sábado, 9 de dezembro de 2017

Em carta contra a corrupção, Moro e parceiros de curso dizem que Lava Jato recebe apoio da sociedade e de órgãos de controle


Moro é um dos assinantes do texto, que elogia o desempenho da operação Lava Jato, de instituições como o Ministério Público e a Polícia Federal e pede que os cidadãos “abstenham-se de praticar qualquer ato de corrupção, de maneira comissiva ou omissiva, por menores que possam parecer, mesmo que sejam considerados como ‘parte da cultura nacional'”.
O texto reconhece que a Lava Jato e outras operações “não são perfeitas e necessitam de um constante aprimoramento”, mas enfatiza que os elogios aos procedimentos vêm “da positiva geral que essas operações têm obtido da opinião pública, e principalmente dos órgãos de controle e supervisão”.
O curso, denominado Advanced Studies Program em Transparência, Accountability, Compliance, Boa Governança e Princípio Anticorrupção, foi realizado em sete módulos, entre junho e dezembro. O último deles, em Portugal, foi marcado por protestos contra Sérgio Moro, com muros pichados e divulgação de cartas de repúdio à presença do magistrado na Universidade de Coimbra. As manifestações, no entanto, não atrapalharam a realização das aulas.
Clique AQUI para acessar a carta. DO GAZETADOPOVO

País tem 290 mil presos sem sentença e Supremo cogita liberar larápios VIPs




O Ministério da Justiça divulgou dados atualizados sobre a população carcerária. Um detalhe chama especial atenção: há no Brasil cerca de 290 mil presos sem julgamento. Isso corresponde a 40% do total de encarcerados: 726 mil pessoas. É contra esse pano de fundo que o Supremo Tribunal Federal analisa a hipótese de abrir as portas das celas para os endinheirados e poderosos condenados duas vezes.
Repetindo: num país em que 290 mil cidadãos pobres mofam atrás das grades sem julgamento, a Suprema Corte cogita rever a regra que prevê a prisão de larápios VIPs condenados um par de vezes, na primeira e na segunda instância.
Para a casta superior, o direito de recorrer em liberdade. Se possível, até a prescrição dos crimes. Às favas com a dupla condenação! São inocentes até prova em contrário. Quanto aos miseráveis, são culpados até prova em contrário. Se possível, vão em cana como prova em contrário. Assim, não é que o crime não compensa. É que no Brasil, quando compensa, ele tem outro nome. Chama-se impunidade.
Josias de Souza
09/12/2017 01:20