdade mais obscena que é entre o rendimento do capital e o do trabalho.
Escreve, por exemplo, Reinaldo Gonçalves, professor titular de economia da Universidade Federal do Rio de Janeiro, um dos raros economistas que continuaram de esquerda após o PT chegar ao poder:
"Com raras exceções, essas políticas [as do governo Lula] limitam-se a alterar a distribuição da renda na classe trabalhadora (salários, aposentadorias e benefícios) sem alterações substantivas na distribuição funcional da renda, que inclui, além do salário e das transferências, as rendas do capital (lucro, juro e aluguel)."
Há pelo menos um dado que faz suspeitar seriamente de que a tal distribuição funcional da renda piorou: no ano passado, o governo federal dedicou 5,72% do PIB ao pagamento de juros de sua dívida. Já o Bolsa Família, o programa de ajuda aos mais pobres, consumiu magro 0,4% do PIB.
Resumo da história: para 13.330.714 famílias cadastradas no Bolsa Família, vai 0,4% do PIB. Para um número infinitamente menor, mas cujo tamanho exato se desconhece, a doação, digamos assim, é 13 vezes maior.
Como é possível, nesse cenário, que se repete ano após ano, reduzir-se a desigualdade na renda?
O que, sim, diminuiu foi a pobreza, no Brasil como na América Latina. Em 20 anos (até 2009), a taxa de pobres caiu de 48% para 33%, informa a ONU. Mesmo nesse capítulo, o Brasil continua mal na foto: Argentina, Chile e Uruguai têm 12% de pobres, enquanto, no Brasil, a taxa quase duplica (22%).
Essa queda ajuda a explicar a popularidade de Lula/Dilma, Hugo Chávez, Rafael Correa, Michelle Bachelet (mais popular que seu sucessor, o conservador Sebastián Piñera), Evo Morales (em queda, mas ainda popular), José Mujica.
Para o pobre, que mal podia comprar arroz, adquirir geladeira importa mais do que saber se o rico, que já podia comprar um arrozal inteiro, compra agora helicópteros ou aviões, em vez de geladeiras, que sempre teve.
Mas os governos supostamente de esquerda e suas políticas pró-pobres não foram capazes de tirar a América Latina do papel de campeã mundial da desigualdade. Ou ela é inoxidável ou eles