sábado, 21 de abril de 2012

Se segura Cabral.

Vocês sabem que comento muito pouco a situação aqui do Rio de Janeiro.

O motivo é simples. As coisas aqui só mudarão, quando este desgraçdo do Cabral sair do governo e entrar alguém da oposição.
Aqui no Rio, nada funciona para desmascarar o salafrário.
Ministério Público adestrado. Tribunal de Contas nem se ouve falar. Polícia Federal, nadica de nada. OAB, sob a presidência de Damus é mídia pura e não faz nada.

Enfim, a quadrilha de Cabral silenciou a todos.
Mas isso pode mudar com a CPI da DELTA/DIRCEU.
Cavendish chegou ao governo petralha pelas mãos de Cabral.
O governo petralha tem um consultor para novos negócios que é o guerrillero de mierda.
Tudo que envolve contratos, lá está ele com suas famosas consultorias.
E foi assim que Cavendish chegou ao governo Petralha e se tornou uma das maiores arrecadoras da grana que pagamos de impostos. 

Soube de um grande amigo aqui do Rio, que o safado está desesperado e nem mesmo aceita mais falar com Cavendish, da Delta.
Para quem andou para lá e para cá no aviãozinho do encrencado empresário, soa como sacanagem. Falta de ética entre bandidos. Claro, há uma certa dose de ética entre bandidos, principalmente na partilha do butim conseguido através de assaltos.

lém do que, Serginho Cabralzinho ainda é DINDO das filhas gêmeas de Cavendish. Uma puta sacanagem com o "cumpádi". 

Cavendish está mandando vários recados para o salafrário Cabral e a podridão da relação que existe entre os dois, pode levar Cabral a dormir, por tempo considerável, no xilindró.
Como desculpa Cabral manda dizer para o construtor do MENSALÃO DA DILMA, que o partido vai blindar Cavendish e que a coisa vai se restringir somente aos estados do centro do país.

O último recado de Cavendish para Cabral diz exatamente o seguinte:
"Não se joga fora uma amizade como ele está fazendo. Eu sei como ele conseguiu comprovar a renda para comprar a primeira casa lá em Mangaratiba, em relação à segunda não tem jeito, e posso arrebentar com ele se continuar se escondendo de mim, desta forma. Pode avisar ao seu chefe que não caio sozinho".
Mais uma hashtag:


#FalaCavendish
DO GENTE DECENTE

CPI do Cachoeira: O primeiro round

A CPI criada para investigar os negócios do contraventor Carlos Cachoeira tem um grande desafio: desvendar o segredo do sucesso da empreiteira Delta, que tem na raiz de sua impressionante trajetória amizades influentes e pagamentos a políticos em troca de obras em governos e estatais

Hugo Marques, Daniel Pereira e Rodrigo Rangel, Veja Online
SOCIEDADE – A investigação sobre um esquema ilegal de jogos comandado por Cachoeira (à esq.) revelaram que a Delta, do empresário Fernando Cavendish (à dir.), usa políticos e dinheiro sujo para expandir seus negócios
VEJA publicou em maio do ano passado uma reportagem exclusiva mostrando o que já parecia ser muito mais que uma simples coincidência: a empreiteira Delta fora alçada à condição de maior parceira do governo federal no mesmo ano em que contratou os serviços de consultoria do deputado cassado e ex-ministro José Dirceu. A Delta, mostrou a reportagem de VEJA, além de multiplicar sua carteira de obras, expandira sua atuação para setores nos quais não tinha experiência, como óleo e gás. Na ocasião, dois ex-sócios da empresa forneceram a primeira pista para desvendar essa impressionante história de sucesso. Segundo o depoimento deles, a empreiteira usava a influência que mantinha junto a políticos para obter vantagens. O próprio presidente da empresa, Fernando Cavendish, explicou como agia e qual era o preço a ser pago. Ele disse que com "6 milhões de reais comprava um senador". Sua explicação seguinte ficaria famosa: "Se eu botar 30 milhões de reais na mão de políticos, sou convidado para coisas pra c…". A conversa, gravada pelos ex-sócios, foi classificada como simples bravata por Cavendish. Não era. Ela era reveladora de um método.
A Delta vai aparecer como figura de proa na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), instalada na semana passada no Congresso Nacional, em Brasília, para investigar as relações do contraventor Carlos Cachoeira – preso por comandar um esquema ilegal de exploração de jogos – com políticos e empresas que têm contratos com a administração pública. A construtora figurará como a principal acusada no esquema baseado em pagar propina em troca de favores e contratos em governos. Segundo a Polícia Federal, a empreiteira usou os tentáculos de Cachoeira para corromper autoridades nos governos de Tocantins, Distrito Federal e Goiás. Cavendish e a Delta tiveram sua ação restrita a essas três unidades da Federação? Não. O esquema atuou também no âmbito federal, usando o mesmo método de subornar políticos e servidores públicos para obter contratos. A engrenagem funcionou ativamente dentro de ministérios no governo passado e engolfou até mesmo a Petrobras, a maior e a mais poderosa das estatais brasileiras. A Petrobras é o principal dínamo dos investimentos públicos do país, protagonismo acentuado com a descoberta das reservas de petróleo no pré-sal. No governo Lula, foi aparelhada politicamente por militantes do PT, que ganharam o controle de cargos de diretoria. O aparelhamento político de estatais, como sempre, termina em prejuí­zo para a empresa e os contribuintes.
PROPINA – Em maio do ano passado, reportagem de VEJA revelou que o ex-ministro José Dirceu foi contratado para prestar consultoria à Delta. Sócios da empreiteira, José Quintella e Romênio Machado revelaram a natureza do trabalho encomendado ao ex-ministro: abrir as portas do governo e de estatais
No fim de 2008, a Petrobras convidou a Delta para duplicar o parque de expedição de diesel na Refinaria de Duque de Caxias (Reduc). Um convite inusitado, uma vez que a empreiteira era especializada em obras rodoviárias e construção civil. Para suprir a carência técnica e se habilitar, a Delta comprou a Sigma, empresa que já tinha diversas parcerias com a estatal. Depois dessa negociação, a empreiteira assinou um contrato com a Petrobras no valor de 130 milhões de reais. A aproximação entre a Delta e a Sigma foi feita pelo engenheiro Wagner Victer, auxiliar do governador do Rio, Sérgio Cabral (PMDB), que é compadre de Cavendish. O negócio parecia bom para todos os envolvidos. A Petrobras contratou a obra por um preço considerado baixo, a Delta se cacifou para atuar no bilionário ramo do petróleo e os donos da Sigma ficariam ainda mais ricos. Mas nem tudo correu como se esperava. Cavendish e seus sócios se desentenderam ao cabo de disputas financeiras. Dos ex-sócios inconformados partiu a revelação, certamente de alto interesse para a CPI instalada na semana passada, segundo a qual, para conseguir o contrato na Petrobras, a Delta teria pago propina. Sob a condição de anonimato, um deles contou a VEJA que a Sigma, além de servir como fachada técnica para as operações da Delta, funcionou como caixa para quitar faturas em que a própria Delta preferia não aparecer como devedora. Para ocultar o pagamento de propina, segundo o relato gravado do ex-sócio, que diz temer por sua segurança, a Sigma foi orientada a simular a contratação de serviços para justificar a saída da propina. Os diretores da Delta indicavam o valor e os funcionários da estatal a ser beneficiados. A fatura era então encaminhada a José Augusto Quintella e Romênio Marcelino Machado, ex-donos da Sigma que continuaram na empresa. Seguindo orientações de Cavendish, eles providenciavam notas frias para justificar os gastos com a propina. Essas notas eram assinadas por Quintella e Machado e por Flávio Oliveira, diretor da Delta. Só funcionários da área operacional da Petrobras, segundo o ex-sócio, receberam 5 milhões de reais. Um volume ainda maior teria sido pago a dirigentes da empresa. Desse mesmo caixa saíram os recursos para pagar os trabalhos de consultor prestados por José Dirceu.
Quintella e Machado não quiseram dar detalhes sobre o caso a VEJA. "Essa história será devidamente esclarecida no momento oportuno", disse Quintella, em nome dos antigos donos da Sigma. Os dois conhecem de perto a Delta. Foram eles que contaram a VEJA que Cavendish contratou, em 2009, o deputado cassado e ex-ministro José Dirceu como consultor com o objetivo de azeitar negócios junto à Petrobras, que era comandada por José Sergio Gabrielli, integrante da corrente política de Dirceu. Foi em uma reunião com Quintella e Machado que Fernando Cavendish fez seus notórios comentários sobre os preços e as vantagens de comprar autoridades. Na mesma conversa, gravada, Cavendish traçou o caminho até o cofre da Petrobras: "A Reduc foi convidada pelo jogo político da Delta. A gente foi convidado por uma articulação, um pedido que foi para cá, foi para lá…".
A Petrobras não quis se pronunciar sobre os fatos narrados por Cavendish e seus ex-sócios. A Delta diz que ganhou o contrato legalmente e não pagou propina. A CPI instalada na semana passada certamente terá meios de obter de Cavendish e da própria Petrobras informações mais consistentes sobre como o jogo político levava determinadas empresas a obter contratos na estatal no tempo em que Dirceu e Gabrielli reinavam. A Delta passou a existir como empreiteira de grande porte e alcançou o posto de maior fornecedora de serviços do estado brasileiro no governo Lula. Um "jogo político" que a CPI faria aos brasileiros o enorme benefício de elucidar. Não é pouca coisa. Segundo as investigações da Polícia Federal e do Ministério Público que levaram Carlos Cachoeira à prisão, o contraventor funcionava como captador de negócios e lobista destacado da Delta Construções. Cachoeira operava em sintonia com Cláudio Abreu, designado formalmente pela empreiteira como seu representante para a Região Centro-Oeste. Os dois cuidavam de obter contratos junto aos governos do Distrito Federal, Goiás e Tocantins. Abreu tinha também missões junto a órgãos do governo federal. Foi ao cumprir uma dessas missões que ele emplacou a Delta como a principal parceira do Ministério dos Transportes e do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit). Diretores da Delta passaram a visitar quase diariamente as dependências do ministério durante a gestão do senador Alfredo Nascimento, demitido no ano passado do cargo de ministro pela presidente Dilma Rousseff.
Na semana passada, Luiz Antonio Pagot, ex-diretor do Dnit demitido no bojo do episódio que levou à queda do ministro Alfredo Nascimento, se disse vítima de uma trama que teria sido tecida contra ele exatamente por ter oferecido obstáculos aos interesses da Delta no órgão. Estranha linha de defesa. Foi na gestão de Pagot que a Delta mais do que dobrou seu faturamento em contratos com o Dnit, alcançando 658 milhões de reais em 2010. É quase 90% de tudo o que a empreiteira faturou no governo federal. Que obstáculo, então, foi esse? Suposta vítima de uma conspiração, Pagot, lembre-se, foi quem reuniu empresários no Ministério dos Transportes para ouvir uma explanação do deputado Valdemar Costa Neto, do PR, réu no processo do mensalão. Entre os convidados por Pagot estavam empreiteiros e consultores. Costa Neto falou da importância para o PR de tirar do papel obras bilionárias de restauração de rodovias federais. Muitos dos participantes da reunião, inclusive concorrentes da Delta, ficaram sabendo mais tarde que, se fossem escolhidos para fazer as obras, deveriam entregar ao partido propinas de 4% a 5% do valor de cada fatura paga. A investigação jornalística tem de se contentar com as informações recebidas e checadas das fontes que participaram da reunião. A CPI tem força e os meios legais para passar a limpo essa história.
A Polícia Federal sustenta que recursos públicos oriundos da parceria entre a Delta e Carlinhos Cachoeira alimentaram um duto que serviu para irrigar o bolso de políticos e autoridades que os ajudavam na conquista de contratos. Entre 2010 e 2011, empresas-fantasma criadas por Cachoeira receberam da Delta nada menos que 40 milhões de reais. Ras­trean­do o caminho do dinheiro, os policiais e promotores descobriram que parte dele foi parar na contabilidade de empresas que no mesmo período fizeram repasses a políticos – doações eleitorais declaradas, inclusive. O governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), e o senador Demóstenes Torres (ex-DEM) estão entre os que receberam doações de campanha de empresas cujas contas foram irrigadas com recursos que Cachoeira recebia da Delta. Na semana passada, Cavendish foi assertivo em uma entrevista à Folha de S.Paulo. Ele disse que dá dinheiro a políticos para receber, em troca, informações sobre licitações. "Por que megaempresas fazem doações a campanhas? Vão ter informação. Não é toma lá dá cá." O método da Delta é conhecido. Para ganhar os contratos, a empresa joga o preço lá embaixo. O pulo do gato vem depois, quando a parceria já está em vigor. Em alguns casos, a empresa não executa os serviços certa de que não será incomodada pelos órgãos contratantes comandados por políticos de partidos aquinhoados com doações. Dessa forma, sobra dinheiro para abastecer os cofres da empresa e para remunerar os amigos no poder. Outra prática é inflar contratos com reajustes e aditivos. Conforme revelado por VEJA, a presidente Dilma Rousseff, antes de demitir a cúpula dos Transportes, deu um pito nos seus integrantes justamente em razão do excesso de aditivos contratuais: "Vocês precisam de babá".
O procurador Marinus Marsico, representante do Ministério Público no Tribunal de Contas da União, diz que os aditivos que inflam os contratos não têm outro nome: "É roubalheira mesmo". Incentivador da CPI do Cachoeira, o ex-presidente Lula sabe dos riscos embutidos na investigação de aliados. Na quarta-feira, ele perguntou a peemedebistas: "E o Serginho, como está?". Ele se referia a Sérgio Cabral, governador do Rio de Janeiro. Cabral é padrinho de casamento de Cavendish. Conheceram-se em 2000 e se tornaram amigos inseparáveis. O fortalecimento dessa relação foi acompanhado pelo crescimento vertiginoso da Delta em contratos com a administração fluminense. Em dez anos, a empresa conseguiu 2,2 bilhões de reais com o estado do Rio. A maior parte – 1,4 bilhão – veio depois que Cabral assumiu o governo, em 2007. Em 2003, a Delta faturou 228 milhões de reais, entre clientes públicos e privados. Em 2010, 3,5 bilhões de reais, um crescimento de 1 400%. O ritmo das doações também aumentou. Segundo o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), a Delta doou, legalmente, meros 60 000 reais em 2002. Em 2010, doou 2,3 milhões – metade para o PT, metade para o PMDB.
Com reportagem de Alessandra Medina e Ana Luiza Daltro

DO B. ABOBADO

Justiça manda USP devolver R$ 1 mi doado por família de banqueiro

A Justiça paulista determinou que a USP devolva o R$ 1 milhão que a família do banqueiro Pedro Conde (1922-2003) doou à Faculdade de Direito do largo São Francisco.
O dinheiro foi usado para reformas feitas na escola.
O pedido de devolução foi feito pela própria família, após a faculdade barrar as homenagens pela doação.
O auditório da faculdade reformado com o dinheiro da doação chegou a ser batizado com o nome do banqueiro. Estava ainda prevista a instalação na escola de um quadro com o retrato de Pedro Conde.
A família alega que as homenagens eram uma contrapartida obrigatória à doação.
Os recursos bancaram também a reforma de banheiros.

Zanone Fraissat/Folhapress
Auditório que deixou de levar o nome do banqueiro Pedro Conde após família dele fazer doação de R$ 1 milhão
Auditório que deixou de levar o nome do banqueiro Pedro Conde após família dele fazer doação de R$ 1 milhão
A doação foi feita em 2009, quando o atual reitor da USP, João Grandino Rodas, era diretor da faculdade. A doação foi aprovada pela congregação (órgão que representa todos os segmentos da escola).
Um ano depois, com uma nova direção na faculdade e sob pressão de estudantes, o órgão recuou, alegando que não sabia da obrigação de "batismo" do auditório.
Segundo o juiz Jayme Martins de Oliveira Neto, os doadores não foram informados que a homenagem dependia do aval da congregação.
"Toda essa dinâmica revela indisfarçável descumprimento do encargo [compromisso]" da universidade, escreveu o juiz na sentença.
A família pediu também indenização por danos morais, mas o juiz rejeitou o pedido.
O processo causou debate sobre o uso de doações privadas na instituição pública.
Uma ala diz que a iniciativa é interessante para modernizá-la. Outra entende que o interesse privado pode passar a direcionar atividades de ensino e pesquisa.
O risco de influência privada na universidade, sem regras previamente discutidas, foi um dos argumentos utilizados por alunos da São Francisco para criticar o batismo do auditório da faculdade.
A USP informou ontem que recorrerá. Segundo a assessoria da reitoria, a faculdade havia se comprometido apenas a apresentar à congregação a proposta de batismo do auditório, o que foi feito.
Não havia, disse a assessoria, obrigação de nomear a sala com o nome do banqueiro.
O atual diretor da faculdade, Antonio Magalhães Gomes Filho, não quis falar.
Ano passado, quando a família do banqueiro entrou na Justiça, ele disse: "acho as doações importantes, porque a escola não tem recursos para a modernização necessária. Mas isso tem de ser feito dentro de um regramento".
A divergência no caso foi um dos motivos para troca de críticas recente entre o reitor e a faculdade.
FONTE: FOLHA.COM

Caso Cachoeira. Mas....E o Cabral?

O triplo "C" da maracutaia.

Carlos Cachoeira é amigo de Fernando Cavendish que é dono da Construtora Delta que é a maior beneficiada pelas obras do PAC no Hell de Janeiro que é governado pelo Cabral.
Cachoeira tá em cana por conta de suas trampolinagens, Cavendish percebeu que a situação complicou e já pediu penico nas obras do Maracanã para a copa de 2014. E o Cabral que além de governador e amigo pessoal do Cavendish anda mais sumido que rapariga de pastor.
Enquanto batem sem parar no Demóstenes, no Perillo, e no Agnelo, as ligações do Cabral com o Cavendish são mais do que estranhas e nada da imprensa amestrada dar uma linha sequer.
Para quem não lembra, o acidente de helicóptero no qual morreram a nora do Cabral e outras seis pessoas foi com uma aeronave do Cavendish, e a família do Cabral estava indo para passar uns dias em uma praia da Bahia onde os Cavendish tem casa.
As ligações são antigas, a CGU já estava de olho nessa estranha amizade, mas agora que explodiu o escândalo do Cachoeira, estranhamente ninguém aponta o dedo para o governador carioca. 
Muita gente vai dançar se a CPI for levada a sério, mas se não pegar no Cabral essa CPI não passa de uma fraude.
Sem, contar que os padrinhos políticos do Cabral o Sebento e a Dentuça avalizaram direta ou indiretamente qualquer trampolinagem que o governador tenha feito com a Delta. Uma vez que além de enviarem a grana, ainda viajavam ao estado para inaugurar obras pré eleitorais e superfaturadas. 
E a CPI certamente não vai permitir que a sujeira chegue tão perto do Planalto. 
Ou seja...vai acabar em pizza.
E PHODA-SE!!!!
DO B O MASCATE

E na terra dos Gomes......

Do Blog do Josias - FOLHA
Delta pagava mensalão no Dnit do CE, diz MPF 3
O Ministério Público Federal ajuizou, no Ceará, ação penal contra servidores da superintendência do Dnit no Estado e a Delta Construções. Deu-se nesta sexta-feira (20). A petição aponta a prática de quatro crimes: formação de quadrilha, lavagem de dinheiro, corrupção passiva e ativa.
Entre as acusações está a de que a Delta pagava uma "caixinha" a dirigentes e servidores do Dnit, órgão do Ministério dos Transportes que cuida da construção e conservação de estradas. A denúncia anota que o dirigente da repartição "recebia propinas e uma espécie de mensalão."
A Procuradoria baseia-se em inquérito resultante da 'Operação Mão Dupla', deflagrada pela Polícia Federal em 2010. Na época, foram presas 25 pessoas. Entre elas o superintendente do Dnit, Guedes Neto. A ação penal protocolada nesta sexta é o segundo processo referente ao caso.
O primeiro, uma ação civil por improbidade administrativa, havia sido encaminhada à Justiça Federal do Ceará em maio do ano passado. Corre em segredo de Justiça na 1ª Vara Federal de Fortaleza. Ainda não foi julgada. Chama-se Alexandre Meireles o procurador da República que cuida do caso.
Além da Delta, encontram-se sob suspeição outras nove empreiteiras que transicionaram com o Dnit cearense. As investigações partiram de auditorias realizadas pela CGU e pelo TCU. Nas palavras do Ministério Público, detectaram-se "gravíssimas irregularidades".
Envolvem de fraudes em licitações a superfaturamento de obras, de desvios de verbas públicas a pagamentos de propinas e vantagens. Segundo o Ministério Publico, a Delta se apropriara de gabinetes do Dnit. Diz a denúncia: "o espaço público no interior da sede do Dnit no Ceará servia a interesses privados".
Além do "mensalão", a Delta concedia "vantagens ilícitas aos servidores públicos lotados em funções estratégicas" da repartição. Coisas como vale-combustível, aluguel de veículos e "outras benesses". As acusações baseiam-se em documentos apreendidos e em escutas telefônicas.
Ouvida, a Delta informou se vale de "todos os recursos judiciais para demonstrar que não houve nenhuma conduta criminosa" nas suas relações com o Dnit no Ceará. Noutra frente, a empresa tenta, por meio de habeas corpus, anular as provas colecionadas pela PF.
A despeito de tudo, a Delta recebeu do Tesouro Nacional, em 2011, R$ 48,5 milhões referentes a obras em estradas federais do Ceará. Só agora, depois do aluvião de indícios colecionados pela PF no Cachoeiragate e da segunda denúncia da Procuradoria no Ceará, o Planalto parece acordar.
O governo analisa a hipótese de proibir a celebração de novos contratos com a Delta, maior tocadora de obras do PAC (R$ 884,4 milhões só no ano passado). Os ministros Jorge Hage (chefe da CGU) e Gleisi Hoffmann (Casa Civil) reuniram-se para discutir o assunto.
Numa espécie de vacina anti-CPI, decidiram abrir um processo administrativo contra a Delta. Deseja-se declará-la uma empresa "inidônea". Algo que impediria a construtora de atuar na administração pública. O governo escora a decisão nos indícios de tráfico de influência apurados nas operações da CP contra Carlinhos Cachoeira e no caso do Ceará.
DO GENTE DECENTE

Críticas levianas ao trabalho do MPF na Operação Monte Carlo


A Associação Nacional dos Procuradores da República vem a público repudiar veementemente decisão desta semana do Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP), que condenou um membro do MPF à pena de demissão, convertida em suspensão de 90 dias, por ter vazado informações alegadamente sigilosas em entrevista coletiva. Durante o julgamento, proferiram-se críticas levianas e irônicas não somente ao procurador da República envolvido no caso, como àqueles responsáveis pelas investigações da Operação Monte Carlo. Sob a exaurida cantilena de que estaria ocorrendo uma “espetacularização” da atuação do Ministério Público Federal, decidiu-se de forma a se tentar amordaçar, de maneira generalizada, os responsáveis por investigações que desmantelaram organizações criminosas poderosas.
Para os procuradores da República, o entendimento majoritário do Conselho é um insulto à atuação idônea, austera e transparente dos membros do MPF. Ex-assessor do senador Demóstenes Torres, o conselheiro Tito Souza do Amaral Amaral, na sua manifestação, sugeriu “pena de morte” aos procuradores da República que atuam na operação Monte Carlo, em face de vazamentos à imprensa. Vale ressaltar que o próprio Ministério Público Federal em Goiás já requisitou inquérito policial para investigar os vazamentos. É importante deixar claro, porém, que após o desencadeamento da ação, as informações foram destinadas a todas as partes envolvidas, num total de 80 investigados.
É insólito que justamente um membro do Ministério Público (do Estado de Goiás) com assento no Conselho tenha escolhido desacreditar o trabalho de procuradores da República, que conseguiram desmantelar um grupo extremamente profissionalizado e infiltrado nas entranhas do Estado de Goiás. Neste furacão de denúncias por que passa o país, o correto seria que um membro do CNMP buscasse mostrar aos cidadãos que ainda há instituições que, a despeito dos mais diversos percalços, encontram-se atuantes na desarticulação de organizações criminosas, e por maioria de razão quando se suspeita de infiltração da atividade criminosa até mesmo no âmbito do próprio Ministério Público. Indignar-se contra vazamentos de atividades ilícitas deveria ficar a cargo da defesa do criminoso; a sociedade indigna-se com as atividades ilícitas.
Para os membros do Ministério Público Federal, é irrelevante conferir um viés sensacionalista a um caso tão grave, em que o Estado - e, em consequência, a sociedade - encontravam-se à mercê de um grupo criminoso. Os procuradores da República não irão retroceder nem se intimidar por manifestações avessas ao espírito republicano e, sem jamais secundar atividades escusas ou adotar expedientes diversionistas, continuarão, dentro de suas atribuições, a defender inflexivelmente a ordem pública, lutando pela defesa da sociedade.
Confira o áudio no sítio do CNMP (http://www.cnmp.gov.br/portal/index.php?view=details&id=64%3A3o-sessao-extraordinaria-de-2012&option=com_eventlist&Itemid=263), parte 3, tempo 05:21 a 07:52.
Alexandre Camanho de Assis, Procurador Regional da República, é Presidente da ANPR.
DO ALERTA TOTAL

Ano eleitoral - CPTM apura sabotagem em 7 incidentes

Por José Benedito da Silva, na Folha:
Sete incidentes envolvendo trens da CPTM desde dezembro — dois ocorridos ontem — estão sendo investigados pelo governo e polícia por suspeita de sabotagem. Ontem, perto das 4h, a destruição de um equipamento de sinalização — os cabos foram arrancados — parou a linha 12-Safira, que liga o Brás a Poá (Grande São Paulo). A CPTM registrou a ocorrência na polícia e a classificou como “passível de desastre ferroviário”. “Isso aqui não foi vandalismo, foi sabotagem”, afirmou o secretário dos Transportes Metropolitanos, Jurandir Fernandes.
Cerca de uma hora e meia depois, um trem da linha 11-Coral (Luz-Mogi das Cruzes) falhou e teve que ser recolhido, o que provocou lentidão em horário de pico. Técnicos acharam uma calça jeans enroscada no pantógrafo, equipamento que conecta o trem à rede elétrica. A Delegacia de Polícia do Metropolitano abriu inquérito para investigar os casos.
Desde o início do ano, o sistema teve ao menos 15 falhas graves -que afetam a circulação de trens. Em todo o ano passado, foram 42. O índice de ocorrências graves por milhão de km subiu de 1,60 para 2,08 entre 2011 e este ano.
(…)
A tese da sabotagem vinha sendo veiculada de forma discreta, mas nos últimos dias o governo passou a ser mais incisivo. Na quarta, o próprio Alckmin disse a jornalistas que havia a suspeita. Ontem, após os incidentes da manhã, Fernandes revelou que outras cinco ocorrências tinham características de sabotagem.
Entre elas, dois descarrilamentos, dois choques entre trens e uma depredação por usuários da estação Francisco Morato da linha 7-rubi. Segundo ele, no descarrilamento ocorrido na linha 9-esmeralda em fevereiro uma pedra “no tamanho adequado” foi colocada sobre os trilhos.
(…)
Por Reinaldo Azevedo
REV VEJA

Peluso e Barbosa devem desculpas ao povo, que lhes paga um belo salário para que zelem pela constituição, não para se comportar como arruaceiros de botequim!

O site Consultor Jurídico publicou anteontem uma entrevista com o ministro Cezar Peluso, que deixa o Supremo Tribunal Federal em setembro, quando faz 70 anos. É uma pena que, em uma circunstância ao menos, ele tenha metido os pés pelas mãos. Já chego lá. Fez críticas pertinentes ao autoritarismo do governo federal e apontou, no que está corretíssimo, certo flerte do Supremo com o populismo. Tudo isso passou batido. O que fez mesmo barulho foram as suas considerações sobre o ministro Joaquim Barbosa, a saber:
ConJur - Com as oscilações de saúde, o ministro Joaquim Barbosa assume após o ministro Ayres Brito?
Cezar Peluso -
O Joaquim assume, sim. Viram como ele está comparecendo ao Plenário? Teve uma melhora grande, antes quase não aparecia. Agora, comparece a todas as sessões. Ele não recusará essa Presidência em circunstância alguma, pode ficar tranquilo. Tem um temperamento difícil, não sei como irá conviver, primeiro com os colegas. Não sei como irá reagir com os advogados, pois tem um histórico desde o episódio com o Maurício Correia [ministro aposentado do Supremo. Em 2006, Joaquim Barbosa, no Plenário, sugeriu que o então presidente do STF fazia tráfico de influência]. Também não sei como irá se relacionar com a magistratura como um todo. Isso já é especular. Ele é uma pessoa insegura, se defende pela insegurança. Dá a impressão que de tudo aquilo que é absolutamente normal em relação a outras pessoas, para ele, parece ser uma tentativa de agressão. E aí ele reage violentamente. 
ConJur - A insegurança para o debate o faz resistir aos advogados?
Cezar Peluso -
A impressão que tenho é de que ele tem medo de ser qualificado como arrogante. Tem receio de ser qualificado como alguém que foi para o Supremo não pelos méritos, que ele tem, mas pela cor. 
ConJur - Mas ele tem problema com a coluna?
Cezar Peluso -
A coluna dele é perfeita, não tem nada de errado, ele tem problema nos quadris. O especialista Paulo Niemeyer no Rio diz que ele não tem problema na coluna, tem problema no quadril. Mas o certo é que alguma coisa ele tem, mesmo. Ter de ficar de pé, ficar tanto tempo de licença… 
Voltei
Eu mesmo, não é segredo pra ninguém,  já cheguei a sugerir, dadas as muitas ausências de Barbosa, que ele se aposentasse. Escrevi, então, que lamentava seus problemas de saúde, mas que os brasileiros não podiam arcar com as consequências. Num tribunal com 11 pessoas — durante muito tempo, funcionou com 10 —, um ministro impedido de trabalhar representa 10% da Casa, não é? Vamos lá. Eu posso — e, em muitos sentidos, até devo — fazer essa crítica. Mas não Peluso. É evidente que foi além de suas sandálias, ainda que apontasse uma outra questão real: o temperamento mercurial de Barbosa, muito pouco tolerante com quem discorda dele. Já as considerações sobre a cor da pele do colega são de uma absoluta impertinência. É claro que ninguém mais prestaria atenção ao resto da entrevista.
Peluso avançou o sinal? É evidente!. Não seria de Joaquim Barbosa que se esperaria ponderação. Ele já exagerou antes por muito menos. Os sites noticiosos já traziam ontem uma resposta sua, afirmando que o outro estava “se achando e não sabe perder” etc e tal. Na entrevista publicada hoje em O Globo, o tom subiu. Se o ex-presidente do Supremo tinha sido deselegante com seu colega, Barbosa rebaixou o confronto ao bate-boca de boteco. Chamou Peluiso de “ridículo”, “brega”, “caipira”, “corporativista”, “desleal”, “tirano” e “pequeno”.
É pouco? Ah, para Barbosa, é. Afirmou ainda que “Peluso, inúmeras vezes, manipulou ou tentou manipular resultados de julgamentos, criando falsas questões processuais ou simplesmente para tumultuar e não proclamar o resultado que era contrário ao seu pensamento”. A acusação seria gravíssima se Barbosa estivesse falando como ministro do Supremo. Mas ele estava??? Mais: “As pessoas guardarão a imagem de um presidente conservador e tirânico, que não hesitava em violar as normas quando se tratava de impor à força a sua vontade”. O novo vice-presidente da corte também afirmou que, durante sua gestão, Peluso “incendiou o Judicário com a sua obsessão corporativista”. Quanto às considerações sobre sua saúde, Barbosa disse que Peluso pratica “supreme bullying”.
Bullying contra o povo
Um confronto nesses termos é expressão de um rebaixamento da vida institucional brasileira. Não atinge só o Judiciário, não! Também se verifica no Executivo, no Legislativo, na imprensa…
Uma baixaria como essa seria impossível em democracias como os EUA, a Alemanha, a França… E também seria impossível em ditaduras como o Irã ou a Arábia Saudita. Isso aponta para o fato de que estamos vivendo num regime de democracia rebaixada. As instituições estão aí, saudáveis na letra da lei, mas submetidas a especulações e ataques constantes — inclusive por parte dos agentes públicos que têm a função de preservá-las.
Peluso jamais deveria ter dito o que disse do colega — não, ao menos, enquanto estiver no tribunal. Está a poucos meses, se for o caso, de dizer tudo o que lhe der na telha. Seu papel institucional o impede de fazê-lo hoje. O que praticou nada tem a ver com sinceridade ou transparência. É só depredação do necessário decoro. A resposta de Barbosa é, então, um descalabro total. Está pautada pelo mau espírito que consiste no seguinte: “Ah é? Já que ele me deu um chute na canela, então avanço com a navalha na sua jugular; quem mandou começar?” 
É isso o que a sociedade brasileira espera de seus ministros do Supremo? Que se comportem como moleques de rua? Contentes estão os mensaleiros. Contenstes estão os vagabundos. Contentes estão os criminosos. Nessa via em que o debate transitou, os meliantes são especialistas.
É evidente que o Supremo não passaria incólume à decadência mais geral. Eu só não contava que pudesse mergulhar tão fundo. E algo que me diz que a coisa não vai parar por aí. Vem pela frente o julgamento do mensalão. Vários venenos de efeito retardado foram inoculados na corte.
Todos os países que involuíram para regimes de força ou autoritários assistiram antes à decadência do Judiciário.
Peçam desculpas aos brasileiros, senhores!
Eles lhes pagam um belíssimo salário para que zelem pela Constituição, não para que se comportem como arruaceiros de botequim.
Por Reinaldo Azevedo

Uma reflexão permanente

Por Eurípedes Alcântara
Diretor de Redação de VEJA
“A ética do jornalista não pode variar conforme a ética da fonte que está lhe dando informações. Entrevistar o Papa não nos faz santos. Ter um corrupto como informante não nos corrompe.”
VEJA nunca permitiu que suas páginas fossem usadas param outro fim que não a busca do interesse público. Sempre que uma denúncia é publicada alguém ganha e alguém perde. Um ministro cai, e outro ministro sobe. Um grupo político é prejudicado, e outro grupo político é beneficiado. São consequências normais da divulgação de fatos verdadeiros. Em nosso trabalho cotidiano, essas circunstâncias são tão naturais para nós que nos dispensamos de discuti-las. Mas temos que concordar que as pessoas não diretamente envolvidas em nosso trabalho possam, de boa-fé, não entender completamente a natureza do bom jornalismo que praticamos em VEJA. Refleti sobre nossos critérios, nossas relações com as fontes de informação, enfim, nossa missão jornalística. O resultado é o texto abaixo.
“O jornalismo é feito com fontes de informação. O jornalista não é pago para saber. É pago para descobrir. Por essa razão, as relações do jornalista com suas fontes merecem uma reflexão permanente.”
O jornalismo é feito com fontes de informação. O jornalista não é pago para saber. É pago para descobrir. Por essa razão, as relações do jornalista com suas fontes merecem uma reflexão permanente. Os profissionais de VEJA seguem as regras escritas da Editora Abril, cujo Código de Conduta estabelece: “O jornalista da Abril não tem relação de trabalho com, nem presta serviço, ainda que eventual, para qualquer pessoa, empresa ou entidade que seja, ou possa a vir a ser, fonte de informação. A Abril jamais paga entrevistados por informação de nenhuma espécie, de forma direta ou indireta. Sempre que possível, o jornalista deve pagar por almoços e jantares com fontes ou seus representantes. Cabe ao profissional e a sua chefia imediata definir as situações em que a aplicação desta regra pode afetar o relacionamento com a fonte.” Posturas Éticas - Guia para Jornalistas e Produtores de Conteúdo do Grupo Abril - Complemento do Código de Conduta.”
Em complemento ao Código de Conduta da Abril, a redação da VEJA, em seu Plano Editorial anual, reafirma que a “independência” é o maior valor de um jornalista da revista. Por independência, diz o Plano Editorial, entende-se que o repórter não aceita qualquer barganha editorial com as fontes em troca de informações. Em nosso cotidiano, embora seja uma regra não escrita, sempre avaliamos as informações que recebemos das fontes tendo como único metro o interesse público que se confunde com o interesse jornalístico. Isso significa que as inúmeras informações pitorescas ou de caráter pessoal, comportamental ou sexual de autoridades e governantes que nos chegam na forma de fotos, vídeos e gravações nunca são usadas por serem ofensivas e nada ajudarem na compreensão dos fatos públicos.
“O ensinamento para o bom jornalismo é claro: maus cidadãos podem, em muitos casos, serem portadores de boas informações .”
Os jornalistas de VEJA estabelecem com suas fontes uma relação em que fica claro, desde o primeiro momento, que não se trata de uma relação de troca. A fonte não terá nenhum outro privilégio por fornecer informações, a não ser a manutenção do sigilo, caso isso seja do interesse dela. As fontes nunca são desinteressadas das reportagens com as quais colaboram fornecendo informações. Um corrupto que passa informações quer se vingar de outro corrupto ou espera atrapalhar o negócio do concorrente com o governo. Nos dois casos, o jornalista precisa ter noção exata do interesse da fonte e usar a informação quando e somente se a vinda dela à luz servir mais ao interesse público do que aos do próprio informante. Um assassino que revele na cadeia um plano para assassinar o presidente da República é possuidor de uma informação de interesse público - e, pelo mecanismo da delação premiada, ele pode ter sua pena atenuada ao dar uma informação que impeça um crime ainda pior do que o cometido por ele. Portanto, temos aqui uma situação em que a informação é de qualidade e o informante não, por ser um assassino. O ensinamento para o bom jornalismo é claro: maus cidadãos podem, em muitos casos, ser portadores de boas informações.
“Uma informação de qualidade é verificável, relevante, tem interesse público e coíbe a ação de corruptos.”
O repórter que se preza não despreza uma fonte de informação sobre casos de corrupção com base apenas no fato de que o informante é corrupto. Mas como se cativa e se mantém um informante desse tipo sem acenar com qualquer vantagem para ele? O jornalista, consciente dos interesses subalternos do informante, deve tentar obter dele o que for relevante para o interesse público - e publicar. O mais provável é que o informante se senta gratificado por ter conseguido o objetivo de ver a informação tornada pública, e o jornalista também terá cumprindo sua missão de trazer à luz fatos que, de outra forma, nunca sofreriam o efeito detergente dos raios solares. Ao jornalista cabe distinguir:
A) se a informação é verificável;
B) se a informação é relevante e de interesse público;
C) se a vinda da informação a público ajudará a diminuir o escopo de ações dos corruptos, entre eles o próprio informante.
Cumpridas as três condições acima, a informação merece ser levada a sério, a despeito, repita-se, da estatura moral do informante.
O bom jornalista não se deixa paralisar, estabelecendo como critério só ter como fontes pessoas que passem pelo crivo ético mais elevado. Isso não deve ser confundido de jeito nenhum com a ideia de que vale tudo. O critério de VEJA é claro. As informações precisam ser qualificadas, independente da estatura moral do informante. Pessoas de estatura moral questionável podem deter informações de altíssimo padrão de qualidade jornalística. Digamos que a informação trate de uma negociação de pagamento de propina. Quem tem mais condições de contar o que aconteceu? Quem estava lá ou quem não estava lá? A resposta é clara: quem estava lá, ou seja, um dos envolvidos.
Evidentemente, o critério acima não vale para fontes que queiram dar opiniões. Não damos espaço para pessoas de baixo padrão moral dar opiniões. No processo de coleta de opiniões, procuramos as mais qualificadas autoridades mundiais para entrevistar, onde quer que estejam. Se uma fonte moralmente discutível testemunhou um fato importante, quer contar o que presenciou e se o que ela narra é verificável por outros meios, consideramos que ela pode ter uma informação que vale a pena ser levada em conta. Se essa mesma fonte quiser dar uma opinião a respeito daqueles mesmos fatos, não aceitamos. A qualidade da informação pode independer da qualidade da fonte. Já a opinião é indissociável de quem a emite. A qualidade de quem opina afeta a qualidade da opinião.
“A ética do jornalista não pode variar conforme a ética da fonte que está lhe dando informações. Entrevistar o Papa não nos faz santos. Ter um corrupto como informante não nos corrompe.”
Esse ponto merece uma análise mais detida. Como o jornalista deve diferenciar sua relação quando uma fonte é, digamos, um economista respeitado, e outra fonte é um criminoso? O jornalista deve ter em mente que ambos podem ser detentores de informações da melhor qualidade.  O  criminoso pode ter sido testemunha de um crime, e seu depoimento pode ajudar a desbaratar uma quadrilha perigosa. Não se pode desprezar o que ele tem a dizer. É preciso ouvir, analisar, pesar, checar, contextualizar. Um economista respeitado, caricaturando, pode estar teoricamente equivocado sobre algum fenômeno ou pode estar a serviço de algum especial interesse econômico ou comercial. Enfim, ambos valem pelo teor, qualidade e grau de interesse da informação verdadeira de que são detentores.  É preciso atentar para o fato de que, mesmo que a fonte seja um assassino esperando a execução de uma sentença de morte (exemplo verídico transformando no livro “O jornalista e o Assassino” pela americana Janet Malcolm), ele merece ser tratado com respeito. Se a fonte não tem ética, isso é problema dela. A ética do jornalista não pode variar conforme a ética da fonte que está lhe dando informações. Entrevistar o Papa não nos faz santos. Ter um corrupto como informante não nos corrompe.
Quando o jornalista lida com uma fonte que tem uma informação verdadeira, verificável e relevante, ele precisa ter consciência dos interesses particulares do informante. Faça o teste se o interesse público maior supera mesmo o subproduto indesejável de satisfazer o interesse menor e subalterno da fonte. Se o resultado for positivo a informação se candidata a ser publicada. Por isso, o jornalista não pode ser amigo de fontes. Não pode aceitar presentes, convites para viagens ou quaisquer outros agrados.
VEJA NUNCA PUBLICOU CONTEUDOS DE GRAVAÇOES OBTIDAS ILEGALMENTE, PORTANTO O QUE SE SEGUE AQUI TEM O OBJETIVO APENAS DE REFLETIR SOBRE CERTOS LIMITES. Quem se favorece conscientemente do produto de furtos, roubos ou outros crimes é potencialmente cúmplice do autor. Por essa razão, o jornalista que eventualmente receber uma gravação obtida ilegalmente e usá-la em uma reportagem pode estar se expondo aos rigores da lei. Por essa razão, ele só deve dar esse passo arriscado quando o custo para a sociedade de desprezar o conteúdo da gravação for muito grande. Se o preço pessoal de evitar um crime ou uma sequência de crimes, dando publicidade a gravações ilegais, for incorrer em uma transgressão menor, o jornalista tem o dever de considerar correr esse risco. Em VEJA, casos assim jamais são decididos individualmente por um jornalista, mas pela direção da revista. O trabalho jornalístico envolve vários riscos. Como qualquer trabalho. Do cirurgião, do advogado. Do engenheiro. Se ele tomar todos os cuidados, os riscos serão minimizados, mas jamais eliminados. A primeira preocupação de VEJA ao ter acesso a uma informação é entender como a informação foi obtida. Se a publicação do produto do crime tiver relevância para evitar crimes piores - e mesmo que isso ajude a vender revistas -, não se incorre em falha ética. Se um jornalista furtar da pasta de uma pessoa, por exemplo, um plano para explodir a represa de Itaipu e se, com a publicação do plano, ele evitar o ataque terrorista - e ainda vender mais revistas -, a implicação ética lhe será altamente favorável.
“O bom jornalismo é uma atividade de informação mediada. O jornalista não é um mero repassador de declarações. Ele tem o poder discricionário de não publicar uma acusação ou uma ofensa grave.”
As informações obtidas com a garantia de manter o sigilo da fonte trazem desafios adicionais ao jornalista. As informações obtidas de fontes anônimas, que não podem ou não querem se identificar, devem ser usadas preferencialmente como confirmações de dados ou relatos já obtidos de outras fontes. Mas é um erro desprezá-las. Muitas vezes um informante testemunhou fatos relevantes, e a única condição que coloca para narrá-los é a manutenção do sigilo sobre sua identidade. A regra básica para errar menos com o uso de fontes anônimas é ter em mente que o leitor pouco ou nada saberá sobre quem deu a informação - portanto, o jornalista tem que saber tudo sobre a fonte. VEJA muitas vezes não tem meios de confirmar com outras fontes as informações passadas por uma fonte que pediu OFF. Digamos que uma discussão entre duas pessoas seja contada em OFF por um dos participantes. Veja não irá publicá-la se a outra pessoa não confirmar? Talvez sim, talvez não. Depende do conteúdo do diálogo passado. A lição é a de que o bom jornalismo é uma atividade de informação mediada. O jornalista não é um mero repassador de declarações. Ele tem o poder discricionário de não publicar uma acusação ou uma ofensa grave. Se o custo de não publicar for prejudicial ao interesse público, o jornalista deve pesar os riscos e corrÊ-los se necessário. 
Uma fita contendo revelações importantes (depois de devidamente periciada e contextualizada) tem valor extraordinariamente maior do que uma frase acusatória, seja em OFF ou em ON. VEJA sempre pericia os diálogos gravados que publicou e guarda esses registros. VEJA já publicou diálogos que lhe foram entregues já degravados sem ter tido acesso ao conteúdo original - mas o fez com absoluta segurança da origem do material. Existe uma diferença grande entre uma acusação em OFF e uma fita. A fita, muitas vezes, envolve um diálogo de duas pessoas acusando uma terceira - que pode ser inocente. E ela acaba sendo envolvida num escândalo involuntariamente. Isso raramente acontece na acusação, ainda que em OFF. Por isso, todo cuidado é pouco com esse tipo de informação.
O documento (depois de periciado e contextualizado) tem valor exponencialmente maior do que uma informação oral, desde que o conteúdo de ambos seja equivalente em relevância. Mas, às vezes, um documento mente, e a informação falada tem mais valor. Exemplo: como forma de mostrar seu distanciamento de uma denúncia de corrupção, o ministro envia um memorando cobrando de seu assessor com informações sobre a irregularidade. Esse documento pode ser apresentado pela autoridade como prova de sua inocência. Uma apuração mais aprofundada pode provar que aquele documento não passava de uma armação. Ou seja, cada caso é um caso.
“A regra para lidar com gravações ilegais que registraram atividades de cidadãos ou empresas privadas em seus negócios particulares é: descartar sem ouvir ou assistir - ou, alternativamente, entregá-las às autoridades. “
A fita (periciada, contextualizada) tem muito valor. A perícia ajuda a mostrar se a fita chegou à redação em condições de ser usada como prova. Em alguns casos as gravações são inaudíveis ou indecifráveis - ou a fita pode ter sido adulterada com o propósito de mudar o sentido das falas. Nesses casos, ela vai para o lixo.
É crucial enfatizar um ponto da mais alta importância. O que se discute aqui é a publicação de informações que dizem respeito à atuação de autoridades e suas relações com terceiros quando tratam de questões que envolvem dinheiro ou outros bens públicos. A regra para lidar com gravações ilegais que registraram atividades de cidadãos ou empresas privadas em seus negócios particulares é: descartar sem ouvir ou assistir - ou, alternativamente, entregá-las às autoridades.
“As informações são tratadas em VEJA como portas que se abrem para a obtenção de novas informações. Todas elas são checadas.”
Nenhuma reportagem de VEJA - exceção óbvia das entrevistas das Páginas Amarelas - é feita com base em apenas uma única fonte de informação.As informações são tratadas em VEJA como portas que se abrem para a obtenção de novas informações. Todas elas são checadas, contextualizadas e comparadas, de modo que os eventuais erros que possam ocorrer sejam aqueles que conseguiram escapar de nossos rigorosos mecanismos de filtragem - e nunca resultado de má fé.
São Paulo, 20 de abril de 2012
Por Reinaldo Azevedo